Contador:
Última atualização: 20/02/2020

Até aqui...



26. From U

"Por que é você? Eu estou ficando louco,
O que é isso? Acho que me apaixonei por você,
Todo dia na minha cabeça,
Tudo gira,
Um ponto de interrogação, todos os dias,
Eu sei que você tem espinhos,
Mas eu quero você, rosa vermelha."
- Beautiful / MONSTA X

Todos os garotos foram na frente, enquanto eu e Yuri ficamos um pouco mais afastadas, meu olhar estava somente em , como ele tinha coragem de aparecer assim e nem me dar um boa tarde. Típico daquele pesadelo ridículo que um dia eu tive como namorado.

— Unnie, você precisa disfarçar melhor seu olhar. — disse Yuri segurando o riso.
— Não consigo, estou com uma vontade imensa de esganá-lo.
— Eu imagino. — ela riu um pouco.

Caminhamos um pouco mais até chegarmos na quadra profissional da universidade, se afastou de nós e foi até os outros integrantes do time americano, enquanto isso estava se reunindo com os meninos da Prince Line, até estava presente ali. Yuri se sentou na arquibancada, enquanto isso eu caminhei até uma garota que estava ao lado da porta dos vestiários.

— Oi. — disse em cumprimento.
— Oi, você deve ser a não é? — a menina me olhou tranquilamente.
— Sim, você me conhece? — achei aquilo meio estranho.
— Não, mas ouço sobre você todos os dias. — ela riu um pouco — Eu sou auxiliar do time da Universidade de Harvard, e o fala de você em todos os treinos.
— Ele fala de mim? — não acreditava naquilo.
— Está surpresa não é?! — ela riu um pouco — Deve ser divertido namorar ele.
— Hum?! Namorar?! — eu a olhei embasbacada, o que aquilo significava?

Respirei fundo mantendo minha sanidade mental intacta, a vida de não importava mais para mim, e nem se alguma menina ridícula se interessava por ele. Mas isso não impedia minha mente de fazer perguntas banais como, será que ela tinha entrado no time da mesma forma que eu? Ou, como assim namorar? Nós terminamos.

— Vai ficar parada aí? — disse ao se aproximar de nós — Ou se esqueceu de como é a função de uma auxiliar?
— Está falando comigo? — eu o olhei com deboche.
— E com quem mais séria? — aquela cara de cínico dele me fazia querer enforcar e ao mesmo tempo agarrar ele.
— Desculpa, mas time errado. — eu me desviei dele indo em direção ao time da minha escola.

Eu ouvi algumas risadas baixas vindo dele, queria muito que provasse do seu próprio veneno. Esperei um pouco os meninos voltarem do vestiário com roupas mais apropriadas para jogar, assim que me posicionei ao lado de abri um largo sorriso olhando para eles.

— Por que será que estou sentindo que o duelo de titãs não vai ser na quadra? — disse MiJun segurando o riso.
— Estou com medo de não conseguir chegar vivo até o final. — Junhae riu baixo desviando seu olhar para trás de mim.
— Essa indireta eu não peguei. — cruzei meus braços — Agora façam a parte de vocês e vençam.
— Quando a isso nem precisa dizer. — MinSoo me olhou com um sorriso malicioso — Temos nosso orgulho, não vamos entregar esse jogo.
— Vamos lá. — disse rindo um pouco também.
— Estarei torcendo por vocês. — disse .
— Não vai jogar? — perguntei.
— Não, distendi o músculo da coxa ontem. — ele deu um sorriso travesso — Hoje eu vi só para dar apoio moral.
— Ao time?!
— Não, eles se viram sozinhos. Vim para dar apoio a você. — ele piscou de leve.
— Não sei porque se preocupam tanto comigo, eu estou bem, quem está correndo perigo é ele. — disse me referindo ao meu ex-namorado.
— Por isso mesmo. — ele riu — Sua cara está um misto de, quero matar ele, mas quero um beijo dele.
— Yah, deixe de bobeira, não estou assim.
— Tem certeza?

Eu fiquei um pouco animada com as palavras positivas deles, aquele era meu time e de uma certa forma eu queria que ganhassem, para ser sincera era a primeira vez que estava torcendo contra . Eu caminhei até Yuri e me sentei ao seu lado, de onde estava conseguia ver e a outra auxiliar entre risos e conversas, claro que eu percebia seus olhares estratégicos para mim.

Ele me deixou meio pensativa. Por mais que não quisesse me importar, pelo menos fingiria que não me importo. Por uma fração de segundo meus olhos ficaram fixados no pivô do time dele que era loiro e bonito, fiz alguns comentários para Yuri que ficou rindo de mim. A partida começou e Hwang, nosso garoto prodígio conseguiu pegar a bola primeiro, o primeiro ponto foi garantido com a cesta de três pontos de .

Para minha tristeza devolveu na mesma moeda com o lance seguinte, por dentro eu não sabia se xingava ou aplaudia, ele estava ainda mais afiado e preciso em seus arremessos. Filho da... Como ele podia estar assim tão, tão... Parecia até aquelas evoluções milagrosas de doramas que em um capítulo o personagem se torna ainda mais maravilhoso do que já é.

Foi isso que aconteceu com ? Que ele sempre teria que ser o melhor e se destacar entre todos era um fato, graças às exigências do seu pai, mas não precisava ficar ainda mais charmoso. Aquilo era demais para mim, a cada cesta que ele fazia, seu olhar vinha direto para mim, sendo seguido por uma piscada sedutora e um sorriso singelo.

— Me mata com a faca da cozinha que dói menos. — sussurrei para mim mesma após mais uma cesta dele.
— Até que o jogo está equilibrado, pensei que seríamos massacrados. — comentou Yuri — E está jogando a nível universitário, que louco parece até que joga com eles a muito tempo.
— Sim, ele está mesmo sincronizado com o time americano. — tinha que admitir a realidade que me arrancava os suspiros.

Eles estavam jogando no estilo da NBA, quatro tempos de 12 minutos com dois minutos de pausa, e sempre que tinha a pausa eu entrava em ação levando água e toalha para os jogadores do meu time. Na pausa do terceiro para o último tempo, estava tenso e muito cansado, mas no seu rosto eu conseguia perceber que ele estava se divertindo muito.

Para alguém que sempre passava horas jogando videogame, ele tinha mudado muito depois que entrou para o time de basquete. E eu estava ainda mais impressionada com os membros da Prince Line, eles estavam jogando quase no mesmo nível de .

— Então, não podemos deixar eles ditarem as regras. — disse me entregando a garrafa de água — Vamos mostrar a eles que estamos no mesmo nível.
— Isso aí capitão. — concordou Junhae sorrindo, ele também parecia animado para virar o placar.

E eu estava me divertindo com aquela parte do jogo, eu coloquei as toalhas no lugar e arrastei Yuri para me ajudar a encher as garrafinhas com mais água. Quando voltamos já tinha passado quatro minutos do jogo, o equilíbrio ainda se mantinha, mas o time da escola não conseguia ultrapassar o time americano. Aquele placar foi se arrastando até o último lance do jogo com finalizando com uma cesta de três pontos.

Se eu estava decepcionada? Magina, eu estava frustrada por meu time ter perdido e não sabia o que sentir por ter ganhado. Após o apito final, eu me levantei e saí da quadra sem que percebessem, precisava tomar um ar, Yuri veio atrás de mim, acho que estava preocupada comigo e minha sanidade mental.

— Está tudo bem unnie? — perguntou ela.
— Sim. — eu respirei fundo desviando meu olhar para o pequeno jardim que tinha próximo a quadra — Só não esperava um jogo a nível profissional.
— Então é assim que jogam na universidade. — afirmou ela — Que legal, e estou tão feliz, oppa jogou tão bem.
— Ele realmente tem talento pra isso. — concordei.

Ela concordou com a face e sorriu, os dois era tão fofos junto, meu amigo tinha sorte por ter uma namorada como ela. Passamos alguns minutos falando sobre a universidade, ela ainda estava indecisa entre ficar em Daejeon ou ir para Seoul, mas que estava disposta a escolher um caminho que pudesse seguir com . Aquilo me deixou ainda derretida, aquele sim era um shipp que me emocionava, porém eu notei que em alguns momentos ela queria me perguntar algo.

— Está tudo bem Yuri?!
— Hum, sim. — ela sorriu disfarçadamente — Só que, estou curiosa para saber como está agora, depois de ter visto ele.
— Ah. — eu ri — Eu estou totalmente bem, até que esse jogo foi bom.
— Foi? Mas e oppa?!
— Ele? — eu ri — Foi como se não tivesse lá, estava mesmo concentrada naquele pivô loiro, estou me perguntando se ele tem olhos azuis.
— Então você gosta de loiros? — enfim aquela voz que brota do submundo apareceu atrás de mim.
— Percebi que tenho que refinar meus gostos para garotos. — respondi com ironia.
— Não foi o que perguntei. — retrucou ele.
— Eu vou procurar o oppa. — disse Yuri já se afastando de nós, acho que até ela tinha medo daquele “duelo de titãs”.
— Achou mesmo que seria sempre o centro das atenções? — o confrontei.
— Não, não quero a atenção de todos, só de uma pessoa. — seu olhar estava fixo em mim e o pior, eu conseguia enxergar sinceridade ali — Mas acho que nunca mais terei.

Uau, aquelas palavras tinham me pegado de surpresa, e eu odiava aquela parte dele que sempre me silenciava. Desviei meu olhar para o lado tentando não encarar ele, mais que droga, eu tinha superado ele, eu tinha.

— Você não deveria estar em outro lugar? — perguntei mantendo minha face meio abaixada.
— Vim agradecer. — disse ele serenamente.
— O que? — minha face se moveu automaticamente e eu o olhei não entendendo mais nada.
— Você é meu amuleto da sorte lembra? — ele sorriu de canto, fazendo meu coração se arrepiar.
— Você ainda leva isso a sério. — eu dei um riso forçado desviando meu olhar para o lado.
— Porque não deveria? — sua voz mesmo suave passava um tom de seriedade — ?!
— O que? — eu o olhei novamente — Pare de falar meu nome, você nunca foi assim.
— Pare de agir assim. — ele sorriu de canto novamente e pegando na minha mão me puxou para cima dele, me abraçando — Pare de agir como se não se importasse e me deixe te agradecer.

Eu tentei me afastar dele, porém quanto mais eu o empurrava, mais ele aproximava nossos corpos e sentir aquele perfume, não estava me fazendo nenhum pouco bem.

. — eu sussurrei — Por que está fazendo isso comigo?
— Mianheyo. — sussurrou ele no meu ouvido — Eu sou muito egoísta, pensei que você conseguiria viver sem mim, mas sou eu que não consigo viver sem você.

E como estava minha perna naquele momento? Eu nem sentia elas, eu não sentia mais nada, só meu coração acelerado!

"Quando você me toca, meu corpo inteiro reage,
Eu só posso viver se você está aqui,
Todo dia toda noite,
Eu posso sentir você."
- Beautiful / MONSTA X

Ficamos alguns minutos abraçados, quanto mais eu tentava me afastar, mais ele me trazia para perto de seu corpo. Como eu conseguiria sustentar minha sanidade mental com aquele perfume maravilhoso, sentir seu abraço era um gatilho ainda maior para meu coração acelerar, crueldade comigo.

— Hum. — resmungou uma voz ao nosso lado tossindo.

se afastou um pouco de mim, olhamos para o lado e estavam todos nos encarando, eu respirei fundo colocando a mão na cara de vergonha olhando para chão. Ele estava segurando o riso, certamente amando aquela situação entre nós dois. Todos seguraram os risos e as piadas, acho que no fundo eram solidários ao couple mais complicado daquele grupo.

— Agora que a partida acabou, os veteranos vencedores poderia nos pagar uma pizza. — sugeriu MiJun.
— Concordo, estou sentindo um vazio grande aqui. — Hwang brincou colocando a mão na barriga.
— Você sempre está com fome. — brincou .

Surgiram risos e piadas.

— O que você acha capitão? — olhou para o garoto ruivo.
— Acho que eles merecem. — o garoto riu — Jogaram muito bem.
— Seu antigo time é muito bom, . — elogiou o outro garoto de jaqueta de couro.
— Eu sei. — ele sorriu desviando seu olhar para mim — E além do mais, deixei um bom capitão no meu lugar.
— Agradeço o reconhecimento. — riu segurando na mão de Yuri.
— Somos os melhores de Daejeon. — afirmou Junhae.
— Mas com uma auxiliar como a de vocês, certamente deve haver motivos para ser os melhores. — o pivô loiro lançou um olhar para mim.

Todos ficaram em silêncio. Eu desviei meu olhar para o lado como se não fosse comigo, mas tinha a plena certeza que os olhares de todos estavam em mim e .

— Então, nós vamos boys? Ou preferem ficar aqui parados? — disse a auxiliar do time da universidade.
— Verdade Louise, vamos antes que eu desista de pagar. — anunciou o garoto ruivo pegando sua mochila com o outro garoto de características latinas que estava de boné preto.
— Tenho que admitir, estou com fome também. — o garoto de jaqueta se espreguiçou saindo na frente com o capitão.
— Eu vou pra casa. — disse num tom meio baixo, permanecendo parada.

Todos me olharam surpresos, mantinha seu olhar para a rua.

— Por que unnie? — Yuri se aproximou de mim — Está tudo bem?
— Sim. — assenti — Mas preciso mesmo voltar, meus pais só deixaram participar do jogo.
— Se quiser posso te acompanhar. — disse .
— Não, você estragou seu encontro e agora quer deixar sua namorada? — eu o olhei — Estarei bem sozinha.
— Eu te levo. — disse , sua voz estava um pouco áspera e fria.
— Eu não quero atrapalhar... — comecei a recusar.
— Já disse que te levo. — ele segurou em minha mão me puxando de leve para sairmos na frente.
... — eu fui o seguindo olhando para trás em alguns momentos, o espanto estava na face de todos.

Caminhamos pela universidade até chegarmos na terceira portaria, soltou minha mão e se aproximou de uma moto que estava parada, ele pegou um dos capacetes e esticou para mim.

— Desde quando você voltou a usar uma moto? — perguntei pegando o capacete.
— Desde que entrei para universidade. — ele sorriu de canto colocando seu capacete e montando na moto — Sobe.
— Mas e a sua comemoração? Seus amigos da universidade. — perguntei permanecendo parada o olhando.
— Desde quando eu ligo para comemorações? — ele levantou a aba do visor do capacete, seu olhar veio fundo em mim.
— Mas... — insisti.
— Pare de tentar fazer sua companhia ser indesejada, estou fazendo isso porque prefiro estar com você do que com eles. — ele foi bem direto — Pare de agir como se não soubesse disso..

Eu disfarcei meu sorriso de satisfação. Não daria o braço a torcer e perdoar ele tão facilmente, mas estava feliz por suas palavras. Aquilo tinha me feito pensar no que a tal Louise disse, falava de mim sempre e em todos os treinos, isso significava que ele realmente sentia algo por mim, algo verdadeiro, só era bobo o bastante para tomar decisões erradas.

Subi na moto sem fazer mais nenhum questionamento, ele deu a partida e seguiu, eu estava controlando minhas emoções internas, ainda mais porque tinha que ficar com meus braços envolvidos na sua cintura.  

— Segura mais forte. — disse ele após uma curva.
— Para onde realmente está me levando? — perguntei — Esse não é o caminho da minha casa.
— Não se preocupe, não vou te sequestrar. — brincou ele — Não que eu não queira, mas infelizmente nem tudo que eu quero, eu posso fazer.
— Hum?! — aquilo tinha me deixado desnorteada.

Ele falou isso no geral por causa do seu pai, ou ele realmente queria me sequestrar?

— Porque você me sequestraria? — perguntei.
— Você ainda pergunta. — respondeu ele num tom sério.

Será que ele tinha mesmo ficado com ciúmes de mim? Eu estava adorando essa minha teoria, ele ficava tão fofo quando estava com ciúmes de mim. Mais algumas curvas e aceleração depois, ele parou perto do passeio. Estávamos próximo ao mirante da cidade, descemos da moto e caminhamos um pouco uma pequena trilha até chegar no mirante.

Já estava no final da tarde e o sol estava se pondo, a paisagem estava linda e uma parte da cidade podia ser vista daquele lugar, parou atrás de mim e segurou em minha mão de leve. Aquela parte dele de cachorro sem dono me deixava sem ar, mas eu tinha que ser forte, não cederia assim tão fácil.

— O que achou? — perguntou ele.
— Tirando a falta de comida, tenho que admitir que esta vista é bem melhor do que uma comemoração com pizza. — ri de leve.
— Hum.
— O que foi? — eu o olhei.
— Pensei que você fosse dizer que sim, estar comigo é bem melhor. — sua cara era de frustração.
— Você sabe que seu nível de confiança comigo está bem baixo. — fui direta e sincera.
— Eu sou idiota não é?
— Só agora você percebeu? — coloquei a mão na cintura.
— O que você faz? Como consegue ficar tão linda quando está brava comigo.
— O que? — era brava e indignada.

nem deu tempo, deu impulso e me beijou sem a menor cerimônia. Wae??? Por que ele teve que fazer aquilo?? Meu coração acelerou. Seu beijo ainda tinha o mesmo gosto doce que eu me lembrava. Não sei o que era pior, ceder tão facilmente ou lutar contra, ainda mais com seus braços envolvidos ao meu redor.

Estava tão confortável para mim, que por alguns instantes era como se nossa separação nunca tivesse acontecido, mas aconteceu e as minhas lágrimas tinham muito valor. Por isso ele teria que lutar muito para me reconquistar e claro que eu já sabia seu ponto fraco, o pivô loiro que tinha me elogiado indiretamente.

. — eu o empurrei de leve — Não temos mais um compromisso.
— Me desculpe. — ele deu um passo para trás — Nunca mais farei isso, a menos que você peça.

“Eu já abri o meu coração para você há muito tempo,
Você é tudo para mim, esse é o meu jeito de confirmar,
Eu deveria ser cuidadoso e me amar mais, desse jeito eu nunca irei me machucar.”
- My Answer / EXO

Deu para perceber que ele estava se remoendo naquele momento, relembrar a realidade do nosso rompimento era como um despertar para ele, o que fazia com que se sentisse ainda mais mal por isso. Eu já conseguia ler os olhares e as reações faciais de , ele estava amargurado por ter terminado comigo e sabia que voltarmos de fato não seria fácil.

Ele teria que traçar um longo caminho para voltar ao meu coração, bem ele nunca saiu, mas tinha que merecer ficar no primeiro degrau. Ficamos um bom tempo em silêncio, vendo a cada instante o céu ficar mais escuro, voltamos para sua moto e finalmente ele me levou para casa.

Para nossa surpresa, esbarramos com seu pai e meu pai no hall de entrada, se tivéssemos combinado não teria dado certo, subimos todos para o meu andar, fez uma breve parada no apartamento do professor. Enquanto isso seguimos para o meu, papai e o senhor Dongho ficaram na sala conversando, papai estava empolgado com o novo projeto da empresa que fazia parceria com a empresa do senhor Dongho.

Jinho estava ajudando a mamãe na cozinha, enquanto isso eu fui tomar um banho, até a hora que me tranquei no quarto, não tinha aparecido. Enrolei um pouco para escolher uma roupa para vestir, mas acabei optando pelo básico e confortável moletom de hoje e sempre. Quando saí do quarto e cheguei na sala, já estava jogando no Xbox com Jinho, papai e o senhor Dongho estavam na varanda relembrando algumas histórias de crianças deles.

Minha mãe me puxou pelo braço me levando para a cozinha, eu a ajudei a organizar os pratos na mesa, ela estava se segurando para me perguntar sobre a visita de . Mas meus pensamentos estavam tão distantes, estavam naquele beijo sem propósito que ele tinha me dado, era mais o beijo da insanidade, porque minha saúde mental já estava afetada.

— Está tudo bem? — perguntou minha mãe.
— Sim, estou. — assenti mantendo minha atenção para a mesa.
— Vou chamar os outros. — disse ela.

Concordei com a face me sentando na cadeira, se ele se sentaria ou não ao meu lado, seria uma incógnita. Todos se reuniram à mesa, e se sentou ao meu lado, do outro estava minha mãe, respirei fundo e tentei ser o mais normal possível, não queria levantar nenhum questionamento de ninguém naquele momento.

— O jantar estava maravilhoso como sempre, obrigado pela comida. — disse se curvando de leve.
— Ah, que bom que gostou. — minha mãe sorriu em agradecimento.
— Sim, você é um homem de sorte Joong, sua esposa além de bonita cozinha muito bem. — elogiou o senhor Dongho.
— Seu filho também tem sorte, minha filha cozinha tão bem quanto eu. — disse minha mãe sorrindo meio envergonhada.

Eu me mantive estática, meu olhar estava no prato e continuou, estava com meu coração acelerado, se tivesse contado ao pai dele, meus pais saberiam naquele momento. Tanto eu como a outra parte envolvida estávamos em silêncio, sem saber o que fazer ou falar, olhei de relance para o lado, também estava imóvel.

— Ah, sim, e ela é tão bonita quanto a mãe, acho que só pegou a sua genética. — brincou o senhor Dongho — Porque o Joong não é bonito.
— Claro que sou. — retrucou meu pai — Foi meu charme que conquistou essa bela mulher.
— Parem vocês dois, estou ficando sem graça com tantos elogios.

Eu não sabia se ficava aliviada ou apreensiva, mas estava admirada de como superficialmente o pai de era gentil e carismático, nem parecia aquele homem que causava todo o tormento na vida do filho. Após o jantar, minha mãe nos liberou da cozinha, os adultos iria arrumar tudo, Jinho para o quarto, ele iria ver um campeonato de LoL que iria passar na tv.

foi para a varanda, eu fiquei alguns minutos pensando se deveria ir ou não atrás dele, tomei um pouco de coragem e fui.

— Pensei que não viria. — sussurrou ele de braços cruzados encostado no beiral me olhando.
— Não posso deixar a visita sozinha. — expliquei.
— Vou acreditar nessa teoria. — ele riu — Você não contou, aos seus pais.
— Nem você contou ao seu. — retruquei.
— Eu não costumo conversar com meu pai, para ser sincero só trocamos palavras quando necessário. — ele se virou em direção à rua mantendo seu olhar no horizonte.
— Deve ser complicado isso. — comentei me aproximando, ficando ao seu lado — Você quer que eu conte a eles?
— Você quer contar? — ele desviou seu olhar para mim.

Aquela era uma boa questão, estávamos separados, mas nenhum dos dois queria que as pessoas soubessem, talvez pela esperança que voltarmos a estar juntos um dia.

 

"Para provar nosso amor
Mesmo quando estou ferido, mesmo quando eu caio, ela é a única
Que permanece do meu lado."
- From U / Super Junior



27. Don’t Lie

“Você não pode esconder esses seus sentimentos, yeah
Quer que eu tente adivinhar seus sentimentos?”
- Don't Lie / SM The Ballad (feat. Henry Lau)

Ficamos nos olhando por um longo tempo, até que nossos pais entraram na sala e o senhor Dongho chamou para irem embora. se aproximou de mim com suavidade e por um breve momento, ele encostou seus lábios em minha testa, demorou alguns instantes, mas logo se afastou indo em direção a porta.

Eu fiquei mais alguns minutos na varanda olhando a rua, depois voltei para meu quarto e troquei de roupa colocando meu pijama. Logo minha mãe bateu de leve na porta, perguntando se poderia entrar.

— Querida?! — disse ela entrando — Está tudo bem?
— Sim. — assenti ao sentar na cama.
— Não é o que estou vendo, pensei que ficaria feliz ao ver . — disse ela entrando e fechando a porta — Mas seu olhar está triste.
— Só estou um pouco cansada. — me espreguicei de leve — Foi um dia longo e cheio de surpresas, não estava preparada para tudo que aconteceu, mas tenho certeza que uma boa noite de sono resolve.
— Vou acreditar nisso. — ela me abraçou de leve e sorriu — Mas sabe que se precisar, pode desabafar comigo.
— Eu sei. — sorri para ela — Obrigada mãe!

Ela se afastou e saiu do quarto fechando a porta. Eu me deitei na cama e fiquei um tempo pensando em tudo que tinha acontecido, mesmo feliz por ter visto , ainda estava com raiva dele por ter terminado tudo comigo. Entretanto, mesmo chateada com ele, era impossível não sorri, ou estar eufórica, ainda mais por saber que ele fala de mim todos os dias.

Meu corpo estava mesmo um pouco cansado, tanto que não demorou muito até que peguei no sono, horas depois acordei no susto com meu celular tocando dentro da mochila. Pensei por alguns minutos em não atender, mas me levantei e peguei o celular, olhando o visor era o número dele.

?! — disse ao atender, ele ficou em silêncio do outro lado da linha, já imaginava que ele tinha me ligado só para ouvir minha voz, sorri de imediato por causa disso — Eu estava dormindo, você me acordou.

Eu conseguia ouvir a respiração dele do outro lado da linha, já comecei a imaginar que possivelmente ele poderia ter tido alguma briga com seu pai.

— Você está sem sono? — perguntei inocentemente, mesmo sabendo que ele não iria me responder — Provavelmente sim, eu não sei o que dizer, não vou falar que você jogou muito bem hoje, pois sabe que sim. — respirei fundo tentando pensar no que poderia dizer — Fiquei muito surpresa quando encontramos seu pai no hall do meu prédio, no final da noite nenhum de nós disse a verdade… Hum, você veio só por causa da conferência ou vai ficar para o natal?!

Eu ouvi uma risada baixa vindo dele, já imaginava a resposta.

— Eu não deveria nem atender suas ligações, mas como estou de férias e hoje estou feliz porque vi uma certa pessoa, vou demorar mais um pouco, a não ser que você queria que eu desligue. — disse instigando ele.
Não. — disse ele num tom baixo.
— Olha, ele tem voz. — brinquei fazendo ele rir.

Eu fiquei mais alguns minutos que virou horas falando sozinha ao telefone, porém sempre que perguntava se ele estava dormindo, sua resposta era: “Continue.” O que significa que ele estava com saudade de mim tanto quanto eu estava dele, porém não significava que as coisas seriam tão fáceis assim para ele.

Os dias foram passando, mesmo sabendo que estava na cidade, tentei me manter mais em casa, não queria atrapalhar sua conferência da universidade, menos ainda ter os olhares de todos para nós dois. Porém eu tinha um melhor amigo que adorava fazer piadas da minha cara e me tirar do conforto do meu quarto. era um chato quando não tinha nada para fazer com sua namorada.

— Sério , eu realmente precisava estar aqui? — disse ao chegar na frente da sua casa, ele me esperava no portão.
— Claro que deveria, você é parte do time e hoje teremos uma sessão cinema para comemorar a formatura dos veteranos. — explicou ele pegando no meu braço e me puxando para dentro de casa.
— Yah, seu chato. — eu o segui até entrarmos.

Fomos direto para a cozinha, onde os ingredientes do nosso lanche já estavam nos esperando. 

— Por que será que eu já imaginava que você tinha me chamado para trabalhar. — eu o olhei atravessado — Que belo melhor amigo você é.
— Eu tinha planos de pedir a minha namorada, mas temos um acordo de não envolver mais o basquete em nossos encontros nessas férias, então ela está na casa dos tios agora. — explicou ele colocando um avental da sua mãe em mim — Hum, até que ficou bonita.
— Ha… ha… ha…. — o olhei séria — E seus pais?
— Foram ao cinema, programa de casal, a única coisa que disseram é que eu não poderia colocar fogo na casa, então disse que você me ajudaria.

Balancei minha cabeça negativamente e comecei a ajudar ele a preparar os sanduíches. Curiosamente sem que eu perguntasse, começou a me contar sobre o novo time de , além de contar seus nomes, já que tinha ido a reunião da pizza da vitória. O capitão ruivo se chamava Jeremy, o pivô loiro era o Frank, o cestinha de jaqueta de couro era o Danny e o cara de boné preto era o Mike, a auxiliar eu já sabia o nome, Louise.

Ficamos um tempo preparando tudo ao som de TVXQ, me deixou sozinha na cozinha por um instante e foi para a sala separar os possíveis filmes. Estava tão distraída ouvindo música que nem reparei que alguém tinha entrado na cozinha, assim que terminei misturar o suco natural de abacaxi que tinha feito me virei em direção a porta.

— Oh, o que faz aqui? — perguntei ao ver encostado na porta de braços cruzados.
— Pelo que sei, ainda sou um veterano e fiz parte do time esse ano, sabia que eu era o capitão?! — ele riu.
— Ah, não, não sabia. — me virei para a bancada e peguei a jarra de suco.
— Me deixe te ajudar. — disse ele vindo até mim e pegando a jarra da minha mão.
— Obrigada. — desviei meu olhar para a bandeja de sanduíches que tinha feito.
, pensei que tivesse se perdido na minha casa. — disse ao entrar na cozinha — Ah…
— Que bom que o atual capitão chegou. — eu entreguei a bandeja para — Você leva para a sala.
— Sim senhora. — concordou ele rindo junto com .

Eu deixei eles indo na frente e peguei os dois baldes de pipoca e levei para a sala, Junhae e MiJun já estavam escolhendo filme. Primeiro eles deram a idiota ideia de vermos filme de terror,  mas protestei de imediato fazendo todos rirem de mim, não me importava desde que não fosse nada de terror. Depois sugeriu que fizéssemos uma maratona de filmes do Johnny Depp, então eu concordei com a condição de começarmos vendo Edward mãos de tesoura. 

— Não sabia que você tinha boas mãos para a cozinha . — elogiou MinSoo pegando mais um pedaço de sanduíche.
— Diz isso porque não comeu a comida da mãe dela. — comentou — Até minha mãe pegou algumas receitas brasileiras.
— Yah, . — disse Junhae — Está me dando água na boca.
— Ele só disse a verdade. — confirmou .
— Ok, parem de falar sobre isso, assim como a minha mãe, eu fico sem graça com esses tipos de elogio. — adverti mantendo meu olhar na televisão — Prestem atenção no filme.

Eles riram de mim, porém continuaram cochichando sobre os sanduíches, eu fingi que não estava ouvindo e mantive meu olhar para frente. 

— E tem como prestar atenção no filme com vocês dois trocando olhares a cada minuto. — brincou .
— Yah. — eu o olhei, todos riram — Eu estou mesmo vendo o filme.
— Eu não sei de nada. — fingiu o inocente novamente.
— Quando se casarem, quero ser padrinho. — advertiu — Por ter passado por tudo isso com vocês.
— Então, todos nós seremos padrinhos. — disse Junhae.
— Eu também serei. — protestou .
— Vocês querem parar de determinar o futuro das pessoas. — olhei para eles — Quem disse que vamos nos casar?
— Quem disse que não vamos? — me olhou sério.
— OHHHH!!! — todos em coral.
— Vamos ver o filme? — voltei meu olhar para a televisão, com todos em risos.

O tempo foi passando e sentado no canto da sala, pareceu preocupado com alguma coisa, percebi que ele estava sempre olhando para seu celular, talvez tivesse hora para voltar para casa, ou iria se encontrar com os membros do novo time. Na metade do filme A lenda do cavaleiro sem cabeça, eu me levantei para ir a cozinha pegar mais pipoca, aquele esfomeados já tinham comido tudo que tinha levado no intervalo entre os filmes. Assim que terminei de colocar a pipoca nos dois baldes, senti alguém pegar minha mão e me puxar para a porta de saída para o jardim.

— O que está fazendo ?! — disse assim que chegamos — Por que?
— Seria muito egoísmo dizer que quero passar esta tarde só com você? — disse ele ainda segurando minha mão — Se você quiser é claro.
— Hum, eu não deveria querer. — sorri de canto — Você planejou alguma coisa?
— Bem, minha mãe me pediu para te convidar para o jantar. — disse ele — Antes, pensei em irmos ao shopping para comprar um presente para ela.
— Alguma data especial? — perguntei.
— Não. — ele sorriu — Só quero quero ir ao shopping com uma amiga, podemos ser amigos pelo menos, não é?
— Hum, amigos?! Acho que podemos. — segurei o riso e saí andando na sua frente.

Passamos pela lateral da casa até chegarmos na rua, eu insisti para avisarmos aos outros, porém já tinha cuidado disso também, parecia até que já imaginava que eu iria aceitar seu convite. Assim que chegamos ao shopping, ele segurou em minha mão e começou a me guiar pelos corredores.

— Você está gostando da sua universidade? — perguntei curiosa.
— Um pouco, às vezes ela se torna meio entediante. — respondeu ele dando um suspiro fraco — Para ser sincero, existe uma coisa que aquele lugar não tem, ou melhor, existe alguém que eu queria naquele lugar, mas não está.
— Hum, alguém?! Quem? — indague me fazendo de inocente.
— Você quer que eu diga que é você?! — ele riu de leve mantendo seu olhar para frente — Sim, é você, nenhum lugar será confortável e bom, se você não estiver nele.

Eu sorri um pouco virando minha face para o lado.

— Essas palavras não vão amenizar o que fez. — disse a ele.
— Eu sei, de forma inconsciente eu fiz o que jamais queria fazer. — ele ficou em silêncio por um momento, parecia segurar algumas lágrimas — Me perdoe por ter te feito chorar.
, pare de agir assim. — eu segurei forte sua mão, estava segurando minhas emoções — Não se preocupe, não sou de guardar rancor, então saiba que já te perdoei, mas por enquanto só seremos amigos.

Ele parou por um momento e me puxou me abraçando.

— Por enquanto ser seu amigo é mais do que suficiente. — sussurrou ele no meu ouvido — Mas não vou desistir do seu coração.
— Estou contando com isso. — sussurrei de volta, sorrindo de leve.

“Pergunto-me como pude passar um dia sem você,
Fico curioso pensando o quanto você gosta de mim.”
- Hug / TVXQ (Dong Bang Shin Ki)

Os dias se passaram e teve que voltar para Harvard com seu pai, agora seria oficial sua matrícula em Harvard, já que seu histórico no colégio tinha ficado pronto. Eu não quis nem mesmo participar da festa de formatura da Prince Line, principalmente porque tinha certeza de que me sentiria deslocada vendo os meninos com suas namoradas e eu de vela.

Mesmo que eu tivesse a amizade de e Lira, a maior parte do meu tempo eu ocupava vendo doramas ou jogando com Jinho, assim não pensaria tanto no que possivelmente poderia estar fazendo na universidade. O que piorava quando meus pensamentos se voltavam para aquela auxiliar com cara de oferecida, no fundo tinha que admitir que estava com ciúmes.

No final da tarde recebi uma mensagem de Yuri, ela estava me convidando para ver A bela e a fera no cinema, já que não gostava de filmes de romance. Seria melhor que ficar em casa não fazendo nada, então resolvi aceitar, passar um tempo com Yuri seria legal, afinal em alguns momentos ela ainda tinha alguns olhares de ciúmes.

— Obrigada mesmo por me convidar. — disse a ela após sairmos da sala do cinema.
— Eu que me sinto grata por ter você aqui, não queria ver sozinha e oppa não quis vir comigo, além do mais, ele preferiu ir a uma partida de despedida de basquete com a Prince Line. — explicou ela.
— Sério?! — eu a olhei surpresa — Por que eles não me falaram disso?!
— Bem, eles acharam que você ficaria triste, por causa do oppa, e eu também disse ao oppa que você seria minha companhia ao cinema, que nós meninas precisávamos de um tempo e você de uma folga. — respondeu ela com um sorriso simpático.
— Obrigada por pensar com carinho em mim. — eu a abracei forte — Te considero minha amiga também, mesmo que em alguns momentos tenha ciúmes de mim.
— Mianheyo unnie. — ela se encolheu com vergonha — É que sua amizade com oppa é tão forte e bonita, às vezes sinto inveja.
— Pois não sinta, você não imagina como ele gosta de você. — expliquei a ela sorrindo de leve — Agora vamos, quero tomar um sorvete.

Ela assentiu com a face e me acompanhou em direção a sorveteria, que tinha entre as lojas da praça de alimentação do shopping, fizemos nosso pedido com rapidez e nos sentamos em uma mesa para saborear nossos sorvetes.

— E como vai ficar agora? — perguntou Yuri.
— Ficar o que? — retruquei.
— Você e oppa. — explicou ela.
— Não sei Yuri. — mantive meu olhar no sorvete — Mas eu já me decidi que vou me dedicar bastante esse ano para conseguir minha vaga na universidade. 
— Você vai para Harvard?! — perguntou ela.
— Vou. — sorri de leve me imaginando lá — Tenho um amigo lá que precisa de mim.
— Você gosta mesmo dele, né?!
— Sim. — assenti com a face — Sei que o que ele fez, foi tentando não me fazer sofrer, só que aquele idiota acabou fazendo tudo errado. 
— É visível o quanto o oppa gosta de você. — comentou ela.
— É sim, e por isso eu não vou desistir dele. — suspirei feliz — E você?! Já pensou no que vai fazer depois que nos formarmos?
— Sim. — assentiu ela — Vou para a universidade de Busan, com oppa.
— Sério? Ele vai para lá? — desviei meu olhar para o lado pensativa — Ele nem me falou sobre isso.
— Bem, todos os membros da Prince Line vão para Busan, então é um pouco óbvio que ele vá. — explicou ela rindo.
— Verdade, ele se tornou um Prince Line. — bufei de leve — Aish, está todo metido agora.
— Ele ainda é fofo e gentil. — defendeu ela.
— E você já sabe o que vai cursar? — perguntei.
— Eu gosto de livros e escrever redações, então pensei em fazer jornalismo, para trabalhar em alguma revista de entretenimento. — respondeu ela com firmeza.
— Hum, isso é legal, o eu sei que vai cursar medicina, sua paixão. — comentei — E do jeito que é um nerd, certamente ele vai se dar bem.
— Eu estou apoiando ele na sua escolha, mas às vezes me sinto insegura, medicina é um curso muito trabalhoso, vamos ter pouco tempo juntos. — explicou ela fazendo uma cara triste. 
— Para o amor não há distância ou tempo, veja eu e kyuhyun.
— Verdade, terei que me acostumar, pois quando ele for um residente será ainda pior. — disse ela mantendo seu olhar no sorvete.
— Pense positivo, sempre vai arrumar um tempo para vocês dois. — eu sorri de leve para ela.

Passamos mais algumas horas passeando pelo shopping, vendo as vitrines e rindo um pouco de todas as coisas engraçadas, que aconteceram naquele ano. Pouco após de escurecer, nos encontrou na porta, ele e Yuri iriam jantar na cada dela, após me deixarem em casa.

— Uau, mais já?! — perguntei ao entrar e ver minha mãe e Jinho decorando a árvore de natal.
— Temos que já entrar no clima querida. — respondeu minha mãe sorrindo.
— Não conseguimos te esperar unnie. — Jinho continuou com sua atenção voltada para a árvore.
— Percebi. — eu ri deixando minha bolsa no sofá e indo ajudar eles — Tem espaço para mim também?
— Mais é claro. — minha mãe riu um pouco — Como foi o cinema das garotas?
— Foi bom, o filme é lindo como o desenho. — respondi pegando alguns enfeites para colocar na árvore — Foi legal passar esse tempo com a Yuri, fico tanto tempo no meio dos meninos do basquete que acabo me esquecendo que sou uma menina.
— Meu Deus, que isso. — minha mãe riu junto com Jinho — Não sabia que era tão dramático assim ser assistente do time de basquete.
— Tem seu lado positivo e negativo. — admiti.

Nós ficamos mais algum tempo no meio da sala arrumando a árvore, depois minha mãe inventou de fazer festival de panquecas. Quando meu pai chegou, estávamos todos rindo da bagunça que estava a cozinha, ele jogou sua maleta no sofá, retirou a gravata e se jogou na nossa bagunça. Tivemos um ótimo momento em família aquele dia, de alguma forma eu conseguia perceber que eles se esforçavam ao máximo para me manter perto da família, assim não sentiria tanta falta do meu pesadelo.

Mais dias se passaram, até que finalmente chegamos ao esperado natal. Mesmo que a ceia seria na casa da família de , minha mãe fez questão de preparar sua tradicional torta de frango. Quando chegamos, a casa de já estava cheia de rostos conhecidos, porém o que eu queria ainda não estava ali.

— Que bom que finalmente chegaram. — disse vindo até mim — Pensei que desistiria do natal.
— Acha mesmo que meus pais deixariam? — eu ri de leve — Onde estão os outros? Aqui na sala só tem adulto.
— Estão jogando na biblioteca do andar de cima. — respondeu ele — Vamos?
— Claro, se eu ficar minha mãe me pega pra ajudar na cozinha.

pegou de leve em meu braço e me puxou para a escada rindo, quando chegamos no cômodo da biblioteca, a Princi Line já estava ali acompanhados de suas respectivas namoradas, até mesmo Yuri já estava presente e também. Aparentemente, eles estavam em um campeonato de Mortal Kombat e pelo placar Junhae estava ganhando.

— Annyeonghaseyo. — disse ao entrar.
— Yah, finalmente. — gritou Hwang — Achamos que não viria, não podemos passar o natal sem nossa auxiliar preferida. 
— Ata, eu sou a única. — disse a eles indo até Yuri.

Todos riram um pouco. Abracei Yuri e cumprimentei as meninas líderes de torcida e namoradas deles: HaRi, Chohee, Yejin e Sooyong.

— Curiosamente perguntando, onde está a Taeyeong? — perguntei — Vi os pais dela lá em baixo.
— Ah, ela passou em uma audição que fez para ser trainee de uma empresa, ela quer se tornar modelo ou atriz. — explicou Chohee.
— Hum. — desviei meu olhar para a janela — Ela leva mesmo jeito para modelo, é tão fotogênica.
— E bonita. — completou Yuri — Unnie, você já fez seu pedido de natal?
— Já, fiz esta madrugada. — assenti mantendo meu olhar no céu — Estava indecisa no que pedir.
— E qual foi? — indagou ela.
— Ah Yuri, se eu contar não vai se realizar. 

“Mesmo que o tempo passe ou mesmo que tudo mude,
Eu prometi que estaria ao seu lado.” 
- Angel / Teen Top

Nós rimos baixo, enquanto todos estavam concentrados no campeonato de game, eu e Yuri continuávamos a falar sobre o natal, ela estava me contando sobre quando foi para a casa dos seus avós na ilha de Jeju. Não demorou muito até que a mãe de subiu e nos chamou para o almoço, tinha que admitir que já estava faminta.

Antes de eu sair do quarto, Sunny a irmãzinha que entrou no quarto e me abraçou, fiquei sem reação inicialmente, porém retribui o abraço.

— Você chegou agora?! — perguntei com a esperança dele estar na sala.
— Sim. — assentiu ela — O papai foi buscar a mim e a mamãe, viemos com ele.
— Hum, só vieram vocês?
— Sim, oppa ainda não chegou de viagem. — explicou ela já sabendo o motivo da minha pergunta.

Eu segurei de leve em sua mão e descemos as escadas juntas, assim que me aproximei da senhora Seohyun, lhe deu um abraço apertado desejando feliz natal. Ela me entregou discretamente um bilhete que aparentemente seria de e que eu deveria ler após o almoço, longe de todos. Agradeci com um sorriso discreto e me aproximei dos meus pais, guardado  bilhete no bolso da calça.

A comida estava muito saborosa, a mãe de também era muito boa na cozinha, acho que era dom das mães cozinharem bem. Fiquei sentada entre Jinho e Sunny, que não paravam de falar sobre a animação O poderoso chefinho, eles tinham tantos assuntos de criança, e eram tão fofos conversando que comecei até shippar os dois.

Mesmo que todos estivessem concentrados em suas conversas e na festividade de celebrar o natal, eu conseguia sentir os olhares discretos de todos em minha direção. Alguns sabiam a atual situação entre mim e , porém outros nem imaginavam que nós dois não estávamos mais namorando. 

Em um certo momento de distração de todos quando os jovens subiram novamente para a biblioteca, as crianças foram assistir televisão e os adultos começaram a conversar sobre assuntos chatos, eu consegui escapar para o jardim com a ajuda da Seohyun ajumma. Retirei o bilhete de do bolso e li baixo, era o endereço do meu prédio, porém estava escrito o número do apartamento do professor Han.

De forma silenciosa e extremamente discreta, peguei minha bolsa e meu casaco que tinha deixado no canto da sala e saí, peguei um táxi em direção a minha casa, estava curiosa para saber o que ele tinha tramado para aquele natal. Assim que cheguei no prédio, entrei correndo no elevador e só me senti aliviada quando cheguei em frente a porta do apartamento do professor Han.

Respirei fundo e quando ia bater, a porta se abriu.

— Boa tarde. — disse o professor ao abrir.
— Boa tarde professor Han. — meu curvei de leve em cumprimento — Eu...
— Eu sei. — ele riu um pouco — Assim que o porteiro me avisou da sua chegada já imaginei — ele esticou outro pedaço de papel — me deixou este bilhete para te entregar.
— Só?! — admito que estava um pouco desapontada, esperava ver ali.
— Bem, leia primeiro e se deixe frustrar depois. — aconselhou ele me olhando de forma gentil.
— Obrigada professor, feliz natal. — eu peguei o papel e me voltei para o elevador.
— Feliz natal. — disse ele da porta.

Assim que entrei novamente no elevador, abri o segundo bilhete e li, era o endereço da cafeteria da tia dele, me senti um pouco mais motivada. Assim que cheguei na rua, peguei um ônibus que por sorte passava ali e estava indo na direção que eu queria, demorei mais alguns minutos para chegar ao meu segundo destino.

Desta vez, não iria correr, mesmo que minha curiosidade estivesse muito alta, ao entrar na cafeteria, olhei discretamente para os lados e me sentei esperando sua tia, Sora ajumma aparecer. Logo que ela apareceu, seu olhar veio de encontro ao meu, ela sorriu e pegando uma caixa que estava em cima da bancada, veio em minha direção.

— Feliz natal . — disse ela colocando a pequena caixa na minha frente — Uma pessoa me pediu para te entregar este presente.
— Obrigada ajumma. — disse dando um sorriso meio desanimado — Eu gostaria que essa pessoa me presenteasse pessoalmente.
— Hum… Eu aconselharia você abrir ele. — disse ela me dando um abraço de leve e se afastando da mesa.

Eu respirei fundo abrindo o embrulho, dentro da pequena caixa tinha alguns bombons com mais um bilhete, neste estava escrito uma frase um tanto enigmática.

“No final do arco-íris tem um pote de ouro.”

— O que ele quis dizer com isso? — perguntei para mim mesma ao ler.

Olhei rapidamente no verso da tampa e tinha outro endereço, o da casa dele. Então comecei a pensar que não teria ninguém lá para me receber, já que sua mãe estava na casa de . Logo um sorriso se abriu em minha face, a resposta mais óbvia era que o próprio estaria lá me esperando.

Eu tampei novamente a caixa e saí correndo, peguei o primeiro táxi que vi pela frente e segui para casa da senhora Seohyun. Assim que cheguei, ao tocar na porta me lembrei que uma vez a Seohyun ajumma tinha me falado a senha, então digitei e abri. Quando entrei, aparentemente não tinha mesmo ninguém, até que olhei para a escada e vi alguns papéis coloridos picados formando um caminho pelo chão.

Eu segui as escadas seguindo o caminho dos papéis, quando cheguei no hall dos quartos, estava parado virando para a janela, olhando o horizonte. Desci um pouco meu olhar e vi que meu scrapbook estava em sua mão, ele tinha guardado meu presente de viagem, e certamente tinha lido minha carta de confissão.

— Você demorou. — disse ele mantendo seu olhar na janela, deveria estar vendo meu reflexo — Comecei a pensar que não viria mais.
— Caça ao tesouro é na páscoa, não no natal. — retruquei dando alguns passos até ele — Custava sua mãe dizer que você estava aqui?
— Se não fosse assim, não seria eu. — ele se virou e me olhou com carinho e intensidade ao mesmo tempo — Além do mais, seu presente de natal não estava aqui.

“Quero te dar todo o amor que há no mundo,
Ainda que isso esteja apenas nos meus sonhos,
Meu coração continua como antes.” 
- Hug / TVXQ (Dong Bang Shin Ki)



28. All My Heart

“Eu tenho medo de que você vá embora. 
Eu não deixaria você ir, 
Como eu posso manter-te aqui?” 
- All My Heart / Super Junior

Pabo, quando ele iria perceber que meu presente era ele? me pegou pela mão e puxando para ele, me abraçou rindo de leve. 

— Por que está rindo, seu bobo?! — sussurrei me aninhando em seus braços.
— Estou pensando, como pode uma garota ficar tão linda quando está irritada. — ele riu um pouco mais.
— Yah. — eu me afastei um pouco batendo em seu braço — Pabo.
— Vai me dizer que ficar naquela festa com todos nos olhando seria melhor? — perguntou ele.
— Hum, pode ser que você esteja meio certo. — cruzei os braços desviando meu olhar dele.
— Meio certo?! — ele riu colocando suas mãos em meus braços — Eu não viria hoje, só estou aqui por você.

Levantei minha face e o olhei. 

— Vai ficar até o ano novo? — perguntei.
— Não. — respondeu ele suspirando fraco — Mas, vamos nos concentrar no hoje, é natal e quero fazer uma maratona de filmes com você.
— Maratona de filme? — eu ri — Vamos ver filmes o resto do dia?
— Hum, você tem algo em mente. — ele deu um sorriso malicioso.
— Não, ver filmes é a melhor coisa que existe para se fazer no natal. — concordei.

Ele começou a rir e pegando em minha mão, me levou até seu quarto, nossa sessão cinema seria deitados em sua cama, vendo os filmes pelo notebook. Para minha surpresa, fez até pipoca para o lanche quando chegamos ao terceiro filme, foi divertido até que em algum momento eu dormi em seus braços.

Foram mesmo longas horas de sono, tanto que ao acordar no meio da noite, espreguicei meu corpo me sentindo estar no meio da cama. Ergui a cabeça e vi sentado na cadeira ao lado da porta folheando meu sketchbook. Respirei fundo e olhei para o lado procurando meu celular, que aparentemente estava desaparecido.

— São sete da noite e seus pais sabem que está aqui. — respondeu ele permanecendo com sua atenção no caderno.
— Hum?! — o olhei admirada da sua tranquilidade ao falar.
— Minha mãe pediu a eles para você dormir aqui hoje, assim não teria que voltar tarde para casa. — explicou ele ao fechar o sketchbook e colocar dentro da sua mochila — Eu vou dormi no quarto da Sunny, e minha irmãzinha vai dormi com minha mãe.
— Nossa, que cavalheiro. — brinquei rindo de leve — Não precisava disso, se ainda são sete da noite, eu posso voltar para casa.
— Pensei que quisesse ficar o máximo de tempo comigo. — retrucou ele sorrindo de canto.
— Hum. — dei de ombros e olhei para a janela — Não é o contrário?

Ele riu um pouco e caminhou até mim.

— Você é uma amiga muito especial para mim, bem… — ele sibilou um pouco — Acho que quero sim passar o máximo de tempo com você.
— Acha?! — eu o olhei séria cruzando os braços.
— Já disse que sua beleza quando está séria é incomum? — ele sorriu de canto — Apesar de amar seu sorriso.
— Pare de querer me ver séria. — segurei o sorriso que queria sair naturalmente — Sua mãe está aqui?
— Sim, está vendo tv com Sunny. — respondeu ele — Por que?
— Hum, só curiosidade, seu pai estava no almoço. — comentei.
— Ele me buscou no aeroporto. — explicou ele.
— E como foi sua matrícula? Tudo correu bem?
— Sou oficialmente um aluno de Harvard, do curso de administração. — respondeu ele tentando mostrar satisfação.
— Olha, congratulations. — eu sorri para ele.

Nós ficamos em silêncio por um tempo, até que ele caminhou em direção a janela.

— Junhae me disse que não foi a formatura deles. — comentou ele.
— Hum.. Formatura é um ritual de despedidas, há algum tempo comecei a odiar despedidas. — expliquei me sentando na cama.
— Ah. E pretende faltar a sua formatura no próximo ano? — perguntou ele desviando seu olhar para mim.
— Não sei, nem mesmo sei se conseguirei passar. — me espreguicei um pouco novamente — O sistema acadêmico coreano sabe ser cruel com seus alunos.
— Passei por isso. — ele riu — Mas acredite que a universidade é pior.
— Yah. — fiz careta para ele — E você, como é estar em Harvard e entrar para uma fraternidade?
— Normal, pessoas que nunca vi na vida, professores chatos, é um lugar legal apesar de estar incompleto. — jogou uma indireta.
— Que pena, eu estava interessada em ir para lá, mas como é normal eu acho que vou para Oxford. — brinquei segurando o riso.
— Harvard é normal, mas e Oxford não tem a mim, sou que faço de Harvard o melhor lugar. — ele piscou de leve para mim me fazendo rir.
— Aish, bobo. 

Ficamos conversando mais um pouco sobre a universidade e o time de basquete, claro que eu sempre mencionava o pivô loiro, de nome Frank, para deixar ele com ciúmes. Não demorou muito até a senhora Seohyun entrar no quarto com uma bandeja com lanche para nós dois, ela estava com um sorriso tão singelo em sua face, assim como eu, ela parecia estar feliz ao ver ali.

— Komaweyo, ahjumma. — disse ao pegar a xícara de chá.
— Komawo omma. — disse ao pegar a bandeja da mão dela e colocar sobre a cama — Agora vá descansar.
— Sim querido, amanhã você viaja cedo.  — assentiu ela.
— Já?! — desviei meu olhar para .

Agora estava entendendo porque ele queria ficar sozinho comigo, tínhamos somente um dia juntos. Ahjumma me deu um abraço de boa noite e um leve beijo na testa de , depois saiu do quarto acompanhada dele, aparentemente Sunny estava desmaiada no sofá e ele teria que carregá-la até o quarto da mãe.

Esperei até retornar para que comer junto com ele. Estava gostoso os sanduíches com patê de atum que a ahjumma tinha preparado, me lembrava os que levava para as festas de escola quando criança. Após terminarmos de comer, ele levou a bandeja para a cozinha, demorou alguns minutos para voltar ao quarto, algo que me deixou extremamente curiosa.

— Você demorou. — comentei assim que ele entrou.
— Não deixaria a louça suja para minha mãe lavar. — explicou ele rindo — Estava preocupada comigo?
— Eu não. — dei de ombros — Foi só curiosidade.
— Hum. — ele ficou um pouco sério — Ainda é natal.
— E o que tem? — perguntei.
— Você não me deu meu presente. — disse ele.
— Por que eu teria que dar? — perguntei segurando o riso.
— Amigos se presenteiam. — respondeu ele esticando a mão.
— Mas eu não comprei nada para você. — expliquei me sentindo confusa — Estava na dúvida se viria ou não.
— Não tem desculpa, quero meu presente. — insistiu ele.
— O que você quer de presente?
— Um beijo. — sugeriu ele.
— Amigos não se beijam.
— Eu não disse onde. — ele deu um sorriso malicioso.

Fiquei o olhando por um tempo, mordi meus lábios.

— Ok, vou de dar um leve beijo no rosto. — concordei fazendo minhas regras.
— Tudo bem. — assentiu ele.

Eu me aproximei lentamente, ficando ao seu lado. Assim que dei o impulso em meu corpo para beijar sua bochecha, virou o rosto no mesmo instante, fazendo meus lábios tocarem os dele. E até poderia poderia me afastar, mas assim como ele, eu desejava aquele beijo, só não iria admitir, mas consenti ao sentir seus braços abraçando-me pela cintura.

… — eu sussurrei me afastando dele.
— Obrigado pelo presente. — disse ele sorrindo de leve.

Confesso que não tive coragem de falar mais nada, até eu estava feliz com o “presente”. perguntou se eu queria fazer outra maratona de filmes, mas eu já estava sentindo minhas pálpebras pesadas novamente, não queria dormir, porém se víssemos algum filme eu dormiria sem resistir.

Então ficamos deitados na sua cama olhando para o teto, enquanto ele me contava algumas curiosidades que quando era criança e montou a Prince Line. O nome do grupo era literalmente porque todos os membros eram apelidados de príncipes por serem sempre cavalheiros e gentis com a meninas e professoras. Eu ri um pouco quando ele me contou que tinha se apaixonado pela sua professora de francês aos dez anos.

Foi então, que comecei a pensar no quanto se esforçava para fazer sua vida ser um pouco divertida, já que seu pai o forçava a ser o filho e aluno exemplo desde criança. Comparada a minha vida cheia de mudanças e novas escolas, eu estava bem com o apoio e amor dos meus pais, já ele só tinha sua mãe e Sunny para apoiá-lo, pela primeira vez estava contente por ter a Prince Line como válvula de escape.

Descobri que antes de eu aparecer em sua vida, seus amigos eram quem mais recebiam ligações suas no meio da madrugada. Por um breve momento, saber sobre suas infância e como seu pai sempre o cobrou chegar a perfeição, me fez ficar triste e com raiva do senhor Dongho. 

?! — disse ao acordar na manhã seguinte.

Olhei para o chão e tinha algumas cobertas ao lado da cama, o que me fazia imaginar que ele não tinha realmente dormido no quarto de Sunny. Me levantei da cama me espreguiçando e saí do quarto, estava mesmo querendo saber se ele já tinha ido embora sem se despedir. Desci as escadas correndo e Sunny estava vendo tv na sala.

— Sunny.
— Bom dia unnie. — disse ela ao sorrir para mim.
— Onde está ? — perguntei.
— Ele já se foi. — disse Seohyun ahjumma ao entrar do corredor que ia para a cozinha.
— Como? Como ele vai sem dizer um até logo. — suspirei frustrada, aquele era o pesadelo que eu conhecia.
— Sabe que não gosta de despedidas. — ela sorriu meio sem graça — Mas, ele pediu para dizer que graças a você teve uma boa noite de sono.
— Só isso?! — estava sim muito frustrada.
— Ele deixou um bilhete na escrivaninha também. — completou ela.

Eu me virei e subi a escada correndo, entrei novamente em seu quarto e peguei o bilhete. 

“Apesar de poder sonhar com você, passar a noite te vendo dormi foi mais divertido, você sorri enquanto dorme.” 

Eu ri espontaneamente e dobrando o papel, guardei no bolso, peguei meu celular e joguei dentro da minha bolsa que tinha ficado na poltrona do hall dos quartos e misteriosamente estava em cima da escrivaninha.

Assim que voltei para a sala, com minha bolsa e o casaco nas mãos, a ahjumma me convidou para tomar o café da manhã com ela. Mais uma surpresa, ela sabia que e eu tínhamos dormido no mesmo quarto, já que ele tinha deixado a porta entreaberta, para que ela não se preocupasse. 

Os dias foram se passando e finalmente tinha chegado o último dia do ano, meus pais estavam animados para festejar a virada na recepção que o pai de estava dando em sua cobertura. Porém eu decidi ficar em casa, não estava com muito clima de animação para festas, menos ainda passar a noite em claro, após dias fazendo minhas maratonas de doramas na Netflix.

tinha passado mais cedo para me fazer as felicitações adiantas, acompanhado de Yuri que estava muito bem vestida e mais linda ainda do que já era. Definitivamente meu melhor amigo tinha encontrado uma garota legal para ser sua namorada, eu estava feliz por ele e ainda mais feliz por Yuri ter se tornado uma amiga para mim. Curiosamente este ano eu havia feitos mais amigos do que todos os outros, talvez morar em Daejon não tenha sido tão mal assim!

Quando faltava dois minutos para a virada do ano, meu celular tocou. Era a inusitada chamada internacional, que lá no fundo eu esperava receber, pensei por um momento em demorar para atender, porém minha mão apertou o botão automaticamente.

— Yeobosseyo. — disse ao atender, me sentando na cama.

Eu conseguia ouvir sua respiração, mesmo com um certo barulho vindo do fundo, comecei a imaginar que talvez ele estivesse em alguma festa da sua fraternidade ao da universidade mesmo. Fiquei um pouco chateada e irritada ao pensar que a tal auxiliar do time dele pudesse estar ali também.

— Se for para ficar em silêncio, vou desligar agora mesmo. — adverti.
Eu só queria terminar e iniciar um ano com você. — sua voz tinha traços de tristeza, porém transmitia a mesma firmeza e intensidade de sempre.
— Você sabe que estamos há pouco mais de 12 horas de diferença. — comentei — Vou virar o ano primeiro.
Não me importo, só quero estar com você. — sussurrou ele novamente.

Meu coração acelerou um pouco, talvez eu tenha sido um pouco rude com ele. Mas estava feliz por dito aquela palavras tão calorosas.

Happy New Year. — disse ele num tom mais baixo ainda. 

Logo o som dos fogos de artifício começaram a surgir tanto do outro lado da ligação, como na rua em frente o meu prédio. Mesmo que eu não conseguisse nem mesmo ouvir sua respiração naquele momento, eu não desligaria aquela ligação até que ele mesmo fizesse isso. O que resultou em muitos minutos em silêncio, até que finalmente a sessão de fogos terminasse do meu lado.

— Este ano, darei o meu melhor para estar ao seu lado em Harvard. — disse com um tom de promessa.
Esperarei ansiosamente por você. — assentiu ele.

Um espontâneo sorriso apareceu em minha face. Coloquei minha mão em meu coração de leve o sentindo se acalmar um pouco, o ano mal havia se iniciado e eu já estava pensando no seu fim para poder me formar no colégio. Ficamos mais algumas horas entre risos aleatórios e silêncio, até que eu adormeci no meio da ligação.

Acordei assustada e o celular estava do meu lado, eu olhei para a tela e a ligação ainda estava ativa, coloquei ele no ouvido e antes que eu pudesse dizer alguma coisa.

Bonjour. — disse ele — Dormiu bem?!
, você não desligou?! — eu estava um pouco admirada com aquilo — Sua ligação, você vai pagar muito caro por ela, ligações internacionais são caras.
Vale a pena o sacrifício. — disse ele tranquilamente — Foi como se eu estivesse ao seu lado, te vendo dormir.

Filho da mãe, a cada minuto ele me fazia gostar ainda mais dele. Como eu conseguiria agora me fazer de difícil? Ri de leve sem entender o por quê.

— Vou tomar café agora, tenho que desligar.
Estarei aí no seu aniversário. — disse ele.
— Isso quer dizer que só vou te ver no mês que vem. — conclui não muito feliz.
Sim. — confirmou ele — E te darei o melhor presente de todos.
— O que será? — perguntei.
Segredo. — ele desligou sem me deixar ao menos insistir.

Aish! Ele sempre conseguia me irritar de alguma forma. 

“Eu vou me tornar o homem
Em que ela pode acreditar
E esquecer todo o resto.
Você é a única para mim.”
- Onde for Me / SHINee



29. Creo en Ti

“Por causa de você, meu coração é colorido,
No mundo em preto e escuro, no momento em que tento fechar meus olhos,
Você faz minha vida colorida.” 
- Colorful / SHINee

Quase 1 ano depois…

— Por que parece que estou indo para guerra? — perguntei ao sair do quarto com a mochila nas costas.

Estava sentindo um peso enorme sobre mim.

— Porque você está em guerra contra os vestibular. — minha mãe riu de mim e esticou as barras de cereal que tinha comprado para que eu comesse durante a prova.
— Omma, não é momento para brincadeiras, menos ainda para rir da sua filha. — bufei — Não poderia somente de desejar boa prova com um fighting? Eu já estou nervosa por não ter passado em Harvard, agora tenho que lutar para conseguir uma vaga em Yonsei.

Cruzei os braços emburrada e frustrada.

— Deixo isso com seu pai. — ela gargalhou — Meu lado brasileiro não me deixa ser de outra forma, perco a filha, mas não perco a piada.

A olhei contrariada enquanto ria de mim.

— Você é realmente minha mãe? — estava indignada.
— Querida, você precisa relaxar um pouco. — ela segurou em minha mão — Sei que está triste por não ter passado em Harvard e não poder estudar perto do , mas isso não é o fim do mundo. Todos os seus outros amigos foram para Yonsei, e e Yuri também irão com certeza, você não estará sozinha.
— Agora sim, falou como uma mãe. — eu a abracei.
— Fique tranquila e faça uma boa prova. — aconselhou ela — Tudo ficará bem.

Assenti e me virei para meu pai.

— Podemos ir appa. — disse com segurança.

Tanto eu, como Yuri e faríamos prova no mesmo lugar. Chegamos cedo e ficamos conversando um pouco até que o sinal bateu e entramos para a sala de provas. Confesso que estava nervosa no início e queria muito que as horas não passassem tão rápido, e ao final da prova saí com minha cabeça explodindo de dor. Minha mãe ficou do lado de fora me esperando, pois papai tinha que ir trabalhar.

Como eu estava com fome, passamos na cafeteria da ajumma Sora, o melhor lugar da cidade para comer tortas saborosas. Para nossa surpresa, a mãe de estava lá com Sunny, estavam de saída no momento em que chegamos. Eu a cumprimentei com um abraço e a pequena Sunny também. Antes de partirem, ajumma Seohyun me disse que tinha uma grande surpresa para mim, mas que só iria saber no meu próximo aniversário.

Eu não conseguia imaginar que tipo de surpresa aquele bobo poderia fazer. Eu estava chateada ainda por ele não ter aparecido no meu aniversário de 17/18, tudo culpa da universidade dele. E também não tinha tido coragem de contar a ele que não tinha passado nas provas de Harvard, mas isso era outra história. Agora estava curiosa para saber que planejava para meu próximo aniversário.

— E como foi a prova ? — perguntou Sora ajumma assim que nos sentamos.
— Acho que fui bem, nunca estudei tanto e me preparei tanto como esse ano. — respondi — Espero que consiga desta vez.
— Tenho certeza que sim. — disse ela — Você é uma jovem muito empenhada.
— Komawo, pela confiança. — disse a ela.
— E o que vão querer comer? — perguntou ao se aproximar de nós.
? — o olhei surpresa — O que faz aqui?
— Estou visitando minha mãe. — respondeu ele com um sorriso bobo.
— Me visitando? — ajumma riu — Esse menino só está em Daejeon porque tem um trabalho aqui.
— Trabalho?
— Sim, sou o melhor DJ do país, vou participar do Festival de Kpop da cidade. — explicou ele.
— Parabéns melhor DJ. — brinquei.
— E o que o melhor DJ nos sugere para comer? — perguntou minha mãe entrando na brincadeira.
— Torta de nozes com chocolate. — disse ele.

Nós aceitamos sua sugestão e comemos bem.
Quando voltamos para casa, Jinho estava sentado no sofá jogando como sempre, papai mandou uma mensagem dizendo que não conseguiria chegar cedo naquele dia. Ajudei minha mãe com o jantar, porém mantendo meus pensamentos todos longe dali.

Tinha se passado quase 1 ano após se mudar para Harvard, e eu só tinha visto ele duas vezes naquele tempo todo. Claro que ele sempre me ligava de madrugada, para não perder o costume, trocávamos mensagens e muitas fotos também. Mais semanas se passaram… Assim como o natal e o ano novo… Todos sem a presença de , não sabia o motivo do seu silêncio nem porque não vinha para a Coreia nas datas comemorativas.

. — disse ao chegar no hall do prédio — Quando o porteiro disse que estava aqui, fiquei intrigada.
— Que isso cunhada. — ele riu — Eu te disse que viria antes de ir para Busan.
— Tinha me esquecido.
— Vamos dar uma volta?
— Claro.

Nós seguimos para rua.

— Ainda me sinto meio tensa quando me chama de cunhada. — confessei.
— Pode até não ser oficial, mas não tem como, você e sempre serão um casal. — ele riu novamente — O casal mais complicado que já conheci.
— Isso é verdade. — concordei.

Errado ele não tava. 

— E você? Já achou a garota dos sonhos? — perguntei curiosa.
— Ainda não, mas estou a procura. — ele suspirou — Pelo menos estou feliz por ter conhecido você, a novata estrangeira.
— Nossa, a quanto tempo eu não ouço isso, novata estrangeira. — ri baixo — Ele me chamava assim todos os dias.
— Estou impressionado, você conseguiu atrair a atenção dele tão rápido. — comentou.
me contou que ele já tinha me visto antes. — comentei — Acho que isso conta.
— Ah, é verdade, a menina que derramou suco na camisa dele.
— Juro que não foi intencional.
— Mas foi o gatilho pra ele ficar interessado. — ele riu — Vocês vão voltar oficialmente né?
— Não sei, disse a ele que só seria sua namorada de novo quando ele me provasse que não me afastaria de novo. — expliquei — Não podemos viver um relacionamento com essas ações malucas dele, nem seus pensamentos de que vai me machucar, ele não é o Dongho.
— Ah… Mas tenho certeza que aprendeu a lição. — ele estava seguro em suas palavras — E por sua sugestão, ele até está tentando esquecer o passado e perdoar o pai.
— Isso me deixa feliz.
— E além do mais, o que meu primo mais quer agora é estar sempre ao seu lado, disso eu não tenho dúvidas.

Meu coração se aqueceu ao ouvir aquilo. 
Os dias foram seguindo até o meu aniversário. Eu estava feliz e de mudança para Seoul com meus amigos, nossa vaga em Yonsei tinha saído e nos juntaríamos aos veteranos do Prince Line. A mãe de se juntou a minha para fazer um almoço especial de comemoração, não somente pelas vagas em Yonsei, como também pelo meu aniversário. Algo que contou com a presença de todos do nosso grupo de amigos, até os veteranos vieram de Seoul para nos prestigiar. 

— Admita , você estava com saudade de nós. — brincou Junhae.
— Vou pensar nisso. — brinquei — E como é Yonsei?
— Aposto que melhor que nas fotos que eles nos mandaram. — disse .
— Vai se preparando , nosso time de basquete te aguarda. — avisou Hwang.
— Pode deixar hyung, estou pronto para o time da universidade. — assegurou .
— Desde quando você chama eles de hyung?! — perguntou a voz vinda de trás de mim — O que mais eu perdi?
— Hyung! — MiJun abriu um largo sorriso.
— Oi. — disse com tranquilidade.
— Quando chegou? — perguntou ao se levantar do sofá e ir abraçá-lo.
— Hoje de manhã. — o olhar de veio em minha direção.
— E o que faz aqui? — perguntei de forma rude.

Estava chateada com ele.

— Vim trazer seu presente. — disse ele.
— Está um ano atrasado. — cruzei os braços.

Todos ficaram nos olhando com atenção.

— Eu sei, mas… — ele se ajoelhou diante de mim e mexeu no bolso da calça — Da última vez que nos vimos, você disse que voltaria a ser minha namorada quando eu provasse que jamais tentaria te afastar de mim novamente.
— Sim. — eu não estava entendendo aquele gesto — Mas o que está fazendo ajoelhado?

Os cochichos estavam presentes ao nosso redor.

— Não quero que seja somente minha namorada. — ele retirou uma caixinha do bolso e abriu, revelando um anel — Quero que seja minha esposa… Aceita se casar comigo?
… — eu não sabia o que dizer.
— Gente, eu acho que devemos deixá-los sozinhos para resolverem isso. — disse .
— Tem razão. — concordou .

Em silêncio todos se retiraram da biblioteca da casa do e ficaram no corredor nos observando.

— Eu não sei o que dizer. — sussurrei — , temos menos de 20 anos, o que vou dizer aos meus pais sobre isso? Vão achar que estou grávida. E nem fizemos nada. 
— Isso é verdade. — ele se levantou e permaneceu com a caixa na mão — Mas, não consigo pensar em outra coisa.
— Mas eu nem passei em Harvard. — sussurrei novamente — Não tive coragem de te contar.
— Eu já sabia. — confessou ele — Sua mãe me contou.
— O que?
— Ela estava preocupada com você.
— E sabendo disso ainda me pede em casamento? Como vamos viver?
— Aí vem minha surpresa. — ele sorriu de canto — Pedi transferência, agora sou um aluno veterano da Universidade de Yonsei.

De surpresa, fiquei estática, mas com o coração acelerado.

— Como conseguiu convencer seu pai?
— Disse a ele que seria melhor para minha formação estudar aqui no nosso país e ser estagiário na filial da empresa da nossa família, assim poderia unir a teoria na prática, começaria conhecendo todos os setores. — explicou ele — Ser funcionário do ano.
— Por que fez isso?
— Ainda pergunta. — ele segurou em minha mão — Não vamos ficar mais nem um ano separados… Mas, só se você ainda me quiser.
— Não como namorado?! — perguntei.
— Não como namorado. — ele sorriu de canto com malícia — O que acha?
— É muita loucura, mas… — mordi o lábio inferior — Eu também quero estar para sempre ao seu lado.

Eu peguei a caixinha e me aproximando mais, o beijei com suavidade. 
Sim. 
Esta era a minha resposta para ele. 
Mesmo com nossos altos e baixos, mesmo com seu medo bobo de me magoar como seu pai fez com a ajumma. Eu sabia que os sentimentos de por mim eram os mais sinceros e honestos possíveis, meu coração estava feliz por sua surpresa. E mesmo brincando comigo dizendo que seu presente não era o pedido de casamento, e sim o anel dentro da caixinha, era o melhor presente que poderia ganhar.

— Eu te amo. — disse ele.
— Eu também te amo. — afirmei sem medo.

Logo ouvimos gritos de festa vindo do corredor. Olhamos para a porta lá estavam todos em festa e felizes por nós. 

Lá no fundo, me senti pronta e preparada para iniciar uma nova estava da minha vida. E estaria ao meu lado, ambos na companhia de nossos amigos.

"Creio em você,
E neste amor,
Que me fez indestrutível,
Que deteve minha queda livre." 
- Creo en Ti / Lunafly

Amor: Ainda que sejamos feridos, ainda que não sejamos compreendidos por nossa família, existe algo bem maior que cicatriza nossas feridas e cura nossas dores. O amor é o mais sublime sentimento, que nos leva até mesmo a perdoar quem nos feriu um dia. 
[ I coríntios 13 ]



FIM?!



Nota da autora:
Annyeonghaseyo pessoa linda que está lendo, essa é oficialmente minha primeira fic colegial e gosto muito dela, espero que tenham gostado também! Passei muito tempo me perguntando como eu iria finalizar ela, se deixaria o final em aberto ou não, e acabei deixando, foi mais forte que eu. kkkkk... Já deixo meu agradecimento a querida Jane, amiga da minha tia que mora na Coréia e que tem me ajudado bastante em minhas pesquisas. E convido a todos a lerem minha outra fic colegial cristã Princess of God!!!
Em breve quem sabe mais linhas desse casal complicado, pq a autora gosta.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




Outras Fanfics:
SAGA Continuum
| Bellorum | Cold Night | Continuum | Darko | Dominos | Fallin | Paradise Kiss | Sollary Hospital | Sollarium | The Beast |
- Fundadores
| The Sollarium - Aurora | The Sollarium - Branca de Neve | The Sollarium - Cinderela | The Sollarium - Jasmine | The Sollarium - Mulan | The Sollarium - Rapunzel | The Sollarium - Tiana | The Sollarium - Tinker Bell |
De Época
| Manhã de Primavera | Noite de Verão | Madrugada de Outono | Tarde de Inverno || Beauty and the Beast | Beauty and the Beast II | 12. Brown Eyes | Londres | Cingapura |

PRINCIPAIS
| Amor é você | Coffee House | Coffee Prince | Crazy Angel | Destiny's | Finally Th | First Sensibility | Genie | Gotham | Hillsong Girl | I Need You... Girl | Invisible Touch | Lady Lewis | Love Shot | Midnight Blue | Moonlight | My Little Thief | Noona Is So Pretty (Replay) | Photobook | Princess of GOD | Smooth Criminal |
*as outras fics vocês encontram na minha página da autora!!



CAIXINHA DE COMENTÁRIOS

O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Para deixar seu comentário, é só clicar AQUI. A autora agradece!


comments powered by Disqus