Finalizada em ou Última atualização: 08/02/2021

My Little Thief

Istambul, Turquia
- Inverno de 2016

Nossa história começa com um homem chamado Dean, um membro solitário e desgarrado da família Bellorum que resolveu criar sua própria família de ladrões profissionais. O homem conhecido também como senhor D, reuniu 7 prodígios e os treinou da forma mais impecável possível. Entretanto, uma se destacou entre eles sendo denominada como LT. Uma mulher habilidosa e talentosa que executou os roubos mais improváveis e intensos de sua vida, até que se aposentou forçadamente… Não, forçadamente é uma palavra forte para isso, a primeira LT simplesmente encontrou um álibi perfeito que se tornou seu único objeto de desejo.

Mas, e Dean? O homem agora precisava se contentar com apenas 6 prodígios e as novas aprendizes que conseguiu. Isso, até seu caminho se cruzar com uma jovem ladra de rua de Istambul. A audaciosa garota tentou roubar-lhe a carteira entre a multidão da rua mais movimentada da cidade turca. Justo ele, o mestre em roubos considerados impossíveis.

— Qual o seu nome?! — perguntou Dean, ao arrastá-la para um beco isolado e pressioná-la contra a parede — Para quem trabalha?
— Me solta, por favor. — disse a jovem com um olhar temeroso.
— Diga seu nome. — Dean elevou sua voz, mostrando um olhar intimidador.
— Não tenho nome, senhor, e não trabalho para ninguém, eu juro. — a jovem se mostrou ainda mais assustada e com medo dele — Por favor, só estava com fome.

Dean a soltou, dando dois passos para trás. Olhar para aquela jovem indefesa e tão habilidosa fez sua mente ferver de ideias e expectativas. Ele estava possivelmente diante da sua nova LT. Um sorriso de canto nebuloso se formou no canto de seu rosto, juntamente com as inúmeras possibilidades que poderia ter com uma nova aquisição. Uma pedra bruta que ele teria o prazer de lapidá-la. A jovem permaneceu estática com medo do que pudesse acontecer com ela.

— Venha comigo, pequena criança, eu posso te ajudar. — ele estendeu a mão para ela — Prometo não lhe machucar.

A jovem olhou para sua mão estendida. 
Para alguém que vivera nas ruas toda a sua existência até ali, que mal aquele homem poderia lhe fazer. Logo sua barriga mostrou os sinais da fome, já há dois dias sem comer, ela só desejava ao menos um pão para se alimentar. Sem nome, sem família, sem dinheiro e perspectiva de futuro. Ela sobrevivia dia após dia se escondendo entre os becos da cidade, dormindo nos telhados longe de homens que pudessem abusar dela e roubando para se alimentar. Esta era sua rotina diária, desde que se entendia por gente. 

Sua mãe, aparentemente, era uma mulher da noite, que havia sido levada ao país para trabalhar oferecendo serviços sexuais. Um bebê indesejado nasceu e para não ser morta juntamente com a criança, a mulher deixou a recém-nascida dentro de uma caixa de sapatos em um beco escuro. O lugar se tornou seu lar, ao ser amparada por um senhor em situação de rua. Sendo já de idade, o senhor fez o que pode para protegê-la. Porém, após uma tempestade resultado em um resfriado que nunca passava, aos dez anos a pequena garota sem nome, perdeu seu único amigo na vida, quem tinha como vislumbre de pai.

Diante de todos os pensamentos sobre sua vida até ali, ela ergueu sua mão e segurou a dele. Dean sorriu de canto e guiou a jovem até seu carro, levando-a para o hotel em que se hospedara. Após um banho quente e roupas novas e limpas, a jovem pode desfrutar de um banquete preparado especialmente para ela. Em seus dias de rua, nunca imaginara que viveria aquilo, menos ainda tivesse tanta comida à sua disposição.

— Obrigado. — sussurrou ela, ao se sentir satisfeita pelo que havia comido.
— Que bom que se alimentou bem. — Dean se manteve parado, com as mãos no bolso e observando-a — Descanse um pouco, daqui alguns dias vou lhe apresentar uma pessoa.

Ela assentiu com a face, sem entender quem ele poderia apresentar a ela. Mesmo com medo e não confiando no homem, a garota sem nome só desejava aproveitar ao máximo os confortos que lhe eram oferecidos. No dia seguinte, Dean fez o check-out no hotel, pegou suas malas e seguiu para seu jatinho particular levando a garota consigo. Assim, chegou ao seu destino, o aeroporto particular que tinha em Moscou.

— Não acredito que me fez vir aqui em pleno inverno. — disse Medy, a primeira LT, ao descer do carro que a buscara no aeroporto — Então aqui é sua nova base de treinamento?
— Olhe como classifica minha nova casa. — disse Dean ao abrir um largo sorriso.

Mesmo não dizendo, ele estava com saudades de ver aquele rosto novamente. Guiando-a até o hall de entrada da casa, a mulher parou por um momento e olhou em volta.

— E qual o motivo da minha vinda? — perguntou ela — Sabe que não posso sair da aposentadoria.
— Eu sei, não se preocupe, manterei minha palavra dada a sua nova família, seu marido não precisa ficar apreensivo. — garantiu ele.
— Hum. — ela arqueou a sobrancelha — Então?!
— Preciso que treine uma garota. — ele foi direto.
— De novo? Eu já não treinei aquele grupo? — perguntou ela.
— Elas não alcançaram minhas expectativas. — explicou ele.
— Eu disse que as cinco não conseguiriam substituir uma. — ela deu um sorriso audacioso — Ainda mais eu.

Medy sabia muito bem quem era para ele, seu diamante raro.

— Você é a melhor que já tive, confesso e admito, por isso, preciso que ela seja ainda melhor que você. — pediu ele num tom amigável — Impecável e sem defeitos.
— Sem defeitos você quer dizer, sem álibis que a roube de você. — ela soltou uma risada sarcástica.
— Não deboche de mim, tenho muito apreço por você. — repreendeu ele.
— Tudo bem, me mostre sua nova filha. — pediu Medy.

Dean a guiou até a sala, onde a jovem sem nome permanecia sentada no sofá aguardando por ele. 

— Medy, quero que conheça , nossa nova LT. — apresentou ele com um tom empolgado — Ela é toda sua pelos próximos meses.
— Onde a encontrou? — perguntou Medy.
— Em Istambul, ela tentou roubar minha carteira. — respondeu ele.
— E conseguiu?! — indagou a mulher, voltando seu olhar para jovem.
— Sim, porém a vi através do reflexo da vitrine de uma loja. — explicou ele.
— Nada mal, vamos ver do que ela é capaz. — Medy abriu um sorriso nebuloso.

--

Lá estava , sentada na banqueta do bar olhando na direção das mesas de roleta. Seus olhos procuravam o atual dono do seu primeiro objeto de desejo. Lins, um ex sliter que subiu na vida e atualmente era um dos diretores das Indústrias Baker. Um homem importante dentro da Continuum, mesmo não sendo de família fundadora. Seus esforços e habilidades o levaram até aquele nível. E a jovem precisava recolher algo que o homem carregava consigo todo o tempo: seu relógio de bolso. Um objeto mais de afeito do que de valor agregado.

— Vai , você consegue. — sussurrou para si, ao avistá-lo entrando no salão de jogos acompanhado de duas mulheres.

Ela poderia muito bem tentar seduzi-lo ao disputar sua atenção com as duas mulheres. Seria algo fácil pois LT lhe ensinou muito bem a como conquistar a atenção de um homem como ele, além da sua beleza natural lhe ajudar. Entretanto, tinha uma atração por desafios e queria pegar o caminho mais difícil. Tomando o último gole do seu drink, se afastou do bar seguindo em direção a mesa da roleta. 

— 17 preto. — disse ela num tom firme e seguro, ao colocar suas duas únicas fichas no número e cor.

O homem ao seu lado a olhou sem nenhuma discrição. O interesse foi despertado, quando o mesmo jogou parte de suas fichas no mesmo número e cor dela. sorriu de canto, mantendo sua discretamente sua atenção em que passava de mesa em mesa. Como o dono do cassino mais rentável de Las Vegas, Lins precisava conferir de tempos em tempos o bom andamento do lugar. Afinal, seus negócios isolados vieram antes da diretoria Baker.

— Parabéns senhor e senhorita. — disse o funcionário, tido como o dono da mesa, assim que a bolinha parou exatamente no palpite deles.
— Uau, eu sabia que uma mulher linda como você, me daria sorte. — disse ele, se achegando mais perto dela.
— Hum… E você acha que posso lhe dar mais sorte? — perguntou ela, recolhendo as fichas que ganhara.
— Tenho certeza. — disse ele.
— Que tal jogar tudo, no vermelho 14? — sugeriu ela.

O homem sorriu e olhou para o funcionário, então arrastou todas as fichas ganhas na última aposta como também as que mantinha guardadas.

— Vermelho 14. — disse ele convicto.
— Senhor Johnson, tem certeza? — perguntou o funcionário.
— Tenho, esta bela mulher me dará sorte. — assentiu ele convicto de suas palavras.
— E a senhorita?! — o funcionário a olhou.
— Deixarei toda a minha sorte para ele. — disse ela, ao observar a aproximação de .
— Tudo bem.

Assim que a roleta foi girada, se colocou de pé ao lado do funcionário, propositalmente de frente para , que manteve seu olhar um pouco mais abaixado. Suas intenções não era que o homem ganhasse e sim, que perdesse tudo para que gerasse algumas distrações com sua reação alterada.

— Jogando aquilo que não possui novamente Johnson? — perguntou , movendo seu olhar para — Apenas para impressionar uma mulher bonita?
— Eu vou ganhar e quando ganhar, jogarei essas fichas em você. — disse o homem confiante.
— Estou curioso para saber se vai mesmo ganhar. — disse .

Em um piscar de olhos, uma breve confusão surgiu na direção da mesa de poker. Chamando a atenção e o olhar de todos. Foram os três segundos de maior adrenalina na vida de . Sentada em local estratégico, nem as câmeras puderam pegar seus movimentos rápidos e precisos. Quando o olhar de todos voltou para a roleta, lá estava a bolinha perfeitamente posicionada no vermelho 14.

— Isso!!! — gritou Johnson em euforia por ter ganhado o dobro do que apostara — Você quer suas fichas agora ?

disfarçou o sorriso. O que ela queria já havia conseguido, distração.

— Desconte o que ele deve nas fichas ganhar, e lhe entregue o resto. — se mostrou insatisfeito com o resultado, porém não indagaria no momento.

Assim que o homem pegou suas fichas, convidou para tomar alguns drinks no bar do terrado. Um espaço vip somente para os melhores clientes do cassino. Ela aceitou de imediato e o acompanhou. Foram pouco mais de uma hora ouvindo o repetitivo Johnson falando sobre seus negócios em Vegas como corretor de imóveis. Ela fingia dar atenção a ele, porém seu foco era em que sorrateiramente apareceu no espaço vip para cumprimentar um cliente vip de família importante da Continuum.

— E então, eu comprei as duas Mercedes, com o dinheiro do iate que vendi. — continuava Johnson em seu monólogo entediante.
— Você é realmente um homem de negócios. — comentou ela, só para disfarçar.
— Você ainda não viu nada… Tudo que eu quero, eu tenho. — disse ele, com um tom mais intenso.

Ela sorriu de canto, ao observar que a atenção de estava nela. Então, olhando novamente para Johnson, pediu que a esperasse retornar um pouco, pois precisava retocar a maquiagem no banheiro feminino. Seus passos afastando-se do homem pareciam o desfile de uma modelo na passarela de tão precisos e seguros. Saindo do terrado, seguiu pelo corredor em direção ao banheiro. Tudo estava saindo milimetricamente calculado por ela. Até que a barrou no meio do caminho, segurando firme em seu pulso direito, a pressionando contra a parede.

— Quem é você e quem te mandou aqui?! — perguntou ele, num tom sério e frio.
— O que?! — fez um olhar assustado e temeroso, o mesmo que fizera quando conheceu Dean.
— Responda. — a voz dele se elevou mais um pouco.
— Eu não sei do que está falando. — disse ela, mantendo-se focada em seu teatro.
— Não sei o que veio fazer aqui, mas sei que não é nossa cliente. — argumentou ele — Assim como também sei que foi você que colocou a bola no vermelho 14. Para quem você trabalha?
— Como pode ter tanta certeza?! Um cliente não pode ter sorte? — perguntou ela, se mostrando inocente a acusação.
— Você sabe que não, as roletas são feitas para girar como a banca quer. — ele deixou seu olhar mais intenso para ela — Por isso sei que você fez a troca.

Por essa não esperava. 
Ou pelo menos a mudança em seu olhar o fez achar que havia pego ela. Ela manteve o olhar fixo nele, demonstrando não mais estar com medo e o deixando intrigado. Tudo parte do seu plano friamente premeditado.

— Então uma mulher como eu não pode ser independente? — retrucou ela, de forma enigmática — Homens são tão egocêntricos que acham que não podemos trabalhar sozinhas.
— O que veio fazer aqui, porque nós dois sabemos que Johnson não é o seu alvo. — disse ele, confiante em suas indagações — Sei que tem me observado desde a hora que me viu.
— Que ganancioso por atenção feminina, acha mesmo que o mundo gira em torno de você? — contra argumentou ela, sorrindo de canto — Senhor Lins.
— Se sabe quem sou, então eu sou seu alvo. — ele estava correto, de certa forma.

Entretanto, ela jamais o deixaria sair com a razão.

— Quem não sabe quem é você? O dono desse cassino, o próprio funcionário do bar disse seu nome completo para um casal, que sentou perto de mim. — ela soltou uma risada baixa — Isso não o faz ser meu foco de atenção.

Ela se soltou dele e fez questão de se aproximar um pouco mais.

— Nem toda mulher o deseja, Lins. — sussurrou ela em seu ouvido, fazendo-o arrepiar o corpo, então se afastando um pouco — E cuidado com as que desejam seu dinheiro e status.
— Quem é você? — a única reação que ele conseguiu ter.
— Terá que descobrir por si só. — respondeu ela, mantendo a firmeza no olhar e sinuosidade na voz.
— Senhor Lins, temos um problema com o cliente Johnson. — disse uma funcionária ao se aproximar de ambos, atraindo o olhar dele.

voltou seu olhar novamente para , que se mantinha serena em sua face.

— Eu vou descobrir quem você é. — assegurou ele, antes de se afastar.

manteve o sorriso no rosto. Mais do que satisfeita por ter conseguido com sucesso seu primeiro roubo. Assim que desapareceu do seu campo de vista, ela ergueu a mão com o relógio de bolso dele, que segurava.

— Tenho certeza que vai descobrir quem sou eu. — sussurrou ela, guardando o relógio dele em sua bolsa de mão — A nova LT.

Eles dizem
Tudo com moderação
E às vezes você tem que ceder à tentação
Então eu deixo um pino na minha localização
Vamos rolar os dados.
- Roulette / Katy Perry




FIM?!



Nota da autora:
E vamo de mais Continuum, com uma nova aquisição, nossa LT acaba de se juntar a saga. Uma loucura que eu pensei para conseguir dar vida a esse ficstape!! Espero que tenham gostado.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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