FFOBS - 2002, por Lari Castellan


2002

Última atualização: 66/06/2024

Primeira Parte:
Letra e Música


Era uma típica tarde de sexta-feira e estava a caminho da casa de , um ritual semanal para o grupo de amigos. A garota caminhou pela familiar calçada que levava à casa do amigo, uma trilha que ela conhecia tão bem quanto as melodias que tocava no piano. As ruas de Londres estavam agitadas com o movimento do fim de semana que se aproximava, e a música que escapava dos fones de ouvido dos transeuntes era um mix de pop e rock alternativo. A brisa de outono soprava suavemente, carregando consigo o cheiro de folhas molhadas e terra úmida. carregava consigo uma bolsa de ombro pequena, suficiente para levar o essencial: seu celular flip, um MP3 player e um gloss labial.

A ausência dos pais de naquela tarde significava uma coisa: a casa seria toda deles, para fazer… um trabalho em grupo. :(

A casa de era quase uma segunda casa para ela, um lugar onde ela era tão querida quanto qualquer membro da família. Subindo as escadas, os sons de risadas e música dos anos 2000 preenchiam o ar. O quarto de era um santuário geek; as paredes estavam adornadas com pôsteres de bandas como Blink-182, Green Day e Justin Timberlake em seus dias de 'N Sync. Uma prateleira ao lado da cama exibia uma coleção impressionante de CDs, com álbuns que iam de Linkin Park a Britney Spears, e um aparelho de som antigo que funcionava melhor que nunca.

Chegando ao quarto, foi recebida por um coro de ‘e aí’ dos garotos. , e já estavam lá, espalhados pelo quarto de .

"Vocês viram o novo clipe do Eminem na MTV?” perguntou , enquanto trocava o CD do aparelho de som. "O cara é um gênio.” O garoto, reparou, havia mudado bastante desde que o tinha visto antes das férias. Seu cabelo cacheado estava maior e caía sobre seus olhos azuis. A garota sentiu seu coração acelerar quando trocou olhares com o garoto. Ele sempre foi atraente desse jeito?

concordou enquanto pegava seu violão. "Sim, mas vocês precisam ouvir o último álbum do Coldplay. É incrível.”

, deitado no tapete, folheava uma revista de jogos. "Falando em incrível, alguém quer jogar um pouco de ‘GTA’? Acabei de passar para a próxima fase.”

sorriu, observando seus amigos. "Cê não tá de cheat de novo né, ?”
ergueu as mãos em defesa própria, um sorriso travesso brincando em seus lábios.

"Eu juro, desta vez é tudo habilidade pura,” ele disse, provocando risadas entre eles.

balançou a cabeça, divertida com a insistência de . "Vou acreditar em você…” ela respondeu, ainda sorrindo.

"E como está o McFly?” perguntou desviando a atenção.

Foi então que respondeu a garota. "Enviei nosso CD demo para uma gravadora,” ele disse, seu olhar varrendo o rosto de cada um de seus amigos. "Agora é só esperar.”

Um silêncio ansioso se instalou. A possibilidade de um futuro além dos sonhos pairava no ar, tão palpável quanto as notas que tocavam juntos. sentiu seu coração bater no ritmo da esperança, uma melodia que só eles podiam ouvir.

"Seja o que for que aconteça,” ela disse, "estamos nisso juntos.”

"E você?” Perguntou . "Quando vai gravar algo?” ficou ansiosa.

hesitou, a pergunta de tocando um nervo sensível. "Eu… eu não sei,” ela começou, sua voz trêmula com uma mistura de nervosismo e excitação. "Talvez um dia, quando eu sentir que é o momento certo.”

se inclinou para frente, oferecendo um sorriso encorajador. "Você tem um talento incrível, . Não precisa esperar por um ‘momento certo’. O momento é agora.” retribuiu o sorriso.

concordou, colocando o violão de lado. "Ele está certo. Você deveria estar lá fora conosco, compartilhando sua voz com o mundo.”

sentiu um calor crescer dentro dela, alimentado pelas palavras de apoio de seus amigos. "Talvez vocês estejam certos,” ela admitiu, permitindo-se considerar a possibilidade. "Vou pensar sobre isso.”

A conversa se desviou para planos futuros e sonhos, cada um compartilhando suas esperanças e medos. E enquanto falavam, percebeu que, com amigos como aqueles ao seu lado, talvez ela realmente pudesse encontrar a coragem para dar o próximo passo em sua jornada musical. Acabou que naquela noite nenhum trabalho foi feito, mas tudo

Naquela noite, a atmosfera de concentração deu lugar a outra coisa. Os livros e papéis de geografia foram deixados de lado, substituídos por dados poliédricos e fichas de personagem. O trabalho em grupo foi esquecido enquanto eles faziam as fichas de RPG. Entre risadas e lances de dados, a noite passou, e o trabalho de geografia? Bom, esse ficaria para outro dia.

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A noite havia caído sobre Londres, e as estrelas começavam a brilhar no céu noturno quando e deixaram a casa de . "Posso te acompanhar até em casa, se você quiser,” ofereceu, uma preocupação genuína em sua voz.

sorriu, agradecida pela companhia. "Pode ser,” ela respondeu, enquanto começavam a caminhar pelas ruas tranquilas do bairro.

A amizade entre os dois era antiga. No início, eles eram apenas colegas de escola que compartilhavam uma paixão pela música, mas à medida que passavam mais tempo juntos, descobriram que tinham muito mais em comum. Eles começaram a se apoiar em momentos difíceis, celebrar as conquistas um do outro e compartilhar sonhos e medos. As sessões de estudo se transformavam em longas conversas sobre a vida, e os ensaios da banda se tornavam uma desculpa para passar mais tempo juntos. Eles riam, discutiam sobre filmes e músicas, e até mesmo ajudavam um ao outro em questões amorosas.

Com o tempo, a amizade deles se aprofundou ainda mais. Eles se tornaram confidentes, compartilhando segredos que não contariam a mais ninguém. e aprenderam a ler as entrelinhas das palavras um do outro, a entender os silêncios e os olhares. Eles se tornaram indispensáveis na vida um do outro, não apenas como amigos, mas como parte essencial de suas histórias pessoais.

Essa evolução foi marcada por momentos de alegria e desafios, mas cada experiência serviu para fortalecer o vínculo entre eles. A amizade deles se tornou um testemunho do tempo, resistindo às mudanças e permanecendo constante, um porto seguro onde ambos podiam sempre retornar.

Quando enfrentou o término com Olivia, foi o ombro amigo em que ele se apoiou. Ela ouviu, ofereceu palavras de conforto e ajudou-o a ver que, apesar da dor, haveria um novo começo. Da mesma forma, estava lá para em um dos seus momentos mais vulneráveis. Quando viu seu namorado beijando outra garota no estacionamento do cinema, foi quem correu para seu lado, oferecendo apoio e compreensão sem julgamentos. Ele a ajudou a recolher os pedaços de seu coração partido, lembrando-a de sua própria força e valor. Era como se os dois fossem almas gêmeas da amizade. Eles sabiam que, não importa o que acontecesse, poderiam contar um com o outro para enfrentar as tempestades da vida.

Enquanto caminhavam lado a lado, a conversa fluía naturalmente entre eles. "Você foi incrível hoje no RPG,” disse animado, com um sorriso. "Aquele feitiço que você lançou salvou todos nós.”

riu, lembrando-se do momento. "Eu só segui o que o manual dizia. Mas foi divertido ser heroína por uma noite,” ela admitiu.

O assunto mudou para a vida e os sonhos que tinham para o futuro. "Às vezes, eu gostaria que a vida fosse mais como um jogo de RPG, sabe? Com missões claras e a chance de rolar os dados novamente quando as coisas dão errado,” refletiu.

"Seria mais fácil, com certeza,” concordou. "Mas acho que é o inesperado que torna a vida interessante.” tremia um pouco de frio e o garoto notou. Prontamente retirou seu moletom e entregou a ela sem dar tempo dela recusar.

envolveu com seu moletom, e o calor do gesto pareceu se espalhar além do tecido, criando uma proximidade que não estava lá antes. "Melhor?” ele perguntou, sua voz mais suave do que pretendia.

assentiu, envolvendo-se no moletom que ainda retinha o calor de . "Muito, obrigada,” ela disse, encontrando os olhos dele. Havia uma gratidão ali, mas também algo mais, uma centelha que nem mesmo as estrelas acima poderiam ofuscar.

Eles continuaram a caminhar, agora mais próximos um do outro. A conversa sobre RPGs e a vida deu lugar a um silêncio confortável, preenchido apenas pelo som dos passos e pelo ocasional sussurro do vento.

Quando chegaram à porta da casa de , ambos hesitaram, nenhum dos dois querendo quebrar o encanto da noite. "Eu sempre me divirto com você, ,” disse, sua voz baixa. "É como se… como se você entendesse partes de mim que eu mesmo não entendo.”

olhou para ele, seu coração batendo mais rápido. "Eu sinto o mesmo, . É como se…” Ela parou, as palavras se perdendo em seu olhar.

Por um momento, eles ficaram ali, olhando um para o outro, o mundo ao redor desaparecendo. Então, quase sem pensar, ambos se inclinaram para frente, atraídos por uma força que parecia inevitável.

Mas, assim que seus rostos se aproximaram, um carro passou pela rua, seus faróis iluminando a cena e trazendo-os de volta à realidade. Eles se afastaram rapidamente, o momento quebrado, mas o olhar que trocaram prometia que a conversa sobre o que quase aconteceu estava longe de terminar.

"Boa noite, ,” disse finalmente, sua voz um sussurro.

"Boa noite, ,” respondeu, antes de se virar e caminhar de volta para a escuridão da noite, o coração pesado com o que poderia ter sido.

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, com sua natureza amável e talento inegável, tinha um lugar em vários círculos sociais. Ela era acolhida pelos artistas, respeitada pelos esportistas e admirada pelos professores. No entanto, sua lealdade aos garotos — , , e — a mantinha ancorada fora do círculo dos populares.

Ela poderia ter sido uma estrela por conta própria, mas escolheu a companhia daqueles que realmente a entendiam. Eles eram sua verdadeira audiência, aqueles que aplaudiam não apenas suas performances, mas também suas ideias e sonhos.

Os garotos, por sua vez, eram indiferentes à popularidade. Eles encontraram refúgio um no outro, um grupo que valorizava a inteligência e a criatividade acima de tudo. Eles não precisavam da aprovação dos outros.

Essa situação não fugia dos olhos de Heather, a amiga super popular de . A garota lembrava muito a Kate Moss (e a lembrava disso com frequência). Era como se Heather fosse o cisne e a o patinho feio. Não que fosse feia. Ela só era meio translúcida (para não falar invisível) socialmente.

Flashback on


-Você sabe, . Eles são inteligentes e legais, mas socialmente… bem, você viu o que aconteceu quando me envolvi com o ,” Heather lembrou enquanto se olhava no espelho do banheiro feminino, referindo-se ao breve romance que custou a ela alguns preciosos seguidores no MySpace.

-Eu não ligo para isso - insistiu, mas uma parte dela sabia que Heather tinha um ponto.

-Você vai se importar, eventualmente. Infelizmente, o mundo funciona assim. Você pode ser a melhor, mas precisa dos contatos certos para ter sucesso. - Heather concluiu fechando a embalagem do gloss depois de passá-lo e saindo sem nem olhar para trás, deixando com uma verdade incômoda para ponderar.

Flashback off


Era o começo do último ano deles na escola, todos do grupo escolheram uma matéria em comum: música. tentava viver sua carreira e vida solo. Ela ansiava por algo mais, algo que pudesse chamar de seu. Sua carreira solo, seria um lugar onde ela podia ser inteiramente ela mesma, sem concessões ou compromissos.

Enquanto isso, os garotos — , , e — eram a personificação da harmonia. Juntos, formavam uma banda que era mais do que a soma de suas partes. Eles eram como engrenagens em um relógio bem-oleado, cada um desempenhando seu papel com precisão e entusiasmo. Seus ensaios eram uma harmonia de risos, acordes e batidas que se transformavam em música que tocava a alma.

era sua maior fã. Ela estava lá desde o início, testemunhando cada falha e cada triunfo. Ela os via não apenas como seus amigos idiotas que estavam sempre fazendo piadas sem graça, mas como músicos talentosos, destinados a grandes palcos. Ela aplaudia do lado de fora, orgulhosa e um pouco maravilhada, sabendo que o mundo ainda não tinha ideia do que esses garotos eram capazes.

Os corredores, uma vez repletos de risadas despreocupadas e passos apressados para a próxima aula, agora ressoavam com uma melodia mais contemplativa. Havia uma sensação palpável de que algo grande estava prestes a acontecer, não apenas o fim de um capítulo, mas o início de uma nova jornada.

Os alunos do último ano moviam-se com um propósito renovado, cada um imerso em seus próprios sonhos e planos para o futuro. As salas de aula eram santuários de criatividade, onde jovens músicos, atores e artistas davam vida às suas visões. As notas de piano, os acordes de guitarra e as linhas de baixo se entrelaçavam, formando a trilha sonora de suas vidas em transição.

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No dia seguinte, os corredores da escola pareciam mais estreitos para , cada passo ressoando com a tensão do que quase aconteceu entre ela e . Heather, sempre perceptiva, notou a mudança imediatamente.

"O que está acontecendo, ? Você e o estão estranhos hoje,” Heather perguntou, sua curiosidade misturada com preocupação.

suspirou, o peso do segredo a fazendo sentir-se ainda mais isolada. "Quase aconteceu algo entre nós ontem à noite,” ela confessou, as palavras saindo mais rápido do que pretendia.

Heather arregalou os olhos, surpresa e ansiosa por mais detalhes. "Quase o quê? Vocês se beijaram?”

"Quase,” admitiu, seu rosto corando com a memória. "Mas fomos interrompidos antes que pudesse acontecer.”

tentou se misturar com os outros alunos nos corredores, mas era uma tarefa inútil. a avistou, e com um sorriso que ela conhecia tão bem, ele se aproximou. Quando ele ficou tão bonito? Ele sempre foi assim? Será que estava ficando louca?

"Oi, ,” disse , sua voz casual, mas seus olhos revelando uma faísca de algo mais.

sentiu seu rosto esquentar e, instintivamente, buscou Heather com o olhar, que lhe lançou um olhar encorajador. "Oi, ,” ela conseguiu dizer, forçando um sorriso que esperava parecer natural.

Heather, percebendo o desconforto da amiga, interveio com uma graça salvadora. ", você viu o novo episódio de Twilight Zone” e assim, a conversa desviou, dando a um momento para recuperar o fôlego e se recompor.

Com um misto de alívio e hesitação, Y/N estendeu o moletom para . "Aqui está, obrigada por ontem à noite,” ela disse, tentando manter a voz firme.

aceitou o moletom, seus dedos roçando os dela brevemente. "Sem problemas, qualquer coisa,” ele respondeu, seu olhar demorando-se nela por um segundo a mais do que o necessário.

Antes que pudessem dizer mais alguma coisa, irrompeu na cena, ofegante e com os olhos brilhando de excitação. "Pessoal, vocês não vão acreditar,” ele começou, tentando recuperar o fôlego. "A gravadora entrou em contato. Eles querem marcar uma reunião!”

A notícia atingiu todos como um raio. A tensão do momento entre Y/N e foi rapidamente substituída por uma onda de adrenalina e antecipação pelo que estava por vir para a banda.

Heather, que até então mantinha uma postura confiante e controlada, sentiu uma onda de calor subir pelo seu rosto quando se aproximou.

"Você sempre tem que ser o idiota que traz notícias, não é, ?” ela disse, forçando uma risada para esconder seu nervosismo. apenas piscou, acostumado com as brincadeiras entre eles, e sorriu, sem perceber o efeito que tinha sobre ela.

, percebendo o rubor de Heather e decidindo entrar na brincadeira, respondeu com um sorriso malicioso. "Ah, Heather, eu sei que você só me chama de idiota porque é o seu jeito carinhoso de expressar admiração,” ele disse, dando uma piscadela para ela antes de se virar para compartilhar a notícia com os outros. Heather, pega de surpresa pela resposta atrevida, ficou sem palavras por um momento, mas logo recuperou sua compostura, escondendo um sorriso relutante.

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Alguns dias se passaram desde a notícia empolgante da gravadora, e a atmosfera entre os membros da banda McFly estava elétrica. Eles haviam assinado um contrato promissor com a Universal, um marco que merecia uma celebração à altura. Assim, numa noite de ânimos elevados, eles se reuniram e pediram pizzas, brindando com champagne que roubaram dos pais de .

, mantendo uma fachada de normalidade, juntou-se à celebração com um sorriso genuíno. Ela estava verdadeiramente feliz pelo sucesso dos amigos, mesmo que seu coração estivesse em conflito com os sentimentos por . Em meio à conversa descontraída, ela revelou que também havia dado um passo ousado, enviando um e-mail para a Sony Music, uma gravadora rival.

Os meninos, fingindo indignação, lançaram olhares dramáticos uns para os outros. "Uma traidora entre nós!” exclamou , com uma expressão exageradamente traída. "Como você pôde, ?” acrescentou, mas o brilho em seus olhos traía a brincadeira.

, sempre o pacificador, riu e anunciou a próxima grande novidade. "Bem, se vamos ter uma rivalidade, que seja no palco! Nosso primeiro show com a gravadora será daqui a duas semanas!” A notícia foi recebida com um novo surto de comemoração, e qualquer tensão restante se dissolveu na expectativa do que estava por vir.

E assim, entre risadas e planos para o futuro, a banda e se preparavam para embarcar em uma nova jornada.

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Naquela noite, a cozinha tornou-se um palco para um encontro não planejado entre e . Enquanto a festa fervilhava na sala ao lado, ambos buscavam um refresco, um momento de calma. , com a intenção de beber um copo d’água, e , em busca de mais gelo para as bebidas, encontraram-se frente a frente, cercados pelo brilho suave das luzes sob os armários e o zumbido suave da geladeira.

O encontro casual trouxe consigo uma onda de tensão e memórias do quase beijo que haviam compartilhado. Eles se viram sozinhos, separados do resto do grupo por paredes finas, mas uma distância emocional que parecia muito mais vasta.

"Oi,” disse , sua voz quase um sussurro, traída pela surpresa do encontro.

"Oi,” respondeu, o peso da palavra carregando muito mais do que uma simples saudação.

Eles se moveram em um balé hesitante, passando o gelo para o balde, enchendo seu copo, ambos conscientes da proximidade um do outro. O silêncio entre eles era denso, carregado com todas as palavras que queriam dizer, mas não ousavam.

"Você está bem?” finalmente quebrou o silêncio, sua preocupação genuína.

assentiu, forçando um sorriso. "Sim, só precisava de um pouco de ar.”

se aproximou, a distância entre eles diminuindo. "Sobre aquela noite…”

levantou a mão, interrompendo-o. "Não precisamos falar sobre isso, se você não quiser.”

Mas sacudiu a cabeça. "Não, eu quero. Eu preciso. , eu…”

Eles se aproximaram, impulsionados por uma força que parecia inevitável. Seus olhares se encontraram, e por um breve momento, o mundo ao redor desapareceu. Apenas eles existiam, e , e o que poderia ser.

jogou uma mecha de cabelo para trás da orelha, seu coração batendo forte. ", nós… nós quase cruzamos uma linha naquela noite,” ela disse, sua voz tremendo ligeiramente.

se aproximou, seus olhos fixos nos dela. "Eu sei, e eu não consigo parar de pensar nisso,” ele confessou. "Mas não é só o beijo, . É você. É como eu me sinto quando estou perto de você.”

O ar entre eles carregava uma eletricidade que só aumentava à medida que se aproximavam. sentiu o calor de , e por um momento, tudo mais desapareceu.

", eu acho que você está confuso,” ela começou, sua voz firme, mas gentil. "Nós temos uma amizade incrível, e eu não quero arriscar tudo isso.”

olhou para ela, a confusão evidente em seu rosto. "Eu sei, me desculpe, eu não quero que a gente faça algo precipitado e acabe perdendo o que temos.”

retirou o copo da mão do amigo, sentiu o peso das palavras dele. ", você bebeu demais,” ela disse, tentando manter a racionalidade. "Nós podemos conversar sobre isso depois, quando você estiver sóbrio e tiver certeza dos seus sentimentos.”

Eles se olharam, o mundo ao redor desaparecendo mais uma vez. sabia que as próximas semanas seriam cruciais para eles, para a banda e para tudo o que estava por vir. Com o primeiro show do McFly se aproximando e a possibilidade de um novo amor no horizonte, o futuro parecia tão incerto quanto emocionante.

"Vamos falar sobre isso depois do show,” sugeriu, e concordou com um aceno.

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No dia seguinte, o celular de vibrou com a chegada de uma nova mensagem, e ela sentiu seu coração acelerar antes mesmo de abrir. Era de :

"Oi , desculpa te incomodar. Só queria saber… o que a gente conversou ontem à noite? Eu bebi um pouco além da conta e estou tentando lembrar. Não falei nada que não devia, né?”

suspirou, encarando as palavras na tela. Ela sabia que precisava responder com cuidado, para não alarmá-lo ainda mais.

", nós conversamos sobre o show e sobre como todos estão animados com a banda. Você estava um pouco alto astral por causa da bebida, mas não disse nada demais. Não se preocupe.”

Ela releu a mensagem, seu coração pesado com a mentira, mas convencida de que era o melhor para preservar a amizade deles. Com um clique, a mensagem foi enviada, e esperava que, com isso, pudesse manter a harmonia entre eles e evitar qualquer mal-entendido que pudesse surgir da verdade.

depositou o celular novamente na cabeceira e ficou olhando como se fosse um artefato mágico. Era um daqueles modelos robustos e confiáveis que todos na escola pareciam ter, com teclado físico que ia do 0 ao 9, e uma pequena tela que iluminava com um brilho suave. Ela apreciava a simplicidade dele, até o som satisfatório que fazia ao abrir e fechar a tampa protetora da tela.

olhou para o pequeno pingente rosa em forma de estrela que havia comprado no verão passado e dado para ela no dia dos namorados, eles tinham esse costume de presentear um ao outro em datas comemorativas que não poderiam comemorar, por exemplo, o dia dos namorados quando estavam solteiros. Agora, o pingente era um enfeite de seu celular, um lembrete constante das complexidades do coração humano.

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Uma semana antes do show…

Era dia de ensaio e o grupo combinou de se encontrar na casa de . A garota se vestiu com o que achava mais confortável: uma regata com alças finas e uma calça larga. De maquiagem apenas um gloss e no bolso seu celular. desceu os degraus rangentes que levavam ao porão de , esperando encontrar o caos usual de cabos e partituras espalhados pelo chão. No entanto, o que ela encontrou foi uma quietude inesperada, quebrada apenas pelo som suave de um violão e a melodia distinta de "Wonderwall” do Oasis flutuando pelo ar.

There are many things that I would like to say to you, but I don't know how
Because maybe
You're gonna be the one that saves me
And after all
You're my wonderwall


estava lá, sozinho, sua voz se misturando harmoniosamente com as notas que ele tocava no violão. A música, com sua melancolia doce, parecia preencher cada canto do porão com memórias de um lugar e tempo que só eles conheciam.

And all the roads we have to walk are winding
And all the lights that lead us there are blinding
There are many things that I would like to say to you, but I don't know how


se apoiou no batente da porta, ouvindo em silêncio. Ela amava essa música e ouvi-la na voz de dava-lhe uma nova camada de significado. Era como se ele estivesse cantando diretamente para ela, revelando um lugar secreto em seu coração que ela nunca soubera que existia.

Quando a música terminou, olhou para cima, surpreso ao ver ali. "Você chegou cedo," ele disse, um sorriso tímido surgindo em seu rosto.

"Eu não queria interromper," respondeu, movida pela performance. "Não sabia que você gostava de Oasis" Sentou-se ao lado do garoto no sofá.

deu de ombros, um rubor leve ainda presente em suas bochechas. "É uma das minhas favoritas. Há algo sobre essa música... ela me faz sentir... sei lá, feliz, eu acho."

sorriu, atravessando o porão para se juntar a ele. "Ela faz todos nós sentirmos isso, . É isso que a música faz, não é? Leva-nos a algum lugar que só nós conhecemos."

pegou o violão da mão de e então começou os acordes iniciais de "Somewhere Only We Know" do Keane. A música enchia o porão com sua melodia suave.

A garota começou timidamente:

And if you have a minute, why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So, why don't we go somewhere only we know?


Ela cantou, cada palavra carregada de emoção e descoberta.

se juntou a ela no segundo verso, suas vozes harmonizando perfeitamente, como se a música fosse criada exatamente para eles.

Oh, simple thing, where have you gone?
I'm getting old, and I need something to rely on
So, tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired, and I need somewhere to begin
And if you have a minute, why don't we go
Talk about it somewhere only we know?
This could be the end of everything
So, why don't we go somewhere only we know?
Somewhere only we know


", você acredita no amor? Quero dizer, no tipo de amor que as músicas sempre tentam descrever?"

olhou para ela, seus olhos refletindo uma sinceridade rara. "Eu quero acreditar," ele começou, hesitante. "Mas às vezes parece que é só uma ideia bonita que as pessoas perseguem."

"Eu acho que é mais do que isso. É como essa música... nos leva a um lugar que é só nosso, onde tudo parece possível."

"Você já se sentiu assim?" perguntou, virando-se para encará-la.

"Uma vez ou outra," admitiu, um sorriso tímido surgindo em seus lábios. "Mas é difícil, não é? Abrir seu coração, arriscar..."

assentiu, sua mão encontrando a dela em um gesto de conforto. "É assustador. Mas talvez valha a pena. Talvez seja isso que torna a música — e a vida — tão especial."

Eles compartilharam um olhar, um entendimento mútuo de que estavam no limiar de algo mais profundo do que a amizade. Naquele porão, com a música ainda vibrando entre eles, e descobriram uma nova melodia em seus corações, uma que falava de possibilidades e de um amor que estava apenas esperando para ser tocado.

A música havia terminado, mas as notas ainda pairavam no ar, envolvendo e em uma aura de intimidade. conhecia melhor do que ninguém; ele sabia que aquela música tocava algo profundo dentro dela, algo que palavras não podiam alcançar.

Eles se olharam, os olhos de brilhando com uma mistura de surpresa e emoção. , movido por um impulso que ele mesmo não compreendia totalmente, inclinou-se para frente. fechou os olhos, e no silêncio que se seguiu, seus lábios se encontraram em um beijo que selou o momento compartilhado.

O beijo foi suave, mas carregado de sentimentos. Era um reconhecimento de tudo o que havia ficado não dito entre eles, uma promessa silenciosa.

No instante em que seus lábios se separaram, o som de passos ecoou escada abaixo. e se afastaram um do outro abruptamente, cada um assumindo uma expressão casual enquanto os passos se aproximavam.

foi o primeiro a entrar, seguido de perto por e , todos conversando animadamente sobre uma nova ideia para a banda. Eles não notaram a tensão no ar, nem o olhar trocado entre e , que comunicava um segredo compartilhado.

"Prontos para mais um dia de música?" perguntou, completamente alheio ao momento que havia acabado de interromper.

sorriu, escondendo seu nervosismo. "Sempre pronta," ela respondeu, sua voz firme apesar do coração ainda acelerado.

apenas acenou, pegando sua guitarra como se nada tivesse acontecido. Mas quando seus olhos encontraram os de novamente, havia uma promessa silenciosa de que o que havia começado ali, naquele porão, estava longe de terminar.

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A noite do grande show finalmente havia chegado, trazendo consigo um redemoinho de emoções para . Nos bastidores, a banda McFly se preparava, aquecendo-se para a apresentação que prometia ser inesquecível. A ansiedade e a determinação se entrelaçavam no peito de . Ela havia tomado uma decisão: após o show, quando a adrenalina se dissipasse e eles estivessem a sós, ela abriria seu coração para , seu melhor amigo e paixão secreta.

O show foi um triunfo absoluto. As notas vibrantes e os acordes envolventes capturaram cada coração na plateia, criando uma energia palpável. observava a multidão, notando rostos conhecidos da escola, pessoas que antes mal notavam os "garotos nerds" agora se rendiam à música com entusiasmo desenfreado. A segunda-feira prometia ser um dia de novos começos, onde os outrora invisíveis seriam agora vistos sob uma nova luz.

Quando a última nota ecoou e as luzes se apagaram, sabia que era o momento de agir. Nos bastidores, ela encontrou , ainda ofegante e coberto de suor após a performance.. Ainda assim estava lindo.

", podemos conversar?" ela perguntou, sua voz quase abafada pela euforia ao redor.

"Claro, mas pode ser depois que os outros chegarem? Também preciso falar com outra pessoa" respondeu, distraído pela agitação da produção e dos outros membros da banda, que logo invadiram o espaço, alheios à presença de .

Sentindo-se deslocada, se retirou discretamente para o fumódromo, buscando um refúgio na quietude da noite. O frio da madrugada londrina a envolveu, fazendo-a estremecer pela falta de um agasalho. Ela tentou reunir forças, focada na conversa que precisava ter com .

Após alguns minutos, ela decidiu retornar, mas foi interrompida por James Bourne, um amigo da banda que havia sido fundamental na conexão com a Universal Music.

", não sabia que você fumava," James comentou como se tivesse descoberto um segredo, acendendo um cigarro.

"Não fumo, só precisava de um pouco de ar," respondeu, abraçando os braços para se aquecer.

James notou o tremor dela e ofereceu sua blusa. "Você está congelando. Aqui, use isso," ele disse, estendendo a peça de roupa.

"Como está sua carreira?" ele perguntou, enquanto aceitava a blusa com gratidão.

"Eu assinei com a Sony," ela revelou, uma ponta de orgulho em sua voz.

"Parabéns! Já contou para os meninos?" James indagou.

"Estou esperando o momento certo," respondeu, pensativa.

"Melhor contar amanhã. Hoje a festa vai longe," James aconselhou antes de se despedir.

, agora um pouco mais aquecida, dirigiu-se ao camarim de , esperando encontrá-lo sozinho. Ao abrir a porta, ela se deparou com uma cena que fez seu coração parar: , muito próximo de , sua ex-namorada. sentiu um nó no estômago. Ela sabia que não tinha mais nada com Olivia.

"Olivia, o que está fazendo aqui?" perguntou, parecendo surpreso.

"Eu só queria parabenizar vocês pelo show. Foi incrível," Olivia disse, sorrindo. "E também, eu queria falar sobre uma ideia. Eu tenho me interessado por fotografia e pensei que talvez eu pudesse ser a fotógrafa oficial da banda." parecia pensativo.

"Fotógrafa oficial? Bem, nós realmente precisamos de boas fotos..."

"Sim! Eu poderia capturar momentos incríveis," Olivia insistiu, aproximando-se um pouco mais.

observava de longe mas não conseguia ouvir, seu coração ficava cada vez mais apertado. Ela queria acreditar que não se deixaria envolver novamente, mas a proximidade deles a deixava inquieta. De repente, Olivia se inclinou e beijou .

Ele não reagiu imediatamente, talvez por estar confuso, mas também não a afastou. sentiu uma dor profunda no peito. Ela deu um passo para trás, sem querer ver mais.

Com lágrimas se formando nos olhos, se virou e saiu rapidamente, buscando um refúgio na escuridão fora do prédio. Ela sentiu o ar frio da noite bater em seu rosto, misturando-se com as lágrimas quentes que desciam livremente. Fez sinal para um táxi, e quando entrou falou seu endereço.

"Eu realmente não consigo lidar com isso agora," disse ela, entrando no táxi, deixando para trás o barulho, a confusão e um pedaço de seu coração. Sentia uma dor aguda no peito, uma mistura de raiva e tristeza que a fez querer gritar.

A noite lá fora parecia mais fria agora, e enquanto se afastava, sentia-se perdida, sem saber como as coisas poderiam mudar tão rapidamente. Ela se perguntou se algum dia perceberia o que realmente importava, se algum dia veria que a pessoa que sempre esteve ao seu lado, apoiando-o, era quem ele precisava.

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Na penumbra suave do dia seguinte ao show, convidou para uma caminhada como faziam quando queriam pensar sobre ou fugir de alguma situação em casa. Sentados em um banco de parque sob a luz fraca dos postes, compartilhou suas inseguranças, sua voz trêmula revelando o turbilhão dentro dele.

"Estou nervoso, ,” ele confessou, olhando para as mãos que brincavam com a borda do seu casaco. "Não sei o que fazer. A Olivia… ela me procurou, pediu desculpas por tudo, e agora quer voltar.”

sentiu seu coração apertar com cada palavra. Ela queria gritar, dizer a ele para não voltar para Olivia, para dar uma chance ao que poderia existir entre eles. Mas, olhando nos olhos de , ela viu a confusão e a esperança de alguém que ainda acreditava no primeiro amor.

"Você acha que eu deveria dar mais uma chance para ela?” perguntou, sua voz quase um sussurro.

Sentada ao lado de , sentia uma tempestade de emoções se agitando dentro dela. Enquanto ele falava sobre Olivia e suas dúvidas, ela lutava para manter a compostura. Internamente, ela estava frustrada, querendo chamar de idiota por não ver o que estava bem na frente dele.

Como ele pode ser tão cego? pensava, enquanto um sorriso forçado permanecia em seus lábios. Ele brinca com meus sentimentos e depois age como se nada tivesse acontecido. Eu deveria dizer a ele, dizer que ele está cometendo um erro.

Mas, apesar da tempestade interna, escolheu o caminho da compaixão e do sacrifício próprio.

", você tem que seguir o seu coração,” ela disse, escondendo a dor em sua voz. Mesmo que isso signifique quebrar o meu, ela acrescentou silenciosamente. "Se você acha que pode haver algo a recuperar com Olivia, então talvez valha a pena tentar.”

olhou para ela, seu olhar indecifrável. "Obrigado, . Você sempre foi uma amiga incrível.” Eles se levantaram, e observou se afastar, cada passo dele como um eco do amor que ela deixava ir. Ela sabia que tinha feito a coisa certa, mas enquanto a noite caía ao redor dela, sentiu o peso da solidão e da escolha de colocar a felicidade de acima da sua própria.

Os dias após o show foram como folhas arrastadas pelo vento do outono, cada uma carregando um fragmento dos sentimentos de . Ela se refugiou no conforto de seu quarto, um santuário de pensamentos e melodias, onde começou a derramar sua alma em palavras e acordes. As páginas de seu caderno se enchiam rapidamente com letras que falavam de amor, amizade e sonhos em suspensão.

Cada música era um pedaço de seu coração, uma coleção de confissões que ela nunca teve coragem de expressar em voz alta. Ela as guardava cuidadosamente, como tesouros escondidos, esperando o dia em que poderiam ser compartilhadas com o mundo.

Em busca de aperfeiçoamento, procurou novamente. "Você poderia me ajudar com algumas melodias?" ela perguntou, sua voz trêmula com a vulnerabilidade de expor sua arte.

, não era um amigo próximo, mas confiava nele como um mentor, então esperava que fosse como o descrevera. "Claro, . Vamos ver o que você tem aqui” sorriu e acenou com a cabeça, folheando as páginas do caderno dela.

Juntos, eles trabalharam nas músicas, oferecendo dicas sobre acordes e estruturas melódicas, enquanto absorvia cada palavra, cada sugestão. Era um processo de aprendizado, de crescimento e, acima de tudo, de cura.

Com cada sessão, sentia-se mais forte, mais pronta para enfrentar o mundo e todas as suas incertezas. E enquanto os dias passavam, ela sabia que estava se aproximando do momento em que suas músicas, assim como seus sentimentos, não precisariam mais ficar escondidos.


Way Back Into Love

Ela lia as palavras escritas em seu caderno. Esse seria seu primeiro single. Ela ainda estava ajustando quais de suas letras e melodias entrariam para seu primeiro álbum. Era um processo extremamente difícil, porque era além de tudo, muito indecisa.

Mas sabia que queria terminar essa música antes para poder colocá-la no CD. Nem acreditava que estava fazendo isso, com uma gravadora tão grande.

Pegou o violão e começou a dedilhar algumas notas. Era pra ser uma canção alegre, esperançosa, algo que fizesse as pessoas se sentirem melhor sobre o amor. Ela ainda estava no estúdio de havia passado as últimas semanas ali com ele. Ele era um cara legal, sempre ajudava ela com tudo que precisava. Sem pedir nada em troca.

Pensou nos últimos dias, que havia passado longe dos seus amigos.

I've been living with a shadow overhead
(Estive vivendo com uma sombra em cima da minha cabeça)
I've been sleeping with a cloud above my bed
(Estive dormindo com uma nuvem em cima da minha cama)

olhava para os dois primeiros versos, estava muito depressivo isso. Tinha que melhorar.

All I wanna do is find a way back into love
(Tudo que eu quero é encontrar um caminho de volta ao amor)
I know that it's out there
(Eu sei que está por aí)

There's gotta be something for my soul somewhere
(Tem que haver algo para mim, em algum lugar)

"O refrão tá muito bom” olhou rapidamente em direção a voz.

" que susto!” Ele riu.

"Desculpe achei que tinha me visto” Continuou rindo pela expressão da garota. "Porque artista é assim, ein? A gente prefere ser pego praticando um crime do que testando uma canção nova”

"Realmente” concordou sorrindo.

"Você escreve muito bem, . Sério.” se aproximou, estava com um copo de café na mão. Ela depositou o violão na pequena mesa em frente a ela e ele sentou-se ao lado da garota.

"Obrigada” sempre falava isso. O coração da garota escapou da batida. desviou o olhar.

"Você parece sentir muitas coisas, acho que isso é importante para um artista” Completou o garoto. "Você ainda fala com aquele seu ex namorado?” Perguntou com um olhar curioso.

"O Clint? Ah não! Ele me traiu no estacionamento do cinema com a Christine” Ela riu. "Como você lembra disso?”

"Imaginei que você teria um motivo para escrever essas músicas sobre amor”

"Não, às vezes eu vejo algum filme e fico inspirada. Não tem ninguém específico para isso” Mentiu. O garoto sorriu para ela.

"Que bom” Como assim que bom? Tá maluco? "Quer dizer, que bom que não está mais com o Clint, eu quis dizer” Respondeu o garoto atrapalhado. respirou fundo. Não era possível que estivesse gostando dela. Simplesmente não era possível. Será que ele entendeu a letra da música como um tipo de convite para tentar algo?

"Olha , eu sou toda coisada” começou sinceramente.

"Eu também sou coisado” Respondeu rindo da sinceridade da garota.

"Eu só queria avisar isso. Antes que algo aconteça”

"O que pode acontecer?” Perguntou ele se aproximando perigosamente. Com sua mão colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha dela.

"Eu gosto do ” A voz de quebrou o silêncio. A mão do garoto lentamente se distanciando do seu rosto. A expressão no rosto dele era um misto de surpresa e decepção.

"Mas ele voltou com a Olivia”

"Eu sei, eu sei”

"Caramba, ainda bem que eu não sou você” OI????

"Que que você disse?” fez uma expressão ofendida.

"Nada, eu não falei nada” Respondeu o garoto com as mãos para cima em sinal de rendição. "Mas saiba que se algum dia quiser tentar algo novo, eu estou aqui” Deu uma piscadinha. revirou os olhos brincando.

era um cara legal, mas ela sabia que não podia envolver mais uma pessoa nessa loucura.

Cant get you out of my head

Dois meses depois…

Dois meses podem parecer pouco, mas para e os meninos do McFly, parecia uma eternidade. Durante esse tempo, a vida de todos havia mudado drasticamente. A banda McFly estava em todos os lugares, frequentemente aparecendo na TV e conquistando fãs por todo o país. , por sua vez, havia se tornado uma sensação na internet e no MySpace, com suas músicas e personalidade cativante ganhando seguidores e admiradores.

E , com seu próprio sucesso no Busted, estava desfrutando do mesmo tipo de ascensão estelar. Todos eles, de suas maneiras únicas, estavam navegando pelas águas agitadas da fama e do sucesso. No entanto, apesar de suas conquistas individuais, havia uma sensação palpável de que algo estava faltando — a camaradagem e a simplicidade dos dias anteriores à fama.

hesitou diante da porta de , seu dedo pairando sobre a campainha. Ela havia recusado tantos convites antes, mas a seriedade na voz de da última vez que a convidou fez com que ela reconsiderasse. Nas últimas semanas, eles haviam se aproximado, e ela sabia dos sentimentos dele por ela. Quando ela confessou que seu coração pertencia a , , com um sorriso confiante, disse que poderia fazê-la esquecer em um instante. apenas riu, não levando a sério a provocação.

Com um suspiro, ela finalmente tocou a campainha, esperando secretamente que os garotos do McFly não estivessem lá. Desde que sua música "Way Back Into Love” ultrapassou "5 Colours in Her Hair” nas paradas, ela não havia falado com eles, e a ideia de um encontro era desconfortável.

A porta se abriu, e a música e o calor da festa a envolveram. Ela entrou, sentindo-se imediatamente submersa na atmosfera vibrante de 2002. atravessou a sala com uma nova confiança, sentindo os olhares curiosos e admirados dos convidados. Sua roupa, era uma combinação perfeita de ousadia e elegância. Ela estava vestida para impressionar, exibindo uma blusa cropped que abraçava sua silhueta e uma minissaia jeans que equilibrava perfeitamente entre o ousado e o sofisticado, um verdadeiro ícone da moda daquela era. Seus cabelos estavam adornados em um penteado moderno, cintilando sob as luzes da festa, e ela sabia que a maquiagem brilhante seria um desafio para remover mais tarde. No entanto, isso era apenas parte do ritual pós-festa ao qual ela já estava bem acostumada.

O celular preso à sua cintura, o flip phone que era o ápice da tecnologia na época, vibrava ocasionalmente com novas mensagens e chamadas. Mas naquela noite, estava mais focada em viver o momento do que em manter-se conectada.

Ela se movia pela festa com uma graça que não possuía antes, cada passo um reflexo da artista que ela estava se tornando. A música pulsava ao redor dela, e sentia que, de alguma forma, a melodia da noite estava em sintonia com a batida do seu próprio coração.

Enquanto se movia pela festa, a melodia parecia sincronizar com a batida do seu próprio coração. se perdeu em pensamentos enquanto a balada romântica de preenchia o ambiente. "O novo milênio é uma tela em branco," pensou, "cheia de possibilidades e promessas. Este é o momento de arriscar, de abraçar a incerteza e dançar com ela."

Com determinação renovada, virou-se para e aceitou seu convite para dançar. Eles se moviam em sincronia, perdidos no ritmo da música. estava ciente dos olhares fixos nela, sentindo-se viva sob a atenção. Ela não se importava com mais nada; estava em seu momento, e nada poderia tirar isso dela.

A festa de estava em pleno fervor, mas para , o tempo parecia desacelerar quando seus olhos encontraram os dos meninos do McFly. Era um olhar que carregava a história de sua amizade. Ela sentiu o impacto desse olhar como uma onda que a atingia em cheio, deixando-a momentaneamente sem fôlego.

Ela não precisava de palavras; aquele olhar dizia tudo. Havia uma intensidade nele que ela nunca havia sentido antes, uma conexão silenciosa que falava das profundezas de uma amizade que havia sido testada pelo sucesso e pela distância. sabia que, apesar de tudo, o vínculo que compartilhavam era inquebrável.

Com um aceno sutil de cabeça, ela reconheceu os garotos. Enquanto eles se moviam juntos ao som da música, estava ciente de cada par de olhos sobre ela, mas nenhum olhar era tão significativo quanto o dos seus amigos, que refletiam uma mistura de surpresa, admiração e talvez, um toque de ressentimento de um certo garoto.

A música havia terminado e outra balada romântica começou, e a festa de começava a se acalmar.

, e se aproximaram com sorrisos genuínos, parabenizando-a pelo sucesso de sua música. "Sua música está incrível,” disse com entusiasmo. a abraçou, e ofereceu um sorriso caloroso, todos expressando orgulho e felicidade por sua conquista.

concordou, abraçando a garota. "Sério, você arrasou nas paradas. Estamos orgulhosos de você."

, sempre o mais calmo do grupo, ofereceu um sorriso caloroso. "Você merece todo esse sucesso. Sua música é incrível.”

agradeceu, tocada pelo apoio deles. Notou um pouco afastado, observando a interação com uma expressão indecifrável. Queria ir até ele, mas hesitou. Olivia estava com ele, agarrada ao seu braço.

tomou a palavra com sinceridade. ", sentimos muito por não termos mantido contato nas últimas semanas. Nos primeiros dias, trocávamos mensagens frequentemente, mas à medida que os compromissos se acumulavam, ficou difícil. Queríamos estar lá para você”

ouviu as palavras de , sentindo uma mistura de emoções. Por um lado, havia uma pontada de tristeza pela distância que havia crescido entre eles nas últimas semanas, mas por outro, havia compreensão. Ela sabia o quão exigente a vida de artista poderia ser, e a sinceridade na voz dele tocava seu coração.

ouviu as palavras de , sentindo uma mistura de emoções. Olhou para , vendo a honestidade em seus olhos, e então para os outros meninos, cada um expressando arrependimento. "Eu entendo, pessoal,” disse suavemente. "A vida nos joga em direções inesperadas. Senti falta de vocês, mas também estive ocupada com minha própria música. E não dão 2, 5 ou 10 meses que vão separar a gente.”

Deu um passo à frente, fechando a distância entre eles. "O importante é que estamos aqui agora. Vamos fazer um esforço para não deixar que a distância nos separe novamente, ok?”

Com um sorriso, ela abraçou cada um deles, selando a promessa de uma amizade renovada. "E quanto a você, ,” disse, virando-se para ele com um sorriso brincalhão, "você vai ter que me contar tudo sobre o que perdi.”

Todos riram, e a tensão se dissipou, substituída por uma sensação familiar de camaradagem. sentiu-se grata por ter amigos como eles, que, apesar do tempo da distância, ainda estavam ao seu lado.

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Mais tarde naquela noite, enquanto a festa começava a desacelerar, se sentiu sufocada pela intensidade dos sentimentos que a cercavam. Precisava de ar. Com um último olhar para seus amigos, ela se dirigiu à sacada da casa de , onde o ar fresco da noite lhe trouxe um alívio imediato.

A vista era deslumbrante, com as luzes da cidade cintilando ao longe. Ela se apoiou na grade, deixando seus pensamentos vagarem. Não demorou muito para que ela ouvisse passos atrás dela. Virando-se, encontrou , parado ali, observando-a com uma expressão séria.

"Hey," ele disse suavemente, se aproximando. "Achei que você poderia querer um pouco de companhia."

"Hey," ela respondeu, tentando esconder o tumulto de emoções que sua presença despertava. "Só precisava de um pouco de ar."

encostou-se à grade ao lado dela, o silêncio entre eles carregado de coisas não ditas. Por um momento, ficaram apenas ouvindo a música ao fundo, sentindo a brisa da noite.

"Vi que você estava com Olivia," disse, quebrando o silêncio, tentando soar casual.

suspirou, passando a mão pelos cabelos. "Sim, estamos... tentando algo. Sair de vez em quando. Nada sério ainda."

sentiu uma pontada de dor, mas manteve a expressão neutra. "Fico feliz por você," disse, a voz levemente trêmula. "Ela parece ser uma boa pessoa."

"Ela é," concordou, mas seu olhar estava fixo em . "E você e ? Parece que vocês estão bem próximos ultimamente."

percebeu a oportunidade de provocar um pouco o garoto e decidiu aproveitá-la.

" tem sido incrível," disse, sorrindo. "Ele me ajudou muito com a música e tem sido um grande apoio. Nós nos divertimos muito juntos. Quem sabe o que o futuro reserva, né?"

franziu a testa, claramente desconfortável com a ideia. "Então, vocês estão... juntos?"

Ela deu de ombros, mantendo o tom despreocupado. "Estamos nos conhecendo melhor. Nada sério ainda, mas estou aberta a possibilidades."

O silêncio entre eles se aprofundou, carregado de emoções contraditórias. Finalmente, se virou para ela, seu olhar intenso.

", eu preciso te dizer uma coisa," começou , a voz baixa mas firme. "Eu não acho que seja o cara certo pra você."

arqueou uma sobrancelha, surpresa pela declaração. "E por que você diz isso?"

desviou o olhar por um momento, parecendo escolher cuidadosamente as palavras. " é... ele é um cara legal, mas é um mulherengo. Ele não leva nada a sério. Eu não quero te ver machucada."

balançou a cabeça, a expressão séria. "Você merece alguém que realmente se importe com você, não alguém que só quer uma aventura temporária."

"Então, quem você acha que é o cara certo para mim?" perguntou, desafiando-o com o olhar.

hesitou, suas emoções claramente conflitantes. "Só estou dizendo que você merece o melhor. E eu não acho que possa te dar isso."

sentiu um nó se formar em seu estômago, a frustração crescendo. Ela respirou fundo, tentando manter a calma, mas as palavras de a atingiam profundamente, mexendo com suas inseguranças e dúvidas. ", por que você está dizendo isso agora? Parece que você não quer que eu seja feliz com ninguém."

Ela olhou para ele, os olhos brilhando com uma mistura de raiva e tristeza. "Você sempre tem algo a dizer sobre quem eu estou ou não estou. Primeiro, você some, não diz uma palavra, e agora aparece dizendo que não é bom para mim. Você acha que sabe o que é melhor para mim?"

parecia abalado pela intensidade das emoções dela, mas manteve a voz firme. "Eu só quero que você esteja segura, . E eu não confio em para isso. Ele é conhecido por não levar relacionamentos a sério. Eu só... eu só não quero ver você se machucando."

Ela o encarou por um longo momento, tentando decifrar suas intenções. "Eu agradeço a preocupação, , mas eu preciso fazer minhas próprias escolhas. E se eu acabar me machucando, então é algo que eu vou ter que enfrentar."

suspirou, a tensão evidente em seus ombros. "Eu só quero o melhor para você, . Você sabe disso, né?"

assentiu, sentindo uma mistura de gratidão e frustração. "Eu sei, . E eu quero o melhor para você também. Mas precisamos ser honestos um com o outro e respeitar nossas escolhas."

assentiu, o silêncio se instalando novamente entre eles. "Eu só espero que você saiba o que está fazendo."

"Eu também espero," ela disse suavemente, olhando para as luzes da cidade. "Eu também espero."

Eles ficaram ali por mais um tempo, lado a lado, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Havia uma tensão perceptível entre eles. sabia que ele queria acreditar em suas palavras, queria acreditar que ela e eram apenas amigos, mas algo em seu olhar dizia o contrário. Era como se ele soubesse que havia algo mais, algo não dito.

Enquanto eles permaneciam em silêncio, não pôde deixar de pensar em como Olivia era diferente dela. Como ela parecia tão superficial, tão manipuladora. Como ela sabia exatamente como prender ao seu lado, enquanto lutava para manter sua presença em sua vida.

Ela se perguntou como alguém como , tão genuíno e gentil, poderia se envolver com alguém como Olivia. Era como se ele estivesse cego para as verdadeiras intenções dela, ou talvez apenas disposto a aceitá-las em troca de um pouco de companhia.

Enquanto esses pensamentos tumultuavam sua mente, percebeu que a noite estava ficando mais fria. Ela se encolheu involuntariamente e pareceu notar.

"Está ficando frio aqui fora", ela disse, desviando o olhar por um momento. "Talvez devêssemos voltar para dentro."

Antes que pudesse reagir, Olivia surgiu no espaço, seu rosto contorcido em uma mistura de surpresa e raiva ao ver e juntos.

"!" exclamou Olivia, sua voz carregada de indignação. "O que você está fazendo aqui?"

Os olhos de se estreitaram, detectando imediatamente a hostilidade na voz de Olivia. Ela se endireitou, preparando-se para o confronto que estava por vir.

ficou tenso entre as duas, claramente desconfortável com a situação. "Olivia, eu só estava conversando com ," tentou explicar, sua voz soando incerta.

"Conversando?" repetiu Olivia, seu tom cético. "Parecia bem mais do que isso."

não pôde evitar um sorriso irônico. "Não se preocupe, Olivia. e eu estamos apenas tendo um momento amigável aqui na sacada. Nada de mais." Olivia riu, um som cheio de desdém.

"E você, , precisa aprender a respeitar o espaço dos outros."

Os olhos de Olivia faiscaram de raiva ao ouvir a resposta de . Ela se aproximou mais, ficando cara a cara com , desafiadora.

"Como se você fosse alguém para me dizer o que fazer, . Você nem mesmo tem talento para a música. Quem se importa com o que você pensa?"

sentiu um calor de raiva subindo por sua espinha. Ela estava cansada das tentativas de Olivia de desmerecê-la. "Eu posso não ter talento para a música, mas pelo menos tenho integridade. Algo que parece estar faltando em você."

Antes que a situação pudesse esquentar ainda mais, apareceu ao lado de , colocando-se entre ela e Olivia, sua expressão firme e protetora.

"Chega, Olivia", disse ele, sua voz calma, mas firme.

não recuou, devolvendo o olhar desafiador de Olivia. "Talvez eu entenda mais do que você imagina, Olivia. Afinal, eu conheço há muito mais tempo do que você."

A tensão entre as duas era palpável, e tentou intervir, sua expressão cheia de angústia. "Olivia, , por favor, não vamos começar com isso aqui."

Mas Olivia ignorou , mantendo seu foco em . "Você pode brincar de boa garota o quanto quiser, , mas eu sei o que você realmente é."

não se deixou intimidar, seu desprezo por Olivia apenas aumentando com cada palavra proferida pela garota. Ela estava determinada a não ceder à manipulação de Olivia, não importa o quão furiosa a garota estivesse.

estava consciente de sua própria mudança de postura em relação aos relacionamentos passados de , especialmente em comparação com Olivia. Enquanto observava a garota em sua frente, enraivecida e tentando afirmar seu domínio sobre , sentia apenas uma mistura de desdém e pena.

Ela se lembrou dos tempos em que estava envolvido em relacionamentos tumultuados, sempre cedendo às manipulações e exigências de suas parceiras. Mas agora, diante de Olivia, não sentia mais a necessidade de se subjugar ou ceder à pressão. Ao contrário, ela se sentia forte, confiante e determinada a não deixar que a intimidasse. Ela via através das artimanhas da garota, reconhecendo sua necessidade desesperada de controle e validação.

Enquanto Olivia continuava a disparar suas acusações e tentativas de provocação, permanecia calma e firme, recusando-se a ser arrastada para o drama e a manipulação da garota. Ela sabia que estava em um lugar diferente agora, e não tinha mais medo de enfrentar aqueles que tentavam desestabilizá-la.

Enquanto e Olivia discutiam ao seu redor, mantinha sua postura, seus olhos transmitindo uma confiança silenciosa. Ela estava determinada a não permitir que Olivia a derrubasse, não importa o quão patética a garota parecesse em sua tentativa desesperada de manter seu controle sobre .

estava com uma expressão confusa ao testemunhar a cena.

"Tem como vocês pararem?" perguntou ele, olhando de para Olivia e depois para , claramente perplexo com a situação.

A tensão entre , e Olivia era palpável, como uma corda de violão prestes a estourar. Olivia, com seu olhar tempestuoso, parecia uma chama pronta para incendiar tudo ao seu redor. , o mediador involuntário, estava preso no meio, uma expressão de conflito pintada em seu rosto.

"Olha, se você quer algo comigo, não pode tratar assim” tentou acalmar as águas, sua voz um sussurro de razão na noite turbulenta.

Olivia, no entanto, não estava disposta a ouvir. "Não me venha com desculpas, ” ela disparou, as palavras afiadas como flechas.

observava a cena, uma parte dela querendo intervir, outra parte querendo recuar. Mas antes que pudesse decidir, interveio, sua presença como um farol de força.

"Olivia, você está exagerando,” disse , sua voz firme e controlada. "Não há motivo para ciúmes ou drama.”

Olivia virou-se para , sua fúria agora direcionada a ele. "E você, ? Sempre o cavalheiro, não é? Mas todos sabemos o que você realmente quer aqui”

manteve a calma, mas seus olhos brilhavam com uma determinação inabalável. "Olivia, deu já. Não vamos estragar a noite por causa de mal-entendidos.”

Olivia pareceu surpresa com a intervenção de , sua arrogância momentaneamente abalada. Antes que pudesse responder, continuou.

"E que tal em vez disso, darmos uma pausa nas tensões e irmos para a sala? Eu vim aqui chamar vocês! O que acham?"

A sugestão de pareceu acalmar o ambiente tenso na sacada. As tensões diminuíram enquanto os olhares se voltavam para ele. sentiu uma onda de alívio. Era exatamente o que eles precisavam - uma distração para desviar o foco das brigas.

"Isso!" exclamou, seu humor melhorando instantaneamente. "Vamos"

Com uma troca de olhares entre eles, Olivia finalmente concordou, relutante, mas resignada. liderou o caminho de volta para dentro da casa, enquanto seguia atrás, sentindo-se grata pela intervenção oportuna de seu amigo.

Enquanto se dirigiam para a sala, percebeu que a atmosfera ao redor deles estava mais leve, mais descontraída. Ela sorriu para , agradecida por ele ter intercedido e mudado o rumo da noite.

--------------


Enquanto o karaokê ganhava vida na sala iluminada, e subiram ao palco com um entusiasmo contagiante. Escolhendo uma das músicas mais icônicas da época, os dois amigos começaram sua performance de "I Want It That Way” com uma energia palpável. Com gestos exagerados e dancinhas sincronizadas, eles conquistaram a plateia, que ria alto com suas palhaçadas.

No meio da multidão, não conseguia conter sua alegria. Seus olhos brilhavam enquanto observava e no palco, envolvida pela atmosfera divertida e descontraída.

Enquanto isso, no canto da sala, não conseguia tirar os olhos de . Admirando-a de longe, ele se deixava envolver pelo brilho contagiante de seu sorriso. Apesar das preocupações e incertezas que o assombravam, naquele momento, tudo o que importava era a felicidade que irradiava.

frequentemente se perguntava se merecia a amizade de . Ela era a pessoa mais genuína e bondosa que ele conhecia, uma luz constante em sua vida tumultuada. Às vezes, ela parecia boa demais para ser verdade, como um sonho que ele temia acordar a qualquer momento. Foi por isso que ele recuou do beijo na noite de RPG; o medo de perder aquela preciosidade era avassalador. Ele sabia que se entregasse completamente aos seus sentimentos, qualquer erro poderia destruir o que tinham.

Foi também o motivo pelo qual ele continuava tentando algo com . Com , não havia o mesmo risco de devastação emocional. A ideia de se envolver com , de tentar algo mais, poderia acabar com sua vida de uma maneira que ele não estava preparado para enfrentar. Se ele desse um passo em falso, sairia magoada, e ele sabia que nunca mais a veria. Esse era o maior motivo para não se deixar apaixonar por ela.

Mas talvez fosse tarde demais. As emoções reprimidas, os quase-beijos – tudo isso o estava levando inevitavelmente na direção de . E agora, enquanto a olhava se divertindo, ele não podia mais negar o quanto ela significava para ele.

Enquanto e continuavam sua performance cheia de energia, o olhar de permanecia fixo em . Era como se o mundo ao seu redor desaparecesse, deixando apenas ele e a garota que ocupava seus pensamentos.

Enquanto e encerravam sua divertida performance, pegou o microfone e olhou para o público com um sorriso travesso. "A próxima performance está prestes a começar, e eu acho que temos alguém especial para subir ao palco.”

Os olhares curiosos se voltaram para , que estava ao lado de na plateia, e ele arqueou uma sobrancelha em surpresa ao ser mencionado.

", meu anjo, venha até aqui”, continuou , estendendo a mão para ele. convidou com um aceno de cabeça.

A plateia irrompeu em aplausos enquanto , com um sorriso descontraído, levantava-se e se dirigia ao palco. Ele estendeu a mão para , convidando-a a acompanhá-lo, e ela, com um brilho de empolgação nos olhos, aceitou o convite prontamente.

Enquanto subiam ao palco juntos, sentiu uma mistura de nervosismo e excitação pulsando em seu peito. A ideia de cantar diante de todos era um pouco intimidadora, mas estar ao lado de a fazia se sentir confiante e animada para enfrentar o desafio.

Ele pegou o controle e escolheu uma música no aparelho conectado a tv. Começou as notas iniciais de Closing Time do Semisonic.

Closing time, one last call for alcohol
So, finish your whiskey or beer
Closing time, you don't have to go home
But you can't stay here

I know who I want to take me home

(Eu sei quem eu quero que me leve para casa)
I know who I want to take me home

I hope you have found a friend

(Espero que você tenha encontrado um amigo)
Closing time, every new beginning
(Hora de fechar, todo começo)
Comes from some other beginning's end, yeah
(vem do final de outro começo)

cantava como uma segunda voz, mas não estava preocupada com notas, só queria cantar e se divertir. Os dois dançavam e rodavam no pequeno palco improvisado na sala de . Enquanto se aproximava de , estendendo a mão para ela, se sentia estranho.

sentia um nó no estômago ao ver e tão próximos. Cada risada compartilhada, cada olhar cúmplice entre os dois, era uma agulha perfurando seu coração. Ele dizia a si mesmo que era apenas preocupação com a amiga, que estava tentando protegê-la de possíveis desilusões. Afinal, sempre fora um pouco volúvel em seus relacionamentos, e temia que acabasse se machucando.

No entanto, por trás dessa justificativa, ele sabia que havia algo mais. O aperto em seu peito e a irritação crescente não eram apenas sobre proteger . Era ciúme. A verdade era que ele não suportava a ideia de ocupando o espaço que ele desejava desesperadamente para si.

Ele tentava se convencer de que seu desconforto era nobre, um reflexo de seu carinho e preocupação pela amiga. Mas, no fundo, sabia que era muito mais egoísta do que isso. Ver tão próxima de fazia com que todos os sentimentos que ele tentara reprimir viessem à tona, desafiando suas próprias desculpas e defesas. O medo de perder para alguém que não valorizasse sua essência doía mais do que ele queria admitir.

sentiu o telefone vibrar no bolso, era seu pai. Mandou mensagem avisando sobre a data de casamento dele. Uma sensação de vertigem o dominou, enquanto ele lutava para processar o que estava acontecendo.

Em 4 minutos já havia tomado 3 shots de tequila e já estava começando a ver dobrado, decide descer para tomar um ar, antes mesmo de terminar a música.

Quando recebeu a notícia sobre a data do quarto casamento de seu pai, um turbilhão de emoções o envolveu. Ele sentiu uma mistura de frustração e incredulidade. Seu pai, sempre em busca de rejuvenescimento ao lado de mulheres cada vez mais jovens, parecia se recusar a aceitar a passagem do tempo. Essa obsessão pela juventude e pela constante renovação de sua vida amorosa o deixava inquieto.

não conseguia apoiar a decisão do pai. Cada casamento anterior havia terminado em desilusão, e ele acreditava que esse novo enlace não seria diferente. Para ele, essa busca incessante por algo que seu pai nunca parecia encontrar era um sinal claro de que ele estava fugindo da realidade, recusando-se a enfrentar a inevitabilidade do envelhecimento.

A notícia do casamento, somada ao desconforto que sentia ao ver e juntos, fez com que sentisse como se sua vida estivesse saindo dos trilhos. Ele imaginava um futuro mais estável e previsível, mas agora tudo parecia incerto e fora de controle. A sensação de que as coisas estavam se desmoronando à sua volta era esmagadora, e ele se viu questionando o rumo de sua própria existência.

A pressão interna aumentava, e se sentia cada vez mais perdido. O medo de perder , a desaprovação pelo comportamento do pai e a sensação de impotência perante essas situações faziam com que ele sentisse que sua vida estava escapando de suas mãos, levando-o para um caminho que ele não havia planejado e para o qual não estava preparado.

No final do karaokê, nota a ausência de e sente um aperto no coração. Ela queria que ele estivesse ali para presenciar aquele momento especial, mas também sabia que algo estava incomodando-o profundamente. Viu se divertindo com algumas patricinhas alheia da ausência de .

Determinada a descobrir o que estava acontecendo, decidiu ir atrás do garoto.

No hall deserto, encostava-se à parede fria, tentando acalmar a tempestade dentro de si. A imagem de nos braços de o atormentava, junto com o convite do casamento do seu pai.

o encontrou ali, um vulto solitário na penumbra. "?” ela chamou suavemente, aproximando-se. "Por que você saiu assim?”

Ele tentou mascarar sua dor com um sorriso fraco. "Só precisava de um momento, .”

Ela notou o brilho em seus olhos, um sinal revelador. ", você bebeu?”

"Um pouco,” ele confessou, minimizando o gesto com os dedos. "Mas isso não importa. Você estava incrível lá em cima. Parecia uma modelo de revista” Elogiou rindo feito um bobo.

Ela ignorou o elogio, preocupada. "Você precisa parar com isso, . Isso não é bom para você.”

Ele desabou nos degraus, o peso do mundo em seus ombros. "Não melhor mas pelo menos me ajuda a esquecer um pouco "

sentou-se ao lado dele, sua proximidade era um conforto. "O que você quer esquecer ?”

Ele se inclinou, a respiração dele misturando-se à dela. "Tudo.”

"Eu não sei o que fazer. O casamento do meu pai... Eu simplesmente não consigo entender."

se sentou ao seu lado, colocando uma mão reconfortante em seu ombro. ", eu sei que isso tudo é difícil para você. Mas talvez, só talvez, seja uma oportunidade para vocês se reconectarem de alguma forma."

olhou para ela, surpreso. "E é super cansativo sabe, conhecer alguma mulher incrível, se apegar, tratá-la como um membro da família e depois vê-la indo embora sendo substituída em um piscar de olhos"

sorriu gentilmente. "Bem, talvez esse casamento seja uma chance para vocês dois resolverem as coisas. Sei que não concorda com as escolhas do seu pai, mas talvez esteja na hora de tentar entender seu ponto de vista.”

", eu sei que deveria estar feliz pelo meu pai, mas... ainda me sinto cansado, isso faz sentido?" admitiu, sua voz carregada de tristeza e frustração. "Ele teve tantas namoradas já... e parece que nunca vai se contentar"

e o pai de tinham uma relação especial. Desde o momento em que se conheceram, ela foi recebida de braços abertos pelo Sr. , que tinha um jeito caloroso e acolhedor. Ele sempre fazia questão de incluí-la em suas conversas e atividades familiares, tratando-a como se fosse parte da família.

Apesar de suas muitas madrastas ao longo dos anos, o Sr. era um pai amoroso e atencioso, que se esforçava para manter um bom relacionamento com . admirava profundamente a forma como ele lidava com as adversidades da vida, mantendo sempre um sorriso no rosto.

No entanto, havia um aspecto engraçado na relação entre e o pai de : seu péssimo histórico no amor. Ele sempre parecia escolher as mulheres erradas, o que resultou em uma série de relacionamentos fracassados.

Apesar disso, o Sr. via em uma qualidade especial. Ele frequentemente dizia a que gostaria que ele encontrasse alguém inteligente e amorosa como para casar. Essas palavras sempre arrancavam um sorriso de ambos, e embora fingisse não ligar, no fundo ele sabia que o pai estava certo sobre .

ouviu atentamente, seu coração se apertando ao ver a dor nos olhos de . Ela colocou uma mão gentil em seu ombro, oferecendo conforto.

"Eu entendo, ", disse ela suavemente. "É difícil lidar com isso tudo. Mas lembre-se, seu pai pode não ter sido perfeito, mas ainda é seu pai. E talvez, esse casamento seja uma oportunidade para vocês dois se aproximarem novamente."

assentiu, absorvendo as palavras de . "Você está certa. Talvez eu esteja sendo muito duro com ele. Afinal, ele ainda é meu pai e sempre foi bom comigo”

sorriu encorajadoramente. "Então, . Isso que importa”

Com as palavras reconfortantes de , sentiu um pouco do peso em seus ombros se dissipar. E, pela primeira vez em muito tempo, ele começou a vislumbrar um raio de esperança no horizonte.

Ele se virou para ela com um sorriso fraco, seus olhos azuis encontrando os dela. "Você é perfeita, . Sabe disso?"

Antes que ela pudesse responder, ele a puxou para um abraço apertado, enterrando o rosto em seu ombro. "Promete que nunca vai me deixar sozinho", ele pediu, a voz abafada.

retribuiu o abraço, acariciando seus cabelos. "Eu prometo, . Sempre estarei aqui para você."

Eles ficaram assim por um longo tempo, o silêncio preenchido apenas pelo som de suas respirações e o calor reconfortante do abraço. Quando finalmente se separaram, parecia mais calmo, embora a sombra da preocupação ainda pairasse em seus olhos.

De volta à festa, tentou se distrair, mas a lembrança do abraço de e a mensagem do pai continuavam a atormentá-lo.

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A rotina de retomou seu ritmo familiar, com as visitas ao estúdio dos garotos voltando a ser frequentes. Era como se os últimos meses de distanciamento nunca tivessem existido. Bem, quase. , em meio a brigas constantes com , encontrava em um refúgio para desabafar sobre o relacionamento conturbado. era motivo de constante frustração para ele.

Enquanto os membros da banda se preparavam para mais uma sessão de ensaio, uma tensão no ar rapidamente se tornou evidente quando e entraram na sala discutindo em voz alta. e os outros se entreolharam, preocupados com a cena que se desenrolava diante deles.

, com sua voz autoritária e exigente, estava claramente insatisfeita com algo que havia feito, ou melhor, não havia feito. Seus olhos faiscavam de raiva enquanto ela expressava sua irritação, fazendo gestos exagerados para enfatizar cada palavra.

, por sua vez, parecia tenso e irritado, respondendo às acusações de com uma defesa igualmente fervorosa. Ele gesticulava em um gesto de impotência diante da insistência de . Enquanto a discussão continuava, e os outros membros da banda trocavam olhares preocupados. Era evidente que a relação entre e estava longe de ser perfeita, e eles se sentiam desconfortáveis sendo testemunhas de mais uma dessas brigas.

O motivo parecia tão trivial aos olhos de . Era algo sobre uma escolha de restaurante para o jantar na noite anterior, mas ela sabia que havia algo mais profundo por trás daquele conflito. Era uma batalha pelo controle, uma luta pelo poder na relação.

Depois de um momento tenso de discussão, , visivelmente furiosa, decide ir embora, batendo a porta com força atrás dela. O silêncio cai sobre a sala enquanto , ainda se recuperando da briga, explica a situação para e os outros membros da banda.

Ele suspira pesadamente, explicando que as coisas entre ele e estavam complicadas há um tempo, e essa briga era apenas o último sintoma de uma relação que estava desmoronando aos poucos. e os outros assentem compreensivamente, oferecendo palavras de apoio e encorajamento.

"Bom, toda banda de sucesso precisa da sua Yoko Ono né?” brincou, tentando aliviar a tensão no ar, o que arrancou algumas risadas nervosas dos presentes.

Com a atmosfera mais leve, todos voltam ao ensaio. , querendo mudar o foco para algo mais positivo, decide mostrar uma nova música que compôs. É uma melodia romântica.

Quando questionado se a música era para , nega com a cabeça. Enquanto a música continua a ecoar na sala, se pega pensando nas palavras e na melodia.

A luz suave do estúdio de ensaio banhava o ambiente enquanto se preparava para cantar a nova música que havia composto. Ele ajustou o microfone, respirou fundo e começou a cantar, sua voz suave ecoando pela sala.

"The world would be a lonely place
Without the one that puts a smile on your face
So hold me 'til the sun burns out
I won't be lonely when I'm down"


Enquanto as palavras fluíam de seus lábios, uma mistura de emoções transparecia em sua expressão. Era como se cada nota carregasse um peso emocional, uma confissão silenciosa dos seus sentimentos mais profundos.

'Cause I've got you
to make me feel stronger
when the days are rough
and an hour seems much longer


Com cada verso, sua voz parecia crescer em intensidade, transmitindo a verdadeira essência da música. Ele fechou os olhos por um momento, deixando-se levar pela melodia e pelas letras que brotavam de seu coração.

"Looking in your eyes
Hoping they won't cry
And even if you do
I'll be in bed so close to you"


À medida que a música alcançava seu clímax, a sala parecia vibrar com a energia emocional que transmitia. Cada palavra era carregada de significado, cada nota ressoava com sinceridade e vulnerabilidade.

"Oooh and I've got you"

Ao final da música, um silêncio reverente pairou no ar, antes de ser quebrado pelo aplauso caloroso dos membros da banda e de . Era claro para todos ali que essa música não era apenas uma composição, era uma declaração de amor e apoio, uma promessa de que, não importasse o que acontecesse, eles estariam lá um para o outro.

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Algumas semanas depois…

"Dude! Eu não acredito até agora que eu vi a cantando na Tv ao vivo, sabe. Até ontem você era nossa amiguinha, que não sabia andar de bicicleta, e agora tava no VMA, sentada na mesma fileira que a Christina Aguilera, minha namorada” Exclamou animado.

"Eu ainda não dei andar de bicicleta, . E eu já disse que isso é uma insegurança minha. É feio ficar falando sobre isso” Repreendeu a garota em um tom falso de decepção

"Aliás, . Você poderia ter falado com ela né? Avisado que ela tem um namorado britânico de 18 anos chamado .” brincou e tacou uma almofada no amigo.

Os meninos estavam se referindo ao fato de ter sido convidada para cantar "The Way You Make Me Feel”, novo single dela, durante o VMA daquele ano. Foi algo surreal e inacreditável para a garota. Mas ela mandou muito bem. Essa música era um tipo de balada sentimental com uma batida melancólica. O que logo viralizou entre os apaixonados.

"Esperem, calem a boca!” entrou na sala com o rádio na mão.

"Agora, depois de muitos pedidos…” apontava para ele mesmo orgulhoso. "The Way You Make Me Feel, a música mais escutada nas últimas duas semanas!”

As the daylight fades away
And darkness takes its place
My heart wrestles with dismay
In this unending chase


A voz de saia calmamente pelos auto falantes do rádio, ela riu da animação do garoto.

"Obrigada, ! Quer um autógrafo?” Ela riu fazendo uma dancinha.

You'll never know the way you make me feel
Every beat, every breath, it's you who's so ideal

Every word left unspoken
Every dream undone
You're the one my heart has chosen
Yet my love remains unwon

You'll never know the way you make me feel
Every beat, every breath, it's you who's my appeal

I try to resist, but you're my guiding light
Even in the darkest night, you make everything right

You'll never know the way you make me feel
Every beat, every breath, your love is my only seal

Here I am, alone with this unrequited love
You'll never know, the way you make me feel, above.

"Aiai nunca canso de ouvir” Falou olhando para o rádio. "Um hino para os últimos românticos né?” Ele e começaram a dançar uma valsinha romântica esquisita.

", fico feliz que o romantismo ainda não morreu. Aliás vocês poderão conquistar muitas garotas falando que são meus amigos”

Nesse momento, interrompeu a palhaçada dos amigos, chamando para uma caminhada rápida. O convite para um passeio noturno na praça do parque próximo era um ritual antigo, que remontava aos tempos de infância. , sem hesitar, aceitou.

Ao chegarem à praça, sentou-se em um banco, imerso em seus pensamentos. se acomodou ao seu lado, e ele, sem sequer olhar para ela, anunciou:

"Terminei com a ."

"Sério?", perguntou, surpresa.

"Sim, não aguento mais. A gente não dá certo, sabe? Falta sempre algo. Ela tentou me impedir, mas eu não suporto mais ouvir a voz dela. Só quero ela longe, não quero mais namorar. Esse negócio não é pra mim", desabafou , a frustração evidente em sua voz. "Foi uma idiotice tentar algo novamente com ela”

riu, tentando aliviar a tensão. "Bom, pelo menos você não está chorando, né? A última vez que você me falou de um término, eu tive que encher um bote de tantas lágrimas que você chorou."

"...", começou, os olhos arregalados de pânico. "Merda! O casamento do meu pai!"

"E o que tem a ver?", perguntou, confusa.

"É daqui a uma semana, e eu disse que levaria uma acompanhante", explicou , aflito. "Droga, eu esqueci completamente… Ele insistiu muito nisso. Eu... Eu não tenho ninguém para levar agora."

franziu o cenho. "E o que que tem? Você já foi a vários casamentos do seu pai, não foi?”

riu sem humor. "Na verdade, não. Este é o primeiro casamento dele que eu sou grande o suficiente para entender e participar como padrinho."

arregalou os olhos, surpresa. "Sério? Mas você disse que ele já tinha se casado várias vezes."

"Sim, mas eu era muito novo para lembrar dos outros. Este é diferente. É o primeiro que eu realmente entendo o que significa, o peso que carrega.”

viu a apreensão nos olhos de e, antes que pudesse oferecer-se, ele segurou suas mãos com firmeza. ", eu sei que é pedir muito, mas... você iria comigo? Seria só um dia, e você já conhece meu pai. Ele sempre gostou muito de você."

hesitou por um momento, pensando na situação. ", eu não sei. Não quero que você se sinta pressionado a me levar só porque não tem outra opção."

apertou suas mãos com mais força, olhando nos olhos dela com sinceridade. "Não é isso. Eu quero que você vá. Você me conhece melhor do que qualquer um, e eu realmente preciso de alguém lá que me entenda e me apoie. E... eu acho que seria muito mais suportável com você ao meu lado."

sorriu, tocada pela honestidade de . "Está bem, . Eu vou com você. Será divertido."

ficou visivelmente aliviado, mas ainda parecia um pouco hesitante. "Sério, ? Você faria isso por mim?"

"Claro, . Eu adoraria ir com você", respondeu ela, tocando o braço dele gentilmente.

respirou fundo, tentando esconder a mistura de alívio e gratidão que sentia. "Você é incrível, . Obrigado."

"Qualquer coisa por um amigo", ela respondeu, embora seu coração batesse mais rápido com uma proximidade de .

Eles continuaram a caminhada, falando sobre o casamento e outras coisas, enquanto a lua iluminava o caminho à frente deles, prometendo um novo começo.

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A euforia do casamento foi brevemente interrompida por uma ligação tensa de para seu pai. Ele precisava explicar a presença de no casamento, uma tarefa que se mostrou mais complicada do que imaginava.

"Pai, preciso te contar uma coisa", começou, a voz vacilante. "Sobre minha acompanhante para o casamento..."

"Ah, sim, a ! Que bom que você a convidou, filho. Ela é uma menina adorável, sempre gostei dela", o pai de respondeu, com um entusiasmo que o pegou desprevenido.

"Na verdade, pai, não é bem assim...", tentou explicar, mas foi interrompido.

"Ah, não seja tímido, . Eu sei que vocês são amigos desde a infância, mas sempre achei que havia algo mais entre vocês. Fico feliz que finalmente tenham se acertado."

ficou sem palavras. Ele não esperava que seu pai interpretasse a presença de como um sinal de romance. Ele tentou corrigir o mal-entendido, mas seu pai continuou falando sobre como estava feliz por ele e , sobre como ela era uma ótima escolha e como mal podia esperar para vê-los juntos no casamento.

desligou o telefone, a cabeça girando com a confusão. Ele não sabia como explicar a situação para sem deixá-la desconfortável. Ele não queria que ela se sentisse pressionada a fingir ser sua namorada, mas também não queria decepcionar seu pai.

Com o coração pesado, procurou e contou o que havia acontecido. Ela ouviu em silêncio, um sorriso divertido se formando em seus lábios.

"Parece que vamos ter que improvisar um pouco, hein?", ela disse, dando um tapinha no ombro dele. "Mas não se preocupe, eu sou ótima em improvisos."

a olhou com gratidão e um toque de apreensão. "Você tem certeza de que está bem com isso? Não quero que se sinta desconfortável."

sorriu e o tranquilizou. "Relaxa, . Vai ser divertido. E quem sabe, até acabamos nos apaixonando de verdade" O garoto a encarou com uma expressão confusa.

"Não um com o outro, com pessoas diferentes bobão” Os dois riram com o pensamento.

Afinal, o que poderia dar errado em um casamento?



Continua...



Nota da autora:"Obrigada por ler tem aqui. Essa ideia estava na minha cabeça faz tempo e com os últimos shows aqui no Brasil fiquei mais inspirada ainda. Espero que tenham gostado e se quiserem apoiar essa autora que vos fala: me sigam no Instagram e no Canva.
Não esqueçam de me dizer o que acharam da fic! Beijos."



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