Finalizada em ou Última atualização: 20/02/2021

Tinker Bel

Foi assim que Rumple deu início a primeira e maior agência de investigação do mundo, segundo alguns da Continuum, a Sollarium. Fazendo acordos e recrutando primogênitos para desenvolver habilidades específicas.

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Seattle, primavera de 1938

Não é porque você tem habilidades para trabalhos pesados e consertar coisas, que também não tenha talento para dançar. Um mundo é um lugar cruel, e as pessoas sempre encontram uma forma de menosprezar nossos sonhos. Contudo, não deixaria de sonhar e um dia, se tornaria real.

— Bom dia, senhor John. — disse ao entrar em seu apartamento, para novamente consertar o encanamento do banheiro.
— Bom dia, . — ele sorriu para mim e fechou a porta — Você acredita que o cano estourou novamente? Meu banheiro está alagado.
— Vou olhar isso e já trouxe um cano novo para fazer a troca, desta vez nada de remendo e o senhor fica me devendo 50 pratas. — disse a ele com segurança.
— 50 dólares? É uma fortuna. — reclamou ele.
— Ou é isso, ou seu banheiro continua alagando de três em três dias, o senhor escolhe. — coloquei a mão na cintura, com a outra segurando minha maleta de ferramentas.

O velho John era mesmo um avarento, economizava em tudo o que podia, por isso todo sábado tinha algo em sua casa que eu deveria consertar. Segui para o banheiro e lá estava meu desafio da manhã. Coloquei a caixa de ferramentas em cima da tampa do vaso e dei início. Duas horas depois estava tudo resolvido e ele que se virasse para secar o lugar. Peguei minhas 50 pratas e saí do seu apartamento. A próxima parada era a tomada do quarto da moradora do apartamento 12 que tinha dado curto circuito.

Para muitos era estranho ver uma mulher como eu, fazendo um trabalho que somente homens tinham habilidade. Entretanto, quando se cresce somente com o seu pai e tendo que se virar sempre, acaba aprendendo muitas coisas. E fazer serviços assim no prédio onde morava não era tão difícil assim, além de me render descontos no aluguel. Minha profissão mesmo era como marceneira em uma reformadora de móveis, na qual consumia dez horas do meu dia de segunda a sexta. 

Tinha que admitir, consertar coisas quebradas era um talento nato para mim.

— Muito obrigada minha criança. — disse dona Muriel, assim que saí de seu apartamento, após consertar seu liquidificador. 

Oh, objeto bom pra dar defeito em horas erradas. Assim que voltei para meu apartamento, me deparei com o síndico me esperando no corredor.

— Boa noite, senhor Kim. — disse dando um sorriso gentil — Em que posso ajudá-lo.
— O novo morador do apartamento ao lado do seu está reclamando da tensão no chuveiro faz uma semana. — comentou ele, com um tom rude — Não a deixei ser nossa zeladora para que reclamações cheguem a mim.
— Bem, todos que deixaram bilhetes debaixo da minha porta tiveram meus consertos no dia de hoje. — aleguei a ele certa de minhas obrigações — O senhor sabe que só posso fazer reparos aqui aos sábados e domingos.
— E quanto ao chuveiro do morador do 27?! — ele cruzou os braços.

Algo que me deixava irritada.

— Ele não deixou nenhum bilhete, tenho certeza que o senhor deve ter orientado ele a fazer isso, não é? — retruquei.
— Sim, por favor, se puder, faça o conserto para mim. — ele saiu da frente da minha porta e seguiu para as escadas — E não esqueça que amanhã foi o dia em que prometeu começar a pintura do prédio.
— Eu não me esqueci senhor Kim. — assegurei a ele — Levarei o mês inteiro para terminar.

Bufei de leve e controlando a irritação, bati na porta ao lado da minha.

— Não acredito que fui repreendida por alguém que nem seguiu as regras. — sussurrei enquanto esperava, então bati novamente.
— Senhor Kim, eu já disse que… — o homem se calou ao ver que não tinha nenhum senhor Kim — Posso ajudar?
— Vim consertar seu chuveiro. — disse a ele — Posso entrar?
— O senhor Kim disse que mandaria alguém, mas não disse que era uma mulher. — comentou ele.
— Algum preconceito quanto a isso? — mantive o olhar sério para ele.
— Nenhum, só não é algo comum de se ver. — ele abriu mais a porta para que eu passasse.

Só então eu notei que ele estava sem camisa, somente trajando uma calça de moletom. Tentei não ficar olhando muito para seu abdômen à mostra e mantive a atenção em seus olhos.

— O banheiro? — perguntei.
— Por aqui. — ele foi na frente e abriu a porta para que eu entrasse.

Ao passar por ele, observei que a porta do quarto estava aberta e notei uma pessoa deitada na cama. Toda enrolada nas cobertas. Tentei não pensar muito a respeito disso e segurei o riso. Abri minha caixa de ferramentas, pedi um banco para subir e comecei minha última e inesperada tarefa de sábado. Assim que terminei, liguei o aparelho para testar se tinha consertado mesmo ou não.

— Bem… Parece que agora está tudo certo. — disse ao fechar o registro — Era um pequeno problema na resistência, mas deu pra consertar.
— Papai, estou com fome. — uma criança surgiu do nada no corredor, enrolada em uma coberta e com o olhar faminto.

Foi então que caiu a minha ficha que a pessoa que vi deitada certamente seria ela. Algo que me deixou envergonhada pelos pensamentos tortuosos que tive enquanto consertava o chuveiro.

— Pequena… — ele a pegou no colo e sorriu com ternura — Farei algo para você.

Então o homem olhou para mim.

— Obrigado por ter consertado, te devo alguma coisa? — perguntou ele.
— Não, o pagamento pelos consertos quem faz, é o senhor Kim. — assegurei a ele.

Em forma de descontos no meu aluguel é claro. Ainda acho que ele sai no lucro e eu acabo trabalhando de graça. Mas, não tenho muito o que reclamar. Ele agradeceu novamente e abriu a porta para mim.

— Boa noite moça. — disse a pequena garotinha.
— Boa noite. — sorri para ela com gentileza e olhei para seu pai — Se precisar de mais algum conserto, basta passar um bilhete embaixo da porta 28 que eu venho no sábado resolver.

Finalmente disse a ele, aquilo que certamente o senhor Kim não fez.

— Vou me lembrar disso, obrigado. — disse ele.

Me afastei de sua porta e abri a minha. Totalmente encantada com o olhar mimoso daquela criança que acabei pensando ser uma mulher na cama do vizinho. Soltei uma gargalhada boba e coloquei minha caixa de ferramentas em cima da mesa de centro. Me espreguicei um pouco e segui em direção ao banheiro, retirando minha roupa pelo caminho. Confesso que não era o poço de organização, pelo contrário a única coisa organizada em minha era, era a caixa de ferramentas vermelha que tinha herdado do meu pai. 

Domingo chegou e com ele, minha tarefa de pintar o prédio. Claro que não terminaria aquilo em um dia. Seria missão impossível para mim. Mas comecei pelo último andar, até que chegasse ao térreo e pintasse o lado externo. Cantarolando e distraída com o rolo de tinta, as paredes do quinto andar começaram a ficar mais bonitas e atrativas. Claro que antes tive que lixar a parede e retirar algumas manchas de mofo. Mas isso não me tirou a oportunidade de também dançar um pouco enquanto fingia estar em um musical. 

O prédio já não é novo.

— Que dor. — disse ao terminar o quinto andar — Acho que eu preciso de um banho quente e minha cama, mas isso aqui ficou uma obra de arte.

Logo ouvi uma risada vindo da escadaria. Olhei para a direção e a ponta de uma cabeça apareceu. Pela estatura era uma criança.

— Eu já te vi, pode ir se mostrando. — disse em voz alta.

Logo a garotinha apareceu e a reconheci de imediato.

— Olha só quem está se aventurando no quinto andar, a filho do 27. — coloquei a mão na cintura a olhando, com um sorriso no rosto.
— Sua roupa está suja. — comentou ela rindo de mim.

Voltei meu olhar para minha roupa e vi que também tinha pintinhas e algumas manchas de tinta, me fazendo rir junto.

— Você quer ficar assim como eu também? — disse levantando o pincel.

Ela balançou a cabeça negativamente, me fazendo rir mais.

— Onde está seu pai?! — perguntei, fechando a lata de tinta e seguindo até ela — Não deveria ficar aqui sozinha.
— Ele estava no banho. — disse ela.
— E você fugiu de casa com seu pai no banho? — indaguei desacreditada.
— Eu te vi passando com a tinta, fiquei curiosa. — explicou ela.
— Mocinha, como você é aventureira. — estiquei a mão para ela — Vamos voltar antes que seu pai perceba sua ausência.

Ela assentiu ao pegar em minha mão. Assim que bati na porta 27 e ela se abriu. Me deparei com o pai da criança enrolado na toalha e algumas gotas ainda escorrendo em seu corpo.

— Acho que essa mocinha te pertence. — disse ao empurrá-la para frente o mostrando o motivo de minha presença naquele instante — A encontrei no quinto andar.
— Obrigado. — ele se mostrou estático, então olhou para filha — Julie, não pode fugir assim e me deixar preocupado, eu já estava indo te procurar.
— Desculpa papai. — ela fez aquele olhar inocente para amolecer seu coração.
— Não me olhe assim. — pediu ele — Você fez muito errado mocinha.

Eu ri.

— Posso te convidar para um café? Em agradecimento? — perguntou ele.

Minha mente fundiu um pouco, porém, voltou a realidade quando olhei para minha roupa pintada.

— Seria bom, mas tenho outro compromisso. — disse dando um passo para trás — Até mocinha.

Me despedi deles e entrei em meu apartamento. Tinha sim um compromisso comigo mesmo. Com meu trabalho sugando toda a minha energia, já tinha três dias que não ensaiava. Minha meta jamais foi viver como zeladora a vida toda ou consertar coisas na oficina do Finn. Pelo contrário, era desgastante isso. 

Meu sonho real, era conseguir entrar para a companhia de dança de Seattle. E as audições para novos bailarinos seria no próximo mês, e precisava aperfeiçoar meu talento para dança. Por isso, todas as noites eu ensaiava no terraço do prédio, longe dos olhares curiosos dos moradores e no lugar mais inspirador da cidade. A vista era incrível e tinha o espaço todo somente para mim.

Os dias se passaram e mais algumas vezes, a doce e esperta Julie fugiu de seu apartamento para me vigiar em minhas tarefas no prédio. Até que uma noite, ela me observou dançando no terraço. A fiz jurar que não contaria a ninguém, menos ainda seu pai. Em troca, a pequena mercenária me fez prometer que jantaria em sua casa. Já que todas as vezes, eu recusava o convite de agradecimento do seu pai.

— Mais uma vez Julie?! — disse seu pai, admirado com as peripécias da filha.
— Mas agora, ela não vai mais fugir não é?! — olhei sério para ela.
— Não. — confirmou a garotinha.
— E a que se deve isso? — perguntou ele, curioso.
— Ela me fez prometer que jantaria com vocês. — respondi.

Ele riu baixo.

— Julie, não se pode barganhar com as pessoas. — ele a repreendeu com carinho.

O gesto me lembrou meu pai e as muitas vezes que ele me deu conselhos e repreensões por fazer coisas erradas. Tinha saudades dele e da nossa amizade.

— Bem, então acho que deve entrar, pois o jantar está quase pronto. — disse ele.
— Ok! — assenti entrando pela segunda vez naquele apartamento — Como está seu chuveiro, deu mais algum problema?
— Não, ele está em perfeitas condições. — respondeu ao assentar a filha na cadeira próximo a mesa de jantar e seguir em direção ao fogão.
— Que bom. — me mantive de pé o observando.
— Eu a vi na oficina na semana passada, não imaginei que trabalhasse lá também. — comentou ele.
— Bem, é o que paga as minhas contas. — afirmei.
— Compreendo. — ele riu.
— E você? Como paga as contas? — perguntei num tom de brincadeira.
— Trabalho no orfanato Miral. — respondeu.
— Ah… Aquele que pertence a Continuum?! — perguntei para confirmar.
— Como conhece a Continuum? — ele desligou a trempe do fogão e me olhou curioso.
— Meu primo tem amizades com alguns deles. — expliquei a ele — Soube que trocaram o diretor do orfanato Miral, por desvios financeiros.
— Sim, infelizmente. — afirmou.
— E agora quem está lá é o senhor Fletcher, não é?! Nunca ouvi falar, mas dizem que as crianças estão sendo bem tratadas agora. — comentei.
— Fletcher é o papai. — contou Julie.

Voltei meu olhar da criança para ele.

— Você?! — isso eu não esperava.
— Porque o espanto?! — ele riu — Por eu morar em um prédio como este, ou por não parecer ser diretor de um orfanato?
— Bem, acho que estamos empatados. — eu ri de leve — Você também não achou que eu tinha cara de zeladora.

Meu argumento era fraco, mas ainda valia. Ele riu juntamente com a filha.

— Imagino que não seja fácil limpar a bagunça dos outros. — comentei.
— Não. — ele pegou a alça da panela e a colocou na mesa — Mas aos poucos tudo vai se ajeitando.

Assenti com a face. O jantar estava mesmo gostoso e admirável um homem saber cozinhar. Mas levando o fato dele ter uma filha, era de se esperar que soubesse. A parte mais intrigante para mim, foi os olhares constantes dele em minha direção. Fiz questão de ajudar com a louça suja e pouco antes de ir embora, nossa pequena Julie caiu no sono no sofá. Eu disse “nossa”?

— A propósito, ainda não sei seu nome. — disse ao sair pela porta — Apenas que é o Fletcher do orfanato.
— Eu também não sei o sei. — ele sorriu de canto — E a considerar esta informação, acho que estou em desvantagem, zeladora.
Lins. — disse a ele — A seu dispor.

Brinquei.

Fletcher. — continuou ele.
— Boa noite, , agradeço pelo jantar. — dei um sorriso leve.
— Boa noite, , agradeço pela presença.

Assim, entrei em meu apartamento com o coração pulsando mais forte. 

A partir daquela noite, devo dizer que a aproximação com Fletcher e sua filha foi maior. Era difícil não me aproximar da pequena sempre que a via, e menos ainda impedi-la de fugir de casa e assistir meus treinos no terraço. 

— Olha, a zeladora também sabe dançar. — a voz de soou no terraço, me fazendo parar meu movimento.
— Você… — sussurrei, retomando o fôlego — O que faz aqui?
— Fiquei curioso para saber o motivo da minha filha fugir todos os dias no mesmo horário e voltar com você. — ele riu, voltando o olhar para Julie, sentada no chão perto da minha bolsa.
— Ela também dança papai. — comentou Julie, ao se levantar. 
— Sim querida. — ele voltou a me olhar — Me desculpe se atrapalhei.
— Não, está tudo bem. — caminhei até minha bolsa e a peguei — Já estava voltando para casa.
— Estou curioso. — comentou ele — Aquilo era algum tipo de coreografia?
— Sim, ambiciono entrar em uma companhia de dança. — contei meus sonhos escondidos.
— Desejo sorte, você dança muito bem. — elogiou.
— Agradeço. — mantive o olhar nele.
— Papai, estou com fome. — disse Julie.
— Comilona, você sempre está com fome. — brincou ele, começando a fazer cócegas nela. 

Eu ri de ambos. Voltamos juntos para nosso andar. No caminho, me convidou para o jantar, porém ao chegar em nosso corredor, tive que recusar. Uma surpresa me aguardava em minha porta. 

— Rumpel! O que faz aqui? — perguntei assim que reconheci seu rosto e a risada esquisita.
— Olá priminha. — ele abriu um largo sorriso — Tem um tempo para a família?
— Rumpelstiltskin?! — disse — Ele é seu primo?
— Fletcher, você por aqui. — meu primo o reconheceu.
— Vocês se conhecem? — agora eu estava curiosa.
— Graças a Continuum. — contou .

Eu me despedi do vizinho e entrei no apartamento com meu primo. Era intrigante vê-lo depois de anos. Rumpel tinha saído de casa há 9 anos e apenas tinha notícias dele através de cartas. Meus tios ficaram angustiados com sua partida, mas assim como eu, ele não desejava ser filho de soldador para sempre, além de herdar o ofício do pai. Meu primo era inteligente e tinha um rápido raciocínio para criar argumentos para tudo. Tinha o dom de ser um homem de negócios como de fato se tornou.

— A última notícia que tive de você, era que estava no Cairo. — comentei — Fiquei curiosa para saber que negócios teve no Egito.
— Depois que saí de casa e passei a trabalhar para o senhor Pan, conheci muitas pessoas e pude viajar para muitos lugares. — contou ele se sentando no sofá — Mas não posso contar muita coisa, sabe disso.
— Sim, eu sei. — olhei para ele desconfiada — E o que o trás em Seattle?
— Vou patrocinar a próxima tour da companhia de dança da cidade. — contou.
— Não brinca. — caminhei até a cozinha para nós preparar um chá.
— Nunca falei tão sério. — ele riu — Por que brincaria?
— Então…

Aquela poderia ser a luz no final do túnel para mim? Somente poderia fazer audição com uma carta de recomendação de alguma escola de dança. Eu era autodidata, nunca tinha feito aulas com ninguém. Jamais conseguiria uma carta de recomendação em tão pouco tempo.

— Então? — seu olhar ficou desconfiado.
— Você não quer fazer uma boa ação para a família? — perguntei.
— O que você quer? — perguntou.
— Me apresentar na audição. — disse — Não precisa me garantir nenhuma vaga, eu só quero ter a chance de mostrar que sei fazer.
— Quer dançar em uma companhia? — ele ficou impressionado.
— Sim.
— Bem, nunca imaginei que gostasse de dançar. — ele coçou a cabeça.
— E o que mais gosto de fazer. — admiti com um olhar brilhoso — Me ajuda?
— Bem, podemos fazer um acordo. — sugeriu ele.
— Seu mercenário, sou da família, quer me cobrar algo? — o olhei indignada.
— Família é família, mas negócios à parte, as pessoas podem achar que estou comprando sua participação por ser minha prima. — alegou ele.

Que argumento horrível.

— Não precisam dizer que sou sua prima. — argumentei.
— E pegar ou largar. — disse ele.
— Mercenário. — resmunguei — Aceito, ou que vou te dever?
— O que eu quero, não possui no momento, então, depois lhe cobrarei.

Suspirei fraco e servi o nosso chá. Por mais que fosse estranho, deveria ser meu primo. Só de saber que teria a oportunidade de finalmente me apresentar a uma companhia de dança. Era o primeiro passo para realizar meu sonho! 

Tudo foi se encaixando aos poucos em minha vida. Passei na audição e participei da tour pelo país financiada por Rumpel. Considerada a melhor dançarina da companhia, fui contando minhas conquistas para Julie através de cartas. Quando finalmente voltei a Seattle pouco depois que a guerra começou. Tive a triste notícia do alistamento do seu pai. Com isso, me ofereci para cuidar da pequena neste meio tempo. 

--

O coração se manteve apertado. O nome de estava na lista dos soldados que regressaram da guerra. Entretanto, até o momento, ele não tinha voltado para casa, o que deixava Julie ainda mais apreensiva. E eu também. Nós 5 anos de guerra, mantivemos contato através de cartas com ele. Torcendo para que nenhum mal lhe acontecesse. 

Noite de sexta-feira, levei Julie para o terraço e comecei a lhe ensinar alguns movimentos básicos do ballet. Em um giro, paralisei meu corpo ao ver diante de mim. Vestido com a farda militar em silêncio nos observando.

— Papai! — gritou Julie ao correr em sua direção.
— Minha pequena. — ele a pegou no colo, lhe abraçando apertado — Que saudade.
— Eu também. — afirmou ela.
— Obrigado. — disse ele, colocando—a no chão e vindo em minha direção.
— Foi um prazer…

Nem mesmo terminei a frase e fui surpreendida por um beijo intenso e desesperado partindo dele.

— Cuidar da sua filha. — finalmente terminei a frase, retomando o fôlego.
— Desculpe, mas o tempo que estive serviço me fez pensar muito em minha filha e em você. — declarou ele — Me fez pensar no quanto a vida é curta e eu existe uma coisa que quero que conserte para mim.
— O que?! — perguntei confusa.
— Nossa família foi quebrada após Julie nascer… — ele retirou uma caixinha do bolso — Gostaria que a consertasse… Me daria a honra de se casar comigo?

Ele abriu a caixinha, mostrando um anel de noivado. Singelo e bonito. Fazendo meu coração acelerar.

— Vou adorar fazer esse conserto. — brinquei ao aceitar.

Julie comentou ao ver mais um beijo entre nós dois. Estava feliz por saber que mesmo não tendo certezas do futuro, eu teria e Julie em meu presente. Juntamente com meus novos sonhos.

 

Voe para quem você é,
Suba pela sua estrela,
Você acredita que encontrará suas asas,
Voe,
Para o seu coração.
- Fly To Your Heart / Tinker Bell

 

Continuum: Um destino, várias histórias.” - by: Pâms




FIM...



Nota da autora:
E aqui estamos nós novamente em outro especial me perdendo de novo! Espero que tenham gostado e convido todos a acompanha as novidades pelas minhas redes sociais de autora: facebook, instagram e grupo do whatsapp.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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