Enviada em: 15/07/2020

Capítulo Único

O dia estava lindo, o sol estava em seu ápice, mas não muito quente, agradável para um casamento. A igreja estava perfeitamente decorada, e já bastante cheia com os convidados importantes. Quantos? Muitos, certamente mais do que se podia contar. Estavam ansiosos e, em sua maioria, eram parte da alta sociedade de Nova York. Pessoas importantes, políticos, diplomatas e até alguns membros das famílias reais que ainda existiam na cidade. As duas famílias que se uniriam eram extremamente bem quitas e tradicionais, então o casamento estava muito bem frequentado. E, bom, todos estavam absurdamente animados para a cerimônia tão bonita e tão importante que aconteceria em breve.
A decoração estava perfeita e essa fora exigentemente planejada com supervisão da mãe do noivo. A música que alegrava o local, era tocada por uma banda bastante requisitada, e fora selecionada de maneira criteriosa. As flores, impecáveis, escolhidas pela mãe da noiva.
As famílias dos noivos? Uma pilha de nervos, orgulhosos e ansiosos para que tudo saísse perfeitamente.
E os noivos?
Ah, os noivos...
Um tanto quanto... Singulares.
null null era a mais velha de três irmãs. A primeira a se casar. O orgulho de seus pais – um casal de diplomatas, talvez os mais importantes da cidade.
Ela era a filha perfeita. Formada, estudiosa, determinada e bastante decidida.
Nunca tinha pisado fora da linha. Nunca tinha saído nos tablóides. Nunca tinha participado de um escândalo qualquer – diferente de suas irmãs.
Queridinha da América, era como a chamavam na cidade.
Estava prestes a se casar com o amor de sua vida: null null.
E, sim, ela estava ansiosa. E ele também. Mas, não pelos motivos tradicionais.
null null era filho único. Seu pai, um político poderoso, vice-prefeito da cidade, e sua mãe, uma mulher da alta sociedade. Também nunca causou problemas, mas não era porque se mantinha na linha, e sim porque tomava cuidado. Formado, ele também era estudioso e determinado.
Completa e totalmente apaixonado por null desde a sua adolescência.
Mas, então, qual era o problema? O que afligia os dois? Por que nenhum deles estava feliz com aquela cerimônia? Se casar com o amor de sua vida deveria ser um motivo de felicidade, não?
Será mesmo?
O casamento fora idealizado por um ano, a união dos dois foi devidamente negociada e conversada, planos foram feitos e estava tudo programado para ser perfeito. Tudo nos conformes, exceto por um pequeno detalhe, que talvez você já tenha percebido.
Os planejadores eram os pais dos noivos, e não eles mesmos.
null não queria se casar, nunca quis. Ela queria viver a vida, viajar e conhecer o mundo. Explorar, se aventurar e conhecer culturas diferentes. E null queria estar com ela durante tudo isso. Nenhum dos dois estava feliz com os planos feitos para eles, justamente porque não foram feitos por eles.
null havia sugerido a null que eles confrontassem suas famílias e dissessem que sim, queriam e iriam ficar juntos, mas não daquela maneira, não daquele jeito, não como seus pais queriam, e sim como eles mesmos queriam. Mas, como null era a filha perfeita e nunca tinha ido contra a palavra de seus pais, ela não acreditava ter a coragem de dizer isso a eles.
Até aquele momento.
null encarou o seu reflexo no espelho, usando o vestido feito especialmente para ela por uma das maiores grifes de Nova York e, ah, claro, escolhido por sua mãe. Seus cabelos estavam presos no alto, com algumas mechas soltas, e o penteado era finalizado por uma bela e pomposa tiara, cedida por sua avó. A maquiagem estava perfeita, sua pele parecia uma pintura de tão bem-acabada.
Estava linda, como sempre fora.
Mas, sentia que seu peito estava prestes a explodir. Aquele vestido a estava sufocando – e ela sabia que não era porque estava apertado. A coroa de sua avó pesava em sua cabeça e a maquiagem não condizia com ela mesma.
null respirou fundo, seus olhos marejando enquanto se encarava.
Por Deus, ela não queria aquilo.
Olhou ao redor, constatando que estava apenas na presença de suas irmãs e sua melhor amiga, além de duas funcionárias contratadas para ajudá-la a se preparar.
– Eu não quero fazer isso... – null ouviu sua própria voz dizer, finalmente.
Imediatamente suas irmãs e a melhor amiga olharam para ela como se null fosse um ser fosforescente e roxo que tinha três cabeças.
– Você não pode estar falando sério – Elisa exclamou, enquanto Alana, a mais nova, espantava as duas funcionárias, dizendo que sua irmã estava só nervosa e que em breve estaria pronta.
null... - null disse o nome da amiga, se aproximando – O que tá passando pela sua cabeça? - Questionou, mesmo, no fundo, já sabendo a resposta.
– Ela bateu a cabeça, só pode! – Alana respondeu antes mesmo que a noiva pudesse dizer algo.
– Eu não quero me casar! – Ela soltou de uma vez, deixando os braços caírem ao lado de seu corpo, andando em direção a um sofá que tinha no quarto em que estavam.
As irmãs se entreolharam, e null suspirou, indo se sentar ao lado da amiga.
null, você tem que se casar! – Alana exclamou e a noiva balançou a cabeça em negação – Quer dizer, você é a queridinha! A mais certinha de nós três, o pai e a mãe vão ter um ataque do coração!
– Claro que ela vai se casar – Elisa disse, certa daquilo, olhando em dúvida para a irmã mais velha – Não vai?
null olhou para as três, mordiscando seu lábio internamente, deixando claro que não tinha tanta certeza.
– Pelo amor de Deus! – Alana soltou uma risada nervosa, levando as mãos à boca.
– Eu não posso fazer isso, eu não quero fazer isso... – ela explicou – Papai e mamãe planejaram tudo, não eu! Eu nunca quis me casar! – disse de uma vez, gesticulando com as mãos.
– Mas e o null? Você o ama... – Elisa franziu o cenho – Eu sempre soube que você não queria se casar, você sempre deixou claro pra gente – indicou ela mesma, a irmã mais nova e também null – Mas ele...
null também não quer – null respondeu de uma vez – Por ele, teríamos confrontado nossos pais desde o início, e nada disso aqui estaria acontecendo – Ela suspirou, e se levantou, nervosa, começando a andar de um lado para o outro enquanto pensava.
– Meu Deus – Alana riu mais uma vez, ainda descrente – E eu jurava que quem fugiria no altar seria eu!
– Ela não falou nada sobre fugir – Elisa disse, lançando um olhar a Alana e depois a null, que parou no lugar e encarou as três – Você não tá pensando em fugir, tá?!
null tocou seu braço com a mão e coçou sua pele, meio nervosa e ansiosa.
– O que eu faço?! – Questionou olhando para as três, como se a resposta não precisasse vir de si mesma.
null... – null se levantou e foi até a amiga, segurando a mão dela – Você sabe o que tem que fazer.
– O quê? – Alana questionou, se aproximando junto com Elisa.
– Ela precisa falar com nossos pais, oras! – A irmã do meio respondeu como se fosse óbvio.
– O quê? Não! – null abanou o ar – null precisa falar com o null!
– É, faz sentido – Alana fez uma cara sabida, enquanto a noiva dava as costas as três e se aproximava do espelho novamente – Você... Quer que eu chame ele?!
– Ainda acho que falar com o pai e a mãe antes seria mais inteligente... – Elisa opinou mais uma vez.
null encarou seu reflexo, sem responder nenhuma delas de imediato. Ela respirou fundo, um pequeno sorrisinho brotando em seus lábios enquanto sentia, pela primeira vez em sua vida, um tipo de coragem diferente, forte o suficiente para fazê-la tomar aquela decisão.
A queridinha da América não se casaria.
null iria, pela primeira vez, confrontar seus pais e decidir o seu próprio destino.
– Eu preciso falar com o null – Ela decidiu, segurando as laterais de seu vestido para que pudesse andar mais rápido, já indo em direção a porta.
– Espera, pelo amor de Deus! – Elisa exclamou, preocupada, correndo atrás da irmã.
– Não espera não! – Alana riu, indo junto, assim como null – Você vai realmente fazer isso?! – Questionou com os olhos brilhando, nem acreditando que sua irmã mais velha realmente faria aquilo.
null apenas sorria, em silêncio, e estendeu a mão para sua melhor amiga, que a pegou e a apertou, com um sorriso corajoso nos lábios.
– Amiga, eu acho que é melhor uma de nós chamar ele e vocês conversarem aqui – null disse calmamente – Não vai pegar bem se virem a noiva andando pelos corredores... – Deu uma risadinha marota.
null tem razão – Elisa concordou, cruzando os braços, mantendo a calma, algo que Alana não conseguia fazer, já que dava pulinhos nervosos sem parar.
– Eu vou! – A mais nova decidiu, e null foi mais rápida, segurando a maçaneta.
Eu vou – Girou para abrir a porta.
– Vai onde? – A voz de null se fez ouvir, e null arregalou os olhos.
Alana deu um pulo animado e riu, levando a mão a boca, ansiosa, sem acreditar que aquilo ia realmente acontecer. Elisa, por sua vez, balançou a cabeça em negação, achando tudo uma loucura. E null apenas sorriu ao ver os dois. Ela sabia bem o que null tinha ido fazer ali.
– Precisamos conversar – null disse a null, que a encarava completamente atônito e apaixonado.
Ele não queria se casar, mas aquilo não tornava menos fascinante a imagem da mulher que amava em sua frente vestida de noiva.
Elisa revirou os olhos ao ver a troca de olhar apaixonada entre os dois, e puxou null para dentro, fechando a porta.
– Pelo amor de Deus, essa não é uma conversa que vocês podem ter no corredor! – Exclamou, cruzando os braços.
Só então null olhou para Elisa, e depois para Alana e null, antes de olhar para null.
E null entendeu, sem ela precisar falar nada. Porque ele mesmo tinha decidido o mesmo.
– Eu quero fugir – null disse de uma vez, olhando para o noivo.
– Eu não quero me casar – Ele declarou ao mesmo tempo que ela.
Os dois arregalaram os olhos.
Você quer o quê?null riu meio extasiado, os olhos brilhando enquanto null se aproximava dele.
– Eu não quero casar, eu quero fugir com você – Ela explicou, segurando a mão de null e entrelaçando seus dedos nos dele.
Logo em seguida null riu, um tanto quanto aliviada por falar aquilo, sendo atentamente observada por null, que a encarava apaixonado.
– VOCÊ QUER O QUÊ? – Elisa e Alana falaram ao mesmo tempo.
null, fugir? Pelo amor de Deus! – Elisa questionou incrédula.
– Meu Deus, eu achei que você fosse só conversar com nossos pais! – Alana riu, apertando a mão de null com força enquanto dava mais um pulinho animada.
– Eu apoio – null riu dando de ombros – E ajudo na fuga, aliás – Piscou para os dois, fazendo null rir e null sorrir agradecido.
– Vamos mesmo fazer isso?! – Ele questionou, tocando o rosto dela – Você tá perfeita, aliás...
null abriu um sorriso doce e levou a outra mão até a dele que tocava seu rosto em um carinho leve.
– Você também – Ela elogiou e ele riu, balançando a cabeça.
– O quê, isso aqui? – Se referiu a sua roupa – Você me vê de terno quase todo dia... Mas você de noiva? – Estalou os lábios, aproximando o rosto do dela para falar em seu ouvido – Me faz quase querer casar só pra poder tirar esse vestido depois...
null deu uma risadinha.
– Você pode tirar ele de qualquer jeito...
As três ali presentes observavam a cena. Era sempre um espetáculo vê-los juntos, o amor que os unia era quase palpável. null olhava para null como se ela fosse a pessoa mais interessante e fascinante do mundo, e null olhava para null como se ele fosse o homem mais bonito e apaixonante do mundo. E, bom, para eles, era verdade.
Elisa revirou os olhos e pigarreou alto, levando um tapinha leve de Alana em resposta, que fez null rir.
null ainda tinha um sorriso malicioso no rosto quando se afastou de null e parou ao lado dela, sem separar suas mãos, os dois se virando para as três.
– Nós vamos fugir – Ele disse, e null abriu um sorriso animado e ansioso.
– Vocês são malucos – Elisa disse, parecendo ser a única consciente dali. Na visão dela, é claro.
– Eu preparo o carro! – null disse animada, e null imediatamente jogou a chave de seu carro para ela.
– Eu vou é preparar o papai e a mamãe pra isso – Alana disse, risonha - Meu Deus, eu tô muito animada por vocês! – se aproximou do casal e deu um beijo e um abraço em cada um – Finalmente você tá me dando um exemplo que eu quero seguir, maninha – brincou, já que null era a mais centrada das três.
– Fico feliz, antes tarde do que nunca – null riu, segurando a mão da irmã – Te amo, se cuida!
– Sempre me cuido – Ela piscou e sorriu animada antes de sair do quarto.
– Posso saber pelo menos qual o plano de vocês dois? – Elisa questionou, se aproximando deles finalmente.
null sorriu de lado e abraçou null pela cintura e a olhando, sabendo que, meticulosa como null era, já tinha pensado naquilo.
– Vamos seguir com o destino planejado pra lua de mel, e depois... – Olhou para null com os olhos brilhando – Seguimos pra onde der vontade.
Elisa respirou fundo, preocupada, mas por fim, acabou abrindo um sorriso.
– Você pirou de vez – ela riu, se aproximando da irmã para abraçá-la – Mas, fica tranquila, você já livrou eu e Alana de tanta coisa, a gente se vira com o pai e a mãe – garantiu, a abraçando apertado novamente, fazendo o mesmo com null em seguida – E você, como vai lidar com o vice-prefeito?!
null deu de ombros.
– Como sempre lidei, dou meu jeito – Sorriu ladino – Valeu pela ajuda – Ele agradeceu e Elisa sorriu.
– Se cuidem e mandem notícias – Pediu aos dois, dando um último abraço neles, abrindo a porta em seguida, ao mesmo tempo que o melhor amigo de null entrava.
– Opa, oi Elisa – Ele sorriu pomposo e ela retribuiu, logo se afastando pelo corredor. null entrou por completo e fechou a porta – Cara?! – questionou, olhando confuso para os dois – Você falou que dava notícias, achei até que já tinham ido embora – Ele riu – Você tá linda, null, uma noiva em fuga perfeita – brincou, fazendo os dois rirem.
– Obrigada, null – null agradeceu, e olhou para null, que ainda estava quieta, e agora, com os olhos fixos em null, que pareceu só então perceber a presença dela ali.
Ah, esses dois...
– Olá – null – acenou meio sem jeito, com um sorriso pequeno, que teve um grande efeito em null.
null – Ele a cumprimentou, pegando a mão dela de maneira exagerada para depositar um beijo, e os dois pareceram esquecer que não estavam sozinhos pela maneira intensa com que se olhavam.
null pigarreou.
– Sabe, null precisa de ajuda pra pegar o carro – null voltou a falar e null se virou, olhando para ele brevemente antes de olhar em questionamento para null.
– É... Não seria ruim – Ela deu de ombros, mesmo sabendo que não era necessário.
– Certo, uma missão importante – null ajeitou seu terno se preparando, fazendo graça – Vou pegar sua mala, null... Onde tá? – Perguntou, olhando ao redor.
– Na limousine que mamãe alugou pra nos levar embora – revirou os olhos – Não sei como vai conseguir pegar...
– Dou meu jeito, e null me ajuda – Sorriu certo daquilo.
– Sim, eu ajudo – Ela concordou, e então os dois se aproximaram de seus melhores amigos – null... – null passou os braços pelo corpo da amiga, a abraçando apertado, logo sendo retribuída – Nem acredito que você realmente criou coragem pra isso – Ela riu baixo, se afastando com os olhos marejados – Mas eu tô realmente orgulhosa de você – deixou claro – Você viveu tanto tempo pelas regras dos seus pais, merece viver do seu jeito e tomar as próprias decisões.
– Antes tarde do que nunca, não é o que você sempre fala? – null riu, os olhos também marejados – Obrigada, por tudo – Apertou a mão dela – Você vai ficar bem, né?
– Não se preocupa comigo – Sorriu doce – Além do mais, sempre posso contar com suas irmãs e com esse pateta aqui do lado – Indicou null com a cabeça e null riu, a abraçando mais uma vez antes de se afastar.
– Tô orgulhoso de você – null disse a null, arrumando a gravata do amigo como se fosse necessário – Vê se manda notícias e cartão postal e essas coisas todas – Riu exagerado.
– Relaxa, cara, tenho fé que em breve você e null se juntarão a nós dois nessa viagem – Disse certo daquilo, abrindo um sorriso sugestivo.
– Um dos meus planos talvez seja conquistar ela – Sorriu olhando de canto de olho para a morena, enquanto ela se despedia da melhor amiga.
– Não vai ser trabalhoso – null garantiu, abraçando null e dando tapinhas nas costas dele – Valeu, amo você, null.
– Eu também, cara, eu também – Ele sorriu ao se afastar – null, cuida do meu amigo – Pediu, indo abraçar a noiva (ou seria ex noiva?).
– Já faço isso muito bem – Ela brincou, dando um beijo na bochecha de null – Ela tá tão na sua – Cochichou no ouvido dele, fazendo ele a olhar surpreso e com os olhos brilhando – Eu não disse nada...
Ele riu, coçando a nuca, entendendo bem a atitude de null. Certamente ele não deixaria null escapar.
– Olha, null... – null até tentou pensar em um discurso, mas nada lhe veio à mente, então ela só abraçou null – Se cuidem, por favor, e se divirtam, muito, porque vocês merecem.
– Vamos fazer isso – Ele garantiu, a abraçando de volta, dando um beijo na bochecha dela – E você, cuida dele – Pediu se referindo a seu melhor amigo.
null franziu o cenho levemente, fingindo que não sabia do que ele estava falando, mas acabou por dar de ombros e rir, concordando.
– Pode deixar – Ela sorriu, se aproximando de null – Vemos vocês na porta da igreja, então?
null e null novamente deram as mãos, se entreolhando.
– Sim – Responderam juntos, sorrindo um para o outro.
Certamente aquele não era o sim que pensaram que diriam naquele dia.
Aquele casamento não iria acontecer.
E null e null se certificariam daquilo.
null e null sorriram e saíram juntos do quarto, deixando o casal ali. Eles se entreolharam, os dois abrindo sorrisos bonitos e apaixonados.
– Somos malucos? – null questionou, passando os braços ao redor do pescoço de null, enquanto ele a envolvia pela cintura com um dos braços, e levava a mão até o pescoço dela.
– Um pouco, mas nunca fomos realmente normais – Ele riu, a olhando nos olhos – Pronta? Nossa vida vai mudar completamente, sabe disso... Principalmente a sua.
null respirou fundo, e balançou a cabeça em confirmação.
– Mais do que pronta – Confirmou, roçando o nariz no dele, dando um selinho em null – Acho que sempre estive, na verdade.
null sorriu abertamente ao ouvir aquilo.
– Então, null null, queridinha da América... – Ele se afastou, segurando na mão dela – Você aceita fugir comigo?
null riu, balançando a cabeça em confirmação.
– Sim – Respondeu sem titubear – E você... – franziu o nariz e o cenho, sem saber bem como chamá-lo – null null, príncipe do... – torceu a boca, fazendo ele rir.
– Só null tá bom, anjo...
– Certo, então, eu vou de novo – Ela pigarreou, ajeitando a postura e enchendo o peito de ar – E você, null null, aceita fugir comigo?
null riu e a abraçou pela cintura, balançando a cabeça em confirmação.
– Sim, com certeza, sim – Declarou, beijando os lábios dela brevemente – Vamos?
– Vamos.
Os dois sorriram cúmplices antes de, finalmente, abrir a porta e rumar para fora do quarto.
Obviamente receberam muitos olhares enquanto andavam juntos, lado a lado.
Como podia o noivo e a noiva estarem juntos antes da cerimônia ocorrer? Ver a noiva dava má sorte, não?! Eles estragariam tudo! Por Deus!
Mal sabiam eles que um era o amuleto de sorte do outro.
O casal ignorou todo e qualquer comentário, muito envolvidos pelo momento e pela adrenalina de estar fazendo aquilo. Seguiram para fora do hotel, e atravessaram a rua em direção a igreja, juntos, já vendo o carro de null estacionado ali na frente.
null e null os esperavam próximos ao carro, e era possível ver Elisa e Alana conversando com os pais delas, tentando mantê-los distraídos. A igreja estava cheia, a rua lotada e os fotógrafos estavam por toda a parte. E não demorou para que os dois fossem vistos.
Os flashes foram instantâneos, assim como os burburinhos e perguntas e comentários que era impossível não ouvir.
A voz da mãe de null gritando seu nome se sobressaiu, assim como a da mãe de null, chamando pelo filho de maneira irritantemente alta. O vice-prefeito e o diplomata também gritavam, sem entender o que estava acontecendo e, aos poucos, os convidados foram saindo da igreja.
null e null finalmente chegaram até o carro, e sorriram um para o outro. Ele abriu a porta para ela, sobre o olhar desesperado dos pais dos dois.
E null sabia que eles ficariam bem. Talvez não quisessem falar com ela durante um tempo, mas ficariam bem. As coisas sempre se ajeitavam, não seria diferente daquela vez.
Sobre as indagações dos fotógrafos, os gritos de seus familiares, exclamações surpresas e incrédulas dos convidados, e incentivos vindos até de Elisa, juntamente com Alana, null e null, o casal entrou no carro.
Trocaram um olhar apaixonado e caíram na risada, antes de unir suas bocas em um beijo intenso.
Os comentários de todos e as reações da mídia, a fúria que seus pais ficariam, bom... Nada os assustava. Não mais.
Ambos viveram às sombras de suas famílias, a vida inteira. Aquilo estava prestes a mudar.
null e null tinham tudo o que precisavam para ser felizes. E realmente seriam, agora às suas regras e à sua maneira.
Para o resto de suas vidas.

It's you and me
There's nothing like this
Miss Americana and The Heartbreak Prince
We're so sad, we paint the town blue
Voted most likely to run away
With you


FIM



Nota da autora: Depois de seis meses sem escrever um parágrafo, essa fim foi escrita em poucas horas. Sério. Eu tô impressionada e muito orgulhosa de mim mesma, porque o período de bloqueio por aqui tava pesado, viu?
Enfim, minha leitura pra essa música provavelmente surpreenda muita gente, porque é bem diferente do que geral imagina, né? E, espero muito que tenham gostado e entendido a motivação dos dois para fazer o que fizeram!
Ansiosa pra ler os feedbacks de vocês!
Um beijo, e até a próxima!


   

   

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Finalizadas:
Above It All [Atores - Finalizadas - Chris Evans]
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02. Halo [Ficstape Beyonce - I Am… Sasha Fierce]
02. Payphone [Ficstape Maroon 5 - Overexposed]
02. Revenge [Ficstape Pink - Beautiful Trauma]
02. Tell Me You Love Me [Ficstape Demi Lovato - Tell Me You Love Me]
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06. Feel It [Ficstape Magic Mike XXL]
07. Don’t Throw It Away [Ficstape Jonas Brothers - Hapiness Begins]
07. Hot as Ice [Ficstape Britney Spears - The Essential - Restrita - Trilogia: Parte I de III]
08. Love Her [Ficstape Jonas Brothers - Hapiness Begins]
08. Stay [Ficstape Miley Cyrus - Can’t Be Tamed]
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