Última atualização: 20/01/2018

Miracles

보이지 않는 널 찾으려고 애쓰다
Eu olho com saudade, para você que não posso ver
들리지 않는 널 들으려 애쓰다
Eu escuto cuidadosamente, você que não posso escutar

Eu gostaria de dizer que esta é uma história de natal feliz, mas não posso, apesar de não poder contar como ela termina, esta história representa toda a minha vida, ou pelo menos a parte mais importante dela.

De todas as datas festivas a que eu menos gostava, ou melhor a que eu detestava, era o Natal. Acho que minha repulsa por esta data em particular, era relacionada com muitas frustrações e tristezas que sempre aconteciam neste período. O que eram luzes e sentimentos bons para muitos, a mim sempre me fazia sentir mal.

Mas foi neste período natalino que tive minha última oportunidade para salvar meu casamento. Antes de contar como foi, eu deveria me apresentar. Primeiro, meu nome é , mas meus amigos me chamam de . Eu tenho 29 anos e sou casado com uma linda paisagista chamada , ela havia feito faculdade de Logística até que resolveu trocar de profissão, uma mulher talentosa e criativa. Trabalho em uma empresa de informática como engenheiro de software.

Minha , eu a chamava assim até o nosso casamento, acho que as coisas começaram a desandar depois disso, não por culpa dela. Era eu. O problema era eu e meu mau—humor. Como eu a via como um ponto de apoio, eu descontava toda minha frustração nela e em nosso casamento. Ainda não acredito que uma mulher tão maravilhosa, havia se casado com um idiota como eu.

O dia em que meu mundo caiu foi por ironia, dia 24 de Dezembro, aconteceu há dois anos. Nós havíamos brigado, as brigas eram constantes. Ela passou mal e eu a levei ao hospital, eu nunca me senti tão... não há palavras para descrever. O médico havia dito que ela tinha perdido o bebê. Bebê? Iríamos ter um filho, essa era a surpresa que ela me faria na noite de Natal! Mais uma vez eu senti ódio daquela data. não olhava para mim, estava mais que magoada comigo, então veio minha queda, com seu pedido de divórcio, eu não consegui reagir a um primeiro momento, mas não queria que terminássemos assim.

Ela brigou na justiça durante um ano para que eu assinasse, até que senti que deveria fazer algo para me desculpar por todas as minhas idiotices e reconquistá—la. Finalmente eu havia me dado conta que minha doce , era a mulher que eu queria e desejava passar o resto da minha vida, ela era realmente a pessoa mais importante nesse mundo para mim.

O que eu fiz?

A coisa mais surpreendente até mesmo para mim, convidei—a para passar a semana natalina em uma casa na montanha ao norte da ilha Jeju. Era de um amigo do trabalho que estava sendo solidário ao meu sofrimento. Irônico ser justamente em uma data que mais desprezava, mas essa era a data, que mais amava no ano todo.

Então... Eu queria que ela sentisse meu arrependimento, que eu a amava e poderia transformar o pior dia em o melhor dia do ano, só por simplesmente estar ao lado dela...

 

나 밖에 몰랐 었던 이기적인 내가 yeah
Eu que era egoísta e só sabia de mim mesmo
네 맘 도 몰라 줬던 무심한 내가
Eu que era negligente e desconhecia os seus sentimentos
이렇게 도 달라 졌다는 게
Eu não consigo acreditar que eu tenha mudado assim
나 조차 믿기지 않아
O seu amor continua mexendo comigo assim.

*Flash back — Há 7 dia do seu coração*

ver.

Eu não credito que depois de tudo que ele te fez você vai voltar para a Coréia. — disse minha mãe ao telefone com um tom de indignação na voz
— Não exagera mãe. — eu ri — Você é muito dramática.
Dramática!? Eu estou ouvindo suas lamúrias desde que esse casamento começou. Sinceramente não concordo com sua decisão, adiar o divórcio agora que está quase conseguindo?
— Ele me pediu uma última chance.
Pois esta, está sendo a milionésima última chance.
— Tenho certeza que desta vez é diferente, ainda mais pela data que ele escolheu. O odeia o natal, estou curiosa.
Você quem sabe, mas se acontecer alguma coisa...
— Não vai, não se preocupe mãe, eu ficarei bem!

Desliguei o telefone, realmente estava curiosa para saber o que aquele pabo estava planejando. Iríamos passar a semana do natal juntos, justo o natal, a data de suas feridas. Era estranho para mim voltar aquele país, depois de quase um ano tentando esquecer minha história nele, eu ainda estava magoada com ele, queria entender como e porque ele havia mudado tanto.

Passei a madrugada arrumando minhas malas, natal e inverno me esperavam, mas o que eu esperava?

ver.

Eu estava ansioso por sua chegada, ela desembarcou no domingo de manhã. Nos encontramos na frente do Aeroporto Internacional de Incheon, ela estava linda tinha cortado as pontas do cabelo, passei tanto tempo sem vê—la que consegui enxergar muitos detalhes diferentes no seu modo de vestir. Seu sorriso meigo era o mesmo, seu olhar singelo não tinha mudado, ela ainda se parecia com um anjo.

Quando chegamos na cabana, levei suas malas para um dos quartos, ela permaneceu na varanda. Eu estava ansioso com aquele momento, não sabia como começaria meu plano, bem não era um plano, eu só queria reconquistá—la, só não sabia como. Eu a levei ao quarto onde ficaria, estava organizado e perfumado. Quando ela entrou, olhou um pouco em silêncio e logo vi um sorriso espontâneo em sua face, ela viu o vaso de orquídea amarela na mesa ao lado da janela, é sua flor preferida. Fiquei tão hipnotizado com aquele sorriso, ela olhou para mim e ficou séria, como se estivesse com vergonha.

— Eu vou deixar você se acomodar.
— Tudo bem. — ela se virou e caminhou até a janela

Eu saí do quarto fechando a porta, meu coração estava acelerado, eu ainda não acreditava que ela estava lá, era dia 22 e até o final da semana muita coisa aconteceria.

ver.

A cabana era um pouco ampla, me fazia lembrar minha casa na árvore de quando criança.

Eu ajeitei minhas coisas no armário e troquei de roupa, sentia meu coração pulsar mais forte, faziam seis meses que não o via. Eu fiquei surpresa com as orquídeas, não imaginava que ele se lembraria disso, acho que ficarei mais curiosa ainda por esses dias. Quando saí do quarto, o vi colocando um pequeno arbusto na sala, tentei disfarçar o riso, mas ele percebeu minha presença.

— Você está aí? — ele me olhou ainda ajoelhado no chão. — Imaginei que fosse gostar, você sempre quis uma assim quando...
— É, você nunca quis. — tentei suavizar um pouco, mas meu tom era frio, a mágoa ainda morava em meu coração.
— É. — ele se levantou e pegou em minha mão. — Eu sempre vi as coisas com meus olhos, agora quero ver como você vê.
— Você acha que assim pode mudar as coisas? Com uma simples árvore? — senti meus olhos se encherem de lágrimas, me lembrei do que tinha acontecido com o bebê.
— Você tem razão, não mudará com uma árvore. — ele ergueu a mão e limpou a primeira lágrima que caiu. — Mas eu não quero mais repetir o que fazia antes, posso não mudar o que fiz, mas quero te mostrar que posso realmente ser melhor, por isso te peço essa chance.
— E como você vai fazer isso?
— Bem. — ele sorriu de canto, aquele sorriso era novo pra mim, me fez sentir segura que suas palavras eram sinceras. — AnnyeongHaseyo, imnida. — ele se curvou em cumprimento.
— Sério? — eu fiquei sem reação.
— Claro, sua vez. — seu olhar era tão convincente.
— AnnyeongHaseyo... — eu não conseguia parar de rir, este era um lado dele que me surpreendia, a forma espontânea que me fazia ficar à vontade e esquecer as dores com um gesto simples — imnida.
— Você vem sempre aqui? — ele segurou o riso, seu olhar tranquilo e sereno.
— Não, essa é a primeira vez. — nós rimos um do outro, não era algo forçado, eu definitivamente estava me afeiçoando aquele momento e tentando manter as lembranças longe.
— A senhorita gostaria de me ajudar a decorar a casa?
— Adoraria. — aquela pergunta era tão inesperada, eu sempre havia imaginado um momento como aquele, mas nunca havia acontecido, nunca até agora.

Começando pela árvore, coloquei as polaroides com algumas fotos nossas e de amigos, penduradas em alguns galos, foi divertido ver ele todo atrapalhado tentando desenrolar o fio das luzes e colocar na árvore. Havia me esquecido de como era divertido estar com ele. Será que realmente era possível uma pessoa mudar tanto assim, não parecia o mesmo homem amargo do nosso casamento.

ver.

Nunca imaginei que um momento tão simples como esse pudesse ter tanto significado no olhar dela. E como eu me senti leve e vivo fazendo algo junto a ela, se eu soubesse que era tão maravilhoso assim, quantas vezes no passado eu deixei momentos como esse passarem. Agora sei que cada segundo compartilhado com essa mulher é especial.

Quando terminamos de colocar as luzes na varanda, ela se apoiou no guarda-corpo e ficou olhando para o céu, era noite e estava nevando. Eu vi o brilho em seus olhos, um brilho que eu nunca vi antes, será que devo ter esperança?

ver.

Ele não conseguia parar de me olhar, era um fato. Era lindo ver a neve caindo, uma sensação boa, ele se aproximou de mim, pegou em minha mão e me puxou para fora.

— Vamos fazer nosso mascote. — disse ele.
— Que mascote?
— Nosso boneco de neve. — ele sorriu. — Ele vai carregar nossos sentimentos até o natal.
— Hum. — era uma ideia inusitada, mas divertida.

Ele me ajudou a me acostumar com aquele chão escorregadio e perigoso, juntamos um monte de neve e fizemos nosso boneco. Ele retirou seu cachecol e colocou no pescoço do boneco, um pedaço de graveto como nariz e retirou duas bolinhas do seu bolso para colocar como os olhos.

— Agora feche os olhos, faça um pedido e escolha um nome.
— Hum. — eu fechei meus olhos e automaticamente falei. — Eunhae.

Permaneci com meus olhos fechados por mais um tempo, me lembrei que este era o nome que havíamos escolhido para quando tivéssemos um filho, era um dos nossos planos quando noivamos. Senti meu coração doer de repente, me dei conta do que ele queria me dizer, aquele boneco de neve representava nosso bebê. Eu o olhei, vi tanto arrependimento em seus olhos, senti as lágrimas voltarem.

— Eu desejo que seu desejo se torne realidade. — ele pegou em minha mão e me puxou me abraçando.

Não consegui me segurar, eu chorei, senti meu corpo se aninhando em seus braços, de uma forma automática, eu chorei tudo o que não tinha chorado antes e desta vez ele estava lá para me abraçar.

네 사랑 은 이렇게 계속 날 움직여
Seu amor continua me movendo
난 생각 만 하면
Apenas pensando nisso
세상 을 너로 채울 수 있어 음
Posso preencher o mundo com você,
눈송이 하나 가네 눈물 한 방울 이니까
Porque cada floco de neve, é uma gota de lágrima sua

ver.

Suas lágrimas eram como punhais em meu coração, eu queria que ela me desculpasse, como eu fui idiota. Tê-la nos meus braços naquele momento me fez ficar mais forte para reparar meu erro, pude sentir que iria reconquistar sua confiança, ela ficaria em segurança finalmente.

Eu a levei para dentro, minha intenção era preparar um jantar brasileiro para ela, mas eu era uma negação até mesmo com culinária coreana. Ela começou a rir de mim quando eu comecei a tirar os ingredientes da geladeira, mas teve um lado bom, ela me ajudou com isso. sempre foi tão atenciosa e paciente comigo, eu havia planejado fazer arroz e strogonoff de frango. Tentei demonstrar que sabia a receita, mas foi meio inútil quando quase deixei o arroz queimar.

— Ai! — eu encolhi meu dedo. — Aish.
— O que houve? — ela se aproximou de mim.
— Cortei o dedo.
— Lave em água corrente. — ela se virou para a porta. — Eu já volto.

Senti sua preocupação comigo, fiz o que ela disse e a esperei, quando voltou estava com uma caixinha de primeiro-socorros na mão. Ela limpou meu dedo para não infeccionar e colocou adesivo de proteção.

— Acho melhor eu te explicar como se faz. — ela me olhou com um sorriso tímido que só ela sabia fazer, isso me encanta.

ver.

Era engraçado ver um coreano cozinhando comida brasileira, ele então era mais ainda.

Porém me preocupei com seu corte, imagina se ele coloca fogo na cabana, além de que não estava prestando muita atenção. Toda vez que eu o olhava, ele olhava para a bancada, mas percebi que não tirava os olhos de mim, era exatamente assim no início quando nos conhecemos, eu chegava até a ficar envergonhada com seus olhares constantes e fixos em mim.

— E agora está pronto. — eu ri.
— Simples assim? — ele me olhou rindo.
— Simples assim.
— Então eu colocarei a mesa.

Ele ajeitou tudo rapidamente e nós comemos nosso jantar, estava com um sabor especial, não sabia explicar, mas sentia algo novo acontecendo dentro de mim, eu estava me desapegando dos maus sentimentos do passado, eu realmente queria perdoá-lo.

ver.

Por mais que eu quisesse esquecer, não conseguia deixar de lembrar de tudo que eu poderia ter feito ao lado dela e não fiz, esses sete dias eram preciosos para mim, eu estava há sete dias do seu coração. Após o jantar nos sentamos no chão da sala em cima do tapete, espalhamos almofadas e ficamos conversando sobre assuntos aleatórios. Sentia falta disso, de como conversávamos sobre qualquer assunto com tanta naturalidade.

— Não imaginei que viraria especialista em séries americanas. — ela disse entre risos.
— Algumas são interessantes, mas ainda não troco meus doramas.
— Eu também não, são mais apaixonantes. — ela concordou.
— Você tem visto alguns?
— Não. — ela respirou fundo. — Não tenho tido tempo, o trabalho me ocupa muito.
— Hum, então acho que sei o que faremos amanhã.
— O que?
— Maratona de doramas.
— Não acredito. — ela soltou uma gargalhada tão engraçada que acabei rindo com ela.
— Por que não acreditaria?
— Bem, posso enumerar os motivos. — ela ficou um pouco séria, senti que se lembrou do passado, desejava poder evitar isso.
— Não importa os motivos passados, esta semana será nosso começo. — eu me aproximei um pouco e dei um beijo em sua testa. — Acho melhor descansarmos agora.

Eu a deixei na sala e fui para meu quarto, quando entrei ao fechar a porta senti meu coração batendo mais forte, uma sensação boa de esperança cresceu dentro de mim.

 

시간 을 멈춰네게 돌아가
Eu paro o tempo e volto para você
추억 의 책 은
No meu livro de memórias
너의 페이지 를 열어난 그 안에 있어
Abro sua página, eu estou lá dentro
너와 함께 있는 걸
Estou com você

ver.

Eu estava surpresa, este era um lado que eu não imaginava que ele poderia ter, aquele jantar e nossas conversas me fizeram bem. Fiquei na sala por mais alguns minutos, fiquei pensando sobre tudo que havia acontecido naquele dia. Eu ainda amava aquela pabo, mas tinha medo de entregar meu coração de novo e me decepcionar outra vez, queria muito confiar nele novamente.

Ao amanhecer, fui acordando aos poucos, me levantei e caminhei até o aparador ao lado da janela, tinha um sketch book ao lado do vaso de orquídea.

— Não acredito. — eu sussurrei para mim mesma. — Definitivamente isso é surreal.

gostava de desenhar e fazia isso maravilhosamente bem, eu comecei a folheá-lo, ele havia desenhado em cada página um momento importante em nossa vida juntos, desde o primeiro até o último da noite anterior, vi alguns bons e outros ruins, no canto superior de cada página tinha uma flor desenhada, ao lado uma mensagem dele.

Fiquei emocionada, eram raros os momentos que ele se sentia bem para desenhar, limpei as lágrimas que se formavam e percebi que tinha um marcador de livro, marcando uma página específica, eu abri e vi um ponto de reticências e embaixo escrito que no sétimo dia eu deveria fazer um desenho como resposta.

— Resposta de que? — minha curiosidade aumentou espontaneamente.

ver.

Quando ela chegou na cozinha, eu já tinha terminado de preparar o café. Afastei a cadeira para que ela pudesse sentar e me sentei ao seu lado.

— Bom dia. — ela sorriu.
— Bom dia. — eu a servi. — Espero que tenha dormido bem.
— Ah, sim. — ela olhou para a mesa. — Você realmente pensou em tudo.
— Bem, o café da manhã é a refeição mais importante do dia.
— Sim.  — ela riu. — E um café no estilo europeu é melhor ainda.

Nós comemos bem e ela me contou um pouco sobre seus projetos de paisagismo e sobre sua rotina no Brasil, como um ano longe dela me fez perder tantos momentos de alegria. Após o café eu a levei para dar uma volta, nos agasalhamos e andamos um pouco na neve, foi quando ela jogou uma bola de neve em mim, eu ri e peguei outra e joguei nela, começando a correr e brinquei de guerra de bola de neve, foi divertido.

Vi seus olhos brilharem. Em um momento ela me empurrou no chão e eu a puxei comigo. Meu corpo caiu sobre a neve e ela caiu sobre mim, nossos rostos estavam próximos e nossa respiração sincronizada.

ver.

Eu havia me esquecido o quanto seu olhar mexia comigo, meu coração acelerado, me senti zonza naquela hora, ao mesmo tempo que eu queria que ele me beijasse, eu queria afastá-lo de mim. Ele estava conseguindo derreter o gelo que se formou em meu coração.

— Acho que devemos fazer uma pausa. — eu me levantei.
— Sim. — ele se levantou limpando a roupa. — Está escurecendo.

Nós voltamos em silêncio, quando chegamos eu o ajudei a preparar um lanche, agora era ele que estava me contando o que tinha acontecido naquele um ano que ficamos separados. Eu percebi uma certa tristeza em sua voz, confesso que meu um ano longe dele também não foi fácil, eu tentava me fazer de forte diante das pessoas, mas sentia falta dele. Minha Anchova, eu ainda ficava com minhas pernas bambas quando ele me abraçava.

Esses dias com ele estavam me fazendo pensar em tudo, e pouco a pouco fui sentindo que todo aquele ressentimento estava diminuindo, o passado triste podia ser esquecido, eu sentia isso. A noite de natal havia chegado, após a ceia, sentamos em frente a lareira e ficamos conversando mais um pouco, abrimos uma garrafa de vinho.

— Seu cabelo mudou um pouco. — ele mexeu neles sorrindo. — Continua bonito.
— Eu cortei ele, mas já cresceu. — eu respirei fundo, desviando meu olhar para a lareira.

 

ver.

— Eu... — tentei reunir minha coragem, ela olhou para mim.
— Você?!
— Estou arrependido de ter te deixado ir, até ter te magoado, você é uma em um milhão.
— Hum... — ela me olhou assim que a primeira lágrima caiu do meu rosto. — Tudo que eu sempre quis foi me sentir assim, como me sinto agora. Nunca entendi porque, havia ficado daquele jeito.
— Porque eu não mantive meus olhos em você, sou grato a Deus por hoje, um dia que eu tanto odiei se transformou no dia mais importante pra mim.
— Gostaria de confiar em você novamente. — eu acariciei sua face e a abracei forte.
— Você é única pra mim, meu coração doeu por que estava longe. — eu me afastei um pouco, ficamos nos olhando por uns segundos — Estou realmente agradecido por esta segunda chance que Deus está nos proporcionando.
— Meu coração está quente agora. — ela deu um leve sorriso e sussurrou.  — Saranghaeyo!

Não consegui me conter, sem pensar em mais nada eu a beijei, mesmo estando um pouco molhado e salgado, senti que aquelas lágrimas estavam lavando toda a tristeza e ressentimento que havia entre nós.

 

ver.

Não sabia como definir o meu estado físico e mental, meu coração não sabia se parava ou acelerava, minha mente em transe não pensava em mais nada, somente naquele beijo. Nem mesmo o sal das lágrimas eram capazes de retirar o doce dos seus lábios. Eu o amava ainda, conseguia sentir isso, já não sentia mais aquela mágoa, eu o tinha perdoado definitivamente. Depois daquele beijo, ele me abraçou forte.

— Prometo te manter segura, se você deixar. — ele sussurrou em meu ouvido, sua voz tão suave fez meu corpo arrepiar.
— É o que mais quero. — eu me aninhei em seus braços. — Me sentir segura com você.

Hyuk começou a acariciar meus cabelos e a cantar suavemente para mim. Fechei meus olhos e senti meu corpo descansado, adormeci em seus braços, sim, eu me senti segura, eu realmente entregaria meu coração à ele novamente.

Na manhã seguinte, encontrei um papel com um desenho ao meu lado, as lágrimas surgiram automaticamente, mas desta vez eram de felicidade e emoção. O desenho era dele ajoelhado com uma caixinha na mão, no canto superior um anel desenhado grande, ele estava me pedindo em casamento novamente. Atrás da folha ele escreveu que eu deveria desenhar a resposta no sketch book, esse bobo tinha uma criatividade incomum.

아주 조그맣고 약한 사람 이 너의 사랑 이
Uma pessoa muito pequena e fraca, seu amor
이렇게 모든 걸내 삶 을 모두
Mudou toda a minha vida

ver.

Enfim o sétimo dia havia chegado, como passou rápido, estava ansioso, pois, ela ainda não tinha desenhado a resposta. Mesmo me amando, eu ainda não tinha certeza se ela iria entregar seu coração de novo, afinal amor não é tudo em um relacionamento. Será que eu havia conseguido reconquistar sua confiança? Era o que eu mais queria. Ter minha de volta era o que eu mais desejava.

Ela não queria que eu a levasse ao aeroporto, então chamei um táxi, aquela despedida me deixou corroído por dentro, ela não tinha desenhado nada, nada como resposta. Não conseguia ter nenhum pensamento positivo quanto a isso.

— Então, isso é um adeus. — ela deu um sorriso leve, era como se ela estivesse esperando que eu fizesse algo, mas não sabia o que fazer.

Ela se afastou de mim e caminhou até o Eunhae, ajoelhou em sua frente e ajeitou o cachecol se despedindo, depois foi até o carro e partiu. Eu chorei, como nunca tinha chorado antes, entrei para a cabana e me deitei no chão, tentei controlar minhas lágrimas, porque doía tanto essa sensação que eu estava tendo, será que fiz algo errado? Será que ela ainda se sentia ferida? Imaginar que esta última chance havia sido em vão, me deixava desesperado.

Me levantei e saí, caminhei até o Eunhae, eu precisava colocar pra fora tudo o que estava dentro de mim, queria encontrar onde havia errado, voltar no tempo e fazer do modo certo, queria ela comigo.

— Eunhae, você é só um boneco de neve, mas para mim é real. — eu me ajoelhei em sua frente. — Por favor, me diga onde errei, me diga porque ela não está aqui? Porque não posso voltar no tempo?

Eu olhei para o cachecol e me lembrei do primeiro dia naquela cabana, dos seus olhos brilhando ao me ajudar a montar a árvore, momentos que eu queria que fossem eternos. Eu levei minhas mãos até o cachecol e o ajeitei um pouco, ela tinha deixado torto, foi então que eu vi uma ponta amarelada do que parecia ser um papel dobrado, eu peguei e desdobrei o papel.

— Não acredito. — eu sussurrei pra mim mesmo.

Era o desenho que eu tanto queria, ela havia desenhado uma mão usando o anel que eu desenhei. Um sorriso logo apareceu em meu rosto, sua resposta era um sim. Eu me levantei mais que depressa e corri até a sala, peguei as chaves do carro e segui em direção ao aeroporto. Estava apreensivo, e se ela já tivesse partido, esperava que desse tempo de encontrá-la.

Quando estacionei o carro, saí correndo até o balcão de informações. pegaria o voo até Los Angeles e de lá pegaria outro avião para o Brasil, uma das atendentes me confirmou que o voo dela sairia em dois minutos, eu corri em todas as plataformas, fiquei desesperado, não sabia o que fazer.

ver.

Eu tentava me manter calma, mas minha aflição e medo de ele não ter encontrado minha resposta no Eunhae, eram mais fortes. Fiquei sentada num banco esperando e esperando, até que vi ele parado no meio do saguão, seu rosto meio abatido, será que ele achava que tinha me perdido? Caminhei até onde estava e parei atrás dele, respirei fundo, não sabia o que dizer.

, oppa!!! — fazia tempos que não o chamava assim.

Ele virou, sua respiração estava ofegante, senti um certo desespero vindo dele, me puxou pela mão e me abraçou forte, senti suas lágrimas molharem minha blusa.

— Eu nunca mais vou deixar você partir de novo. — sussurrou ele em meu ouvido. — Saranghae!

Este foi meu maior presente de natal, sentir que ele me amava de verdade e que podíamos ser felizes juntos.

*Flash Back - The End*

...Nós dois realmente nos casamos de novo, mesmo a mãe de não confiando em mim, o que importava é que ela estava comigo. E assim como prometi, eu jamais a magoaria novamente. No que dependesse de mim, minha pequena seria a mulher mais feliz do mundo!

 

"Embora o tempo passe, tem palavras, que eu não consigo explicar, afundando no meu coração:
'Me desculpe', 'eu te amo' Estou te pedindo para acreditar em mim desta vez."

- Promise / EXO



Perdão: Difícil para quem pede, difícil para quem dá, uma palavra tão pequena e cheia de significados, perdoar mesmo sendo doloroso em alguns casos, se torna libertador para ambos os lados.” – by: Pâms


The End!



Nota da autora:
Me lembro quando escrevi essa fic para minha mana Nicki Snows, estou feliz por ela ter gostado e mais feliz ainda porque agora vai poder ler com outro bias!! Espero que gostem também, é uma história um pouco triste, mas felizmente com um final feliz!! Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!






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