Enviada em: 22/07/2020

Capítulo Único

fechou a porta de casa, respirando fundo ao se dar conta de que tinha um problemão em mãos. estava extremamente magoada, e com razão. Onde ele estava com a cabeça quando escondeu uma informação tão importante dela? Sabendo que a esposa odiava qualquer tipo de mentira? Ainda mais essa que, apesar de não ser ruim, envolvia o futuro dos dois.
era muito orgulhosa, e um tanto quanto mão fechada. Odiava ter que depender dos outros, não aceitava dinheiro emprestado de maneira alguma, e sempre dava o seu jeito, de se virar, e conseguir a grana à sua maneira.
E ela tinha pedido a ele para não tomar decisões precipitadas ou por trás das suas costas.
E o que fez? Exatamente isso.
Comprou a casa do casal – que agora estavam morando – pedindo dinheiro emprestado de seus melhores amigos. Não só isso, ele também mentiu a ela, dizendo que tinha conseguido financiar e pagar o imóvel com o dinheiro deles, então estava tudo certo. Então, além de mentir sobre a fonte do dinheiro e esconder isso durante meses, ele também sustentou a mentira e inventou outras coisas.
Completamente inaceitável, na opinião de . E ele entendia a esposa estar chateada, ainda mais ao descobrir daquela maneira, encontrando os documentos em que ele assinou, onde a casa finalmente passou para o nome deles.
Eles estavam morando na casa já há alguns meses, sua primeira filha estava prestes a nascer e ele escondera essa informação importantíssima durante todo esse tempo.
estava na razão de estar se sentindo daquela maneira.
passou as mãos pelo cabelo nervosamente antes de subir as escadas pulando os degraus. Desacelerou o passo ao chegar perto da porta do quarto do casal e respirou fundo antes de girar a maçaneta.
Para sua surpresa, a porta não abriu.
Mais uma vez bufou, agora um pouco incrédulo por ter realmente se trancado no quarto.
– Amor? – chamou, tentando ser o mais cuidadoso possível, mas não obteve resposta – Por favor, abre a porta... Vamos conversar, ... – tentou mais uma vez.
Nada.
Silêncio absoluto.
encostou a cabeça na porta, fechando os olhos em seguida.
– Amor... – chamou novamente.
Dessa vez ele ouviu um barulho dentro do quarto, mas mesmo assim a porta não se abriu.
– Eu não fiz por mal, deixa eu explicar tudo, por favor? – pediu, tentando não falar demais para não irritá-la ainda mais – Eu sei que você tá irritada, mas me escuta...
Ele então ouviu alguns passos próximos a porta e desencostou a cabeça da porta um pouco antes de ela ser aberta. chegou a abrir a boca para falar algo, mas parou quando viu .
Seu rosto não tinha mais a expressão raivosa de quando descobriu a mentira, a irritação não estava mais presente, pelo contrário... Ao olhar para os olhos dela, ao invés de enxergar a confusão de sentimentos que vira antes, ele só enxergava o pior de todos: a decepção.
– Eu não tô irritada. Irritada eu fiquei quando eu descobri que você tava escondendo alguma coisa de mim. Irritada eu fiquei quando me dei conta de que você tava mentindo. Irritada eu fiquei quando descobri que você tomou uma decisão muito importante pro nosso futuro pelas minhas costas, sem falar comigo. Antes eu tava irritada.... – ela disse de uma vez, seus olhos vermelhos e cheios de lágrimas, que fez questão de limpar com certa pressa – Agora eu tô decepcionada, .
engoliu seco, apoiando a mão no batente da porta. Por mais doloroso que fosse olhar para a esposa daquela maneira, ele sabia que ela tinha razão por estar daquele jeito.
– Eu sempre pedi por apenas duas coisas. Confiança e transparência. E o que você fez? – questionou, fixando os olhos diretamente nos dele pela primeira vez desde que abrira a porta – Ignorou tudo isso. Então me perdoe se eu não quiser falar com você no momento – foi a última coisa que ele ouviu antes da porta bater em sua cara.
ficou encarando a porta, completamente sem rumo. Ele tinha certeza absoluta de que aquela seria a maior briga do casal desde que estavam juntos – ainda mais levando em conta que quase nunca brigavam. Suspirou alto, seus olhos começando a arder. A coisa que mais odiava no mundo era magoar . E ele tinha feito isso da pior maneira, do único jeito que sabia que ela realmente não suportava. Ele sabia também que, no momento, o menor dos motivos pelos quais a esposa estava brava era a compra da casa com dinheiro emprestado dos amigos.
Não.
O problema foi ele ter feito isso pelas costas dela, ter sustentado a mentira por todo esse tempo e não ter feito nem menção de contar a verdade. Ele estava fodido. E sabia bem disso.
Respirou fundo, pensando no que fazer a seguir. Sabia que precisava de um tempo, era sempre assim, sempre foi. Ela se fechava para tudo e para todos. Era assim quando brigava com sua irmã, foi assim quando ficou grávida e perdeu o primeiro filho deles, foi assim quando engravidou pela segunda vez e não contou para ninguém, aconteceu o mesmo quando brigou com seu melhor amigo… Não era diferente com ele, nunca tinha sido e não seria dessa vez.
esfregou os olhos, para tentar afastar a vontade de chorar. Encostou a cabeça na parede, pensando se deveria escrever algo e colocar por baixo da porta, mas achou melhor não.
O papel provavelmente ia direto para o lixo.
Então, sabendo que não sairia do quarto por um bom tempo, ele desceu as escadas, completamente incerto sobre o que fazer em seguida. A primeira coisa que viu sobre a bancada foi o contrato que descobrira mais cedo. Suspirou e se aproximou, guardando os papéis no envelope. Seguiu para a cozinha, encontrando os cinco ou seis bolos que a esposa assou durante o dia – algo que fazia sempre que estava irritada, triste ou ansiosa.
A quantidade de bolos geralmente era proporcional aos seus sentimentos.
E, mesmo sabendo que a situação era complicada devido a quantos bolos tinham na bancada, ele não pôde deixar de sorrir ao ver que todos já estavam embalados e etiquetados para distribuir para os amigos. Com isso em mente, ele pegou o bolo Red Velvet que estava com a etiqueta direcionada à irmã de , e saiu de casa. Uma caminhada de duas quadras era o que separava a casa deles. Sabia que seu melhor amigo também estaria lá, já que os dois eram casados, então seria muito bom poder conversar com os dois ao mesmo tempo.


entrou em casa segurando uma caixa com muitos donuts – decorados por seus sobrinhos –, e foi recebido apenas pelo silêncio. Foi até a cozinha, os bolos que havia feito ainda estavam no mesmo lugar, mas ele viu que tinha louça suja na pia, então sabia que a esposa não tinha passado o dia inteiro enfiada no quarto. Andou até as escadas e subiu os degraus, suspirando ao encontrar a porta do quarto deles ainda fechada. Se aproximou e bateu duas vezes, nem tentou girar a maçaneta. Estava decidido a deixar abrir a porta apenas quando quisesse.
? – chamou, encostando o ouvido na porta – Podemos conversar? Eu… – Ele suspirou, fazendo uma pausa, pensando no que dizer em seguida – Eu trouxe donuts caseiros. Decorados pelos seus sobrinhos...
O silêncio reinou novamente, mas alguns segundos depois ele ouviu passos e a porta se abriu. Ela encarou ele rapidamente antes de estender a mão, e entregou a caixa para ela. Assim que pegou a caixa, abriu a boca para falar algo, mas fechou a porta novamente e ele bufou alto, frustrado.
... Por favor – ele pediu, se sentando no chão e encostando as costas na porta, dobrando as pernas e apoiando os braços nas mesmas – Já que você não vai falar, pelo menos me escuta.
Dentro do quarto, estava sentada em uma das poltronas que ficavam próximas a porta, com a caixa de donuts em mãos. Suspirou ao ouvir a fala de . Se ele quisesse falar, ótimo. Ela ouviria. Mas não precisava respondê-lo naquele momento, então resolveu encher a boca de donuts. Riu fraco quando abriu a caixa e viu a decoração dos doces, dava para ver de longe que tinham sido decorados pelas crianças. Pegou um e levou a boca, suspirando ao sentir o sabor incrível que aquilo tinha.
– Vou começar do começo, tudo bem?! – ele coçou a cabeça – A casa custava mais do que poderíamos pagar, ainda mais levando em conta as reformas e as mobílias que precisaríamos colocar aqui dentro... Os caras viram como nós dois amamos a casa, viram a sua empolgação, e sua paixão quando veio conhecer... Eu juro, , que não passou pela minha cabeça pedir dinheiro emprestado. Eu também não gosto e sei como você se sente em relação a isso... – fez uma pausa, encostando a cabeça na porta – Eles insistiram e eu neguei, várias e várias vezes. Isso ficou pra lá, e eu resolvi conversar com o banco, mas eles negaram o financiamento. E mesmo que eu aceitasse e entrasse em vários trabalhos e projetos, não conseguiríamos pagar porque o vendedor não aceitava pagamento parcelado. Quem pagasse o valor total primeiro, ficava com a casa... – suspirou – Eu contei isso pros caras, então eles sugeriram pagar o valor completo e eu pagar parcelado pra eles, sem juros. Eu relutei, , eu juro que sim... – foi sincero, respirando fundo – Mas... Você amou tanto a casa, e com nossa filha à caminho, eu acabei aceitando. Era uma oportunidade única, e eu não me arrependo disso.
parou de mastigar o donuts, engolindo o que já tinha na boca e olhando para a porta, incrédula, como se pudesse vê-la.
Ele não se arrependia? Quê?
Ela tinha ouvido certo?
A raiva começou a voltar.

 – Mas eu me arrependo de ter escondido, de ter tomado essa decisão sozinho, e por ter continuado a mentir durante esses meses… – suspirou, abaixando a cabeça levemente - Por isso eu só posso pedir desculpas. Eu sei o quanto você odeia isso, o quanto odeia mentiras e que escondam as coisas de você… Preciso que você entenda, amor, e que me desculpe, por favor...
Dentro do quarto, mordeu o lábio levemente, suspirando baixo. Ela entendia os pontos do marido, claro que sim. Mas ele também sabia o quanto ela realmente odiava mentiras, odiava ser deixada de fora de decisões tão importantes quanto a compra de uma casa.
Terminou de comer o segundo donuts e fechou a caixa, se levantando. Foi até a porta e girou a maçaneta. , ao ouvir a movimentação, se levantou, ansioso, e quando ela abriu a porta e deu passagem para ele entrar em casa, ele seguiu até ela, mas voltou a se sentar na poltrona. então se sentou na cama, onde os três gatos do casal estavam deitados, e o encararam como se deixassem claro que estavam do lado dela naquilo. Ele suspirou, sem tirar os olhos da esposa, esperando que ela começasse a falar.
– Sabe – quebrou o silêncio após longos segundos – Eu consigo entender você ter aceitado o dinheiro, juro que sim – olhou para o marido, seus dedos inquietos mexendo na barra do moletom que vestia, que, por sinal, era dele. - Mas eu realmente não consigo entender porque você me escondeu isso, porque sustentou essa… mentira por tanto tempo. Você planejava me contar quando, ?
Ele a encarou, engolindo seco. Ao não receber resposta, voltou a falar.
– Ou você não planejava me contar? – quis saber, odiando o fato de, provavelmente, estar certa.
– Eu… – ele suspirou, balançando a cabeça em negação – Eu pensei que conseguiria pagar sem te contar.
A mulher balançou a cabeça em negação, incrédula. Imediatamente seus olhos se encheram de lágrimas e ela o encarou, não fazendo esforço algum para impedir que elas rolassem por seu rosto.
– É por isso que eu não vou conseguir te perdoar agora – ela disse, firme, mesmo estando extremamente magoada, e desviou o olhar do dele – Você poderia ter me contado desde o início, mas, não, preferiu me esconder. Acho que preciso ficar grata por você estar sendo sincero agora, pelo menos – ironizou, não contendo um revirar de olhos.
… – se levantou, andando até ela.
Com cautela, levou as duas mãos até o rosto dela, fazendo com que ela olhasse novamente para ele. Engoliu seco ao ver novamente a decepção nos olhos dela, e seu coração se apertou quando viu mais lágrimas rolarem por seu rosto. Ele respirou fundo, pensando por alguns segundos antes de finalmente voltar a falar.
– Tudo bem – disse, fazendo um leve carinho no rosto dela e se levantando – Vou te dar um tempo, mas… Eu realmente nunca quis que isso tomasse essa proporção, amor...
– Bom – sustentou o olhar dele por alguns segundos – Você realmente deveria ter pensado nisso antes de sustentar essa mentira por tantos meses. Somos um casal, , decisões tão importantes quanto essa deveriam ser tratadas em conjunto, e não pelas costas de uma das partes – pontuou, sentindo um pouco de raiva em meio a decepção. Balançou a cabeça e então se levantou, entregando a ele a caixa de donuts – Agradece as crianças e diz que estavam deliciosos – pediu antes de entrar no banheiro e fechar a porta, deixando para trás.
Ele suspirou, bastante frustrado, seus próprios olhos também se enchendo de lágrimas por saber que estava tão magoada com ele. Se sentou na mesma poltrona que ela estava antes, encarando o quarto vazio.
Com certeza daria a ela o espaço que ela precisava, mas não pretendia sair de casa ou dormir em quartos separados. Isso estava fora de cogitação. Então resolveu sair do quarto e ficar na sala, dando a esposa o espaço que ela pedira.


Cerca de uma ou duas horas mais tarde, resolveu sair do quarto para preparar algo para comer. Foi até a cozinha e fez dois sanduíches, um para ela e um pra o marido. Colocou o seu em uma bandeja com um copo de suco e levou o dele até a sala, onde suspeitou que ele estava. Se aproximou do sofá em silêncio, mordendo o lábio aliviada ao ver que ele estava cochilando, assim não precisaria conversar, pois ainda não estava pronta. Deixou o prato com o sanduíche dele sobre a mesa de centro e se afastou antes que ele acordasse.
Subiu as escadas e novamente fechou a porta ao entrar no quarto. Suspirou tristemente pela situação, desejando que conseguisse deixar aquilo para lá o mais rápido possível, mas infelizmente não tinha tanto controle assim sobre seus sentimentos. sempre fora assim. Se fechava no mínimo problema, e precisava de um tempo sozinha para conseguir se resolver antes de qualquer outra coisa. Então, não era uma surpresa estar daquela maneira. Ela comeu o sanduíche em silêncio, enquanto assistia à um programa qualquer para se distrair.
No andar de baixo, abriu os olhos um pouco perdido. Piscou algumas vezes para se situar e então se deu conta de que havia dormido no sofá da sala. Suspirou e se levantou, passando a mão pelos cabelos bagunçados. Então focou seu olhar no sanduíche a sua frente. Abriu um sorriso pequeno, seu coração se aquecendo por alguns momentos. Apesar de triste e magoada, nunca deixaria de ser , a mulher que ele amava.
Comeu o sanduíche com um sorriso nos lábios.


despertou levemente com o movimento da cama, não sabia que horas eram, mas sabia que ainda era cedo - ou tarde, como preferir - já que fazia pouco tempo que havia adormecido. Não abriu os olhos, sabia que era . Sentiu uma aproximação por trás, e os lábios dele tocaram levemente sua testa antes de se afastar novamente. Mais movimentação na cama, e então ela soube que ele havia se deitado ao lado dela. A mulher mordeu o lábio, controlando a súbita vontade de chorar que se apossou de seu corpo. Não gostava nem um pouco de dormir brigada com o marido, mas não conseguia agir de outro modo.
Talvez amanhã seu coração já tivesse um pouco mais calmo.
Adormeceu.


acordou com a luz do sol iluminando o quarto. Se espreguiçou, esticando os braços e as pernas e piscou algumas vezes por conta da claridade. Se revirou na cama, rolando para o lado de , seu sorriso murchando imediatamente ao não sentir a presença do marido ali.
Foi então que se lembrou da briga do dia anterior.
Soltou um suspiro alto antes de chutar as cobertas para longe e se levantar. Passou a mão pelo rosto e foi até o banheiro, fazendo sua higiene matinal. Depois desceu as escadas, não encontrando o marido em lugar algum. Depois, seguiu para a cozinha, onde encontrou a mesa posta com panquecas, diversos tipos de coberturas e muitas frutas, além de suco de laranja. Ao se aproximar, viu que continha um bilhete escrito com a letra de .

Tenha um ótimo dia,
não esquece que eu te amo.
xx


Abriu um pequeno sorriso, guardando o bilhete antes de se sentar para tomar café. Bebeu um gole de suco e comeu quase todas as panquecas, provando todas as coberturas que ele tinha preparado, assim como as frutas. Depois lavou toda a louça e voltou para o quarto, decidida a se arrumar um pouco para passar o dia, já que desde que voltou para casa do hospital estava usando calças de moletom e camisetas. Passou algo na cara e colocou um vestido de manga comprida, assim como um tênis. Depois, pegou seu notebook e desceu para o escritório, decidida a escrever um pouco mais de seu novo livro.
Mas, não obteve sucesso.
Sua mente vagava para todos os lugares, voltando principalmente à conversa que teve ontem com . Tentou mudar de ambiente, e então foi se sentar lá fora, no jardim, na namoradeira que ficava no gazebo.
Mas, como suspeitava, mudar de local não adiantou nada.
O problema era com ela, mais especificamente em seu coração.
O que mais a incomodava era o fato de que sabia que enquanto isso não se resolvesse, não conseguiria ficar em paz.
abominava mentiras.
O fato de ter sido deixada de fora dessa situação a irritava, juntando isso ao fato de ter escondido tudo dela por meses e meses a magoava imensamente.
Mas, acima de tudo isso, tinha algo que pesava mais.
Ela odiava estar nessa situação com o marido.
Suspirou alto e tirou o notebook de seu colo, colocando as pernas para cima do sofá e se deitando. Colocou as mãos sobre sua barriga e deitou a cabeça para trás, fechando os olhos. Em sua cabeça, repassou tudo o que aconteceu no dia anterior, desde o momento em que viu o contrato e descobriu tudo, até a conversa que teve com , com as amigas... Procurou por uma brecha, um motivo que a fizesse conseguir perdoá-lo logo, e esquecer disso, dessa briga, dessa situação, de uma vez por todas.
Acabou caindo no sono.
Só percebeu que tinha realmente adormecido quando sentiu que estava se movendo. Abriu os olhos, confusa ao perceber que a estava carregando.
– O que você tá fazendo? – ela perguntou, encarando o marido.
– Você tava dormindo toda torta, só tô te trazendo pro quarto pra não ficar com dor depois – esclareceu e ela mordeu o lábio, assentindo em silêncio.
Eles entraram no cômodo e a colocou na cama com cuidado. Encarou ela por alguns segundos, os dois em silêncio, e então ele se virou, sem dizer nada, e começou a andar em direção a porta, pronto para dá-la mais espaço.
suspirou baixo, colocou os pés para fora da cama, e se sentou.
– Vem aqui – chamou, e virou a cabeça para ela, surpreso.
Tocou o espaço vazio na cama ao seu lado, e ele prontamente fez o que ela pediu, voltando e se sentando ao lado dela. levou sua mão até o rosto do marido, acariciando sua bochecha levemente com as costas das mãos.
– Eu amo você.
suspirou aliviado, fechando os olhos e deitando um pouco a cabeça para o lado.

 – Eu não vou mentir e dizer que entendo os motivos pelos quais você não me contou antes – disse calmamente – Mas eu entendo o porquê de você ter escondido, a princípio.
Ele virou o rosto levemente para ela, e sua mão foi até a dela que repousava sobre as pernas, entrelaçando os dedos nos dela.

 – Me desculpa – pediu baixinho, abaixando um pouco o olhar.
sorriu, subindo a mão que tocava o rosto dele para o cabelo, acariciando levemente, brincando com alguns fios.
– Eu já desculpei – encolheu os ombros, e ele arqueou as sobrancelhas – Amor, não adianta. Você é meu marido, eu te conheço e sei que não faria nada pra me magoar intencionalmente. Você errou, sim, e eu tive um tempo pra pensar e percebi que não vale a pena ficar assim... Eu não gostei do que você fez, eu realmente não gostei nem um pouco – ela suspirou, ainda fazendo carinhos nos cabelos dele – Mas...
– Mas você percebeu que não vive sem mim – abriu um sorriso presunçoso, e riu, balançando a cabeça.
– Algo assim – riu, deitando a cabeça no ombro dele – Não gosto de brigar com você...
– Muito menos eu. Posso contar nos dedos quantas vezes fomos dormir brigados esses anos todos que estamos juntos. É péssimo... – disse, virando o corpo completamente para ela. balançou a cabeça em confirmação, e então ele levou as mãos até o rosto dela, segurando-o enquanto olhava nos olhos claros da esposa – Eu prometo, mesmo, que nunca mais vou tomar decisões importantes sozinho, e que não vou mais esconder de você.

 – Eu realmente espero que não - ela respondeu séria, porém calma – De qualquer maneira… – mordeu o lábio, um princípio de sorriso se formando em seus lábios – Obrigada por ter comprado essa casa, mesmo da maneira que comprou… É perfeita, minha casa dos sonhos, e eu tô realmente muito feliz aqui.
O sorriso que abriu ao ouvi-la aqueceu o coração de . Ele grudou os lábios nos dela, beijando-a várias vezes seguidas, fazendo-a rir.

 – Pelo menos valeu à pena, então – soprou, selando seus lábios pela última vez antes de colar sua testa na dela. Depois, deslizou uma das mãos até a barriga da esposa – Eu pensei em vocês, o tempo todo, eu só pensei em vocês. Nas duas mulheres da minha vida, no futuro que eu quero ter junto com vocês, no conforto, na segurança… Eram as únicas coisas que se passavam por minha cabeça, eu juro.
– Sei disso – suspirou, concordando – Acha que eu te perdoei tão rápido por quê?
estreitou os olho em falsa indignação, e depois riu de leve.
– Obrigado por isso – ele disse, acariciando a barriga dela – Por essa família, por ser tão devota à nós e por estar me proporcionando o sonho de ser pai.
– De nada. Obrigada você por me dar a chance de viver tudo isso ao seu lado – sorriu sincera, grudando os lábios nos dele – Realmente te amo, você é o amor da minha vida e eu não tenho dúvida nenhuma quando eu falo isso.
Apesar de já ter ouvido aquela declaração algumas vezes, não conteve um suspiro apaixonado quando as palavras saíram da boca de .
– Fico muito honrado quando você diz isso – sorriu sincero, acariciando o rosto dela – Você também é o amor da minha vida, hoje e sempre.
sorriu, também apaixonada, antes de grudar seus lábios nos do marido em um beijo cheio de amor, cumplicidade, transparência e, acima de tudo, confiança.


FIM



Nota da autora: História curta e de um casal já mais maduro, cheio de cumplicidade. Espero que tenham gostado! <3


   

   

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