Última atualização: 17/10/2019

Aprendiz

Eu estava nervosa, mal havia terminado meu treinamento e Dean já queria me colocar em ação e sozinha. Até o momento era cômodo para mim trabalhar com algum outro prodígio, mas segundo o chefe, eu era sua filha especial e deveria aprender a trabalhar sozinha, isso me fazia sentir pressionada de todas as formas. Ser a favorita já não era fácil, pelos outros não gostarem muito de mim, exceto Tanaka que sempre me defendia, por não se importar muito com essas coisas.

— Você parece apreensiva. — disse Tanaka dando dois toques na porta do meu quarto.
— Juro que estou tentando não ficar nervosa.
— Isso tudo por que é seu primeiro serviço solo? — ele riu — Não posso te criticar, na minha primeira vez eu estava bem mais nervoso, você até parece mais controlada.
— Confesso que passei esse tempo aliviada por estar em dupla com alguém, mas… — respirei fundo me levantando da cama e indo até a janela — É diferente quando a maioria das pessoas que considera sua família, passa o dia reprisando que é a melhor e favorita.
— Está sentindo o peso. — concluiu.
— Sim, infelizmente sim. — assenti — Não quero decepcionar o Dean.
— E não vai. — Tanaka parecia bem mais confiante de meu sucesso que eu mesmo — Você realmente é a melhor e vai conseguir, não se preocupe LT.
— Agradeço o apoio. — sorri fraco para ele.
— Bem, acredite ou não, Fish também está torcendo por seu sucesso.
— Sério? Por essa eu não esperava.
— Bom, ele parece estar em débito com você, já que o ajudou com a amiga de infância dele. — explicou.
— Ah, verdade… Só fiz o que era certo. — retruquei.

Tanaka se virou me acenando como um “boa sorte”.
Me voltei para o espelho na parede e olhei por alguns instantes meu reflexo. Respirei fundo e segui em direção ao closet, já estava começando a sentir falta de todo aquele luxo da casa de Dean. Afinal, segundo ele eu ficaria um ano morando no Brooklyn, até que a fase de experiência trabalhando sozinha terminasse. Bufei de leve, me sentia frustrada por ele pegar tão pesado comigo e sempre aliviar para os outros, seu discurso de que eu tinha algo de especial em minha habilidades que os outros não possuíam, já não colavam mais.

 — Estou cansada disso. — murmurei ao fechar a pequena mala de roupas que estava autorizada a levar comigo.
— Ainda chateada com minhas ordens? — perguntou Dean aparecendo na porta, com suas mãos nos bolsos da calça.

Seu olhar sereno como sempre, porém analisando cada gesto meu.

— Sei que não tenho escolhas senhor D. — assegurei — Já estou indo.
— Não quer mesmo esperar até o amanhecer?
— Faço questão de ir hoje, não posso arriscar perder a oportunidade. — expliquei me referindo às suas ordens para o primeiro serviço.
— Me ligue quando estiver devidamente instalada. — disse ele.

Assenti ao me levantar e segurar na alça da mala. Então passei por ele na porta seguindo para fora do quarto.

— Lembre-se de tudo que lhe ensinei e não confie em ninguém além de mim. — reforçou ele.
— Não vou me esquecer.
— Qual o nome que lhe dei?
, filho mais velho da família Cho que possui um enorme patrimônio em Seoul e residem atualmente em Paris. — respondi resumidamente — Estuda medicina na Universidade da Columbia atualmente, após ser transferido de Harvard, por se sentir deslocado entre os padrões de ordem da instituição, mora na mansão da sua fraternidade, onde está localizado meu objeto de desejo. Ele será meu álibi.
— Muito bem.

Dean lançou um sorriso satisfatório, como se tivesse mais do que certeza que aquilo seria o início de uma série de serviços bem sucedidos, nos quais me tornaria definitivamente a melhor entre os prodígios.

"Someone call the doctor."
- Overdose / EXO



Álibi

Assim que saí da mansão parei no centro do jardim da entrada, lutava lá no fundo com a insegurança dentro de mim. Não era somente por ser uma etapa decisiva para meu futuro, mas por não conhecer muito do mundo a minha volta, já que passei longos anos naquela casa em treinamento. Surreal para uma garota de apenas 17 anos ter tanta responsabilidade assim e a partir de agora, me apresentaria como uma jovem órfã emancipada, o que não deixava de ser real.

— Bem-vinda LT. — disse Marg ao me receber em seu hostel — Estava a sua espera.
— Olá Marg. — me mantive séria, ao lembrar dos meses que passei em treinamento intensivo com ela no Alasca.
— É bom vê-la de novo, principalmente nessas circunstâncias. — ela sorriu de forma sinistra e então me deu espaço para que adentrasse — Venha, vou lhe mostrar seus novos aposentos.

Permaneci em silêncio e a segui em direção as escadas. 

— Eu reservei o quarto do sótão para você, ele possui uma porta que dá para o terraço, assim terá mais privacidade em seus treinos complementares. — anunciou.
— Agradeço. 

Continuamos seguindo até chegar ao quarto, ela me deu a chave e logo se afastou.

— Seu contato se chama Mark. — informou pouco antes de retornar para a escada.

Adentrei o quarto e fiz uma breve análise do lugar, não era tão pequeno e apertado quanto imaginei, e tinha um bom espaço para ser um simples sótão. Achei engraçado a cama ser suspensa do teto, com correntes de sustentação, nenhum outro móvel e apenas uma arara para colocar roupas. O teto também não havia nenhum forro, mostrando toda a estrutura de metal que compunha o telhado, seguindo o mesmo toque de modernidade que o hostel tinha em sua decoração industrial.

— Agora não há como voltar atrás. — deixei minha mala ao lado da cama e dei alguns passos até a tal porta secundária.

Saí para o terraço e olhei as estrelas por um tempo. 
Mesmo o senhor D me dizendo para dar meus primeiros passos amanhã, eu estava pronta para iniciar agora, assim não daria espaço para falhar nesta primeira parte. Voltei para o quarto e troquei de roupa, retirando aquele uniforme de colegial que estava em meu corpo para disfarçar e colocando algo mais apropriado, que me faria parecer uma caloura universitária.

Essa era sim a noite propícia, a fraternidade Alpha Omega Alpha estava iniciando suas festa de recepção aos calouros, que duraria uma semana. É claro que esperar não era uma estratégia conveniente, já que meu álibi poderia encontrar outra companhia caso eu demorasse. Peguei alguns dólares que estava no fundo falso na mala e coloquei no bolso, junto com minha identidade, caso houvesse necessidade estava garantida. Peguei o metrô e parei na estação que ficava algumas quadras da mansão da fraternidade. Assim que me aproximei mais da propriedade, já conseguia avistar vários carros estacionados e algumas pessoas seguindo em direção a entrada.

Eu segui pela lateral até chegar perto de uma pequena van de onde saía alguns funcionários que serviriam no lugar. Eu não deveria mudar o roteiro original do chefe, mas se não o fizesse não seria eu. Ao invés de entrar às escondidas e me fazer de universitária, eu me iria me misturar a plebe que trabalharia na recepção, mais prático e não precisaria dar explicações, era colo colocar o traje feminino por cima.

— Agora sim, estou pronta. — sorri com certa malícia e me direcionei para a cozinha.

Não precisou de muito, assim que entrei, uma mulher me entregou uma bandeja com alguns petiscos e me ordenou que servisse aos convidados. Assim o fiz, e neste percurso comecei mais uma de minhas análises do ambiente, precisava encontrar o atual dono do meu objeto de desejo e também meu futuro álibi.

— Pois eu sabia que iriam me aceitar. — disse uma universitária loira de vestido preto que descia a luxuosa escadaria que tomava parte do hall de entrada da casa — Finalmente serei a abelha rainha.
— Vou querer convites vip. — a morena de cabelos curtos que estava ao seu lado, ao passar por mim, pegou um dos petiscos — Agora você vai dormir no quarto presidencial.

Eu dei uma leve inclinada ao ouvir aqui e logo girei meu corpo lentamente para que pudesse pegar a ponta do cartão que estava aparecendo na abertura de sua bolsa. Entre olhei ao meu redor, vendo que todos se preocupavam em curti a recepção, então subi as escadas com a bandeja e a deixei na mesa de canto perto de uma das portas do primeiro andar. Olhei para o número do quarto atrás do cartão e segui até o lugar que ficava no terceiro andar da mansão, retirei minhas luvas do bolso e as coloquei, então passei o cartão na fechadura eletrônica e girei a maçaneta.

Ao entrar no quarto, segui rapidamente até o quadro que estava atrás da cama, subindo nela, o retirei revelando o tal cofre que o contato havia me informado. Retirei o brinco da orelha esquerda e olhei o número serigrafado, então digitei no cofre, que abriu de imediato, e lá estava a chave que me levaria ao meu objeto de desejo. Assim que pegue-a, coloquei o brinco no lugar, uma travessura que partiu do momento, guardei a chave no bolso e desci da cama.

— Então, achou mesmo que iria roubar nesta fraternidade e sair tranquilamente? — eu imaginava de quem poderia ser a voz, Dylan Becker.

Permaneci em silêncio e levantei as mãos permanecendo de costas para ele, em um piscar de olhos corri para a janela e saltei, caindo na varanda do quarto de baixo, corri para dentro sabendo que ele viria ver o que tinha acontecido comigo, e para despistar, retirei minha roupa de garçom e peguei a chave, saí daquele quarto e entrei no quarto da frente. Assim, que fechei a porta ouvi o barulho do chuveiro, tinha alguém no quarto, eu poderia até dizer que seria sorte se fosse meu álibi, mas nada que acontecia comigo era sorte e sim estratégia. 

Entrei no banheiro e fechei a porta, e lá estava ele desligando o chuveiro já enrolado na toalha, ficou algum tempo secando o cabelo com outra toalha até notar que estava acompanhado, por causa da minha respiração. Ele se virou e fitou seus olhos em mim, consegui notar que até suas pupilas dilataram.

!! !! — gritou uma voz masculina do lado de fora, certamente todos já estavam mobilizados pelo roubo.

Ele deu um sorriso malicioso como se já imaginasse o motivo de tudo aquilo. veio em minha direção até me encurralar na porta, apoiando a mão esquerda na altura no meu rosto, fez questão de abrir uma fresta da porta.

— O que houve, Chris? — perguntou ele ao homem do lado de fora.
— Alguém invadiu a fraternidade e roubou nosso alpha. — explicou — Estamos revistando todos os quartos.

se afastou um pouco e me olhou com um sorriso de canto, já matando a charada.

— Você poderia abrir a porta? — perguntou o homem.
— Infelizmente não, estou acompanhado. — respondeu ele.
— Por quem? Pelo que sei dispensou sua acompanhante?! — questionou forçando um pouco.
— Não quer dizer que não teria outra. — ele abriu mais um pouco e olhou para o amigo — A garota que está comigo parece desconfortável com sua insistência, devo acionar o regulamento da fraternidade?
— Não. — o homem pareceu engolir seco — Mas mesmo assim, deveria ajudar nas buscas. 
— Para todos os efeitos, estava ocupado demais. — ele sorriu de canto — E na verdade, estou.

Ele fechou a porta sem mais delongas e me olhou, esperando alguma explicação de minha parte.

— Está esperando meu agradecimento? — cruzei os braços.
— Por acaso você é menor de idade? 
— Porque acha isso? — perguntei confusa.
— Seu olhar ainda é inocente demais para uma universitária, a menos que seja uma boa atriz. — ele riu — Porém, há outro fato.
— Qual?!
— Se fosse universitária, não entraria de penetra, nossa fraternidade não aceita visitação de colegiais. — brincou ele.
— Ha..Ha..Ha… — fiz de forma debochada — Se me der licença.

Eu tentei me desviar dele, que segurou na maçaneta para que eu não saísse.

— Não vai me dizer o que roubou?
— Por que acha que fui eu? — perguntei curiosa.
— Seu olhar inocente foi embora. — ele riu — Se quer sair daqui, terá que esperar todos se acalmarem, então posso te levar para outro lugar.
— E por que acreditaria em você?
— Teoricamente virei seu cúmplice, além do mais, estou curioso para saber o motivo do roubo. 
— Curiosidade mata.
— É uma ameaça?
— Um conselho.
— Quer ou não minha ajuda? — ele se aproximou um pouco mais — Estou me arriscando para ajudar uma colegial.
— Olha a que nível a curiosidade leva. — agora eu ri.
— Seu sorriso é lindo.
— Universitários não podem sair com colegiais, segunda regra da sua fraternidade. — encostei de leve a mão em seu tórax o afastando — Acho melhor vestir uma roupa.
— E você deveria tirar.
— O que?
— Coloque uma blusa de moletom minha, vai enganar melhor se alguém entrar aqui de novo. — explicou ele.

Arqueei a sobrancelha direita e saí do banheiro.
Caminhei até o armário dele e retirei uma blusa de moletom do time da universidade, então retirei minha roupa e vesti. 

— Definitivamente, todas as mulheres que vestem minha roupa, ficam mais lindas ainda. — comentou ele ao sair do banheiro vestindo uma calça de moletom e sem camisa.
— Acho que falta uma peça de roupa em você. — comentei também.

Ele riu.

— Hum… — me voltei para a escrivaninha ao lado da janela e peguei um porta-retratos.

Vi a imagem de com seu sorriso espontâneo ao lado de outro homem, que se mantinha sério, porém com um olhar profundo.

— Quem é? — perguntei virando a foto para ele.
— Porque eu deveria dizer algo sobre mim?
— Aposto que é seu irmão. — voltei a olhar para foto — Ou deveria entender como…
— É meu irmão. — disse ele antes que eu pudesse cogitar outra coisa.
— Eu ia dizer primo. — brinquei rindo ao retirar a foto e ler o nome de ambos escrito de caneta atrás, sussurrei — .
— Não deveria mexer assim nas coisas dos outros. — ele cruzou os braços — O que está pretendendo?
— Eu nada, tudo que deveria saber sobre meu álibi, eu já sei. 
— Seu álibi? — seu olhar confuso se mostrou.
— Você é meu álibi.

Ele se calou, parecendo estar criando teorias em sua mente.

— Teremos que esperar até quando?
— Fique tranquila, terá que passar a noite aqui. 

Eu respirei fundo e logo o celular dele que estava em cima da cama tocou, eu já imaginava que a ligação era mais que especial. Assim que ele se moveu para pegar.

— Não precisa, essa ligação é para mim. — disse indo na frente e pegando o aparelho.

Como esperado, era uma ligação anônima.

— Não me darei ao trabalho de perguntar como descobriu esse número. — disse ao atender.
Você improvisou, não foi? — disse o senhor D do outro lado da linha.
— Sou a LT, sempre faço do meu jeito, é o que me torna a melhor. — respondi com propriedade.
Conclua isso, e lhe tratarei como a melhor. — sua voz estava áspera e rude, parecia com raiva dos meus atos.
— Desafio aceito. — retruquei sem medo.

Mantive meu olhar em , que permanecia com um sorriso malicioso em seu rosto.

Você me fez arriscar meu coração numa oportunidade única
Agora, todos estão olhando para nós com pipoca na boca. 
- Lotto / EXO



My Precious

— Então… Quem é o senhor D? — perguntou se sentando na sacada da janela, seu olhar era intenso, porém não tinha tanta profundidade assim como do seu irmão na foto.
— Se eu dissesse teria que te matar. — brinquei rindo de leve ao me sentar em sua cama.
— Gosto de viver correndo riscos. — ele sorriu de forma sugestiva.
— Na teoria, pode se dizer que ele é meu pai. — mordi o lábio inferior analisando minhas palavras — Mas na prática…
— Ele é seu chefe então. — concluiu.
— Sim. 
— Pude perceber que você o desafiou, fez algo fora do plano? 
— Estar conversando como você já é estar fora do plano, odeio planos, sempre atrasam minha vida.
— Então você gosta de improvisar? 
— Basicamente. — ri um pouco — É mais emocionante. 

As horas se passaram e eu adormeci em sua cama. Confortável e macia, parecia que meu corpo estava sendo abraçado pelo cobertor. Na manhã seguinte, acordei com uma bandeja de café ao meu lado e um bilhete dele.

— "Bom dia, me espere no quarto." — sussurrei ao ler — Me desculpe, mas não posso.

Me levantei da cama e peguei uma fatia de maçã que estava cortada, depois me espreguicei um pouco e coloquei a minha calça. Me olhei de leve no espelho do guarda-roupa e ajeitei a blusa de moletom dele em meu corpo, estava inclinada a não devolver. Conferi que a chave estava no meu bolso e saí do seu quarto tranquilamente, a mansão estava aparentemente vazia, o que me deixava em plena suspeita. Será que havia armado contra mim?

Segui pelo corredor da lateral adentrando mais o lugar, até que algumas vozes foram surgindo, vindas de uma sala. A passos silenciosos e lentos, me coloquei atrás da porta para entender o que acontecia.

— Não importa quem ele seja, violou a segunda lei, ele trouxe uma colegial para a fraternidade. — uma voz áspera soou, parecia de alguém em fúria.
— Não tiramos sua razão Pierre. — a voz de Dylan soou — Ele será punido quando for apropriado.
— E quanto ao roubo no seu quarto? — uma voz feminina surgiu, reconheci da garota loira da escada na noite anterior — Pela sua preocupação, foi algo de muito valioso, não foi?
— Não importa o que tenha sido roubado, o fato é que alguém entrou aqui, é uma afronta. — a voz de Pierre soou novamente — O que fará Dylan.
— Primeiro, temos que saber quem foi, nossa fraternidade tem muitos inimigos, começando pelos Corvos do leste. — Dylan parecia frustrado, porém controlado.
— Eu disse para ficar no quarto. — a voz de foi como um sussurro em meu ouvido, logo ele segurou em minha cintura.
— Não gosto de receber ordens. — me virei para ele e o olhei — O que faz aqui? Veio receber seu castigo?
— O máximo que podem me fazer é me cobrar uma multa. — ele riu, mantendo seu olhar em mim.
— Nossa, quanta segurança.
— Minha família fundou essa fraternidade, na teoria eu seria o alpha. — ele sorriu de canto.
— Mas não é. — a porta se abriu seguido desta curta declaração de Dylan.

Então pude ver de perto o rosto do ex dono do meu objeto de desejo. Se ele soubesse que sua preciosa chave estava em meu bolso, certamente não me deixaria sair viva daquele lugar, e cortaria a cabeça de junto. 

— Então essa é a colegial? — Dylan manteve seu olhar fixo em mim, me analisando — Qual o seu nome?
— Cassie. — disse em alto e bom tom.

Aquela era a primeira vez que eu me retratava oficialmente como o personagem que Dean criou para mim. 

— E quantos anos tem? — continuou Dylan.
— Precisa mesmo disso? — interviu .
— Tenho 17 anos, se a sua preocupação é minha idade, faço 18 daqui duas horas. — continuei.

O olhar de era de surpresa, mas durou alguns segundos até ele disfarçar e olhar para Dylan novamente como se nada estivesse acontecendo.

— Como minha punição ainda será definida, se nos der licença, tenho que levá-la para casa. — deslizou sua mão, a retirando da minha cintura e segurando minha mão — Vamos, Cassie?!
— Claro. — assenti com naturalidade.

Claro que Dylan não ficou satisfeito com a ousadia de , menos ainda com a história de que eu era mesmo só uma colegial, e mesmo com alguns questionamentos de Pierre dizendo que eu deveria ser revistada antes de sair. Claro que não permitiu e ainda socou sua cara ao me proteger de ser atacada por ele. Eu havia instalado um certo caos em sua fraternidade e ainda o feito meu álibi perfeito, sem nenhum esforço. 

— Não precisava ter batido nele. — disse ao saímos da mansão.
— Tem certeza? — ele parou e me olhou.
— Hum… Poderia ter sido menos agradecido talvez. — eu ri sem remorso — Por que está me ajudando? Poderia ter me entregado a eles.
— Sou seu álibi. — ele sorriu com malícia a piscou d eleve.
— Está levando isso muito a sério. — cruzei os braços.
— Acredite, nunca fiquei tão curioso sobre alguém, como estou com você. — ele respirou fundo — Quero saber mais sobre a Cassie, apesar desse não ser seu nome.
— O que te faz pensar que Cassie não é meu nome?
— Você não tem cara de Cassie. — respondeu.
— Hum… Você está certo, esse não é meu nome.
— E vai me dizer qual é? Acho que mereço saber em que estou me metendo.
— Se for um bom álibi, talvez eu te conto. — sorri de canto.

Ele me guiou até o seu carro e abriu a porta para que eu entrasse no banco do passageiro da frente.

— Ei, esperem. — um garoto gritou, correndo em nossa direção — Por favor.

Eu me virei para ele e o olhei.

— O que você quer Mark?!
— LT. — disse o rapaz ao parar na minha frente — LT.

Era ele o meu contato na universidade.

— Isso significa algo para você? — insistiu ele.

Eu sorri e retirei a chave do bolso, o mostrando discretamente, pois nos vigiavam da sacada da mansão.

— Então conseguiu. — os olhos de Mark brilharam, então ele voltou ao foco — Eu vou mandar o endereço a você, para o celular do

Assenti. Ele se afastou de nós e eu guardei a chave novamente.

— LT?! Essa é a palavra mágica? Para que?
— Little Thief.
— Então é isso que você é, uma pequena ladra?
— Entenda como quiser. — eu ri — Agora vamos, preciso terminar meu serviço.
— O que mais pretende roubar?
— Não vou roubar, só vou pegar de volta e devolver ao verdadeiro dono. — respondi entrando no carro — E você vai me ajudar.

Sim, tecnicamente eu roubaria, mas seria para uma causa nobre, meu primeiro cliente havia conhecido Dean acidentalmente, e conseguido aquele serviço de graça, pois era meu teste final. Uma sorte para ele e extrema responsabilidade para mim, que agora mais do nunca deveria provar a Dean que eu era a melhor, e tudo seria feito do meu jeito.

— Então o Mark mandou roubar a chave do Dylan? — perguntou ele dando a partida.
— Não ele, mas o irmão dele, não preciso te contar tudo não é?
— Claro que precisa. — ele me olhou rapidamente — Mark se juntou a fraternidade recentemente e já está envolvido em um roubo.
— Sua família fundou tudo e você também está. — não me contive em rir dele.
— Não tem graça. — ele segurou o riso.
— Quem é o irmão do Mark?
— Jason Flint. — respondi — Ele é meu cliente e preciso pegar algo para ele.
— Hum… Onde?
— Logo saberei. — me remexi no banco do carro e peguei o celular dele de seu bolso da jaqueta.

Então balancei o aparelho sorrindo. ficou dirigindo pelas ruas de New York, até que o endereço foi enviado para seu celular. Seguimos até um edifício residencial super luxuoso bem ao centro de Manhattan, próximo ao Central Park.

— Vai mesmo invadir a casa de alguém e roubar algo de lá?
— Não vou invadir, vou entrar como uma convidada. — o olhei — Com você.
— Como?
— Sua família é amiga dos Becker, vamos fazer uma visita a eles. 
— Tem certeza que você improvisa? — ele estacionou o carro e me olhou desconfiado.
— Eu penso rápido e sempre tenho várias alternativas. — pisquei de leve.

Entramos no edifício, mesmo com seus olhares desconfiados, é claro que não seria fácil me livrar de ainda mais com seu jeito curioso de querer saber tudo sobre mim, mas era divertido esse jogo de gato e rato. Seguimos para a cobertura onde os pais de Becker moravam, porém eles não estavam então bateu na porta da frente, que pertencia o apartamento da família de uma amiga.

— Rose. — a cumprimentou.
! — a garota o abraçou com certa intimidade, depois de afastou meio envergonhada por me ver — Quem é sua amiga?
— Esta é Cassie. — ele me olhou — Podemos entrar?
— Claro. — ela abriu mais a porta e nos recebeu.

Eu olhei discretamente o lugar pensando no que poderia fazer para aproveitar a oportunidade, eu precisava entrar no apartamento dos Becker enquanto eles estavam fora. Aproveitei que se envolveu em uma conversa sobre anatomia avançada, e me aproximei da sacada, precisava de alguma forma de acesso que fosse discreta e eficaz.

— Existe o elevador de serviço, para os funcionários, geralmente a porta deles ficam abertas para caso de necessidade. — disse ao se aproximar de mim — Sei que precisa ir até lá de alguma forma.
— E sua amiga?
— Eu cuido dela. — ele piscou de leve dando um sorriso cretino.

Eu sorri de volta e esperei até que ele a mantivesse totalmente concentrada nele, então caminhei até a cozinha onde vi a saída dos funcionários, fui até o quarto da empregada e abri um dos armários, peguei um uniforme e vesti. Um belo disfarce para entrar pelos fundos. Assim que passei pela porta de serviços do apartamento dos Becker, senti meu coração um tanto acelerado, me veio um frio na barriga seguido de insegurança. Respirei fundo mantendo meu auto controle, era minha primeira vez sozinha e não haveria nenhum outro prodígio para me salvar ou dar cobertura.

Segui pelo lugar até chegar ao quarto de Davi. E lá estava a gaveta que guardava meu objeto de desejo, assim que coloquei as luvas, retirei a chave do bolso e encaixei na fechadura da gaveta, então abri encontrando uma maleta dentro. Suspirei fraco, lembrando de todas as recomendações de Dean, caso eu tivesse que abrir qualquer coisa com senha. Retirei a maleta de dentro da gaveta e comecei a fazer combinações no cadeado de senha, nunca fui muito boa nestes tipos de testes, não tanto quando a Sery, mas tinha que conseguir ser rápida desta vez.

Após alguns minutos, finalmente consegui abrir, lá estava um envelope com vários documentos e papeis de fórmulas dentro, meu objeto de desejo.

— Acho que consegui. — sorri com satisfação. 

Retirei do bolso de trás um bilhete com o recadinho de Jason para Davi e coloquei tudo de volta no lugar deixando a chave em cima da cama dele com o bilhete. Ao sair do quarto, ouvi vozes vindas da sala, alguém estava na casa. Corri para a porta mais próxima e entrei em outro quarto, parecia ser do Dylan, tinha fotos suas com a loira espalhadas pelo lugar. Porém, para minha sorte, ou falta dela, a maçaneta se mexeu e eu tive que esconder embaixo da cama. 

— Ainda não sei o que vê na Valerie. — disse uma voz feminina pouco aveludada — Ela é tão sem graça.
— O pai dela é senador. — Dylan entrou logo atrás — Mas vamos falar sobre outra coisa, estou preocupado com o roubo de ontem, quando meu irmão souber, vai querer me matar. 
— O que foi roubado?
— Uma chave.
— O Davi vai te matar por causa de uma chave? — a mulher mandou até a cama e se sentou — Por que faria isso?
— Blair, chave abrem coisas que não devem ser abertas. — ele se aproximou da cama também — Vamos esquecer disso por um tempo. 

Senti ele subindo, certamente se jogando em cima da garota.

— E me faz esquecer o mundo por algumas horas. — continuou ele.

Horas?! Eu estava chocada e ao mesmo tempo estática, imaginando quando que eu conseguiria sair dali.

— Só se você me prometer não passar o feriado com a loira magrela. — reclamou ela.
— Você sabe que eu preciso, o senador em pessoa me convidou para passar na casa deles, mas você pode pedir a Valerie para te levar. — um som de beijos surgiu em uma longa pausa — O irmão dela está interessado em você mesmo.
— Como se eu realmente quisesse isso. — ela riu — Você sabe o que eu quero.
— Eu vou te dar.

Eu tampei minha boca com a mão direita e me preparei mentalmente para tudo que eu teria que ouvir durante aquele tempo, e certamente o Dean teria que me dar uma consulta com psicólogo como bônus pela exposição desnecessária. Quando tudo estava tranquilo e silencioso, eu finalmente bem devagar saí debaixo da cama e caminhei até a porta, ao olhar para trás, olhei para a mulher e reconheci das escadas, a amiga da loira era mesmo uma grande amiga.

— Chocante. — sussurrei desviando meu olhar para ele.

Ambos parcialmente nus enrolados no lençol da cama, com algumas roupas pelo chão. Saí do quarto e corri até a cozinha.

— Invade a minha casa, se esconde no quarto do meu irmão e acha que vai sair assim? Como se nada tivesse acontecido? — um voz desconhecida surgiu fazendo meu corpo gelar.

Pelas palavras, eram de Davi.

— Vire-se e me deixe ver seu rosto. — insistiu.
— Me desculpe senhor, mas não sei do que está falando. — disse ajeitando de leve o envelope que havia escondido dentro da roupa — Eu só estava tentando fazer meu trabalho e…
— Pare de mentir. — ele deu alguns passos até mim e segurou em meu braço para que eu me virasse — O que você veio roubar?

Eu respirei fundo, não sabia o que fazer. Até que tocaram a campainha.
Aproveitei este momento breve de distração e lancei minha perna nele, pegando de surpresa o derrubei no chão, peguei algumas sacolas que estavam em cima da bancada e joguei nele, então saí pela porta de serviços e peguei o elevador. Foi por alguns segundos enquanto o elevador fechava, Davi saiu pela porta e me viu, seu olhar fixou no meu, por instantes senti como se algo pudesse desabar sobre mim.

O elevador desceu até o térreo e sem pensar em mais nada, saí correndo para fora, trombei em algumas pessoas pela rua e já não conseguia pensar em mais nada, minha mente parecia mais confusa do que nunca. Perdida e sem saber o que fazer, parei no meio da rua, tentando encontrar meu eixo, segurei as lágrimas dentro de mim, eu sabia que tinha feito algo errado. Não podia ter deixado Davi me ver. 

Foi neste momento que senti uma mão pegar a minha e me conduzir para fora do meu devaneio. Seguimos pela calçada até chegar a uma loja de antiguidade, adentramos o lugar e passamos por uma porta, descemos lances de escada até finalmente chegar a uma espécie de depósito. Ao respirar fundo, reconheci a pessoa que me resgatara.

— Está tudo bem criança. — Dean me puxou para mais perto e me abraçou, me fazendo sentir-me segura — Está tudo bem agora.
— Ele me viu, me desculpa. — sussurrei ainda contendo minhas lágrimas — Eu falhei, sou a pior. 
— Xiiii, não diga isso, você foi brilhante. — sua voz estava baixa e aparentava compreensão — Foi seu primeiro serviço e o concluiu com êxito. — ele acariciou meus cabelos — Não esperava menos de você.
— Então eu… — me afastei dele o olhando — Consegui?
— Você é a melhor. — afirmou ele, tocando de leve no canto do meu olho direito para retirar uma lágrima que queria cair — Está pronta para começarmos.
— Mas e Davi?!
— Cuidarei disso depois. Onde está o objeto de desejo?
— Aqui. — coloquei minha mão dentro do avental e retirei o envelope, o entregando — O que vai fazer agora?
— Entregar ao nosso cliente.
— E o ? Tem coisas que…
— Imaginei que você pudesse dizer algo a ele. — ele sorriu — Contou seu nome verdadeiro, ?
— Não, para ele sou a Cassie, ou LT.
— Hum… Acha que ele pode ser seu álibi?
— Sou uma colegial que namora um universitário. — respondi.
— Muito bem, ligue para ele. — Dean retirou seu celular do bolso.

Assenti e peguei o aparelho, então destravei e seu número já estava digitado na tela, não precisou chamar muito até que ele atendeu.

! — disse mantendo minha voz firme, como se nada tivesse acontecido.
LT! — disse ele do outro lado.
— Sentiu minha falta?! — perguntei movendo meu olhar para Dean e colocando no viva voz.
Eu ainda sou seu álibi?! — perguntou , com um tom preocupado.

Dean olhou para mim e sorriu com sagacidade, aquilo era um aval para que a resposta a fosse afirmativa.

Eu evito o seu olhar fingindo que não estou interessado em você,
Veja bem, eu preciso arriscar tudo que tenho. 
Só para passar por você, oh yeah,
Você é tão diferente das outras mulheres 
- Lotto / EXO

Origem: Apesar do fim, sempre partimos do início, basta apenas dar o primeiro passo.” - by: Pâms


The End?!



Nota da autora:
Será esse realmente o final? Acho que está mais para o começo kkkkkkkk... Eu amo vocês leitoras e leitores da LT ❤ quem sabe no futuro eu continue essa fic mostrando mais algumas aventuras dela com o cunhado maravilhoso, por enquanto é isso, espero que tenham gostado desse spin-off!!! Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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*as outras fics vocês encontram na minha página da autora!!


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