Última atualização: 26/01/2021

Base Fort Knox

Fort Knox, Kentucky
Verão de 2017

Na teoria o mundo é vasto e grande, na prática para Hilt o mundo se resumia a sua caixa de ferramentas vermelha que carregava para todos os lados. Para o mecânico autodidata sua rotina de casa para a sua recém conquistada oficina de automóveis era o suficiente para se viver. Sua pacata cidade respirava os campos de treinamento militar, derivados da base do Exército dos Estados Unidos instalada ao longo do rio Ohio. Em alguns momentos, sempre o solicitavam para resolver problemas simples como a embreagem do carro do Coronel Brown, ou a troca de óleo de algum motor de um dos carros da base.

Noite de sexta-feira. Poderia ser um dia qualquer em sua vida, exceto pelo fato de ter desviado o caminho de sua casa e seguido para o Bar da Kim. Kimberly sua amiga de infância que sempre tentava lhe conseguir um encontro às cegas. O fato de ver o amigo solitário e alheio a vida externa fora de sua caixinha, a incomodava bastante. 

— Olha só quem está aqui em plena sexta-feira. — comentou Kim surpresa ao vê-lo adentrar o lugar e vir em sua direção — Hoje não é quarta e não tem jogo dos Lakers.

Ela riu da cara séria do amigo.

— Quer uma cerveja? — ofereceu ela.
— Sim, por favor. — ele soltou um suspiro forte — Te juro que também não sei o que estou fazendo aqui.
— Quebrar a rotina faz parte da vida meu amigo, deveria fazer isso mais vezes. — aconselhou ela, indo buscar a garrafa.
— Não gosto de mudanças. — sussurrou ele, dando para sua amiga ouvir.
— Pois eu acho que sua vida precisa de uma mudança radical. — ela colocou a cerveja em sua frente na bancada — Você realmente precisa conhecer mais o mundo externo.

E sim, o conheceria da forma mais surpreendente possível. Naquele mesmo instante, uma mulher entrou no bar, atraindo a atenção das pessoas para ela. Um andar firme seguindo em direção a bancada, ela parou bem ao lado de , mantendo o olhar fixo em Kimberly. Suavizando mais o rosto, observou discretamente o homem ao seu lado, notando a caixa de ferramentas embaixo da banqueta. 

— Em que posso ajudar? — perguntou Kim.
— Preciso de um mecânico. — disse a mulher — Minha moto está com um defeito.

Kim lançou um olhar sugestivo para o amigo que se manteve alheio à conversa.

— A essa hora a oficina da cidade está fechada, mas olha que sorte a sua, nosso mecânico está bem ao seu lado. — Kim segurou o riso, apontando para o amigo com discrição.
— Hum… — a mulher olhou para ele, que não se tocou que era o assunto em questão.

Além de fechado para o mundo externo, também se distraía com facilidade. Seu déficit de atenção não o deixava ser atento aos acontecimentos ao seu redor.

— Kim, quem é a sua amiga? — um outro homem com jaqueta de motoqueiro acompanhado de mais dois, se aproximou da mulher.
— Ninguém que te interesse. — respondeu Kim — Não venha me arrumar confusões aqui, Rian.
— Que isso Kim, eu só quero ajudar. — ele escorou na bancada olhando a mulher — Eu posso te ajudar?
— Você é um mecânico? — a mulher o olhou com superioridade e desdém.
— Não, mas posso ser o que quiser. — ele sorriu de canto e ergueu a mão para tocá-la.

Antes mesmo que o indicador de Rian encostasse na parte descoberta do ombro da mulher, a mesma segurou firme em sua mão, e deslocando seu corpo puxou o braço de Rian para trás trazendo todo o corpo do homem para frente, pressionando sua cabeça sobre o balcão. Seus amigos se moveram para ajudá-lo, porém a mulher os olhou de forma intimidadora. Ao ver toda aquela cena, deu um pulo da baqueta de susto, impressionado com ela.

— Capitã Bellorum. — uma voz num tom repreensivo soou ao fundo do bar.

Era o Coronel Brown assentado em uma mesa jogando cartas com mais três militares. Bellorum soltou o homem que caiu ao chão em desequilíbrio.

— Coronel. — ela se manteve séria e inexpressiva — Perdoe-me atrapalhar seu jogo.

Todos assustados ou não com os rápidos movimentos dela imobilizando Rian, mantiveram seus olhares curiosos na mulher de sobrenome Bellorum. Ainda mais por possuir o título de capitã.

— Você é o mecânico, não é? — perguntou ela a .
— Sim. — respondeu ele, tentando assimilar tudo o que acontecia.
— Poderia olhar minha moto? — indagou ela.

Ele assentiu com a face e retirando a carteira do bolso, pagou pela cerveja e saiu do bar acompanhado da mulher. Do lado de dentro, ouvi a movimentação óbvia para olhar entre as persianas qual a direção que tomaria do lado de fora. Eles andaram um pouco, pois a moto dela estava logo na entrada da cidade. O que formou uma curiosidade em . Como aquela misteriosa mulher havia conseguido andar tanto com aquela bota de salto alto e ainda manter a postura firme diante dele.

— Vejamos o que aconteceu. — sussurrou abaixando ao lado da moto e abrindo sua inseparável caixa de ferramentas.
— Ela simplesmente parou de funcionar. — disse a capitã.

Ele manteve a atenção na moto fazendo alguns testes. Não fora fácil identificar de imediato o motivo, mas com um conhecedor do assunto, sabia com propriedade o que acontecia.

— Seu problema é o combustível, apesar de ser um diagnóstico inicial, tenho certeza que é isso. — ele fechou a caixa de ferramentas e se levantou a olhando.
— Combustível. — ela riu dele — Só pode estar brincando.
— No caso de motos como a sua com injeção eletrônica, a ECU, Unidade Central Eletrônica pode ter dificuldades em determinar a quantidade de combustível ideal, enviando informações erradas aos bicos injetores. — ele começou explicar para ela a situação, com sua voz baixa e serena de sempre — Correndo o risco de injetar combustível demais na câmara de combustão e se a queima não acontece, há a possibilidade de ocasionar um calço hidráulico, onde os cilindros são preenchidos com líquido em vez da mistura ar-combustível vaporizada, isso faz com que o pistão não consiga comprimi-lo e se choque com as válvulas. Impedindo a moto de funcionar corretamente, é raro, mas pode acontecer. A menos que você saiba mais desse assunto que eu, é isso que está acontecendo com a sua moto.

Ela se viu sem argumentos por um momento. Então respirou fundo.

— E não pode consertar isso agora? — perguntou ela.
— Aqui não, mas na minha oficina sim. — respondeu ele.
— Agradeceria se fizesse isso agora. — insistiu ela.

Ele assentiu. Ficar em sua oficina era a parte mais prazerosa do dia. Seu amor pelo lugar era tanto que havia construído um loft improvisado logo em cima, para não ter que levar minutos de caminhada até chegar em seu local de trabalho. Bastaria somente descer as escadas que lá estava seu mundinho perfeito cheio de ferramentas para alegrar seu dia. Com um pouco de dificuldade, pois a moto era mais pesada do que imaginara, eles empurraram-na até a oficina. 

Do lado de dentro, com mais tranquilidade e instrumentos para trabalhar, começou a desmontar a moto da capitã, como se fosse um brinquedo de quebra-cabeças super divertido. A princípio ela observou todo o lugar que não tinha nem um traço de organização, o que a fazia se perguntar como ele conseguia encontrar suas ferramentas naquele espaço confuso. Olho ela voltou seu olhar para ele, e involuntariamente sorriu de leve ao vê-lo com um brilho nos olhos enquanto consertava.

— Aish. — um som frustrado soou dele.
— O que aconteceu? — ela deu dois passos para perto.
— Tem uma peça aqui que está faltando, parece que foi retirada. — ela a olhou confuso — Esta moto já passou em alguma revisão?
— Sim, antes de vir para cá eu a mandei para a oficina… — ela soltou um riso discreto.

Mas é claro que alguém planejava sabotar sua ida para a base militar de Fort Knox. E Bellorum sabia muito bem quem era a pessoa.

— Tem como consertar? — perguntou ela, tentando não se preocupar com sua companheira de estrada.
— A peça que falta não tenho aqui, teria que ir até Louisville para comprar lá. — respondeu ele com tranquilidade.
— O que significa que não a terei hoje. — concluiu ela.
— Eu aconselho a pernoitar na cidade, tem um hotel de estrada logo na entrada, amanhã de manhã posso ir a Louisville, tenho um conhecido dono de uma loja de peças. — explicou ele.
— Prefiro ficar aqui. — ela manteve o olhar na moto — Se for incômodo, é claro.
— Aqui?! — ele apontou para o chão, se assustando com a decisão dela — Não confio em você.

Ele riu de nervoso.

— Por não confiar em mim é que não deveria ficar aqui. — ele se mostrou ainda mais confuso.
— Eu sei me defender, se esse é o caso. — ela brincou e caminhou até um sofá velho, se sentando.

se viu totalmente sem reação às ações da mulher.

— Capitã… — ele tentou argumentar.
Bellorum. — disse ela, seu nome — Pode me chamar de .
. — se pronunciou — Ter certeza que quer ficar aqui?
— Sim, e amanhã eu vou com você até Louisville. — disse ela quase em ordem.

não viu outra escolha a não ser assentir e preparar um lugar mais apropriado para ela dormir que no velho sofá de sua oficina. Para surpresa se , ele cedeu sua cama para ela, se confortando na poltrona de frente para tv. Muitas vezes adormecia ali vendo as reprises dos jogos do Lakers, então não seria nenhum sacrifício para ele passar a noite fora de sua cama.

como uma boa e bem treinada Bellorum, também tinha o costume de dormir até mesmo no solo frio do deserto. Inúmeras missões que prestou para Darko nos desertos de Nevada, renderam-lhe experiências que nem seu irmão Nikolai imaginaria viver. Agora, designada para trabalhar na base de Fort Knox diretamente no treinamento militar de novos recrutas. E todos os comentários sobre ela, é que era o membro mais disciplinado da família Bellorum, e diretamente muito elogiada pela Continuum. Sua habilidades em combate corpo a corpo se igualavam com as de inteligência e contra espionagem. O orgulho militar da família, mesmo não sendo a herdeira legítima.

— Acordada. — comentou ao descer as escadas e se deparar com , ao lado de sua moto, alisando o objeto.
— Estou pronta para irmos. — anunciou ela, com a mesma seriedade no olhar.
— Vamos então. — ele retirou as chaves de sua enferrujada caminhonete do bolso.

Ambos seguiram para Louisville.

se impressionou com o lugar onde ele a levara, não se parecia nenhum pouco com uma loja comum de peças de automóveis. Pelo contrário, parecia uma oficina de desmanche de carros. O homem conhecido dele, Timothy, era baixinho e rechonchudo, desbocado e muito temperamental, algo que a deixou embasbacada por conseguir lidar com tanta naturalidade as alterações de voz e humor do homem. Ao terminarem a transação de peças e dinheiro, eles voltaram para a caminhonete.

— Se eu soubesse que seu contato é um homem que vem peças de carros roubados, não teria permitido tal coisa. — disse ela em repreensão.
— Está com medo de ser vista aqui, senhora capitã?! — a olhou, serenamente — Saiba que os militares de Fort Knox são os que mais consomem peças de desmanche.
— O que?! — ela realmente ficou ainda mais indignada.
— Viva com isso, ou me encontre outro lugar para comprar sua peça e que seja o mesmo preço. — retrucou ele — Já me deve 100 dólares da peça mais 75 do conserto.
— Só vai me cobrar 75? — ela se mostrou mais surpresa ainda.
— Esperava quanto? 200? — ele riu — É isso que te cobram de onde veio?

Ela se calou novamente, sem entender como conseguia ficar sem argumentos com tanta facilidade perto dele.

— Tenho outros carros para consertar, melhor voltarmos o quanto antes. — avisou ele, entrando no carro.

era mesmo um especialista em consertos de automóveis, tanto que não demorou nem trinta minutos para colocar a peça faltante e testar a saída do combustível. Com sua moto totalmente alinhada, finalmente pode seguir para base, após pagar o que devia a ele. Olhando a destemida Bellorum, seguir seu caminho com a moto consertada, o mecânico soltou um suspiro fraco ao sentir pontadas de dores nas costas, após um largo bocejo.

Era estranho, mas passara a madrugada em claro observando a mulher dormir em sua cama. Talvez pelo susto ao vê-la colocar uma arma debaixo do travesseiro, ou por ser a primeira vez em anos que estivera uma presença feminina em sua casa. Isso o fez se lembrar da última vez que beijou uma mulher, fora uma semana depois que sua ex-namorada terminou o relacionamento de ambos para seguir seu sonho de ser modelo em New York. 

estava tão depressivo na época que se embebedou em um bar desconhecido de Louisville e acabou beijando a mulher de um chefe de gangue. O mecânico somente não morreu de tanto apanhar, por uma interferência de Timothy que o conhecia desde pequeno e presenciara toda a situação.

--

— Aqui está coronel Brown. — disse ao revistar mais uma vez o carro no coronel na base militar central de Fort Knox.
— Ah, meu bebê. — o coronel pegou as chaves da mão de com um olhar agradecido — Nem sei como lhe recompensar, meu carro tem lhe dado tantas dores de cabeça nos últimos anos.
— Não precisa, eu gosto do que faço, além do mais, consertar um Mustang Mach 1 de 69 é o sonho de todo mecânico. — os olhos de brilhavam para o carro.
— Eu te entendo. — disse o coronel, virando seu olhar para frente — Capitã Miller, estava mesmo lhe procurando.
— Coronel, vejo que seu carro está de volta. — comentou ela, não resistindo em olhar para .
— Esta minha belezura dorme mais de calça jeans que minha esposa. — brincou o homem ao tocar na capota do carro.
— Meu trabalho aqui está entregue. — disse , se movendo para afastar.
— Mais uma vez, obrigado .
— Não há de que, coronel. — ele se afastou de ambos, movendo-se para a saída.
— Porque seu carro vive dando trabalho? — perguntou curiosa — o mecânico não é tão bom assim?

Ela brincou soltando uma gargalhada.

— Você sabe muito bem que é excelente. — disse o coronel — Mas, meu carro já é antigo e a peça que lhe falta está em desfalque no mercado.
— Não encontrou no contato dele? — indagou ela.
— Já tem uns três anos que se esforça para encontrar, e enquanto não aparece, ele faz o que pode. — explicou o homem.

trocou mais algumas palavras com o coronel, sobre os próximos exercícios de simulação do novo grupo de recrutas. Assim que saiu do edifício, avistou seguindo a pé pela estrada, ela achou estranho mas considerando o fato dele ter levado o carro do coronel. 

— Mecânico… Sobe aí. — disse ao parar a moto do lado dele.
— Meu nome é , acho que já sabe disso. — ele deu de ombros e continuou sua caminhada.
, sobe aí, eu te levo até sua oficina. — insistiu ela.
— Não precisa. — ele manteve seu olhar para frente.

fez uma manobra com a moto, parando-a na frente dele, o fazendo parar.

— Preciso que olhe os freios dela. — ela lhe deu argumentos mais chamativos — Sobre.

Soou como uma ordem, que o fez estremecer. tentou ignorá-la, porém o olhar de para ele era mais intenso e instigante. Pegando o capacete reserva, ele encaixou em sua cabeça e subiu na garupa. teve o privilégio de vivenciar a experiência de ver de perto o quão veloz e imprudente Bellorum era. Este era seu ponto fraco, por mais disciplinada que fosse, as regras não se aplicavam a sua moto e a sensação de liberdade que sempre tinha ao andar em alta velocidade.

Aquela pequena experiência foi a primeira de muitas outras que teria com a militar, que aos poucos começou a tirar seu sono pelas madrugadas e invadir seus pensamentos sem pedir permissão. tinha curiosidades quanto ao homem que se contentava em passar seus dias em uma bagunçada oficina consertando carros velhos e defeituosos como o do coronel... E as noites vendo reprises dos jogos do seu time de basquete favorito. Pelo menos, esta foi a informação que Kim lhe passara de forma discreta e subjetiva, das muitas vezes que voltou ao bar para tomar uma cerveja.

— Tem certeza que sabe o que está fazendo? — perguntou ela, cruzando os braços e encostando na parede.
— Quem é o mecânico aqui? — ele voltou seu olhar frustrado para ela.
— Só foi uma pergunta inocente. — ela sorriu de canto — Mas acho que não dará certo.
— Sua não é tão velha, não deveria dar este tipo de defeito. — reclamou ele — Já é a sexta vez em cinco meses.
— Você conserta o carro do coronel a cada quinze dias e não reclama. — retrucou ela, comentando o fato corriqueiro.
— O carro do coronel é um Mustang 69, uma relíquia que dá gosto consertar. — disse , fechando sua caixa de ferramentas e a olhando.
— Está dizendo que minha moto é cansativa para você? — se fazer de indignada foi fácil para ela, pois estava mesmo.
— Quer que eu seja sincero.
— Por favor. — assentiu ela.
— Compre outra moto. — aconselhou ele.
— O que? — ela soltou um suspiro cansado — Como assim comprar outra? Não há peças?
— O modelo da sua moto não foi o mais vendido da marca, o que indica que sua linha não teve tantas peças a mais fabricadas por não ter sido bem aceita no mercado, então encontrar peças compatíveis com ela é o mesmo que achar uma agulha em um palheiro. — explicou ele com mais clareza.
— Você deu essa mesma resposta ao coronel? — ela se afastou da parede dando passos até ele.
— Pare de fazer comparações, você não é o coronel. — disse ele, voltando o olhar para o chão.
— E minha moto não é um Mustang 69. — concluiu ela.
— Não foi isso que eu quis dizer. — ele tentou se retratar — Só acho perigoso que pilote nela, com todos esses defeitos, acidentes de moto são piores que de carro.
— Agora está preocupado comigo? — ela disfarçou o sorriso.
— E se estiver? Algum problema? — ele foi mais direto e honesto do que ela esperava.

Mila já estava mais do que acostumada com o jeito estranho, inerte e silencioso de de lidar com as pequenas discussões entre ambos. Todas que a silenciavam no final.

— Não conseguirei terminar hoje. — avisou ele, se afastando para guardar a caixa de ferramentas na prateleira principal da oficina — A solda que fiz precisa de horas para ficar firme…
— Não tem problema, eu durmo aqui essa noite. — disse ela o interrompendo.

Não seria a primeira vez. Óbvio. Mas de todas, talvez a mais inquieta para ele no momento. Já que a sanidade mental de já conseguia ser afetada pelos olhares dela para ele. O que estaria acontecendo internamente com o mecânico mais desligado do mundo? Suas mãos frias ao estar perto dela e o coração acelerado por saber que novamente cederia sua cama para a militar reclamona e organizada. Claro que já recebeu muitos comentários inoportunos dela sobre o estado de sua oficina.

“Eu me encontro em minha bagunça.” Suas palavras permaneciam na ponta da língua toda vez que ela o criticava.

— Por que coloca uma arma embaixo do travesseiro? Não tem medo não? Um disparo acidental. — perguntou ele, indo se sentar na sua poltrona.
— Não está engatilhada, não tem perigo, eu a deixo travada. — explicou ela, ao sair do banheiro trajando um conjunto moletom emprestado por ele.

Complexo para ele explicar a si mesmo quando foi que a Bellorum se tornou tão íntima assim a ponto de usar suas roupas. Dormir em sua cama já era louco o suficiente para aceitar com naturalidade, mas a olhando assim como estava agora com as roupas dele... 

Se sentia ainda mais desnorteado e confuso.

O que ela queria afinal? Deixá-lo maluco?

estava bem sozinho. Seus pensamentos eram todos voltados em como não quebrar sua rotina diária de casa e oficina, com paradas às quartas no bar de Kim para assistir aos jogos da temporada. Agora, com a presença constante da militar, sua ansiedade repentina para vê-la mais vezes na semana, o forçava aparecer às sextas e sábados também. O que impressionou a amiga Kimberly.

O olhar de permaneceu fixo em

O observando forçar sua atenção à televisão.

Assim como ele. Ela também estava impressionada consigo mesma por querer entender tanto um homem que a silenciava da forma mais simples e tranquila possível. Intrigante e surpreendente. De início, sua ida para Fort Knox foi somente uma ordem familiar de seu avô, porém agora, a vontade de estar ali era maior e partia do motivo à sua frente: .

O motivo que não resistiu a intensidade vindo de seu lado direito... 

Voltando seu olhar para militar a sua frente, esperando ansioso pelo primeiro movimento dela.

Tenho vivido minha vida,
Em uma pequena caixa de ferramentas,
Agora estou trancado em casa,
Como eu vivo em Fort Knox.
E agora?
- Sunshine / Ashoton Irwin

Diferença: o despertar da curiosidade está na divergência das ideias.” - by: Pâms



FIM?!



Nota da autora:
Mais um ficstape, mais uma história entrando no universo da Continuum. Agradeço por lerem e aguardem por mais...
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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