Última atualização: 24/07/2020

Terra x Atlantis

11 anos atrás…

O dia em que o conheci, nem saberia explicar como ocorreu tal coisa. 

Tinha somente 7 anos e muitos traumas acumulados pela morte precoce de minha mãe. 

A parte que me lembro, foi de algo ter batido em mim, me derrubando do deck que meu pai usava para ancorar seu barco. O impacto do meu corpo sobre as águas do mar, trouxe junto o desespero, que me fez afundar ainda mais. Voltei meu olhar para cima, vendo o reflexo da luz do sol ficando cada vez mais distante, submergindo ainda na escuridão. Até que senti um toque que envolveu todo o meu corpo me levando para a superfície, a sensação de segurança me fez agarrar com tanta força aquilo que me salvava, fechando os olhos no susto.

— Está tudo bem. — disse uma voz masculina, mas de uma criança.

Eu me encontrava tão assustada que não conseguia me soltar dele, de nervosismo pelo que tinha me acontecido. Eu não sabia nadar. Mesmo ele fazendo nossos corpos boiarem, não me atreveria a soltá-lo, mesmo com a certeza que não fosse me afogar de novo. Continuei prendendo-me a ele, como nossos corpos de frente um ao outro.

— Pode me soltar, está a salvo agora. — insistiu ele.
— Não. — sussurrei balançando minha cabeça, me agarrando ainda mais a ele.

Não sei como, mas ele nadou comigo agarrada a ele, até a margem. Insistiu para que o soltasse em terra firme, mas meu corpo parecia tão travado pelo medo, que não adiantava. Então, ele me perguntou onde morava, assim poderia me deixar em casa. Me carregando mais do que colada ao seu corpo, o menino me levou até minha casa. Era uma construção improvisada e erguida em cima de um grande rochedo, que tinha próximo ao deck. Quando ele bateu na porta, meu abriu e se assustou de imediato ao ver meu estado.

— Senhor, sua filha… — o menino começou a se explicar.

Mas não precisou de muito para meu pai entender o significado de nossas roupas molhadas e minha resistência em não soltá-lo.

. — disse meu pai, fazendo meu coração ainda acelerado se acalmar — Venha comigo querida.

Dos braços do menino, pule para o colo do meu pai que me levou para dentro, chamando o garoto também.

— Está tudo bem agora querida, está em casa. — disse ele num tom compreensivo para mim.
— Papai. — comecei a chorar em seu colo, colocando pra fora todo o medo que senti ao pensar que morreria afogada.
— Está tudo bem. — meu pai começou a acariciar meus cabelos para me acalmar — Meu jovem, agradeço por tê-la salvo. 
— Não precisa agradecer, em partes a culpa foi minha. — disse o menino em sussurro.

Eu estava tão concentrada em meu medo, que somente ali tinha notado que não havia nem mesmo olhando para sua cara. Me afastei um pouco do meu pai e olhei para ele, com meus olhos marejados de lágrimas. Como assim em partes foi culpa dele? O olhar do menino tinha traços de preocupação e arrependimento.

— Não se preocupe, certamente foi um acidente, o que importa é que ambos estão bem. — meu pai com sua compreensão de sempre sorriu para ele.

Pedindo-o para esperar na sala. Meu pai seguiu me levando para o banheiro, onde me deixou dentro da banheira com a água quente caindo em cima de mim. Por mais curiosidade que tivesse em saber o que meu pai queria falar com o menino, fechei meus olhos e somente desfrutei daquele momento de segurança. Assim que saí do banheiro enrolada na toalha, entrei rapidamente no meu quarto e coloquei uma roupa bem quentinha para me aquecer ainda mais. 

Comecei a dar alguns espirros involuntários, e me deitei na cama aproveitando a deixa. Enrolada nas cobertas, mesmo com o sol do lado de fora, a sensação de conforto voltou para mim. Passei um tempo sozinha de olhos fechados tentando esquecer a cena da minha queda ao mar. Até que papai entrou com uma tigela de sopa para me dar.

— Está melhor agora querida? — perguntou ele se aproximando da minha cama, me entregando a tigela — Fiz para você, tome aos poucos para não engasgar.
— Sim. — eu peguei a tigela e sorri para ele — Muito obrigada. Te amo papai.
— Também te amo querida. — ele sorriu de volta e beijou minha testa de leve.

Quando se afastou, consegui notar seus olhos marejados de lágrimas. Não foi somente um acidente. Tanto eu quanto papai, tínhamos feridas causadas pela água. Foi no final do verão há dois anos que o carro em que estávamos se envolveu em um acidente na ponte da cidade e caiu no rio. Papai foi o primeiro a se soltar, o cinto da mamãe estava emperrado e eu em pânico, ela sacrificou a sua vida para que eu saísse salva. Foi o pior e mais traumático dia de minha vida. Nunca mais tinha me aproximado do deck de perto de casa, e vivia em tratamentos com psicólogos para conseguir superar meu medo de aproximar de lugares com grandes concentrações de água. 

— O que estava fazendo no deck querida? — indagou papai ao se aproximar da porta e me olhar com serenidade.
— A dra Jim disse que eu deveria me aproximar aos poucos, para controlar meu medo. — expliquei a ele — Eu juro que não queria, mas sonhei com a mamãe dizendo que eu podia fazer isso.

Ele sorriu mais uma vez em compreensão e saiu do quarto em silêncio. Tomei minha sopa e me aconcheguei ainda mais tirando um cochilo. O que poderia ser um momento de descanso, acabou sendo de pavor, com o pesadelo que tive. Ao acordar percebi que já era noite e meu pai tinha deixado um bilhete me pedindo para não sair de casa, pois tinha ido fazer uma entrega de última hora e não demoraria.

Caminhei até a geladeira e retirei a jarra de suco, despejando um pouco no copo, tomei alguns goles, até que olhei para a janela e avistei algo que me chamou a atenção. Deixando o copo sobre a pia, me afastei e saí de casa. Inicialmente não entendia bem o que estava acontecendo, até que pisei novamente naquele mesmo deck perigoso e me deparei com o menino que me salvou de costas fazendo coisas com a água que iam além da minha compreensão.

— Você. — disse em voz alta chamando sua atenção para mim.

No relance que se virou para mim, pude ver com a claridade da lua, algumas marcas em suas costas. Provavelmente feitas por mim em meu momento de desespero. Seu olhar veio de encontro ao meu, me deixando assustada e com medo. Dei um passo para trás para sair, porém pisei em falso e caí de bumda.

— Você está bem?! — ele correu até mim e se agachando perguntou preocupado.

Assenti com a cabeça mantendo meu olhar fixo no dele, ainda assustada.

— O que é você? — sussurrei.
— Eu… Meu nome é Arthur. — ele abaixou seu olhar, não sabendo o que responder — Não importa o que eu sou, não deixarei que volta a se machucar, nunca mais. Eu prometo, sempre te proteger.

Uma sensação estranha, porém boa de segurança me tomou um pouco. Aceitei seu juramento e pedi para que me ajudasse a me levantar.

Atualmente…

— Arthur… — disse assim que passei pela sala e vi ele ainda dormindo no sofá — Pai, não acredito que deixou ele dormir aqui de novo.

Fingi estar indignada com aquilo, colocando a mão na cintura e segurando o riso.

— O namorado é seu. — brincou meu pai — Antes na sala que no seu quarto.
— Pai?! — eu o olhei fazendo uma careta.

Meu pai pegou duas caixas que estavam na mesa e rindo de mim.

— Vou fazer essas entregas, juízo os dois. — disse ele com um tom firme.
— Você não confia em mim, sogro? — Arthur descobriu sua cabeça e olhou para meu pai com cara de inocente.
— Em você eu confio, na minha filha é que não. — papai soltou uma gargalhada, junto com Arthur.
— Vocês dois não prestam. — fiz careta para eles e segui até a geladeira. 

Assim que meu pai saiu e fechou a porta, senti os braços de Arthur envolver minha cintura, em um piscar de olhos ele beijou meu pescoço.

— E meu pai ainda confia em você. — eu voltei meu olhar para ele — Não sabe os pensamentos maliciosos que tem com a filha dele.
— Bom dia pra você também. — ele sorriu de canto e piscou de leve.
— Pervertido. — me afastei dele e abri a geladeira.

Arranquei algumas risadas dele. Analisei as coisas que tinham na minha frente e comecei a preparar o café. Se fosse depender do meu “namorado”, só comeríamos frango, no café, almoço e jantar. Fiz ovos mexidos com bacon e torradas, que seriam devoradas com geléia de morango. Coloquei tudo em cima da mesa e me sentei de frente para ele.

— Obrigado pelo café. — ele sorriu para mim, seu olhar era mesmo de gratidão.
— Tá. Por que dormiu aqui? Não tinha ido para o alojamento onde fica? — perguntei.
— Sim, mas… — ele evitou me olhar.
— Mas?!
— Tive um pressentimento ruim, não queria ficar longe de você. — confessou ele.

Seu olhar o condenava. Tinha algo em oculto que insistia em não me contar. Havia partes da história de Arthur que não tinha sido revelada para mim, ele só me contava coisas em pedaços rasos de informações. Eu sabia que tudo girava em torno do seu maluco dom de poder manipular a água e estranhamente se comunicar com seres marinhos. Se não o tivesse visto fazer isso várias vezes, diria que algo jamais poderia ser real. Mas em um mundo onde se existe o Superman, tudo era possível.

— Art. — o olhei séria e inexpressiva — Não está mesmo me escondendo nada?
— Por que pergunta? Não confia em mim?
— Claro que confio, só tenho te achado estranho esses últimos dias. — confessei minha preocupação.
— Eu estou bem, não se preocupe. — ele sorriu para mim e voltou sua atenção para a comida.

Se tinha uma coisa que Arthur não dispensava era comida. Seu apetite era de dar inveja, só perdia para meu pai, claro. Passei o dia sozinha na casa, fazendo uma faxina básica, enquanto meu pai arrastava Art para suas jornada de entregas, na velha caminhonete. Era o nosso ganha pão diário. No final da tarde, deixei meu pai assistindo ao jogo de futebol americano na tv e saí de casa para dar uma volta. 

Avistei Arthur no deck fazendo sua arte manipulando as águas do mar. Aquilo me encantava na mesma proporção que me assustava. Me aproximei silenciosamente, observando as colunas de águas que ele manipulava.

— Não está com medo. — disse ele, sentindo minha presença.
— Não com você por perto. — disse com segurança.
— Tem certeza? — ele se voltou para mim e sorriu.

Movi meu olhar para as colunas de águas que se mantinham imóveis, mesmo com ele não as olhando. Então o olhei impressionada. Arthur nem sequer esperou um movimento meu, tomou impulso e me beijou de forma intensa e maliciosa de sempre. Meu corpo seguiu seus movimentos em pura sincronia. Meu coração acelerou mais um pouco quando suas mãos frias tocou meu corpo quente. 

— O que foi? — perguntei assim que ele se afastou de mim de repente.

Arthur olhou para o mar, depois para mim.

— Nada. — ele segurou em minha mão entrelaçando nossos dedos — Eu te amo.

Ele não era de dar declarações verbais constantes e sempre que dava, passava dias desaparecido. E aquilo me deixava receosa do que pudesse ser.

— Não. — eu soltei minha mão dele — Não fala isso, toda vez que diz que me ama você desaparece e volta como se nada tivesse acontecido.
.
— Não. — respirei fundo — Você vai ou não me contar o que está acontecendo?
— Não posso, me desculpe. — ele abaixou o olhar.
— Então fique com suas desculpas. — eu me afastei dele e voltei para casa. 

O silêncio de Arthur e mistérios que rodeiam sua vida me deixavam com raiva e irritada. Ao passar pela sala meu pai questionou minha fúria repentina. Entrei no meu quarto e fechei a porta trancando. Sentei na cama em lágrimas, e olhei para a janela que estava aberta, dava vista para o mar.

Os dias seguiram e como esperado, Arthur tinha desaparecido novamente. 
Na noite chuvosa de sexta, eu e meu pai fizemos uma sessão cinema a base de pizza. No meio do terceiro filme ele já estava cochilando no sofá, foi quando tocaram na porta. Me levantei para ir abrir um pouco intrigada. Quem seria a essa hora da noite e debaixo daquela tempestade? Ao abrir a porta, o corpo de Arthur se desmontou sobre o meu, me permitindo somente a reação de segurá-lo e gritar meu pai por socorro. 

Meu misterioso namorado estava todo ensanguentado e cheio de ferimentos pelo corpo. Meu pai me ajudou a levá-lo para meu quarto, onde cuidamos de suas feridas entre os constantes desmaios que dava. Me mantive a noite toda acordada observando se haveria alguma reação, sentada na cama ao seu lado. Pouco depois do amanhecer, me levantei para ir a cozinha. Entretanto, antes de me afastar da cama, ele segurou em meu braço de repente.

. — sussurrou ele.
— Arthur?! — eu me voltei para ele — Você está bem?

Seu olhar mesmo fraco, estava sereno.

— Agora te olhando, sim. — ele sorriu de leve — Estou bem, porque você está bem. 

Respirei fundo e me afastei mais dele.

— Vou buscar algo para se alimentar. — abri a porta e segui para a cozinha.

Por mais que amasse Art, não o perdoaria por me esconder sua vida. Voltei para o quarto com uma tigela de canja de galinha nas mãos. Entreguei para Arthur e voltei para sala. As horas se passaram e no final da tarde, após entrar e sair várias vezes daquele pequeno ambiente para ver se estava bem, voltei ao meu quarto e o observei enquanto dormia. Permaneci de pé perto da janela, sentindo a brisa entrar pela janela. Queria ao máximo evitar de olhá-lo, mas não consegui resistir. 

Arthur se remexeu na cama e abriu os olhos, despertando de seu sono. Logo se sentiu forte o bastante para se levantar da cama e se aproximar de mim. Voltei meu olhar para a janela, mantendo minha cara fechada para ele.

— Me perdoe. — sussurrou ele ao tocar em minha face, me fazendo olhá-lo.
— Para que? Continuar me escondendo sobre você? — mantive meu olhar sério — Não imagina meu desespero quando chegou aqui ontem neste estado.

Apontei para os curativos em seu corpo. Ele sorriu de canto e acariciou minha face. Cretino. O que tinha de babaca tinha de charmoso. Foi um piscar de olhos, para que ele me beijasse com doçura e suavidade, fazendo meu corpo arrepiar. Pousei minha mão em seu tórax, seu corpo estava muito quente, uma novidade para mim.

— Isso não muda nada. — sussurrei ao olhá-lo.
— Muda sim. — ele me olhou com serenidade — Quero te levar a um lugar.

Ele segurou em minha mão.

— Mas agora? Arthur, você nem está recuperado. — argumentei.
— Estou bem o bastante para isso. — ele me puxou de leve para sairmos.

Passamos em silêncio pela sala. Pois meu pai já estava cochilando no sofá. Arthur me levou até o deck e mergulhou primeiro. Fiquei insegura assim que ele estendeu a mão para que eu pulasse para ele. Aquilo me lembrou o dia em que o conheci e quase morri afogada. Meu coração pulsou mais forte, mas olhar em seus olhos me deu segurança. Me sentei na borda do deck, e permiti que Arthur segurasse em minha cintura e me levasse para dentro da água.

Quanto mais meu corpo mergulhava, mais o frio na espinha sentia.

— Segure-se em mim. — disse ele ao se virar, para que subisse em suas costas — Não vou te deixar cair.
— Art… — sussurrei.
— Fecha os olhos, e me deixe te guiar para meu mundo. — continuou ele.
— Art. — soltei um grito no susto, assim que ele começou a…

Nem mesmo poderia classificar aquilo como nadar. Mas conseguia sentir a velocidade com que ele deslizava pela águas do mar. Arthur somente parou quando chegamos a uma ilha, muito bonita por sinal.

— Uau. — sussurrei ao descer de suas costas — Que lindo.
— Eu? Obrigado. — ele sorriu de canto.
— Não foi de você que falei, seu convencido.

Ele soltou uma gargalhada.

— Art, que lugar é esse? — perguntei curiosa dando mais alguns passos para dentro da mata fechada.
— Foi aqui que minha mãe me teve. — respondeu ele segurando em minha mão e me guiando mais para dentro.
— Sua mãe? — aquilo atiçou mais minha curiosidade — Se lembra dela?
— Muito pouco. — respondeu — Ela não pode me criar, por vários motivos.

Ele se calou e ficamos em silêncio até que chegamos a um lago. Onde o pôr do sol ainda brilhava sobre ele. Arthur deslizou por algumas rochas e sentou sobre os cascalhos na borda do lago, voltando seu olhar para o céu. Eu o segui, porém me mantive de pé ao seu lado, olhando para as águas cristalinas. Foi quando algumas colunas de águas foram se erguendo e formatando imagens.

— Minha mãe era uma princesa e como tal, prometida a se casar com o general do exército, porém, ao subir para margem, conheceu meu pai, um humano. Ambos se apaixonaram no mesmo momento e decidiram viver seu amor, porém nem tudo terminaria bem. — ele iniciou sua história num tom baixo e triste — Eu nasci aqui em meio a uma guerra pelo poder. O homem que se casaria com minha mãe tomou o trono, subiu a superfície matou o meu pai e prendeu a minha mãe.
— Art. — me agachei e toquei em seu ombro — Eu sinto muito, não sei o que dizer.
— Eu fui salvo por um homem que sempre foi leal ao meu avô, que me entregou a um casal de humanos para que eu fosse criado como vocês. — continuou ele — O dia em que nos encontramos pela primeira vez, eu estava fugindo… 
— Me desculpa, eu atrapalhei sua fuga. — abaixei meu olhar me sentindo meio culpada — Não devia ter ido ao deck aquele dia.
— Não diga isso. — ele voltou seu olhar para mim — Me sinto grato por tê-la conhecido.
— Por que está me contando isso agora? — perguntei curiosa.
— Por que só agora me dei conta que não vivo longe de você. — ele sorriu de leve — Eu realmente te amo e desta vez não vou desaparecer, .
— Arthur, não faça promessas que não vai cumprir. — pedi a ele.
— Sempre que eu fugia, vinha para cá, para tentar te esquecer, mas passava meus dias pensando em você. — a sinceridade em seu olhar me consumia por dentro — Não quero te colocar em perigo por causa da minha vida, de quem eu sou.
— Quem você é Arthur? — questionei.
— Eu sou um hibrido, o verdadeiro príncipe herdeiro de Atlantis, dono do tridente de Atlan e sendo perseguidos pelos setes mares, o que me leva a me preocupar com você. — ele abaixou seu olhar.

Eu acariciei sua face, o fazendo olhar para mim, então sorri.

— Você é Arthur Curry, o garoto que me salvou de um afogamento e de quebra, virou meu namorado. — disse com segurança — E eu também te…

Nem mesmo consegui terminar. Fui interrompida pelos lábios dele em um beijo cheio de paixão e malícia. Com seu corpo se aproximando do meu, meu coração foi se acelerando. Naquele momento, com seu toque suave em minha cintura, só desejava me entregar ainda mais a ele, sem medo e com todo o meu amor. Estar ali envolvidos um no outro, nos fez perder a noção do tempo, tanto que adormeci nos braços de Arthur.

- x -

Fui despertada por um barulho de passos apressados. Abri meus olhos e avistei Arthur mais a frente conversando com um homem, um tanto quanto parecido com ele. Ergui meu corpo e me levantei, seguindo em direção a eles. 

— Quem é ele, Arthur? — perguntei ao me colocar ao seu lado.

O homem tinha traços estranhos, apesar de se parecer com um humano a primeiro momento, suas pernas tinham escamas grudadas como as de um peixe.

— O homem que me salvou. — respondeu ele — Nuidis Vulko, era conselheiro do meu avô.
— Prazer, senhor. — disse meio acanhada.
— Igualmente. — o homem manteve-se sério para mim — Sempre estive curioso para conhecê-la, agora que a conheci, vejo o motivo de Orin não querer ir embora.
— Orin?! — olhei para Art.
— É o meu nome atlante. — explicou ele.
— Orin, o que digo é sério, deve se preocupar. — o homem voltou o olhar para mim.
— Do que ele está falando Art?! — senti um pouco de medo pela firmeza na voz de Nuidis — E não minta para mim.
— Eles sabem onde estou, sabem sobre você. — respondeu — Eu disse que era perigoso ficar próximo a você.

Me veio um aperto em meu coração.

— Meu pai. — o olhei temerosa — Arthur, meu pai está sozinho agora.
— Eles podem atacar a qualquer momento. — disse Nuidis.
— Eu vou voltar lá e pegá-lo. — ele se afastou de mim — Fique com ela, proteja-a.
— Não. — eu segurei no braço dele — Você não vai sozinho, é o meu pai.
— Não posso proteger os dois ao mesmo tempo. — argumentou ele.
— Eu vou com vocês. — disse Nuidis — Posso causar uma distração.

Arthur respirou fundo e assentiu. Ele sabia que não podia me negar aquilo. Seguimos de volta. Quando chegamos no deck, já se dava para ver o fogo tomando conta de toda a minha casa. 

— Pai! — soltei um grito angustiado e logo fui segurada por Arthur.

Em um piscar de olhos, alguns homens semelhantes a Nuidis apareceram para nos atacar. 

— Fique com ela. — gritou Arthur partindo para cima deles.
— Não! — gritei sendo segurada por Nuidis e levada por ele.

Caos, fogos, gritos e muita dor. Os relances que virei meu rosto para avistar Arthur, ele lutavam contra cinco ou seis homens sozinho. Não me importava se eu era uma garota frágil ou não, eu queria ajudá-lo, queria salvar meu pai. Queria pelo menos uma vez na vida não ser a garota indefesa que tinha que ser salva.

Nuidis me levou novamente para ilha de Arthur. Lá eu esperei até o sol nascer e ele retornar. Estava machucado, mas vivo, o que importava.

— Art. — disse ao correr para ele e o abraçar.
— Hum. — ele se encolheu um pouco sentindo dor pelos machucados.
— Me desculpa. — me afastei de leve e o olhei temerosa — Como você está?
— Inteiro, para você. — ele sorriu de canto com malícia.
— Seu bobo. — bati em seu braço, logo ele fez uma careta de dor — Não brinque com isso. 
— Me desculpe, pelo que te fiz passar. — ele manteve o tom baixo.
— Eu vou deixá-los a sós. — disse Nuidis se afastando e entrando para a mata fechada.

Ficamos o observando até que sumiu do nosso campo de visão.

— Como ficará meu pai? O que aconteceu com ele? — perguntei preocupada.
— Seu pai está vivo, o pegaram para me atrair, já que você estava comigo. — explicou ele.
— Como sabe?
— Consegui arrancar uma confissão. — explicou.
— Como vamos cuidar disso? — o olhei tentando forçar uma coragem.
— Não se preocupe, consigo me recuperar com rapidez, até a noite não terei nenhuma cicatriz. — assegurou ele.
— Não falo somente dos seus machucados. 
, eu sempre cumpri minhas promessas com você. — ele segurou em minha mão e entrelaçou nossos dedos — Seu pai ficará em segurança novamente, eu prometo.
— Me promete que você também ficará seguro e que ficaremos juntos?! — pedi.
— Você fica ainda mais linda quando meus olhos brilham. — ele me deu um selinho — Eu prometo.

Não me segurei e o beijei com intensidade. Em segundos seus braços se envolveram em minha cintura aninhando meu corpo ao dele. Com meu coração acelerado e mesmo preocupada com os recentes acontecimentos... 

Ali eu estava segura.

Eu posso parecer forte, até mesmo sorrir, 
mas na verdade eu estou tão sozinho
Pode até parecer que eu não tenho nenhuma preocupação, 
mas na verdade eu tenho muito a dizer
A primeira vez que te vi, me senti tão atraído por você
Andando sem rumo, Não pude dizer uma palavra.
- My Answer / EXO

Amor: Quando o sentimento é verdadeiro, sempre será eterno, ainda que tente fugir.” - by: Pâms



FIM?!



Nota da autora:
Que loucura essa fic, mas juro que saiu de um sonho que tive. Espero que tenham gostado. Essa é minha terceira fic de heróis e também um da DC, só pra contrariar mesmo kkkkk quem sabe um dia né @marvel!!
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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