Entrevista #015

Conversamos com a Gi Castro, autora do mês de Maio e autora de 500 Days In London. O papo foi divertido e leve e você poderá conferir na íntegra agora.

Fanfic Obsession: Sabemos que os garotos principais da fanfic são os da One Direction, mas e as meninas? Como você as imagina?

Gi Castro: A fic possui duas personagens principais: a que fica com o “favorito” e a melhor amiga. Além das duas, tem a Olívia Shawn (fotógrafa e professora do curso, ex-namorada de Danny Jones) e as fãs da banda. A principal, eu a vejo muito como a Olívia (sou fã do trabalho dela até hoje e a admiro loucamente). Ela é muito sensível, decidida, inteligente. Porém, quando o assunto é “romance”, ela mantém os dois pés atrás, ainda mais quando o romance em si é com “o integrante da banda mais hot do Reino Unido”. Ela tem medo quebrar a cara por uma “paixão”. Foi estudar Fotografia em Londres por um propósito e não quer que nada interfira em seu caminho, muito menos um garoto. Gosto muito de escrevê-la porque ela é um quebra-cabeça delicioso, em momentos ela é a garota apaixonada que se joga de cabeça no relacionamento, mas no segundo seguinte mantém os pés no chão e volta o foco para o que mais preza: a arte de fotografar. Devo dizer que ela é muito ambiciosa, mas não chegamos ainda nessa parte da fiction (spoiler lol). A melhor amiga é completamente a minha melhor amiga (Isadora). Isa é intelingentíssima, espontânea e vive o momento, fala tudo o que está na cabeça, muito engraçada, adorável, sem dizer que é LINDA! Ela é como se fosse aquela parte dentro da principal que quer se libertar, porém morre de medo, talvez seja por isso que logo de cara as duas se dão super bem. “Isa” tem aquele “especial” que a principal tanto procura e ela, assim como a minha Isa, é o tipo de amiga que todo mundo merece. E tem o fandom que é uma via de mão dupla: aquelas loucas, malucas, que respiram 1D o dia inteiro e as mais controladas que “curtem” a música dos caras, tem uns ataques “fangirlings” de vez em quando, mas tudo na medida certa. Tento mostrar na fic um pouco como esse fandom me assusta, ser apaixonado pelo ídolo é ótimo (eu sou Galaxy Defender e amo o McFly), mas paixão demais é algo meio perigoso. Em especial, trato do tema “cyberbulling” que sempre existiu, mas as fãs do One Direction (algumas, não todas) são muito hardocores nesse aspecto; tem como desenvolver uma história bacana e, ao mesmo tempo, alertar as leitoras que amar o ídolo é legal, porém odiar as pessoas que os cercam não é.

FFOBS: Você já imaginava ter tantas leitoras que gostassem tanto da sua história?

G: Não, de maneira ALGUMA! Uns dois anos atrás, publiquei uma fic aqui mesmo no Obsession e teve um número considerável de leitoras, porém não chega nem aos pés da 500 Days. Ter uma fic com tantos acessos aqui no Obsession é uma tremenda honra, pois daqui surgiram as minhas fics favoritas e autoras favoritas. Em uma semana, a fic teve quase 50 comentários, em um mês foi pro TOP e aqui estou eu dando entrevista como “Autora do Mês!”. Se eu imaginei isso quando comecei a fic? Nem pensar. Acho que o que pode ter contribuído é porque One Direction está no topo e as fãs procuram fics dos caras pra ler. Fico feliz de tantas meninas terem se identificado com a história e estarem me dando essa oportunidade de escrever algo que as agrada. Mas, como eu disse, nunca me imaginei como fic do mês ou autora do mês, fique muito empolgada quando saiu o resultado da votação e confesso que umas lágrimas caíram, viu? (risos)

FFOBS: Se você pudesse escolher apenas um capítulo para enviar a alguém para que esse alguém ficasse curioso e com vontade de ler a história inteira, qual seria?

G: Nossa, agora você me pegou! Fico em dúvida entre o Capítulo 03 e o Capítulo 04. O três mostra o primeiro encontro deles e dá pra ter uma idéia do quão noiada a principal é, porém o quatro é a apresentação de todos os personagens. Devo ficar com o Capítulo 04. Foi um capítulo muito gostoso porque eu moro em um sobrado e vivo imaginando alguém batendo na porta da minha sacada, me chamando pra abri-la porque tem uma surpresa pra mim (que não seja ladrão, óbvio). Então, escrever que One Direction estava invadindo o quarto da principal no meio da noite depois do show – porque queriam saber como ela estava, já que ela não foi ao show porque passava mal – e trouxeram comida e tudo o que tem direito foi uma delícia. Eu viajei demais nos elementos desse capítulo: qual seria a reação dela quando visse a banda dentro do quarto, a reação da melhor amiga, como que o restante da banda ia se comportar vendo um climinha de romance rolando entre a principal e o mocinho da fic e por aí vai. Fato curioso: eu escrevi o capítulo de madrugada com a sacada aberta imaginando cada detalhe. Caso alguém não tenha lido a fic e quer começar a ler agora, recomendo que comece por esse capítulo.

FFOBS: Quando você começou a escrever? (Giovanna Ferrari)

G: Meu pai sempre gostou de escrever, lembro que quando eu tinha uns dez anos, ele me mostrou uma carta que ele fez pra minha mãe no aniversário dela. Era um poema maravilhoso! Desde então, eu disse pra ele que queria escrever contos e começou mais ou menos por aí. Quando estava no colegial, escrevi uma fiction que a principal se chamava ‘Penny’ e o mocinho ‘Chad’. Ela era cortesã e ele um moço pobre apaixonado por ela, meio clichê, mas essa foi a primeira fic com início, meio e fim. Não era baseada em banda, mas eu tirei a ideia do filme Moulin Rouge. Em 2007, eu escrevi a minha primeira fic, que se chama Living Our Dream e é baseada nos Jonas Brothers. Postava ela no orkut (medo!) e era uma fic mais para as minhas amigas, porque nós éramos loucas por eles. A fic não está finalizada e possui quase 600 páginas, não acho que vou publicá-la porque essa sim é muito pessoal. Depois dela, veio a The best year, que também era baseada nos Jonas Brothers (eu a reescrevi e atualmente ela é uma fic McFLY), depois veio He’s the music in me, que eu fiz para uma grande amiga minha e algumas fics mais curtas. Quando você começa a escrever, você meio que não consegue parar, tudo é motivo pra inspiração e, de um jeito ou de outro, acaba nascendo aquela vontade louca de “hm, acho que isso ficaria legal em uma fic”. Acho que agora que peguei o gosto, não vou parar nunca mais.

FFOBS: De onde vem a inspiração para escrever a fic? (Adryelle)

G: No começo, eu me inspirei muito na própria banda, no cotidiano dos meninos e das respectivas namoradas. A partir daí ficou fácil desenvolver o cenário de onde a história se passaria e, como sou apaixonada por Londres, colocar os elementos básicos da cidade não foi tão difícil assim. A paixão pela fotografia que a principal possui, veio da Olívia e do Leishman (fotógrafos que trabalham ou já trabalharam com McFly), a paixão da principal pelo rock e pelo “não faço ideia de quem é One Direction” é uma mistura minha e da minha irmã. Passo madrugadas inteiras discutindo sobre música, livros e seriados com ela e isso acaba me inspirando demais, tanto que já acordei no meio da noite pra escrever uma idéia que apareceu na minha cabeça – coisa de gente doida! Ultimamente, tenho conversado com leitoras no twitter e dessas conversas surgem ideias que de uma maneira ou outra vão acabar na fic. Acho que gosto de escrever elementos reais, que podem acontecer no cotidiano de qualquer pessoa. Escrever algo muito surreal não é minha praia, gosto quando o leitor termina um capítulo e pensa “Nossa, isso já aconteceu comigo uma vez” ou “Caramba, me identifiquei demais com essa parte”, por isso tento adicionar coisas que eu vivo com meus amigos, lembranças minhas, etc. Mas o que realmente me ajuda é ficar com várias fotos do One Direction abertas enquanto eu escrevo cada linha, eles são muito apaixonantes (eu acho).

FFOBS: Existem características suas em alguma personagem da fanfic?

G: A principal tem um lado muito meu. Primeiro que ela é fã de McFLY e eu também, saber que One Direction e McFLY se conhecem ajudou muito na produção da fic. Eu fui realmente conhecer os meninos por culpa do Tom, desde que ele fez a participação no XFactor. Eu amo Fotografia e sou muito frustrada porque perdi chances de fazer algum curso e ainda não fiz, ela também é apaixonada por Londres e eu sou vidrada nessa cidade desde que conheci Spice Girls. Acho que a personalidade dela não parece tanto comigo, mas tem o lado “rock” que é bem a minha cara. Cresci com uma irmã dez anos mais velha que eu, que me fez decorar November Rain quando eu tinha quatro anos. Ela sempre me fez ouvir um estilo musical que eu sozinha não ia descobrir. Enquanto todo mundo ouvia Sandy e Junior, eu estava batendo a cabeça ouvindo Pearl Jam. Acho que ela é bem frustrada porque hoje, apesar de eu ainda adorar o bom rock, sou muito fã de boybands. Ela ainda não entende COMO eu fui gostar de One Direction (risos).

FFOBS: O personagem principal, obviamente, possui suas próprias características. Você as baseia em algum dos garotos da One Direction ou é como você imagina o garoto ideal para você?

G: Meu favorito da banda é o Harry Styles. Ele é muito doce e tem aquela cara de bom moço, sem falar que eu acho a voz dele linda demais. É muita utopia eu falar que imagino meu cara ideal como Harry Styles (porque o meu cara ideal está casado com uma tal de Giovanna Falcone, conhecem?), mas eu acho que ele tem muitas qualidades que eu procuro em um garoto. Harry é muito família e romântico, mas não deixa de ser um “party boy” – tanto que se meteu em umas encrencas por aí. Pela fic não ter os personagens fixos, eu não posso colocar características específicas de apenas um menino no garoto principal, eu tento fazer um “mix”. Coloco o romantismo de um, a comilança do outro, a doçura de um e assim vai. No final, o que vale é você ler que “o seu principal é seu namorado e é completamente louco por você”. One Direction passa um romantismo para as fãs, acho que é por isso que, de uma maneira ou outra, acabamos nos “apaixonando” por eles (quem nunca se derrete ouvindo Moments?). Eu acredito que todo garoto é assim, todo garoto tem seu lado romântico, apaixonado e que faria de tudo pra fazer a garota ao seu lado feliz. O que ele precisa é achar a garota certa que deixe seus joelhos fracos. O garoto da fic possui muitas qualidades que a principal não aprova e eles vão brigar por isso, mas o que eles sentem um pelo outro é maior (isso pode soar bem clichê, mas é verdade). Esse pra mim é o garoto ideal, seja ele parecido com Harry Styles ou Tom Fletcher (super exigente lol), se ele consegue passar por cima dos meus defeitos e permite que eu passe por cima dos seus, tudo fica em perfeita sintonia.

FFOBS: Você já possui ou tem em mente algum outro projeto de fanfic?

G: Antes de publicar a 500 days aqui no FFOBS, eu publiquei duas outras fics em outro site. Foi a minha beta quem me trouxe pra cá (de novo, já que eu tenho uma fic aqui que se encontra em hiatus, provavelmente forever lol). Atualmente, eu estou terminando uma fic e honestamente não vejo a hora de terminá-la. 500 Days está sendo uma tremenda terapia para mim e pretendo me dedicar totalmente a essa fic, se eu escrevo alguma outra junto, eu infelizmente acabo me perdendo. Meu cérebro não fica quieto e toda hora eu tenho idéias para outras histórias, mas pra isso existe algo chamado “ONE SHOT”, então se brotar algo na minha mente, eu faço uma coisa bem rapidinha e pronto. Mas me dedicar em outra fic no momento, acho que não.

FFOBS: Pensa em escrever livros ou prefere ficar apenas como escritora de fanfics?

G: Quando você entra nesse mundo de escrever fanfics, você se empolga. Como o feedback é rápido, fica fácil saber se o que foi escrito agradou ou não. O feedback da 500 Days está sendo excelente e é óbvio que eu acabo me empolgando nisso. Eu fiz três anos de Direito para perceber que meu universo não era aquele, sou apaixonada por Literatura, línguas, livros e por aí vai. Se penso em escrever um livro? Com toda e plena certeza. Na verdade, já tenho uns capítulos prontos de um “quem sabe, não sei” livro. Tanto que quero me jogar de cabeça nessa carreira que mudei de Direito para Letras, muito mais a minha cara. Meu exemplo para seguir em frente é a Babi Dewet (autora da fanfic Sábado a Noite). Babi começou escrevendo uma fanfic do McFLY e hoje Sábado a Noite é um livro com editora e contrato para ser publicado a trilogia toda, quem não quer isso? Outra escritora é a Cassandra Clare (autora do livro Cidade das Cinzas). Cassandra começou a escrever fanfics na faculdade e hoje, bom, quem conhece o trabalho da autora sabe o enorme sucesso que ela faz. De vez em quando pergunto no twitter se alguém compraria um livro meu, a resposta é bem engraçada porque as meninas que acompanham 500 Days dizem que sim, minhas melhores amigas respondem “anda logo com isso, Gisele”. Na minha casa tenho o apoio da família, o que preciso mesmo é sentar e pensar no tema do livro e essas coisas e ficar mais familiarizada com o mercado. Se for pra lançar um livro, que seja excelente, e se isso acontecer um dia, já deixo aqui escrito: Obrigada pela oportunidade, FanFic Obsession.

FFOBS: Bom, essa entrevista vai terminando por aqui. Caso queira deixar algum recado final, fique à vontade!

G: Primeiro: OBRIGADA! Adorei a entrevista e espero que todo mundo tenha paciência pra ler as respostas. Em algumas, eu sei que acabei me empolgando. Sei que a forma educada de acabar seria agradecendo as leitoras, porém eu tenho que agradecer: Cah SodréRay Jacobucci e Babi Dewet. As três são as minhas autoras favoritas de fics, passei horas e horas lendo todas as fics dessas três e pensando que um dia podia desenvolver algo tão bom quanto as fics delas e olha onde eu vim parar (risos). Se a 500 Days existe é totalmente culpa dessas três pessoinhas citadas acima, então muito obrigada, autoras, se me apaixonei pelo mundo das fanfics é por vocês. Agora sim: todas as leitoras que acompanham os dramas de ser uma namorada de alguém da One Direction, que deixam recados (e broncas, elogios, cobranças) no twitter, no tumblr, facebook e se eu tivesse mais alguma rede social ia me mandar por lá também… Bom, todas vocês, só queria dar um abraço coletivo porque eu não acho que mereça tudo isso, mas vocês acham que sim, então… – como diria Harry Styles – MASSIVE THANK YOU! Por meio dessa fic, eu conheci leitoras adoráveis (algumas viraram amigas mesmo, de trocar SMS na madrugada, certo, Nat?), quis dar bronca em mais de meia dúzia de gente, mas o mais importante: aprendi a respeitar esse fandom. Confesso que quando comecei a fic tive muito medo de desapontar as fãs da banda e, ao passo que vocês falam que “essa é a melhor fic que eu já li” ou “me tornei fã da One Direction por causa da sua fic”, isso só faz com que eu tenha mais respeito e mais carinho, tanto pela banda quanto pelo fandom brasileiro. Obrigada por me darem essa oportunidade de dividir essa fic e minhas ideias malucas com vocês. Já disse antes: ESSE PRÊMIO FOI NOSSO, vocês que leem, vocês que votam, eu sou apenas a escritora. Equipe Obsession: pago pau pro site desde que me entendo como leitora de fanfic, então é uma tremenda honra estar fazendo essa entrevista pra vocês, obrigada pelo espaço e por tanta atenção que vocês dão para leitoras e autoras (PS.: adorei o layout novo!). E por último: minha beta, né, gente? Gabbie está comigo há dois anos e, se não fosse por ela, 500 Days nunca estaria aqui, então todo mundo agradeça essa menina linda que me atura horrores e que também conheceu 1D por meio da minha fic. Deus te abençoe, minha filha, amo você!
E recado de toda autora: leiam a fic e comentem! Beijos, mwack xx




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