FFOBS - 02. SUPER Clap, por Pâms

TIME SLIP

Eu estava sem sono e ansiosa para a manhã seguinte. Seria meu primeiro dia em meu estágio como professora substituta em uma turma iniciante de ballet clássico. Era um milagre meu pai ter aceitado a ideia de eu trabalhar enquanto inicio meus estudos na concorrida Universidade de Yonsei, era o primeiro passo para sua aceitação que um dia eu seria uma dançarina de sucesso em uma grande empresa.

Meu desejo mais profundo era que minha mãe estivesse ao meu lado para me ajudar, ela era a melhor bailarina do mundo e certamente se orgulharia de mim.

— Ah, tenho que manter meu coração calmo. — sussurrei para mim mesma.

Complicado conseguir isso, mas não impossível, saí para o terraço da cobertura onde vivíamos em Hongdae, diante do céu estrelado e da gostosa brisa da noite, era o ambiente perfeito para praticar. Curiosamente meu pai havia comprado aquele apartamento na cobertura principalmente pelo terraço, assim eu teria um lugar para dançar. Será que um dia eu conseguiria orgulhar verdadeiramente ele?

Respirei fundo e comecei a me alongar, nada como a dança para relaxar minha mente e me distrair. Coloquei meu fone no ouvido, apertei o play de uma playlist qualquer que estava salva e comecei a me movimentar de forma simples e leve. Estava dançando tranquilamente, combinando alguns movimentos que estava treinando há um tempo.

Assim que a décima música terminou, parei um pouco para respirar, retirando o fone do ouvido parei ao centro do terraço e olhei para a porta, lá estava meus dois irmãos adotivos. Ambos encostados na porta, um de cada lado, me observando.

— Até que ela sabe dançar. — comentou segurando o riso, enquanto colocava as mãos no bolso.

Percebi que ele segurava seu PS portátil na mão direita.

— Yah... Não seja tão chato, ela é mesmo talentosa, como a ajumma era. — me defendeu como sempre, segurando o riso também e cruzando os braços.
— Vocês não tem nada melhor para fazer, não? — os encarei cruzando os braços também.
— Não. — riu.
— Acabamos de chegar da universidade, você não foi a aula hoje, o que aconteceu? — perguntou — Você é uma caloura agora, não pode se arriscar.
— Estou ansiosa, amanhã começo a dar aulas e meu teste já é na sexta. — respondi prontamente — Passei o dia praticando, não é sempre que meu pai me apoia tentar entrar em uma agência.
— Ficamos preocupados.
— Preocupados? Fale por você. — disse — Só vim porque esqueci de avisar que não vou poder te levar na sexta, tenho um jogo bem na hora.
— Yah, seu insensível. — o empurrei de leve — Você prometeu me levar.
— Imprevistos acontecem. — replicou.
— Eu te levo. — riu, desviando seu olhar para mim e piscando.
— Então aprendiz de bailarina, desde quando sabe misturar balé com hip-hop? — perguntou .
— Desde o dia que você aprendeu a jogar, projeto de gamer. — num tom irônico, segurei o riso.
— Nossa...
— Eu vou sentar aqui, quando vocês terminarem, me avisem. — sentou na cadeira próxima a porta e retirou o celular do bolso — A propósito, recebi uma mensagem do hyung.
— Oppa?! — senti meu coração bater mais forte — Quando ele volta?
— Daqui uma semana. Estava em um seminário em Tóquio. — respondeu.
— Aquele hyung ingrato vai mesmo vir? — deu de ombros.
— Sim — mantive minha atenção no celular, olhando as mensagens — Ele disse que vai trabalhar no hospital universitário de Seoul.
— Jinja? — estava surpresa, o oppa sempre disse que jamais sairia da Coreia — Mas e a noiva dele? Ela não queria morar na américa?
— Segundo ele, ela tinha outra ambição na vida além de ser esposa de médico. — suspirou fraco — Eu nunca fui com a cara daquela noona.
— Deixe de ser mentiroso, você teve uma paixonite por ela. — retrucou — Eu que nunca gostei dos dois juntos.
— Yah, não foi por ela, foi pela prima dela, e mesmo assim a garota nem gostava de mangás. — fez uma careta estranha, reclamando — Só de lembrar daquela menina, após vinte minutos perto já queria sair correndo.
— Desta vez tenho que concordar, aquela unnie era muito antipática. — eu odiava concordar com .
— O mundo vai acabar, ela concordou comigo. — me olhou surpreso.
— Até eu concordo. — riu se levantando da cadeira.
— Onde vai? — perguntei.
— Preciso descansar, hoje descobri que arquitetura também é um curso difícil. — ele se espreguiçou — E acordei muito cedo.
— Eu tenho um torneio daqui trinta minutos. — desviou sua atenção para o console o retirando do bolso.
— Você não cansa disso não? — o olhei desinteressada.
— Claro que não, além do mais, essa coisa é o que me dá dinheiro. — ele me olhou — Tenho que jogar no meu computador, não é qualquer torneio, é a liga profissional de League of Legends
— Yah, vão embora vocês dois, eu vou continuar aqui praticando.
— Cuidado, muito de uma coisa pode prejudicar. — advertiu .
— Fale isso para ele. — apontei para .
— Falo isso para os dois, . — retrucou .
— Falou o nerd obsessivo por estudar e ler mangás. — riu, me fazendo rir junto.
— Yah! — ele fez outra careta.

Eu os empurrei para saírem do terraço.

— Não abuse muito, amanhã você começa a trabalhar também. — piscou de leve — Agora volte para seu treino, já que está ansiosa, somente a dança te acalma.
— Komaweyo oppa. — eu sorri de leve e olhei novamente para o céu.

Respirei fundo e me alonguei, acordando os músculos do meu corpo, desta vez minha playlist seria um pouco mais agitada, precisava mesmo extravasar toda aquela ansiedade dentro de mim e como havia afirmado, somente a dança me acalmava.

- x -

Minha preocupação não era mesmo minha nova função como professora, mas meu teste de sexta. Na quinta à noite convidei minha amiga Yuri para dormir em nossa casa, assim como eu, ela também estava ansiosa pelo teste. Passamos a noite ensaiando, uma dando dicas e avaliando a apresentação da outra, no início da madrugada, fomos dormir um pouco, após o conselho de que ficou quase a noite toda nos observando no terraço.

Acordei pela manhã ainda sentindo meu corpo cansado, levantei da cama e olhei para minha amiga que ainda dormia tranquilamente no colchão no chão. Me espreguiçando num largo bocejo, peguei meu celular na mesinha de cabeceira.

— Aish, ainda estou com sono, que horas deve ser? — sussurrei ao olhar a hora, marcava sete da manhã, havia dormido demais.

Abri a porta entrando no apartamento, a claridade da manhã já invadia todo o apartamento. Passei pelo quarto de e o vi jogado na cama dormindo, era de se esperar que o gamer da família ainda se mantinha dormindo, mas certamente estava acordado, mesmo que não tivesse aula naquele dia.

— Bom dia. — disse assim que desci as escada e o vi preparando o café.
— Bom dia bailarina. — disse ele dando um sorriso singelo.

Eles gostavam mesmo de me chamar assim. Logo o barulho de uma porta se abrindo soou e apareceu no topo da escada, com a cara amassada esfregando os olhos. Seu cabelo todo amassado o deixava engraçado.

— Está preparando o café? — perguntou ele descendo os degraus — Vocês não dormem não? Vi a hora que foram para cama.
— E você? — riu da careta que ele fez, enquanto preparava os sanduíches — Que horas terminou seu jogo?
— Umas cinco da manhã, achei que não ia terminar nunca. — ele se aproximou da bancada e roubou um pedaço de pão — Nem sei como desliguei meu computador e cheguei na cama.
— Ainda acho que essa vida de gamer vai te matar um dia — eu ri o observando se sentar na banqueta — Você nem mesmo tem oito horas de sono por dia.
— E você tem? — ele me olhou.
— Tenho sim.
— Ninguém tem oito horas de sono nesta casa. — interviu .

Nós rimos. se levantou da banqueta e se jogou no sofá, então ligou a televisão e começou a olhar a lista de filmes novos na Netflix.

— Bom dia gente. — cumprimentou Yuri ao descer as escadas — Por que não me acordou ?
— Você estava dormindo tão bem unnie. — disse a ela.

Yuri e eu temos sido amigas desde o primeiro ano do ensino médio. Ela era dois meses mais velha que eu. Tomamos nosso café da manhã e em seguida voltamos para o quarto, trocamos de roupa e seguimos com a companhia de para nosso teste. Yuri entrou na sala de avaliação primeiro, enquanto eu fiquei esperando do lado de fora, senti minhas mãos ficarem frias, minhas pernas bambearam um pouco.

— Não fique tão nervosa aprendiz de bailarina. — disse ao aparecer de repente no hall de estava onde estávamos.
— O que faz aqui? Não tinha um torneio agora? — perguntei surpresa.
— Sim, eu tinha. — ele sorriu de canto — Mas pedi um amigo para cobrir minha ausência, não podia deixar de estar aqui.
— Fez bem. — disse ao sorrir também — Estamos aqui para te apoiar, como sempre.
— Não queria admitir, mas vocês dois são os melhores irmãos adotivos que poderia ter, mesmo sendo chatos comigo em alguns momentos.
— Irmãos são para isso. — brincou .
— Nisso eu concordo. — riu.

Ele era o mais malvado comigo.
O olhar de segurança de e curiosamente de também me deram energia para encarar com força aquele teste. Eles deram algumas salva de palmas antecipadamente brincando que eu deveria dar um show na sala de testes. Assim que meu nome foi chamado e entrei na sala, me posicionei ao centro e fechei meus olhos me concentrando. Naquele momento deixaria todo meu nervosismo de lado e ao som da música, encontraria meu próprio ritmo e sincronia, mostrando todo o potencial desta aprendiz de bailarina.

A fluidez da batida, vá com o ritmo
Congele suas preocupações
Aumente o volume
Ignore toda a sua frustração
Três, dois, um.
- Super Clap / Super Junior

Sonhos: Com perseverança conseguimos vencer os obstáculos, e com apoio de quem amamos sentimos força para conquistar nossos sonhos. - by: Pâms

FIM?!

Nota da autora:
Hello gente... Foi curtinho, mas espero que tenham gostado, não se preocupem que em breve teremos mais linhas desses irmãos bobos e da nossa aprendiz de bailarina. Obrigado por lerem mais essa fic, como é o ficstape do Super Junior, não me contive e entrei para a loucura de participar!! Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!