Última atualização: 25/01/2020

Comeback

Mais uma tarde tediosa no trabalho, além de passar a manhã inteira recebendo alguns turistas de Xangai. O gerente da loja estava de folga e a sua substituta não gostava de mim, resultado: trabalho dobrado. 

. — Lia se aproximou de mim com tanta empolgação que me impressionou. 

Ontem ela estava triste pelo término do namoro.

— A que se deve essa empolgação toda?
— Superei meu término e estou em outra vibe de vida. — respondeu dando um sorriso malicioso.
— Hum… Isso é bom. — eu ri.
— Ah! Antes que me esqueça e a megera apareça, chegou uma encomenda para você. — disse olhando ao redor — Coloquei em seu armário.
— Ok, já estou fechando meu turno, vou lá pegar. — sorri em agradecimento, retirando meu crachá do pescoço — Obrigado!

Me afastei dela e segui em direção a sala dos funcionários para passar meu cartão para minha saída. Caminhei até meu armário e retirei o pacote que entregaram para mim. Estranhei a princípio por não ter remetente, desembrulhei o jornal velha que escondia a pequena caixa. Dentro da caixa continha um pingente no formato de nota musical com uma correntinha.

— Fofo. — sussurrei.

Observei as duas pedrinhas de cristais na parte da frente do pingente, virando o verso, havia uma data escrita.

— 22 de setembro de 2015.

Meu corpo gelou na hora. Não imaginava que em minha atual vida monótona meu passado de adrenalinas pudesse ressuscitar. Coloquei o pingente no bolso de trás da calça, peguei minha bolsa e fechei o armário rapidamente, segui até a garagem onde se encontrava a saída dos funcionários da loja. Em um piscar de olhos, um motoqueiro parou sua moto em minha frente, assim que ele abriu o visor e meus olhos reconheceram aquele olhar profundo e misterioso, dei um passo recuando. 

! — disse ele retirando o capacete.
— Não deveria estar aqui . — recuei mais um pouco — Foi você que me enviou a caixa, não é?
— Preciso da sua ajuda.
— Me desculpe, mas não posso te ajudar, não estou mais dentro. — me afastei dele e continuei em direção ao portão. 

De repente, dois homens me abordaram tentando pegar minha bolsa.

— Ei! — gritei assim que um deles segurou firme em meu braço — Me solte.

Logo se aproximou com a moto e derrubou o primeiro com a roda traseira. O segundo soltou meu braço e se voltou para ele, aproveitei sua distração e arranquei o extintor de incêndio que havia na parede próxima e bati em sua cabeça. jogou o capacete em seu braço para mim e sem pensar nas consequências futuras, montei na garupa.

acelerou, atravessamos a cidade sendo seguidos por dois carros, que certamente já estava a me vigiarem. Eu não entendia o que realmente acontecia com ele e porque foi me procurar, havia uma promessa feita no passado, eu jamais voltaria para aquela vida novamente, seria uma simples recepcionista de lojas de luxo com uma vida normal.

Passamos algum tempo em fuga. Foi quando dei a ideia de entrar pelo túnel secundário, onde tinha uma passagem que eu conhecia e nos daria acesso a estrada desativada da cidade. Assim que chegamos, desci da moto um tanto irritada.

— O que você fez?! — perguntei retirando meu capacete.
— Não me olhe assim, eu preciso de você. — ele desligou a moto e retirou o capacete.

Seu olhar triste e cansado.

— Não precisa, o que você precisa é me deixar em paz, esquecer que eu existo, eu tenho uma vida agora. — tentei não alterar minha voz.
— Você tinha antes. — retrucou.
— Não, eu não tinha. — segurei de leve meus sentimentos — Minha vida nunca me pertenceu antes, aquilo não era viver.

Ficamos nos olhando por um tempo, até que ele desviou seu olhar para o céu, já era madrugada.

— Por que não voltou?
— Por que a pergunta?
— Você saiu por causa dele. — sua voz ficou áspera e amarga — Ele te deixou, poderia ter voltado.

Era nítido que ainda mantinha ressentimentos por eu ter saído da sociedade por alguém comum. nunca negou seu interesse por mim, porém eu queria mais, eu queria uma vida normal e tranquila sem tiros e perseguições. Mesmo estando errada em imaginar que teria esta vida ao lado de Cedric, eu não queria voltar para a vida antiga.

— Não te interessa. — me virei olhando para a passagem do túnel da qual saímos — Eu estava muito bem longe de tudo isso.
— Me perdoe. — senti sua mão segurar na minha — Eu não deveria ter me aproximado, mas você é a única pessoa em quem confio.
— Hum…
— E sei também que não é da minha conta com quem você fica. — seu olhar sincero continuava triste.
— Esquece isso. — respirei fundo — O que você fez?
— O senhor Smith morreu, mas antes me entregou tudo que era seu. — respondeu.
— Ele te fez seu herdeiro?! — estava surpresa.
— Sim, e adivinha quem não gostou de saber disso?
— A família Stranger. — constatei — Certamente Stella já estava de olho no patrimônio do sócio, já que ele não tinha herdeiros.
— Minha cabeça está a prêmio por isso.
— Onde estão os arquivos que comprovam?
— No pingente.
— Agora que veio atrás de mim, todos vão achar que voltei. — desviei meu olhar para as árvores próximas pensando — Só existe um lugar onde estaremos seguros.
Continental. — confirmou ele — Obrigado.
— Você me deve uma.
— O que quer em troca?
— No tempo certo, saberá. — disfarcei o riso — E por falar em dívidas, acho que tem uma pessoa que pode nos ajudar, tem muitas dívidas comigo.
— Quem?!
— Jonh Wick.

Voltei meu olhar para o horizonte, vendo o céu dando sinais do nascer do sol.

— Então não está mais com raiva de mim?
— Sempre estou com raiva de você. — eu ri.
— Sabia que diria isso. — ele riu junto — Se bem que, há uma linha tênue entre o amor e o ódio.
— Eu sei, por isso não fiquei. — eu o olhei — Não queria te odiar, mas…
— Não queria me amar. — concluiu ele.
— Eu queria estabilidade e uma vida normal. — expliquei.

Nunca daria o braço a torcer. Não afirmaria e nem negaria, mas tinha seus charmes que me fazia ficar pensativa sobre como poderia ser nosso futuro juntos.

— Nunca teremos isso. — disse ele — Ou melhor, você tinha, eu que estraguei.
— Eu não deveria, mas… — o olhei — Obrigado por estragar minha aposentadoria, acho que surtaria se continuasse vivendo tediosamente.

Ele sorriu de canto e soltou a subir na moto, então estendeu a mão para mim.

— Vamos?!

Eu sorri de forma maliciosa, uma parte de mim estava mesmo sentindo falta daquele mundo, ou melhor, estava sentindo falta de .

— Acelera. — disse ao montar na garupa da moto. 

I’m a female rebel, who can’t you tell?
Who can’t you tell? who can’t you tell?
I’m a female rebel, who can’t you tell?
Who can’t you tell? who can’t you tell? 
- 4x4 / Miley Cyrus feat. Nelly

Passado: Em raros momentos, olhar para trás não é tão ruim assim, ainda mais para ajudar alguém que você gosta.” - by: Pâms



The End...



Nota da autora:
Hello, bom dia gente!! Finalmente consegui escrever mais essa fic, com aquela referência básica de John Wick, um dia rola fic com ele de pp também, amo esse filme!!! Espero que tenham gostado, foi rápida, mas a única coisa que pensei em escrever! Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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