Última atualização: 11/10/2019

Dreams

— PPPRRRIIIIIIIIII.

Assim que o som do meu apito soou ao final de mais aquela partida, pude finalmente ouvir com clareza o som das pessoas que estavam no estádio. Um suspiro longo, cansado, porém satisfatório saiu com naturalidade de mim, assim como leves nuances dores em minhas coxas. Foi uma partida e tanto, que me exigiu um forte condicionamento físico, muita corrida e decidir uma prorrogação de 15 minutos para ver se saia algum gol. 

 — Bom trabalho, . — disse Isla ao se aproximar de mim, encaixando a bandeirinha no bolso embutido de seu short.
— Mais um campeonato concluído com sucesso. — Nairóbi se aproximou junto com um sorriso no rosto — Apesar de ser somente a semifinal.
— Está concluído para nós. — concordei com as palavras dela.
— Sejamos honestas, eu queria participar da final, sem brincadeira, queria muito, trabalhei tanto pra isso.
— Apitar a semi já foi satisfatório para mim. — comente, me reprimindo um pouco.

Fazia somente alguns poucos anos que eu havia conquistado a vaga de juíza oficial das partidas das copas do mundo de futebol feminino, a realização de um sonho que eu jamais queria acordar. Olhamos para as jogadoras do time americano, que havia sido o vitorioso da noite, aquela semifinal foi a partida mais emocionante e eletrizante que eu havia apitado até o presente momento. Claro que todas as partidas tinha sua peculiaridade, e eu ficava ainda mais admirada com a história de superação de vida das jogadoras, que não era diferente da minha vida.

Mesmo com um certo medo de apitar um pênalti logo aos 12 minutos do primeiro tempo, minha decisão foi justo e nem assim saiu um gol, a prorrogação foi sofrida para ambos os times, porém necessária e o desempenho da seleção holandesa infelizmente não foi dos melhores. Enfim, nós três cumprimentamos todas as jogadoras dos dois times, Isla ficou trocando figurinhas com a capitã do time americano, enquanto Nairóbi foi conversa com a técnica da seleção holandesa. 

Já eu, preferi me recolher ao vestiário reservado para a comissão técnica, precisava descansar um pouco antes de voltar para casa, e ainda tinha que assinar alguns papeis burocráticos relacionados a partida.

— Meus pés, minhas costas… — sussurrei ao adentrar indo em direção ao sofá que tinha lá — Tudo em mim dói.
— Já está reclamando? — brincou François ao entrar atrás de mim com seu tablet em mãos.
— Experimenta correr 90 minutos então, nesse caso 105. — dei de ombros e me sentei colocando as pernas pra cima da mesinha de centro à frente.
— Hum…. Não! — ele riu de mim — Agradeço, mas prefiro o setor burocrático, ter minha sala com ar-condicionado e receber várias reclamações de jogadoras zangadas.
— Que horror. — nós rimos.

François era o melhor e mais competente funcionário da FIFA que eu conhecia, e olha que eu conhecia muita gente. Responsável geral pela equipe de arbitragem que compõem o quadro da Copa do Mundo de Futebol Feminino, coordenava também alguns torneios Europeus que eram realizados na França, em raros momentos de insensatez como diz ele.

— Então, como estamos? — perguntei.
— Fala sobre o que? — ele me olhou confuso — Ah, preciso da sua assinatura digital, para finalizarmos o torneio para você.

Assenti com a face me espreguiçando um pouco e levantei do sofá, caminhei até o armário peguei minha bolsa.

— Estou perguntando sobre meu desempenho hoje, como eu fui? — me aproximei dele e olhei para seu tablet — Devo ler antes?
— Mesmo que confie em mim, sempre deve ler. — ele sorriu.

Li toda a declaração e assinei, estava oficialmente dispensada e poderia descansar por pelo menos uma semana.

— Respondendo sua curiosidade, você foi maravilhosa em toda a partida. Tenho certeza que agora será bem mais fácil convocar você para a Champions League.
— Tem certeza? — o olhei um pouco desacreditada — Da última vez que fui convocada…
— Você foi excepcional no último campeonato francês e quem dizer o contrário eu mato. — ele sorriu mais confiante que eu — Você tem um excelente currículo e foi a juíza principal de partidas importantes, não somente do futebol feminino.
— Você consegue ser mais otimista que eu, nesse mundo machista, você sabe por quantos preconceitos eu já passei para conseguir esse currículo todo.
— E estive em todos os momentos te defendendo!
— Você é um bom amigo. — sorri para ele — Obrigado.
— E após choros e quedas, está mais do que na hora de um pouco de reconhecimento, amanhã mesmo indicarei seu nome a lista de convocação, seguido de uma carta enorme de recomendações.
— Muito obrigado! Mesmo, mesmo! — eu o abracei de leve meio empolgada.
— Hum… Acha que vai ficar de graça? Ainda estou esperando aquele fricassê que você me prometeu, acha mesmo que esqueci?
— Mas não sou eu que faço isso, é minha irmã, ela que é universitária da gastronomia. — me expliquei.
— Não importa, se vira e me convida para jantar. — ele riu.
— Seu mercenário. — eu ri junto.

Nós trocamos mais algumas informações sobre o final da Copa do Mundo e sobre sua nova ambição de ser o responsáveis gerais pela arbitragem da Champions League, comigo o recriminando por querer abandonar o futebol feminino para dar ibope pro masculino. Mas é claro que ele não deixaria seu posto e somente iria se envolver superficialmente na UEFA para abrir as portas para a arbitragem feminina, que sempre foi mal vista e desvalorizada.

Passei mais um tempo no vestiário descansando, até receber uma mensagem da minha mãe dizendo que havia visto o jogo e me queria me ver no café da manhã do dia seguinte. Fui até o reservado e troquei de roupa, após me despedir das meninas segui de táxi para o aeroporto, apesar de gostar bastante de Amsterdã eu já estava com saudades de casa e também do Don.

Uma hora e quinze minutos depois, lá estava eu desembarcando no aeroporto de Paris, e seguindo para o meu loft no bairro Quartier Latin. Era complicado morar longe dos meus pais e em um pequeno espaço de 30m², mas se quisesse seguir meus sonhos e ter uma carreira sólida, tinha que me privar de morar em Saint-Cloud e sobreviver ao alto custo de vida na bela capital francesa. Ao abrir a porta, logo senti o frescor que o jardim vertical da entrada me proporcionava, deixei minha bolsa transversal na banqueta ao passar pela micro cozinha e olhei para o sofá da sala.

— Don seu preguiçoso, está dormindo a essa hora? — olhei para ele que só levantou a cabeça e me olhou com os olhos entreabertos — Estou começando a duvidar se a noite realmente é dos gatos.

Eu ri indo até ele e me sentando ao seu lado.

— Ficou com saudades da mamãe? — comecei a acariciar ele, que logo se esticou me empurrando de leve com as patas traseiras — Seu preguiçoso.

Peguei o controle e liguei a televisão, passei por alguns canais procurando notícias sobre o jogo de hoje. Mesmo ainda cansada, não iria tomar banho e dormir naquele momento, só desejava permanecer em meu sofá e fingir que ainda tinha forças para pelo menos ver um episódio de Gotham na Netflix. Porém, nem mesmo consegui terminar de ver o episódio em que parei, cai no sono ali mesmo e só despertei de madrugada, Don estava próximo ao painel da televisão comendo. 

Eu me levantei e fui ao banheiro, tomei um banho quente e relaxante, me dei até o luxo de demorar um pouco mais, apesar de saber que a conta de água poderia vir mais cara, mas estava feliz por ter desempenhado um bom papel na Copa. Sentia que este último jogo seria um divisor de águas em minha vida e em minha carreira, o que me deixava empolgada e apreensiva, seria um oportunidade única para mim se conseguisse ser mesmo convocada para a UEFA. 

Coloquei o pijama verde de bolinha branca que ainda estava em cima da cama desde a manhã anterior, certamente minha mãe não havia arrumado minha cama com medo de eu reclamar depois. Eu estava feliz por ela e meu pai apoiarem minha decisão de não fazer graduação e seguir carreira de professora do jardim de infância como sempre sonharam. Mas sim, me lançar em uma das profissões onde a mulher é mais discriminada e desvalorizada. E desde quando só homens conhecem de futebol? É porque nunca viram as grandes mulheres da seleção de futebol brasileira, minha admiração por elas só crescia! principalmente por poder tê-las conhecido pessoalmente em um dos jogos de apitei. 

Na manhã seguinte, fui pontualmente ao Verlet, próximo ao Louvre, minha mãe era apaixonada por aquela cafeteria. Ela como sempre já me aguardava, já havia se tornado uma tradição, nos encontrarmos para o café da manhã no dia seguinte a qualquer jogo que eu fosse juíza, mesmo na época em que eu somente era auxiliar.

Ma cherie! — ela se levantou e me abraçou forte, demonstrando sua saudade.
— Bom dia mamãe! v retribui o abraço.
— Minha menina, está tão magra. — ela me olhou, pegando em minha roupa e me analisando — Não tem comido direito? Não está fazendo nenhuma dieta maluca né?
— Não mãe, minha alimentação é balanceada e saudável, apesar de não ter comido nada ontem à noite, mas eu estava cansada e comi barras de cereal após o jogo. — expliquei — Eu não estou magra, meu condicionamento físico tem que ser assim.
— Não consigo entender como pode gostar de ficar correndo atrás de uma bola por 90 minutos, e você nem toca nela. — seu olhar confuso para mim — E não ter escolhido ser professora como eu.
— Mãe, já conversamos sobre isso, eu amo futebol e jamais conseguiria me encaixar em outra profissão. — a olhei com carinho.
— Você já sofreu tanto para conseguir tudo isso, eu e seu pai…
— Mãe. — eu a interrompi — Eu estou bem, não se preocupe, nada pode me abalar agora, a fase pior já passou. Só preciso me dedicar um pouco mais para chegar onde eu quero.
— Estaremos do seu lado querida! — ela sorriu.
— É só disso que eu preciso mãe, e de um cappuccino delicioso que só esse lugar faz. — sorri de volta.

Fizemos o pedido e passamos a manhã conversando sobre o jogo e outros assuntos da família, minha irmã mais nova já estava grávida e nem tinha completado três meses de casada. Eu ainda não entendia o motivo dela ter se casado tão nova, mas como tanto ela quando Philliph estavam mega apaixonados, resolveram que não queriam esperar até a formatura da faculdade. Pelo menos conseguiram uma ajuda dos pais dele para comprarem um apartamento em Saint-Cloud. 

Era divertido meus encontros com minha mãe, ela sempre aparecia com uma notícia diferente da família, quando não era a vovó com seus surtos de confeiteira distribuindo doces para todo mundo, eram meus tios brigando por motivos tolos, ou até mesmo meu pai me defendendo para seus amigos machistas que acham que uma mulher não deveria se envolver com algo tão “sagrado” como o futebol. Bastardos! 

- x - 

— Hum?! — acordei no susto ao ouvir meu celular tocando na mesinha ao lado da cama.

Me remexi sentindo Don deitado entre minhas pernas e com cautela, peguei o celular e atendi.

Bonjour?! — disse ainda sonolenta.
Bonjour mademoiselle! — disse François em risos — O que faz na cama a essa hora da manhã?
— François, são seis da manhã e eu estou de folga hora, treino só amanhã. — expliquei — E você? o que faz me ligando a essa hora da manhã? Não podia esperar o horário comercial? 
— Olha, eu estava tomando meu café da manhã, após minha corrida matinal, quando um e-mail chegou para mim, que me fez te ligar imediatamente. — explicou ele.
— E qual o assunto do e-mail?
— A lista dos convocados para o próximo torneio da UEFA Champions League 2018/19. — respondeu sem rodeios. 
— Mas já? — me assustei e erguendo o corpo — Não tem nem três meses que você enviou as indicações, como podem liberar essa lista assim tão rápido?
— Não sei ao certo o que está rolando, mas dizem por aí que querem antecipar as partidas, estou investigando sobre, mas o que importa são os nomes. 
— E você não vai me dizer pelo telefone né?
— Claro que não. — ele riu — Se quiser saber, levante da cama e abra seu e-mail.

Ele desligou o telefone em risos.

— Mercenário. — reclamei.

Levantei da cama e liguei o notebook, para conferir meu e-mail. Lá estava a lista de convocação, a primeira mensagem da caixa de entrada. Senti um frio na barriga, seguido de ansiedade com medo, ao clicar, fui rolando a barra e abri o arquivo anexado, meu coração parou de leve quando li meu nome completo e meu número de registro escrito na lista dos convocados. Quase que esqueço de respirar na hora, me sentei na cadeira tentando absorver o que estava lendo e me convencer de que não era ilusão ou uma pegadinha, eu estava mesmo na lista e sim, era a primeira mulher a ser convocada para este campeonato. 

Ma Dieu! Eu consegui! — sussurrei para mim mesma — Eu consegui.

Uma mistura de surpresa com alegria e emoção tomou conta de mim, que foi sendo expressado através de algumas lágrimas que foram escorrendo pela minha face. Meu coração acelerado me fez pegar meu celular e mandar uma mensagem para minha mãe contando a novidade, porém pedindo sigilo até o anúncio oficial que seria na quarta-feira. Foi bom eu não ter parado muito tempo e voltado a treinar uma semana após meu descanso da Copa, meu corpo e mente estavam preparados para mais uma maratona de jogos e reclamações.

Dois dias depois, finalmente a comissão organizadora da UEFA Champions League publicou a nota de imprensa com a lista dos árbitros do próximo torneio. Como previsto, meu nome foi motivo de muita repercussão, discussão e questionamentos, houve alguns jogadores que se posicionaram subjetivamente contra mascarando de leve seus preconceitos, e outros a favor. Mas meu coração só conseguia se agarrar a uma pessoa, que eu não via a muito tempo, mas que assim como eu, desejava que meu sonho se realizasse.

A coletiva de imprensa com o time de arbitragem só não foi mais tumultuada que o primeiro jogo que eu apitei como juíza principal. Foi engraçado a cara dos técnicos do Juventus e do Valência ao me verem entrando em campo entre os outros dois árbitros, tive que segurar meu riso e seguir série e profissional em toda a partida, mesmo com meu coração acelerada a cada apito que eu dava.

Não seria fácil passar por aquela etapa da minha carreira profissional, e certamente exigiria muito do meu psicológico, mas seguiria em frente torcendo para acontecer o que eu mais queria, ser a juíza do último jogo. Daria o meu melhor em cada partida para que meu nome subisse ainda mais na lista de possibilidades.

- x - 

Eu estava um tanto quanto nervosa. Havia permanecido a maior parte do tempo em silêncio me concentrando para aquele jogo. Era não somente a realização de um sonho, mas o cumprimento de uma promessa que certamente mudaria de novo a minha vida, e o que me deixava ainda mais apreensiva era não pela grandeza do jogo, mas pelo time que estava competindo: o Liverpool. Só de pensar nos jogadores, meu coração acelerava ao saber que um deles era a pessoa do meu passado, aquela que me fez jurar que seria juíza de uma partida que ele jogaria. Uma pessoa que parecia ter o dom de prever nosso futuro, pois tudo o que ele disse estava acontecendo.

Sim, eu era a única mulher na arbitragem daquele jogo, a primeira a entrar na Champions League, e seria a juíza principal do jogo final entre Liverpool e Tottenham, dois grandes times britânicos. Sentia uma enorme pressão e responsabilidade em não errar em nada, e mesmo diante de algumas críticas, não podia me deixar abalar ao julgamento ruim de alguns. Aquele jogo seria mais uma prova que futebol também é para as mulheres!

— Está pronta? — perguntou Dimitri, o primeiro árbitro auxiliar, da Romênia.
— Eu já nasci pronta para esse jogo. — sorri de leve me levantando e peguei os cartões em cima da mesa.
— Isso é, mostra pra eles quem é a melhor juíza da temporada. — ele brincou, mas suas palavras eram verdadeiras.

Por algumas vezes eu esbarrava com Dimitri nos centros de treinamento de Paris, ele era brincalhão e também um excelente profissional, sempre sério quando necessário. Assim que pisei no gramado do Estádio Parc des Princes, onde o jogo aconteceria, meu coração já acelerou, minhas pernas tremeram um pouco, mas após um longo respiro fundo, voltei ao eixo de equilíbrio.

Caminhamos até a lateral onde estavam os fotógrafos oficiais que fariam a nossa foto, além de mim e Dimitri, o terceiro árbitro era Juan do Equador. Após a foto, eu cumprimentei rapidamente os dois técnicos e me posicionei em meu lugar a espera dos jogadores dos dois times que entrariam. Outras fotos foram tiradas até a hora chave, eu me posicionei no centro do campo e logo ele veio em minha direção do novo capitão do Liverpool recém-contratado. 

— Capitão do Liverpool. — comentei assim que ele parou em minha frente.
— Juíza da Champions League. — ele sorriu de forma fofa — Parece que ambos conseguimos.
— Do jeito que você previu. — sorri de forma disfarçada, precisava manter minha postura profissional — E agora ? Como ficamos?
— Vai descobrir daqui 90 minutos e eu for o vencedor da partida. — ele olhou para frente. 

O capitão do Tottenham vinha em nossa direção. Olhei em minha volta e o estádio inteiro estava alvoroçado com aquela partida e nem tinha iniciado.

— Desejo sorte a ambos. — disse para os dois, porém internamente torcia para — Cara ou coroa?
— Cara. — disse o capitão do Tottenham.

assentiu. Eu joguei a moeda para o alto, que ao cair no chão deu coroa, o capitão do Liverpool deu um sorriso de canto e escolheu o lado esquerdo do campo. Assim que apitei o início da partida, a adrenalina dentro do campo se elevou. Ambos os times estavam com sede da vitória, mesmo torcendo para , eu tinha que manter profissionalismo e foco no que estava fazendo, tanto foco que marquei algumas faltas a favor do Tottenham, deixando o capitão do Liverpool um tanto nervoso e estressado.

Mas eu estava me divertindo tanto com aquela partida, que nem mesmo o fluxo do jogo que a cada minuto exigia mais e mais do meu condicionamento físico, me impediu de aproveitar todos aqueles 90 minutos de emoção.

No apito final da partida, Liverpool saiu o vitorioso da noite. 

me lançou um olhar sugestivo e piscou de leve, aquilo era a sua resposta e esta partida era o seu sonho realizado, finalmente havíamos conseguido cumprir nossa promessa feita. 

Havíamos realizado nossos sonhos juntos e finalmente poderíamos seguir em frente juntos também.

Irei prendê-la em meus braços e voar
Voaremos em direção à lua azul
Irei beijá-la enquanto estiver dormindo
A vida não poderia estar melhor 
- Miracle / Super Junior

 

10 anos atrás…

— Eu não acredito que você está me fazendo essa proposta. — disse ao olhar para .

Ele parecia convicto no que dizia, seu olhar sincero e honesto. Eu sabia que em tudo ele só queria que eu desse o primeiro passo e saísse da zona de conforto.

— Se você vier comigo para Madrid, jamais vai conseguir realizar seu sonho e não quero ser um obstáculo. — ele segurou em minha mão.
— Você não é um obstáculo. — retruquei.
— Eu sei que não, mas você precisa ficar aqui em Paris. — ele sorriu de leve — Não foi fácil convencer aquele olheiro que você pode se tornar um boa árbitra, precisamos mostrar a ele.
— Não consigo me adaptar com a ideia de nos separarmos, você é meu melhor amigo e estamos namorando a dois anos…
, calma, não é um adeus, nós só vamos focar em outras áreas da nossa vida e internet serve para mantermos contato. — ele piscou de leve.
— Hum… Então, vamos a nossa promessa? — eu estendi meu dedo mindinho — Eu prometo lutar para realizar meu sonho de ser a melhor árbitra que o mundo já viu e irei apitar o jogo final da Champions League.
— Eu prometo lutar para realizar meu sonho de ser o capitão e melhor jogador do Liverpool e vencer o jogo final da Champions League que você vai apitar. — ele cruzou nossos dedos.

Nós rimos de repente de forma espontânea, então ele se sentou no sofá e me puxou junto, me fazendo aninhar em seus braços.

— Eu vou mesmo apitar um jogo seu? — eu continuei rindo.
— Claro que vai. — ele riu junto — E o jogo final vai ser emocionante ao extremo, você vai marcar algumas faltas contra meu time, porque te conhecendo bem, vai querer me provocar…
— Eu nem sou assim?! — me fiz de ofendida. 

Ele riu. 

— E no final?! — perguntei.
— E no final eu serei o vencedor e teremos cumprido nossas promessas. — ele acariciou meus cabelos — E poderei contar ao mundo que você é a mulher da minha vida.
— Hum…
— Não gostou da minha profecia?
— Gostei… Mas, se você contar pra todo mundo que me ama, eu nunca mais poderei ser árbitra em um jogo seu. — o olhei fazendo bico.
— Bem, então será os 90 minutos mais bem aproveitados que teremos em uma única partida. — ele me olhou com carinho.
— E se demorar muito tempo para que isso aconteça? Ainda vai me amar daqui 5 anos?
— Eu te amarei para sempre! — ele sorriu novamente — Cinco, dez, vinte, não importa o tempo, eu vou te esperar e vamos fazer isso juntos, mesmo estando separados. 
— Obrigado, por me apoiar. — sussurrei.
— Eu que agradeço, por poder viver este sonho com você. — ele aproximou seu rosto do meu — Você é a minha melhor amiga para sempre.
— Só amiga?
— Não. — ele sorriu de forma maliciosa.

Em um piscar de olhos me beijou com doçura e intensidade. Eu não sabia o que aconteceria no tempo em que estaríamos afastados um do outro, mas sabia que conseguiríamos cumprir nossas promessas e no final, poderíamos seguir juntos novamente.

Mesmo que o tempo passe ou mesmo que tudo mude
Eu prometi que estaria ao seu lado.
- Angel / Teen Top

Realização: Não coloque limites em seus sonhos, coloque fé!” - by: Pâms



The End...



Nota da autora:
Hello!!! Mais uma fic para a saga cidades e compondo o especial de futebol feminino. Confesso que foi complicado conseguir escrever por causa da faculdade, mas felizmente ela saiu!! Espero que tenham gostado! Dedico esta fic a minha capista Coelho fofa, tem alguns pontinhos de Quando em Roma aqui, eu simplesmente surtei com essa fic e foi a primeira de futebol que eu li, e guardo no meu coração. Quero todo mundo lendo tá!!!
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!




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