Fanfic finalizada.

Capítulo Único

não lembrava como, porque e quando começou a se apaixonar pelo rapaz, mas sempre que via o carro do sorvete parar na sua rua, ou na rua de seu melhor amigo, ela automaticamente grudava no vidro de qualquer janela que dava visão para a rua e ficava lá, parada, só observando a forma que ele sorria grande a cada sorvete que entregava a uma criança. Ou a forma fofa que ele sempre tratava o casal que sempre, toda terça feira, ia junto comprar seus sabores favoritos.
― Cereja e menta! ― pensou em voz alta, atraindo a atenção do melhor amigo, que lia o encarte do novo vinil que ele tinha comprado.
― Isso virou obsessão, disse para a amiga, sem tirar os olhos do objeto que já era o seu preferido da coleção de sua banda de rock preferida.
― Você sabe que o papel dos melhores amigos é amar e apoiar, não sabe, ? ― ela perguntou em um tom de brincadeira, sem tirar os olhos do homem lá fora, que jogava seus fios loiros do mullet para longe dos olhos, enquanto tentava entender o que o menino pequeno dizia.
― Eu te amo, mas não apoio esse tipo de sentimento. ― riu. ― Porque você não sai desse sofá e vai lá puxar conversa com ele.
― E você acha que vai dar atenção para alguém como eu? ― apontou para o corpo e depois olhou para o amigo com cara de desânimo.
― Primeiro que você é linda, e segundo que se ele não quiser papo com uma garota inteligente, esperta e com um ótimo gosto musical, quem está perdendo é ele por ser um paspalho, e não você ― foi sincero com a amiga. Ele sabia como era difícil para acreditar no que ele dizia, a sociedade engolia qualquer sinal de autoestima que ela esboçasse, mas era a mais pura verdade. A mulher era linda, inteligente, simpática, amorosa e ainda dançava bem pra caramba.
― Ninguém olha pra mim com esses olhos, . ― Ela continuou observando a forma que o sol batia no rosto do homem que estava para fora do furgão de sorvete, esperando para ver se mais alguém iria querer comprar o doce refrescante.
― Seja vista então, . Não vai ser se escondendo atrás desse vidro que ele ou qualquer pessoa vai te notar. Acho que deveríamos ir à discoteca no final de semana! ― ele disse despretensiosamente, e virou automaticamente o rosto para ele, com uma expressão de surpresa.
, à discoteca? ― Ela estava incrédula, o que tirou uma gargalhada alta da garganta do rapaz.
― É, ué ― ele respondeu, em meio às risadas.
― O cara mais rock 'n roll da cidade na discoteca? Quem você quer encontrar lá, seu salafrário? ― estava muito curiosa com a vontade repentina do amigo de ir àquele lugar que ele julgava noite e dia.
― Só por você. Amigos amam e apóiam, não foi isso que você disse? ― tentou dar uma desculpa, mas sabia que não iria acreditar nem por um segundo.
― Você me conhece há quantos anos, ? E quantas vezes você quis ir à discoteca para que eu me sentisse bem? ― Ela ria desesperadamente com a tentativa fajuta do melhor amigo de enganá-la.
― Soube que o senhor sorvetinho vai sempre lá mostrar seus passos de dança. ― ainda fugia da pergunta de , que olhava novamente para a janela, pois o carro estava prestes a dar a partida para outra rua.
― Ele e a nova atendente da lanchonete do ? ― sabia que o amigo estava de olho na moça que tinha recém chegado de outra cidade e estava trabalhando na lanchonete de um dos amigos deles.
― Talvez! ― O sorriso no rosto do rapaz, fez com que jogasse uma almofada em direção a ele.
― Você não tem vergonha na cara, ― ela disse, se levantando do sofá e indo até a porta de saída.
― Mas é sério, , a gente devia ir lá só uma vez. Por favorzinho. ― Os olhos pidões se instalaram no rosto do rapaz e fizeram com que sentisse vontade de socar aquele rosto milimetricamente perfeito.
― Se meu pai não precisar de ajuda na loja, a gente vai ― disse derrotada. Sabia que se continuasse recusando, o rapaz só ia atazanar mais a vida dela. ― Agora eu preciso ir, que se eu não chegar à loja até a hora do almoço, eu sou uma garota morta.

Ela lançou um beijo no ar para o amigo, que sorriu e observou a amiga sair saltitante pela porta. sabia que o turno dele no boliche começaria em breve, então também era uma boa hora para ir embora. Como ela trabalhava na loja de móveis de seu pai, não tinha horário fixo para entrar ou sair do expediente, com tanto que ela o cobrisse nos dias da semana, no horário do almoço. E não era como se ela tivesse mais muita coisa para fazer da vida quando ia trabalhar. Geralmente, ela ia para o boliche com ele, só para encher o saco, ou ficava em casa, treinando passos de dança nos dias de folga.
No caminho para a loja, ela percebeu uma movimentação estranha na porta da única boate da cidade. Uma fila incomum para o horário, já que estava de dia ainda. Como sempre foi muito curiosa, desviou rapidamente seu caminho e foi em direção à fila para saber do que se travava.

― Com licença! ― Ela cutucou um rapaz, que estava distraído com algo no céu.
― Sim? ― ele respondeu, direcionando a atenção para ela.
― Essa fila é pra quê? ― foi direta, não sentiu que devesse enrolar ou puxar outro assunto com ele.
― É para a inscrição do concurso de dança que vai acontecer no final de semana. ― ele respondeu solícito.
― E essas inscrições vão até quando? ― A curiosidade dela era maior que a vergonha, tanto de conversar com pessoas novas, quanto de pensar em se inscrever e ter que dançar diante de quase todos os jovens adultos da cidade.
― Abriram hoje, mas vão até hoje também. Acho que eles migraram o evento para essa discoteca de última hora ― ele terminou de falar e a fila andou.

não sabia por qual motivo acompanhou o andar da fila, mas fez.

― Aqui é o final da fila? ― Ela ouviu uma voz grossa invadir seus sentidos e, ao fundo, bem no fundo, pensou ouvir a musiquinha do carro do sorvete tocando.
― É, sim. ― se virou para responder melhor ao homem e quase morreu engasgada com a própria saliva quando percebeu que se tratava do sorveteiro.
― Competição de dança, né? ― ele puxou assunto e só sentia vontade de sair correndo dali.
― É ― ela respondeu, depois que conseguiu voltar a raciocinar. ― Você dança? ― E no momento em que ela disse aquilo, se arrependeu. Era óbvio que ele dançava, o que mais ele estaria fazendo em uma fila para uma competição de dança, se ele não dançasse?
― Não profissionalmente ― ele respondeu, abrindo aquele sorriso quadrado que tanto amava. ― Mas eu absolutamente amo dançar, então resolvi que a vida é curta demais para não me inscrever em um concurso de dança. ― O charme dele era palpável e deixou ainda mais insegura quanto a toda sua paixão pelo rapaz. ― E você? Aposto que é uma daquelas profissionais muito boas.
― Quem me dera ― disse sincera. ― Eu amo dançar, mas só faço isso no meu quarto. ― Ela riu fraco.
― Aposto um sorvete de flocos que você é muito boa ― ele disse no mesmo tom descontraído que falava durante toda a conversa.
― Eu prefiro de morango, mas eu dou pro gasto. Bom, pelo menos eu e meu melhor amigo achamos. Na verdade, ele acha que eu sou excelente, mas eu não tenho essa certeza toda ― ela disse, rindo e arrancando uma pequena risada do rapaz também.
― Podemos então tirar a prova dos nove na competição ― ele disse, piscando. ― Se eu achar que você é boa, você me paga um sorvete.
― Isso é estranho demais para se combinar com quem a gente nem conhece, você não acha? ― estava achando estranho aquele papo do homem, ainda mais com ela tão de repente.
― Vamos resolver isso então. ― Ele estendeu a mão em direção a ela. ― , muito prazer.
quase deixou um “eu sei”, seguida de uma cara de abobalhada, mas conseguiu colocar seu cérebro para funcionar a tempo de não pagar aquele mico.
. ― Ela apertou a mão dele e a maciez daquela pele fez com que ela desejasse ainda mais beijar a boca dele.
A fila andou mais uma vez e a próxima a entrar para a inscrição já seria ela.
― Então estamos combinados? ― ele perguntou, apertando ainda a mão dela de forma leve no cumprimento inicial.
― Tudo bem, apostado então. ― Ela sorriu e balançou as mãos dadas dos dois como sinal de selamento do adoro.
― PRÓXIMO! ― alguém gritou de dentro da boate.
― A gente se vê ― ele disse, soltando a mão dela e dando uma piscadinha
― Sim, nos vemos.
Ela se despediu e entrou no local. Agora era tarde demais para desistir do que nem tinha pensando em fazer antes.



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― Você O QUÊ? ― gritou no meio do salão da lanchonete, atraindo a atenção de muitas pessoas que estavam comendo no local.
! ― chamou a atenção dele quando passou com a bandeja para servir a mesa ao lado daquela cena.
, meu Deus, isso é incrível ― ele tentava controlar a voz e a animação, mas falhava miseravelmente.
― Fica quieto, . ― Ela tentava esconder a cara atrás do cardápio planificado do local.
― Agora essa cidade vai ver a melhor dançarina de todos os tempos dançar em um lugar fora do quarto dela ou da minha sala de estar. É isso mesmo, . ― disse tão animado quanto o mais velho. tinha ido até seu serviço pouco antes dele.
― Vocês dois, eu deveria ter ficado quieta, ou melhor, eu nem deveria ter me inscrito nisso. O que eu tô fazendo da minha vida? ― O tom dela era desesperado e ela estava com a cabeça deitada no tampo da mesa, enquanto assimilava a loucura que cometeu.
― Eu vou ganhar nossa aposta então? ― escutou aquela voz que ficou grudada na mente dela aquele tempo todo desde a fila até ali e gelou, travou, não queria levantar o rosto, queria virar uma avestruz e enfiar a cabeça na terra.
― Senhor sorvetinho? ― escutou falar e o outro rir. Sentiu suas bochechas ficarem quentes. Não acreditou que o amigo chamou o rapaz do apelido que ele chamava quando estavam sozinhos.
― Senhor sorvetinho? Ah, porque eu vendo sorvete, essa é boa! ― Ao mesmo tempo que queria fugir dali, queria continuar ouvindo aquela risada tão gostosa o dia inteiro. ― , prazer! ― Escutou uma cadeira ser puxada, sabia que o rapaz tinha se sentado com eles.
. ― Conseguiu sentir o tom animado na voz do amigo.
― A está passando mal? ― Escutou perguntar.
― Ela está com vergonha desses dois ― disse, apontando com a cabeça para os homens que também estavam à mesa. ― Vai querer alguma coisa?
― Um milkshake de morango, por favor. ― Ele sorriu para a atendente, que ficou por um minuto presa naquele sorriso e entendeu por que era apaixonada por aquele homem.
― Se não fosse a rainha do drama, eu me importaria ― Hope disse, rindo e se levantando da mesa. ― Se me dão licença, preciso trabalhar.
― Vocês me odeiam de verdade, né? ― disse, ainda com a cabeça grudada na mesa.
― Que história é essa de aposta? ― estava realmente intrigado. estava tão surtada por dançar na frente da cidade toda, que não tinha comentado com o amigo sobre o que tinha acontecido na fila com o senhor sorvetinho.
e eu combinamos que se ela for realmente muito boa, como eu imagino que ela seja, ela vai pagar um sorvete de flocos pra mim e se ela for mediana, como ela disse que era, eu vou pagar um sorvete de morango para ela. ― disse, sorrindo e quase teve um ataque quando escutou ele a chamando de "".
― Pois se prepare para comer seu sorvete de flocos. Eu conheço um lugar excelente no centro. Se quiser, eu passo o endereço. Não desmerecendo seu sorvete, mas eles têm o melhor sorvete de flocos do universo. ― estava empolgado demais com aquele papo. A amiga iria mostrar seu talento para a cidade toda e ainda por cima tinha um "encontro" com o cara pelo qual era apaixonada.
― O Nelson's, né? ― disse igualmente animado. ― O sorvete deles é realmente incrível.
― Eles têm uma calda caseira de caramelo que é uma delícia. ― levantou a cabeça e disse, se intrometendo na conversa dos rapazes.
― Oi, ! ― O sorriso quadrado no rosto dele iluminava todo o lugar na visão da mulher.
― Ah, oi. ― olhou para ele. ― Você lembra de mim, né? ― Abriu um sorriso amarelo.
― Não era pra lembrar? ― Ele parecia confuso.
― É que geralmente as pessoas não se lembram. ― Ela abriu um sorriso acanhado.
― Pois então você está perdida, porque minha memória é muito boa e agora que eu sei que conhece o Nelson’s, eu não vou esquecer mesmo. ― Ele sorriu. Entendia o porquê dela se sentir assim. Mesmo não sendo a mesma situação, quando era mais novo, se sentia meio invisível também.
― Que tal a gente deixar as coisas mais divertidas? ― disse, assim que chegou com a bebida do rapaz.
, não! ― olhou furiosa para o amigo, sabia como ele podia ser irritante e ter ideias ridículas.
― Mas você nem ouviu. ― Ele fez um biquinho.
― Te conheço há tempo suficiente para saber que não é uma boa ideia ― foi sincera e escutou a risada de ao fundo, sabia que ele não iria se desprender de todo daquela conversa, era curioso demais.
― Não me importo. Minha ideia é a seguinte, que a é ótima, você tem a minha palavra, senhor sorvetinho, então ela já entraria em desvantagem. ― Piscou para a amiga, que só sabia revirar os olhos com a intromissão do amigo. ― Então a aposta devia mudar para quem ganhar paga o sorvete, porque vai ter recebido um prêmio em dinheiro ou aquele que for eliminado por último, vocês podem acertar esses detalhes depois se quisessem. ― Pela primeira vez na vida, não tinha sido uma péssima idéia. tinha adorado aquilo. Era realmente muito melhor que medir o vencedor por gosto pessoal.
― Pela primeira vez na vida, meu pequeno teve uma boa ideia ― disse com a voz afetada, como se fosse uma mãe conversando com seu bebê, e bagunçou de leve alguns fios do cabelo do amigo.
― Não bagunce meu penteado. ― Ele desviou da mão dela, que tentava a todo custo alcançar alguns fios.
― Eu gostei também, mas a gente podia mudar o prêmio para um encontro. Quem ganhar, escolhe o lugar. ― Todo mundo, sem exceção, parou e olhou em direção ao homem depois que aquelas palavras saíram da boca dele. Era inacreditável que o amor platônico da mulher estivesse a chamando para sair sem mais nem menos.
― O quê? ― As palavras saíram tão rápido dos lábios de que ele não teve tempo de não falar.
― Ah, desculpe, vocês são namorados? ― perguntou realmente curioso. Estava um pouco apreensivo deles serem namorados. Embora parecesse uma relação de amizade, tinha aquela possibilidade.
― Não! ― e responderam juntos. ― Somos melhores amigos! ― E caíram na risada quando falaram juntos novamente.
― Ela aceita! ― disse, se intrometendo no assunto.
― Mas porque você quer…
― Não, ! ― interrompeu o raciocínio da outra. ― Por que ele não iria querer? Você é linda, é engraçada, é divertida e ainda dança muito bem. Não tem nada demais nas pessoas terem o interesse de te conhecer melhor. ― foi sincera, o que causou um uau saindo do lábios de . Não queria que a mulher se diminuísse ao ponto de perguntar a outras pessoas por qual motivo havia feito um convite, não era assim para as garotas de tamanho “padrão”, então não deveria ser assim para ela também. E mesmo não se conhecendo como claramente ou a conheciam, passou tempo suficiente com a mulher para saber que ela era interessante demais.
― É isso aí ― disse, terminando sua bebida. ― Gostaria de ficar mais, mas preciso treinar para ganhar uma aposta! ― Ele se levantou da mesa e se despediu de todos. ― Até breve, . ― Pegou a mão dela e depositou um beijo de leve e cordial no local.

não conseguiu dizer mais nada, ele saiu do estabelecimento logo em seguida. Ela não conseguia nem raciocinar direito depois do que tinha acabado de acontecer. Será que ele dava em cima de todas as mulheres que conhecia? Ou será que era uma aposta que ele queria ganhar e a prenda seria sair com ela? Será que ele a humilharia em algum momento, ou zombaria quando a competição acabasse?
Ela sabia como os homens podiam ser mesquinhos e traiçoeiros, ainda mais os que eram muito lindos como aquele homem era. Mas resolveu que se daria uma chance, assim como apontou, ela era uma mulher interessante, apostaria naquela carta, apostaria mesmo com medo, afinal: “quem não arrisca, não petisca”, não é mesmo?

A semana passou como um foguete aos olhos da mulher, que continuava com seu hábito de observar vendendo seu sorvete, ir à casa do melhor amigo e ir vez ou outra à lanchonete do , mas com um bônus, ela adicionou mais horas treinando sua dança. Queria mostrar mais que seus passos superlegais do tradicional Hustle americano. Treinou um pouco do latino e incrementou mais ainda seus passos. Tinha também ouvido falar do Soul e treinou alguns movimentos também. Aquele treino todo não era nem para vencer nem nada, afinal, desde aquele encontro, ela meio que evitava esbarrar com o homem, que, por sua vez, continuava a trabalhar normalmente com as vendas dos sorvete. Era mais porque a cidade toda a veria dançar pela primeira vez, era muita pressão. Seus pais a veriam dançar pela primeira vez.

O grande dia chegou… E com ele o nervosismo aumentou.

sabia que dançar era a sua vida e que aquilo era a coisa mais legal que ela havia feito na vida até ali, mas no final era uma competição e nas poucas vezes que foi à boate, sabia que as pessoas naquela cidade eram boas naquilo.

― Nervosa? ― Escutou a voz de perto de si. Estava tão distraída nos bastidores, esperando chegar com sua bebida, que nem percebeu quando o rapaz se aproximou.
― Demais! ― ela suspirou alto e abriu um sorriso olhando para ele. ― E você?
― Não muito, Na verdade, meu intuito hoje é me divertir. Claro que eu viveria perfeitamente da dança, mas se não for pra ser meu hoje, eu não deixarei de dançar por causa disso. A dança significa muito mais pra mim que notas de alguns juízes ― ele foi sincero e aquelas palavras de alguma forma a deixaram mais calma. Era aquilo, fazer o que gostava de fazer por prazer. Se fosse com a cabeça focada na competição ou no disse me disse, não aproveitaria o momento.
― Você é tão seguro de si, isso te deixa ainda mais incrível… Quer dizer, isso é incrível. ― Ela queria novamente enfiar a cabeça dentro da terra.
― Você me acha incrível? ― Estava surpreso. Achava que as pessoas não o conheciam, ou não ligavam para a existência dele, era só mais um vendedor de sorvete dos muitos que a cidade já teve.
― Quem não acha? Além de lindo, é competente, atencioso, gentil…
, você está se declarando, finalmente? ― chegou com dois copos na mão e viu a cara de “o quê?” que fez para ele ao se virar. ― Eu e minha boca grande! ― Abriu um sorriso amarelo, querendo realmente ter o controle de sua língua.
― Vo… você gosta de mim? Eu… Como assim? ― estava confuso. Não se lembrava de ter se encontrado com a mulher, como ela poderia ter algum sentimento por ele, ou ter noção das coisas que falou antes? Ok que ele tinha desenvolvido um interesse por ela depois daquele encontro na fila e daquela cena na lanchonete, mas era diferente.
― Meu Deus! ― A mulher ficou zonza momentaneamente. Não sabia o que fazer, ou falar, iria parecer uma louca de qualquer maneira.
― Amor platônico, já ouviu falar? é meio esquisita, de fato. Ela ficava te olhando pela minha janela às vezes e eu dizia a ela que aquilo era estranho, mas, fora isso, ela é uma pessoa muito legal ― tentou consertar o que ele mesmo tinha causado.
― E por que nunca veio falar comigo? ― sabia que não era um momento muito legal para aquela conversa, com toda a tensão do campeonato, mas nunca foi inacessível, será que passava aquela imagem?
― Fala sério, . Olha para você e olha pra mim! ― disse, rindo, não sabia se era de vergonha, de nervoso ou do que, mas ria.
― O que tem? ― Ele não estava entendendo onde ela queria chegar. ― Por isso que vai ser melhor a gente se conhecer melhor. Você vai ver que eu não sou esse tipo de pessoa que julga os outros pelas formas físicas que têm e sim pelo caráter, pela personalidade e pelo bom humor. E você é linda, convenhamos. ― Ele abriu um sorriso lindo. Sabia que ela tinha um pé atrás e não a julgava, mas ele não era igual aos muitos babacas que ela já conheceu e ele queria mostrar aquilo para ela mais que nunca.
― Até eu estou apaixonado por você, argh! ― esfregou os braços com as mãos. ― Fiquei todo arrepiado, Deus me livre.

Todos começaram a rir e quando ia falar alguma coisa, seu nome foi chamado nos autos falantes.

― Parece que eu tenho uma aposta para ganhar ― disse aos rapazes, entregando o copo com a sua bebida, que estava intocada para , e mandando um beijo no ar para .
― Desculpe essa confusão e, por favor, dê uma chance para que a mostre o ser humano incrível que ela é ― disse para , tomando um pouco de seu refrigerante.
― Eu já gostei das pessoas assim, de vista, só nunca fui desmascarado assim na frente delas. ― riu. ― Espero que ela não mude de opinião quando me conhecer melhor. Eu quero muito que tenhamos mais encontros, sejam eles casuais ou marcados. ― Tomou também um gole da bebida em sua mão e os dois viraram o olhar para o palco, onde a música começava a tocar.


_______________________________


― Senhoras e senhores, chegou o grande momento, depois de excelentes candidatos e outros não tão bons assim ― o cerimonialista disse, piscando para um dos participantes, que estava tão duro que começou a rir no meio da apresentação. ― Aqui em minhas mãos está o nome do vencedor ou vencedora, que além de ganhar o prêmio de quinhentos mil, ainda vai participar do programa dominical como dançarino ou dançarina oficial. Sim, essa última parte foi uma surpresa para mim também. ― Depois da grande comoção, ele finalmente conseguiu um momento de silêncio. ― E quem ganha hoje é…
Aqueles segundos que se passaram entre o fim daquele discurso e o anúncio do vencedor pareceram passar em câmera lenta na mente de . Sua ansiedade já estava acionada desde a manhã daquele dia, mas, naquele momento, sentiu como se pudesse vomitar ou chorar ali mesmo.

Uma grande onda de aplausos e gritos explodiu na boate assim que o homem disse o nome de . As coisas ainda aconteciam em câmera lenta e só voltou a si para mais uma onda de surtos internos, quando sentiu os braços longos do rapaz apertarem seu corpo em um abraço, antes de dar um passo à frente e ficar parado onde o apresentador indicou.
― Antes de darmos os parabéns para esse homem que, nossa, como ele é lindo, uau ― o homem mais velho ali disse, admirando realmente a beleza daquele homem. ― Nossos parceiros do programa acabaram de tomar uma decisão que é incrível também. Eles vão estender o prêmio para mais um participante. Nossa, nossa cidade tem muitas pessoas talentosas ― ele disse, olhando para a plateia e para os papéis em suas mãos, que não tinha nenhuma noção de quem tinha dado a ele, mas não era o envelope que segurava há pouco. ― Nossa segunda campeã é !
Uma nova onda de aplausos, gritos e assobios inundou o lugar e não se movia. Não podia acreditar.
― Vem, . ― pegou a mão dela e aí ela conseguiu mover as pernas até o ponto x no palco.
― Uau, eles vão ficar lindos juntos no programa, parabéns aos dois! ― o apresentador disse, enquanto garotas bem arrumadas entregavam a eles dois cheques extremamente grandes e buquês de flores.

não estava acreditando no tanto de coisas que aconteceram naquele dia. Tinha se declarado para , graças à boca enorme do seu melhor amigo, tinha dançado na frente da cidade toda e ainda tinha ganhado a competição, na verdade tinha sido escolhida pelos produtores. Aquilo era muito surreal, foi o dia mais cansativo e feliz da vida dela. Antes de ir embora, depois de todo discurso, fotos e uma breve conversa sobre quando assinariam o contrato, sentiu novamente segurar seu pulso.

, espera um pouco ― disse, olhando nos olhos dela assim que ela se virou para dar atenção para ele.
― Acho que deu empate. ― riu e sentiu ele fazendo alguns carinhos no local em que estava com a mão.
― Acho que teremos que fazer um encontro duplo. ― O sorriso dele era muito iluminado àquela altura.
― Primeiro cinema e depois discoteca? ― perguntou, estava quase derretendo com o toque que ele ainda dava nela.
― Eu topo! ― se aproximou mais dela. ― Você esteve incrível hoje. ― Passou a mão livre pelo rosto de . ― E está muito linda também.
― Você também, quer dizer, você está lindo todos os dias, mas você é um excelente dançarino. ― Ela fechou os olhos. Queria gravar aquele toque na sua pele. Era tão quente e macio.
― Será que eu posso te beijar agora? ― ele perguntou, se inclinando um pouco para aproximar mais o rosto.
― Eu vou adorar. ― Deu uma esticada no corpo para que os lábios finalmente se encontrassem.

O beijo foi calmo e um pouco estranho, afinal estavam rodeados de pessoas que iam para lá e pra cá, mas naquele momento para eles nada mais existia, só eles, seus lábios em sincronia e os toques de suas mãos, as dele uma no rosto dela, outra no pulso, e as dela na cintura dele.

, seus pais… MEU DEUS! ― chegou até aquela cena e os lábios dos dois se separaram para que eles pudessem rir. ― Ai, , você já percebeu que eu não tenho muita noção e estou sempre com a , né? Então se acostume e, , seus pais estão te procurando. Depois vocês se beijam mais. Tchau, .
foi embora, sendo arrastada por pela multidão, mas embora aquele fosse o primeiro beijo deles, certamente não seria o último.


FIM



Nota da autora: Eu sou uma army muito feliz de estar nesse ficstape e pegar essa música. Dynamite pra mim é algo surreal. Desde o dia em que saiu o mv até hoje (e olha que o mv já tá com mais de 2bi), eu escuto essa música pelo menos uma vez por dia porque eu amo ela sem dimensão e nem é meme, então aqui estamos com esse pp extremamente lindo (Amém, Taehyung) e essa pp que é tão maravilhosa, mas insegura (é, gente, a vida de nós pessoas gordas é algo que a gente precisa trabalhar todos os dias nossa segurança e aceitação, por motivos óbvios sociais, enfim). Mas eu amei esses dois juntos e quem sabe não brota uma continuação aí, nunca se sabe, não é mesmo, pois é. Espero que tenham gostado. Eu amei escrever.
Ps: Ah, minha lista de fic vai estar aí embaixo, mas vocês conseguem achar também tanto clicando no ícone do Facebook que vai te direcionar ao meu grupo de autora (ta pequenininho ainda rs, não reparem), quanto clicando no ícone do Obsession, que dá acesso à minha página de autora no site e pelo meu instagram. Meu tt tá sempre disponível também. Vocês podem me gritar por lá, aqui pela caixa de comentários ou onde me acharem kkkkkk.
AH, NÃO DEIXEM DE COMENTAR. ISSO É MUITO IMPORTANTE PARA SABERMOS SE ESTAMOS INDO PELO CAMINHO CERTO NESSA ESTRADA, AFINAL O PÚBLICO É NOSSO MAIOR INCENTIVO. MAIS UMA VEZ, OBRIGADA POR LEREM. EU AMO VOCÊS. BEIJOS DA TIA JINIE.


LONGFICS:
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La Belle Epoque [Doramas – Longfics] Hello My Twenties
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Baby, I Like You [Kpop – BTS – Shortfics]
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Fly To My Bed [Restrita – KPOP – Shortfics] BTS
Drown in Your Body [Restrita – KPOP – Shortfics] EXO
You Made Me Again [Restrita – Ship – Shortfics] BTS - Jikook

FICSTAPES:
02. Teenager [Ficstape #104: GOT7 – 7 for 7]
02. Enough [Ficstape #196 – GOT7: Present – You]
02. Nobody’s Perfect [Ficstape #122: Jessie J – Who You Are]
02. Amigos Con Derechos [Ficstape #204 – Ahora: Reik]
03. Crazy 4 U [Ficstape #148 – Move – Taemin]
03. 잡아줘 (Hold Me Tight) [Ficstape #103: The Most Beautiful Moment in Life: Young Forever]
03. Let Go [Ficstape #178 – BTS – Face Yourself]
03. Trivia: Love [Ficstape #181 – BTS – Love Yourself: Answer]
04. Até o Sol Quis Ver [Ficstape #137: Exaltasamba – Ao Vivo Na Ilha da Magia]
04. Clap [Ficstape #120: Seventeen: Teen, Age]
04. Game [Ficstape #193 – Super Junior: Time Slip]
05. HOME [Ficstape #200 – BTS: Map of the Soul – Persona]
06. Good Day For A Good Day [Ficstape #108: Super Junior – Replay]
07. Magic Shop [Ficstape #133: BTS – Love Yourself 轉‘Tear’]
07. 소름 Chill [Ficstape #111 – EXO – The War]
07. Shift [Ficstape #112 – Shinee – 1 Of 1]
07. OI [Ficstape #149: Monsta X – Shine Forever]
07. Dengo [Ficstape #150: AnaVitória – AnaVitória]
08. Tonight (오늘밤; feat. Zico) [Ficstape #119: Taeyang: White Night]
08. Made It [Ficstape #196 – GOT7: Present – You]
09. Retro [Ficstape #168 – SHINee – The Story of Light]
10. Fire [Ficstape #103: The Most Beautiful Moment in Life: Young Forever]
11. I Want You [Ficstape #168 – SHINee – The Story of Light]
12. Undercover [Ficstape #168 – SHINee – The Story of Light]
12. Fine [Ficstape #196 – GOT7: Present – You]
16. Not Today [Ficstape #080: BTS – You Never Walk Alone]

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