Era para ser só mais um dia normal em meu táxi. Eu sempre procurava passageiros normais e jamais quebrava meus princípios de não carregar passageiros celebridades. Mesmo que a corrida com eles fossem mais caras e rendessem mais, só de ter que enfrentar as fãs perseguidoras que causavam confusão. Não valia a pena. Mas naquela noite o inesperado aconteceu, quando um homem de boné e capuz entrou no meu táxi me pedindo para seguir em frente.

— Mas para onde quer ir? — perguntei a ele.

Precisava de uma direção.

— Por favor, só dirija. — disse ele.

Assenti mesmo confusa e pisei no acelerador. Ser uma taxista estrangeira em outro país já apresentava problemas culturais. Alguns coreanos tinham preconceito, mas eu seguia em frente. Este era meu ofício. Meu pai foi taxista, meu avô também, eu deveria continuar esse legado. Já que sou filha única e meus primos nem sonham com esse futuro. 

— Estamos rodando a cidade há trinta minutos, tem certeza que não quer um lugar específico? — perguntei a ele.
— Não, continue. — disse ele.

Até o momento eu não tinha reparado no passageiro. Mas olhando com mais atenção pelo retrovisor, ele estava com um bebê no colo. Fiquei meio surpresa e boquiaberta. Porém permaneci em silêncio fingindo não ver nada. 

--

Temos rodando, tive que parar para abastecer. Continuei até que ele pediu para voltar ao lugar em que o peguei. Era frente a um prédio residencial muito bonito e luxuoso, no bairro nobre de Gangnam. Certamente ele tinha dinheiro. Fiquei estacionada do outro lado da rua, e ele dentro do carro observando uma movimentação. Tinha muita jovens do lado de fora esperando por alguém. De certo que naquele lugar uma celebridade morava. Só então que meu olhar se voltou para o passageiros que de todas as formas escondia seu rosto.

Será que… Ele era… Uma celebridade?

Chocada com minha dedução eu estava, e mais chocada eu fiquei quando o bebê em seu colo acordou e começou a chorar. Ele me pediu para arrancar com o carro dali. Dirigir com aquele som de choro não era legal. Para ajudá-lo um pouco, parei em uma loja de conveniência e comprei algumas coisas para bebês que talvez ajudaria, como leite, mamadeira, chupeta. Com muito esforço, ele conseguiu acalmar o bebê e fazê-lo adormeceu. A cada trinta minutos ele me pediu para voltar ao prédio que continuava cheio de garotas na porta. 

Eu já tinha desligado o contador do táxi, e acertado receber uma quantia fixa para ficar a disposição dele naquela noite. Por um breve momento olhando o retrovisor, vi seu olhar cansado. Não podia deixar ele e um bebê assim, dentro do meu táxi. Mesmo sabendo que poderia me arrepender depois, o levei para minha casa. Não era muita coisa, eu morava no porão de uma casa na pesquisa, em um bairro pobre de casas simples. O último lugar do país que procurariam por ele.

O ajudei a sair do carro com o bebê sem ser visto e notado. Quando entramos na minha quitinete, ele sentou no sofá e só então relaxou um pouco.

— Obrigado por isso, eu prometo que quando retornar, lhe darei o dobro do combinado. — garantiu ele com segurança no olhar.
— Não se preocupe, você está com um bebê em seu colo, não poderia deixá-los dentro do carro frio. — expliquei pegando a sacola com as coisas que comprei e indo preparar a mamadeira e depois algo para comermos.

Ele continuou no sofá. Assim que terminei na cozinha, eu peguei o bebê de seu colo, era uma linda menininha. A coloquei em cima da minha cama cercando com os travesseiros e almofadas que tinha. 

— Venha comer um pouco, parece abatido. — o chamei mostrando a tigela ao lado da panela.

Ele se sentou no chão de frente para mim e olhou para a panela

— Mais uma vez obrigado. — disse com o olhar realmente agradecido.
— Tranquilo, só coma para repor as energias, depois vá dormir em minha cama, eu fico no sofá. — disse a ele.
— Não, já está fazendo tanto por mim, não posso aceitar que ceda sua cama. — ele relutou.
— Pode dormir lá com a criança, está tudo bem, este sofá é até confortável. — assegurei.
— Tudo bem.

Nós comemos em silêncio.

— Posso pelo menos saber quem é? — perguntei.
— Taemin, meu nome é Taemin. — respondeu.

Agora com ele falando, eu me lembrava de um cantor com esse nome. 

— Seja bem-vindo a minha casa. — disse de forma gentil — Eu sou a .
— Obrigado. — ele sorriu de leve.

Parecia confiar mais em mim.
Ele se deitou na cama, mas acabou perdendo o sono. Eu já estava acostumada a trabalhar de madrugada e dormir pela manhã, então meus olhos se fixaram na tela do celular vendo uma série da Netflix. Ele se levantou da cama e sentou ao meu lado. Compartilhei meu fone com ele e juntos vimos alguns episódios de Descendants of the Sun.

Aos poucos introduzi uma conversa com ele, e Taemin foi se abrindo comigo.
Aquele bebê era seu filho, resultado de um namoro passageiro com uma amiga de infância que o visitou no ano passado e desapareceu. Agora, a moça tinha retornado com o filho nos braços entregando para que ele cuidasse sozinho. Senti uma certa empatia por ele, pois se mostrava preocupado com a pequena Sunny, e disposto a ser um pai bom e protegê-la dos males que a mídia a ser uma celebridade causava.

— Bem, mesmo não te conhecendo direito, consigo ver a sinceridade no seu olhar. — eu sorri gentilmente para ele — Conte comigo para ajudá-lo nessa missão de ser pai, ganhou uma nova amiga.
— Obrigado. — ele sorriu de volta.

Sim, eu tinha me oferecido e não me arrependia disso.

Meu medo de me envolver com celebridades e não tê-los em meu táxi tinha caído ao chão.

Taemin receberia minha ajuda e minha amizade.

Eu seria como uma tia para pequena Sunny.

Tóquio, Seul, Londres, New York,
O mundo, vamos dirigir livremente hoje à noite,
Mostrando o meu novo estilo em todos os lugares,
Eu te mostrarei coisas nunca antes vistas por você.
- Mr. Taxi / Girls' Generation

Nota da autora:
Hello gente!! Mais uma fic!! Espero que gostem.
Bjinhos...
By: Pâms!!!!
Jesus bless you!!!



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